
Ano 11 | nº 2511 | 18 de julho de 2025
NOTÍCIAS
ABRAFRIGO NA MÍDIA
Exportações de carne bovina batem recorde histórico em junho, mas tarifas anunciadas pelos EUA preocupam
Em junho, a exportações totais de carne bovina (carnes in natura + carnes processadas e miudezas comestíveis, entre outros), bateram todos os recordes históricos do setor, com um aumento de 55% na receita e de 41% no volume embarcado, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
No total, junho obteve uma receita de US$ 1,505 bilhão com a movimentação de 341.555 toneladas contra US$ 970,7 milhões e 242.538 toneladas do mesmo mês de 2024. O melhor resultado do setor até aqui eram as 319.289 toneladas exportadas em outubro de 2024.
Segundo a ABRAFRIGO, no acumulado do primeiro semestre do ano as exportações totais de carne e subprodutos bovinos já alcançaram US$ 7,446 bilhões de receita (+ 28%) e a movimentação de 1.690.229 toneladas (+ 17,3%) frente a US$ 5,820 bilhões e 1.440.439 toneladas do primeiro semestre de 2024. A China, nosso maior cliente, aumentou suas compras em 11,3% no volume e ampliou a receita em 27,4% no semestre. Em 2024 foram 567.683 toneladas com receita de US$ 2,516 bilhões e no primeiro semestre de 2025 foram 631.907 toneladas que proporcionaram uma receita de US$ 3,204 bilhões. O preço médio pago pela China subiu de US$ 4.433 por tonelada no primeiro semestre de 2024 para US$ 5.071 no mesmo período de 2025, o que reflete a valorização da arroba do boi gordo neste ano. Atualmente a China responde por 43% da receita total obtida pelo país com a carne bovina e 37,4% do volume total exportado. Os Estados Unidos, segundo maior importador do produto, elevaram suas aquisições em 85,4% no volume e 99,8% na receita, com embarques de 411.702 toneladas e receitas de US$ 1,287 bilhão no primeiro semestre de 2025. Com isso, os EUA elevaram sua participação na movimentação total brasileira para 24,4% do volume e 17,3% na receita. A tarifa adicional de 50% anunciada no dia 9 de julho para os produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, pode comprometer as vendas para os EUA no segundo semestre do ano e vem preocupando os produtores brasileiros. As indústrias já sentem os efeitos da medida, com pedidos de compras sendo cancelados por parte dos clientes norte-americanos, e o setor aguarda com apreensão as negociações para uma solução do problema. O Chile foi o terceiro maior comprador e aumentou sua movimentação em 21% no volume e em 37,4% na receita, passando de 48.412 toneladas em 2024 para 58.584 toneladas nos seis meses de 2025, com a receita subindo de US$ 229,4 milhões para US$ 315,2 milhões. O México chegou na quarta posição entre os grandes clientes, aumentando suas aquisições em 189% no volume e 235% na receita, saindo de 17.993 toneladas em 2024 para 52.104 toneladas em 2025, com a receita crescendo de US$ 82,3 milhões para US$ 276,4 milhões. No total, 118 países ampliaram suas aquisições no primeiro semestre enquanto 51 reduziram.
