CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2508 DE 15 DE JULHO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2508 | 15 de julho de 2025

 

NOTÍCIAS

Mercado do boi gordo inicia semana em baixa

Indústrias recuam e pressionam preço do boi gordo

A cotação do boi gordo em São Paulo apresentou queda na segunda-feira (14), refletindo a retração das indústrias frigoríficas, que se mantiveram em sua maioria fora das compras. A informação consta na análise “Tem Boi na Linha”, da Scot Consultoria. Segundo o relatório, a decisão de reduzir ou suspender as negociações no início da semana está relacionada à cautela diante das incertezas geradas pelo anúncio de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos. “Os frigoríficos ativos reduziram os valores de oferta, enquanto os que estavam fora do mercado especularam preços inferiores aos praticados na semana anterior”, informou a consultoria. Como consequência, a arroba do boi gordo caiu R$ 3,00, enquanto a do “boi China” teve retração de R$ 4,00. As cotações da vaca e da novilha permaneceram estáveis. As escalas de abate, por sua vez, estão em média programadas para 10 dias. No Oeste do Maranhão, o mercado iniciou a semana em estabilidade, após três dias consecutivos de queda na semana anterior. As cotações de todas as categorias permaneceram inalteradas. No mercado atacadista com osso, apesar do aumento nas vendas impulsionado pelo pagamento dos salários, os estoques ainda elevados limitaram a reação dos preços. A carcaça casada do boi capão recuou 1,9% (R$ 0,40/kg), e a do boi inteiro caiu 1,0% (R$ 0,20/kg). As carcaças da vaca e da novilha também tiveram queda, de 1,3% (R$ 0,25/kg) e 1,0% (R$ 0,20/kg), respectivamente. Entre as carnes alternativas, o frango médio teve leve recuo de 0,1% (R$ 0,01/kg), enquanto a carcaça de suíno especial apresentou queda mais acentuada, de 3,9% (R$ 0,50/kg).

Scot Consultoria

Expectativa de adicional tarifário por parte dos Estados Unidos deixa o cenário pecuário pressionado

O mercado físico do boi gordo abriu a semana com preços mais baixos. 

De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, os frigoríficos seguem exercendo pressão sobre o mercado diante das incertezas causadas pelo adicional tarifário imposto pelos Estados Unidos na última semana. “Os norte-americanos são o segundo principal comprador de carne bovina do Brasil e já adquiriram quantidades significativas na atual temporada. Enquanto isso, as escalas de abate permanecem confortáveis, contando com a entrada de animais confinados no mercado. Além disso, há boa incidência de animais de parceria (contratos a termo)”, assinalou. Média da arroba do boi gordo: São Paulo: R$ 302. Goiás: R$ 283,04. Minas Gerais: R$ 288,53. Mato Grosso do Sul: R$ 305,23. Mato Grosso: R$ 302,84. O mercado atacadista apresenta preços acomodados para a carne bovina. Segundo Iglesias, a expectativa é de menor espaço para reajustes no decorrer da segunda quinzena do mês, considerando o menor apelo ao consumo. “Vale destacar que a carne de frango seguiu muito mais competitiva em relação as proteínas concorrentes, em especial se comparado a carne bovina”, comentou o analista. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 22,50 por quilo, o dianteiro segue cotado a R$ 18,75 por quilo; e a ponta de agulha permanece a R$ 18,50 por quilo.

Agência Safras 

Volume exportado de carne bovina in natura alcança 104,1 mil toneladas até a segunda semana de julho/25

O volume exportado de carne bovina chegou em 104,1 mil toneladas até a segunda semana de julho/25, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No ano anterior, o volume exportado no mês de julho foi de 237,2 mil toneladas em 23 dias úteis.

Com relação à média diária exportada, ela está em 11,5 mil toneladas, avanço de 12,2% frente a média diária do ano anterior