Publicado em: Valor Econômico/ Agro Estadão /Notícias Agrícolas/Safras & Mercado/Poder 360/Globo Rural/Portal do Agronegócio/Times Brasil/Agrolink/Canal Rural/Carta Capital/Compre Rural/Diário Indústria e Comércio/Página Rural
NOTÍCIAS
Preços em queda no mercado do boi gordo em São Paulo
Com os temores gerados pelas tarifas norte-americanas, os vendedores ofertaram mais bovinos e os abatedouros estavam aproveitando o momento de compra. Se na semana passada a maior parte dos compradores permaneceu fora do mercado, hoje estavam ativos, aproveitando o momento de mercado
Com os temores gerados pelas tarifas norte-americanas, os vendedores ofertaram mais bovinos e os abatedouros estavam aproveitando o momento de compra. Se na semana passada a maior parte dos compradores permaneceu fora do mercado, hoje estavam ativos, aproveitando o momento de mercado. Nesse sentido, a cotação de todas as categorias caiu. Para o boi gordo, a cotação caiu R$4,00/@, para o “boi China”, a queda foi de R$3,00/@. Para as fêmeas, o preço recuou R$2,00/@. As escalas de abate estão, em média, para oito dias. Regiões do Triângulo e BH, em Minas Gerais. Em ambas as regiões a oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e o escoamento de carne enfraqueceu. Na região do Triângulo, o preço de todas as categorias caiu. Para o boi gordo e para a vaca, a cotação caiu R$2,00/@. Para a novilha, o preço recuou R$5,00/@. Para a região de Belo Horizonte, o preço de todas as categorias caiu R$5,00/@. Em Goiás, no estado, o mercado estava cauteloso. Abatedouros com escalas confortáveis pressionaram os preços e, além disso, uma parte dos compradores continuava fora das compras. Na região de Goiânia, o preço de todas as categorias caiu. A cotação do boi gordo recuou R$2,00/@, a da vaca R$3,00/@ e a da novilha R$5,00/@. As escalas de abate estão, em média, para onze dias. Na região Sul, o preço de todas as categorias permaneceu estável, mas com um viés baixista. As escalas de abate atendem, em média, a cinco dias.
Scot Consultoria
Boi/Cepea: Anúncio de tarifa se junta ao fraco ritmo de venda interna; preços caem
EUA são o 2º maior comprador da carne bovina brasileira, respondendo por 12% das exportações
Agentes do setor de pecuária de corte nacional estão apreensivos com o anúncio de 50% de tarifa para exportações brasileiras aos Estados Unidos. Segundo pesquisadores do Cepea, o impacto dessa notícia se juntou ao ritmo fraco de vendas internas de carne. O resultado tem sido forte lentidão dos negócios de animais para abate e enfraquecimento dos preços do animal para abate e da carne. Os Estados Unidos são o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, respondendo por 12% das exportações, atrás apenas da China, que concentra 49%. Dados da Secex mostram que, em junho/25, o volume adquirido pelos norte-americanos já foi o menor desde dezembro/24. Ainda assim, as exportações totais de carne bovina brasileira naquele mês tiveram o segundo melhor desempenho do ano (somaram quase 270 mil toneladas). Pesquisadores do Cepea indicam que boa parte da compensação em junho veio do aumento dos embarques sobretudo à China, que tem ampliado mensalmente suas compras desde fevereiro. Pesquisadores do Cepea destacam que, em março e abril, empresas dos EUA adquiriram volumes recordes de carne bovina, acima de 40 mil toneladas em cada mês, num possível movimento de formação de estoque diante do receio de que o presidente norte-americano viesse a aumentar as tarifas para o comércio internacional.
Cepea
ECONOMIA
Dólar cai na contramão do exterior e após retomada do decreto do IOF
O dólar fechou a quinta-feira em queda ante o real, na contramão do avanço da moeda norte-americana no exterior e apesar de o STF ter restaurado a vigência do decreto do governo que elevou alíquotas de IOF em uma série de operações cambiais e de crédito
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,24%, aos R$5,5477. No ano a divisa acumula queda de 10,22%. Às 17h04 na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,41%, aos R$5,5635. Pela manhã o dólar chegou a superar os R$5,60, acompanhando o avanço das cotações também no exterior após a divulgação de dados robustos da economia norte-americana. As vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,6% em junho, após queda não revisada de 0,9% em maio. Economistas consultados pela Reuters previam alta de apenas 0,1%. Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 7.000, para 221.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 12 de julho. Economistas previam 235.000 pedidos para a última semana. Na esteira dos números, o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$5,6111 (+0,90%) às 9h33, ainda na primeira hora de negócios.
Com as cotações acima de R$5,60, alguns agentes aproveitaram para vender moeda, o que colocou o dólar em baixa ante o real, a despeito do exterior. O recuo também ocorria apesar de, na véspera, o ministro do STF do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ter concedido liminar que retoma a vigência da maior parte do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre uma série de operações. Relator do processo aberto pelo governo após o Congresso derrubar a elevação das alíquotas, Moraes determinou que continue suspenso apenas o trecho que aumentou o IOF sobre o chamado risco sacado, operação de antecipação de recebíveis por empresas. Com a decisão, voltaram a valer cobranças mais altas de IOF sobre operações de crédito de empresas, uma série de operações de câmbio e sobre aportes superiores a R$600 mil por ano em planos de previdência privada Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Ainda que seja uma boa notícia para a arrecadação do governo, a volta do decreto torna mais caras uma série de operações, pressionando a moeda norte-americana. Ainda assim, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,5430 (-0,33%) na tarde da quinta-feira. Entre os investidores, também esteve no radar as movimentações do governo para enfrentar a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo faça uma força-tarefa para encontrar os “pontos que estão pegando” na negociação tarifária com os EUA, para que o tema seja resolvido o mais rapidamente possível. Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse à CNN Brasil ter certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará com o presidente dos EUA, Donald Trump, se houver circunstância. Segundo ele, os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade.
Reuters
Ibovespa fecha quase estável após pregão morno com cautela sobre tarifas
O Ibovespa fechou com alta modesta na quinta-feira, operando lateralizado na maior parte do pregão, à medida que agentes financeiros seguem cautelosos diante do ambiente ainda contaminado por incertezas tarifárias e fiscais.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,04%, a 135.564,74 pontos, oscilando em uma faixa estreita de 135.016,25 pontos na mínima e 135.792,48 pontos na máxima. O volume financeiro somou R$17,93 bilhões. O movimento na bolsa paulista foi modesto apesar da performance dos índices acionários em Wall Street, onde o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em recordes na esteira de dados econômicos sólidos e resultados corporativos positivos. “O humor para ações continua bom, principalmente nos EUA”, avaliou Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos. No front local, contudo, investidores ainda se mostravam mais cautelosos em montar posições. “O Ibovespa está ‘flat’, com os setores de commodities, petróleo e mineração um pouco mais fracos, mas os setores ligados à atividade doméstica estão indo melhor”, afirmou. No radar, estava a expectativa pelo pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 20h30, sobre a tarifa de 50% do presidente norte-americano, Donald Trump, contra o Brasil. Em entrevista à CNN Internacional, Lula disse que “ainda não” vê uma crise do Brasil com os EUA por causa da nova taxação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, por sua vez, disse ter certeza de que Lula conversará com Trump se houver circunstância — argumentando que os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade. Também repercutiu a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de retomar parcialmente o decreto do IOF, assim como a aprovação no Senado, em primeiro turno, do texto-base da PEC com novas regras para pagamento de precatórios a partir de 2027 e a aprovação na Câmara de projeto de lei que permite usar até R$30 bilhões em recursos do Fundo Social do Pré-Sal para financiar dívidas de produtores rurais afetados por calamidades públicas.
Reuters
FMI mantém projeção de crescimento do Brasil em 2,3% este ano e vê dívida no pico em 2029
O Fundo Monetário Internacional recomendou ao país avanço no esforço para tornar a trajetória da dívida pública declinante
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a estimativa do crescimento potencial do Brasil de 2,3% este ano e recomendou avanço no esforço para tornar a trajetória da dívida pública declinante, em um ambiente em que o balanço de riscos é negativo em meio à maior incerteza global. As recomendações constam do relatório anual sobre a economia do país, a consulta do Artigo IV de 2025. Nele, o órgão avalia que o crescimento de 3,4% observado em 2024 deve desacelerar ao longo deste ano para 2,3%, e para 2,1% em 2026, refletindo a política monetária mais apertada. Por outro lado, ele manteve a perspectiva de que o crescimento da economia deve convergir para 2,5% ao ano no longo prazo, ajudada por reformas que impulsionam a produtividade, como a tributária, e pelo salto da produção de petróleo. A previsão de crescimento de 2,3% em 2025 é melhor do que a do relatório de Perspectiva Econômica Global (World Economic Outlook) de abril, quando a projeção era de alta de 2%. Em junho, porém, uma equipe do Fundo viajou ao Brasil e adiantou que a estimativa seria elevada para 2,3%. O novo percentual foi confirmado na publicação do relatório hoje. Já a estimativa para a dívida bruta como proporção do PIB é que ela atinja 91,6% este ano e que continue avançando até atingir um pico de 99% em 2029, antes de cair a 98,9% em 2030, último ano para o qual se tem projeções. São números ligeiramente melhores do que os divulgados em abril, no World Economic Outlook, quando se projetava que a dívida bateria 92% este ano e 99,4% em 2029 e se estabilizaria no mesmo patamar no ano seguinte. O Fundo adota um critério diferente do usado pelo Banco Central (BC) brasileiro para o cálculo da dívida bruta. Na contabilidade do primeiro, entram na conta os títulos do Tesouro na carteira do BC, enquanto a metodologia da autoridade monetária brasileira os exclui. Pelo critério brasileiro, o endividamento bruto chega a 80,9% do PIB este ano e 87,8% em 2030. O FMI também manteve projeção de que a inflação deve chegar a 5,3% este ano e que o aperto monetário conduzido pelo BC leve o índice de preços ao centro da meta, de 3%, perto do final de 2027. Em relação aos riscos para a atividade, o relatório cita a elevada incerteza global, ainda que o consumo das famílias e o mercado de trabalho apertado possam dar um impulso adicional no curto prazo. “No médio prazo, riscos altistas vêm da possibilidade de implementação mais rápida de reformas que melhoram a produtividade e do Plano de Transformação Ecológica. Já os riscos baixistas são um menor crescimento global em meio a tensões comerciais elevadas. No front doméstico, esse risco aparece sob a forma de uma queda maior da atividade por causa do aperto monetário e do menor esforço fiscal, que pode elevar a incerteza doméstica e piorar os fundamentos do crédito”, afirma o FMI.
Valor Econômico
IGP-10 passa a cair 1,65% em julho com recuo generalizado em preços ao produtor
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a recuar 1,65% em julho em meio à queda generalizada dos preços aos produtores, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira.
Analistas consultados pela Reuters esperavam uma baixa de 1,60% na base mensal, após variação negativa de 0,97% em junho. Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 3,42%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 2,42% em julho, depois de cair 1,54% no mês anterior. “Em julho, todas as etapas de processamento do IPA registraram quedas acentuadas, com destaque especial para o café em grão, que figurou entre os principais responsáveis por essa dinâmica”, disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE. Na análise por grupos, Matérias-primas Brutas tiveram deflação de 4,21% em julho, depois de caírem 2,98% no mês anterior. Os preços dos Bens Finais recuaram 0,90% e os de Bens Intermediários caíram 1,29%, de quedas de 0,01% e 0,87% respectivamente no mês anterior. Entre os itens com as maiores quedas no mês no IPA, estavam o café em grão (-19,54%, de -5,79% antes), o milho em grão (-11,38%, de -16,21% antes), o minério de ferro (-6,83%, de -2,52% antes) e o açúcar VHP (-10,49%, de -13,57% antes). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, teve alta de 0,13% no mês, desacelerando em relação ao avanço de 0,28% em junho. “Nos preços ao consumidor, o grupo de transportes exerceu influência decisiva na desaceleração do índice. O principal fator foi a queda no preço da gasolina, resultado do novo reajuste implementado pela Petrobras para as distribuidoras”, apontou Dias. No início de junho, a Petrobras informou que reduziria em 5,6% o preço médio da gasolina vendida a distribuidoras, no primeiro corte de valores deste combustível desde outubro de 2023. No IPC, houve decréscimo em seis das oito classes que compõem o índice: Habitação (0,86% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,04%), Alimentação (0,11% para -0,12%), Vestuário (0,51% para -0,15%), Comunicação (-0,05% para -0,26%) e Transportes (-0,08% para -0,12%). A gasolina e o aluguel residencial foram os itens de maior destaque para a desaceleração do IPC em julho, caindo 0,62% e 0,60%, respectivamente, ante as altas de 0,08% e 0,60% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez, passou a subir 0,57% em julho, depois de um avanço de 0,87% em junho. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Reuters
Indicadores do 1º semestre mostram situação melhor para o país atingir meta fiscal de 2025, aponta IFI
Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de julho, o governo central teve déficit de R$ 8,7 bi no 1º semestre; resultado oficial será divulgado pelo Tesouro até o fim do mês
A Instituição Fiscal Independente (IFI) avalia que os indicadores relativos ao primeiro semestre mostram uma situação melhor para o cumprimento da meta fiscal de 2025, considerando o limite inferior de tolerância e os abatimentos legais. A informação consta no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de julho, divulgado na quinta-feira (15). A instituição calcula que o governo central registrou déficit primário de R$ 8,7 bilhões no primeiro semestre, ante déficit de R$ 67,4 bilhões em igual período de 2024, uma diferença de R$ 58,6 bilhões. O resultado oficial será divulgado pelo Tesouro Nacional até o fim do mês. Segundo a IFI, a melhora no déficit primário é resultado da aprovação tardia do Orçamento, que afetou a execução de despesas, incluindo emendas parlamentares, que não puderam ser executadas, e os gastos discricionários, que ficaram limitados a um dezoito avos. O Orçamento foi aprovado apenas em março pelo Congresso Nacional. “À medida que essa execução [das despesas] aumente no segundo semestre, o resultado primário do ano deverá piorar, ainda que, a partir das projeções mais recentes divulgadas pela IFI, não venha a comprometer o atingimento da meta fiscal do exercício, salvo choques que possam afetar o desempenho das receitas”, informa a IFI. Entre esses choques negativos estão eventuais frustrações de receitas e as recentes incertezas trazidas pelo tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. A meta de resultado primário deste ano é de um déficit zero, com intervalo de tolerância que admite um resultado negativo de até R$ 31 bilhões. A IFI considera que o Executivo conseguirá cumprir a meta no limite inferior da margem de tolerância, com uma contenção de R$ 1,8 bilhão em gastos. Outro ponto que pode ajudar no cumprimento da meta deste ano é o empoçamento de recursos, ou seja, quando a verba do Orçamento é liberada, mas não usada. Ao fim do ano, esses valores não usados ajudam a melhorar o resultado primário. Historicamente, há uma tendência de o empoçamento chegar a quase R$ 20 bilhões. “A aprovação tardia do orçamento do ano pode produzir um volume maior de empoçamentos ou atrasos na execução das mencionadas despesas com controle de fluxo, o que ajudaria no cumprimento da meta fiscal de 2025, embora possa dificultar as metas dos próximos exercícios em razão da inscrição desses recursos em restos a pagar”, explica a IFI. Sobre 2026 Já em relação a 2026, a IFI vê desafios para o cumprimento da meta fiscal, que é de um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), com intervalo de tolerância que admitirá déficit zero. Pelas projeções mais recentes, o governo precisará de uma arrecadação extra da ordem de R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões em 2026, sob risco de se inviabilizar o funcionamento da máquina pública em razão da impossibilidade de contingenciamento de despesas discricionárias nessa magnitude. A Medida Provisória (MP) 1.303, em discussão no Congresso Nacional, e a proposta de corte de benefícios fiscais podem ajudar a diminuir a pressão sobre essa necessidade de receita extra, mas ainda dependem de aprovação do Legislativo. No caso do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo conseguiu uma vitória no Supremo Tribunal Federal (STF), ao garantir a manutenção do decreto, o que deve elevar as receitas em R$ 27,7 bilhões em 2026. O ministro Alexandre de Moraes derrubou apenas a cobrança sobre operações de risco sacado, muito usadas por varejistas para antecipar pagamento a fornecedores.
Valor Econômico
INTERNACIONAL
Investimento estrangeiro direto na América Latina cresceu 7% em 2024, mas novos fluxos estagnaram
O investimento estrangeiro direto (IED) na América Latina cresceu 7,1% em 2024, chegando a US$188,96 bilhões, mas o interesse por novos investimentos estagnou, informou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) na quinta-feira.
O IED é um dos principais impulsionadores do crescimento econômico na América Latina, mas a falta de novos investimentos tem levantado preocupações sobre a competitividade de longo prazo da região e o apelo aos investidores estrangeiros. “Espera-se que as mudanças nas políticas tarifárias e comerciais dos Estados Unidos influenciem as decisões de investimento de médio e longo prazo”, disse a Cepal em seu relatório. Os fluxos de IED em 2024 cresceram 7,1% em relação a 2023, representando 13,7% da formação bruta de capital fixo e 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, esses números permaneceram abaixo dos 16,8% e 3,3%, respectivamente, registrados durante a década de 2010. O Brasil recebeu a maior parcela de IED, com 38%, seguido pelo México, com 24%. A Argentina teve um aumento de 44% nos investimentos em recursos naturais, enquanto a Guiana teve uma alta de 43% devido a mais gastos em seu setor de hidrocarbonetos. A Cepal pediu aos governos latino-americanos que se concentrem em estratégias que sustentem o interesse dos investidores, especialmente à medida que os investimentos em manufatura aumentam e os serviços diminuem. A região talvez precise se adaptar às mudanças tarifárias globais e reconfigurar as cadeias de valor para se manter competitiva.
Reuters
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos/Cepea: Com fraca demanda, preços caem
A reduzida demanda pode estar atrelada ao período de férias escolares
A demanda por carne suína está baixa no mercado doméstico, segundo apontam levantamentos do Cepea. Esse contexto passou a pressionar os valores de negociação do animal vivo e da proteína – vale lembrar que os preços do setor registraram certa estabilidade por três semanas. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a reduzida demanda pode estar atrelada ao período de férias escolares. Para as próximas semanas, agentes estão temerosos de que o avanço da segunda quinzena de julho reforce o movimento de queda nos preços da carne e, consequentemente, do animal vivo, tendo em vista que esse período do mês já é tipicamente marcado pela fraca procura no varejo.
Cepea
Suinocultura Independente: Incerteza sobre tarifas nos EUA e mercado interno fraco derrubam preços dos suínos
Na quinta-feira (17), a comercialização dos suínos no mercado independente registrou novamente desvalorizações nas principais praças acompanhadas pelo Notícias Agrícolas. O mercado tem enfrentado quedas nos preços com as indústrias alegando dificuldades no escoamento da proteína no varejo.
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo teve queda de 2,51% e está em R$ 8,53/kg, sendo que na semana passada estava em R$ 08,75/kg vivo. No mercado mineiro, o valor do animal também apresentou desvalorização de 2,44% em que passou de R$ 08,20/kg vivo visto na semana anterior para R$ 8,00/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal também registrou queda de 3,68% nesta semana, em que os preços passaram de R$ 8,15/kg para R$ 7,85/kg. No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 09/07/2025 e 16/07/2025), o Indicador do Preço do Kg vivo do Suíno LAPESUI/UFPR teve queda de 2,78%, fechando a semana em R$ 8,02. No comparativo mensal das médias semanais, o preço do kg/vivo do suíno no Paraná apresentou queda de 2,68% em relação à semana do dia 18/06/2025.
APCS/ Asemg/ ACCS /LAPESUI/UFPR
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868
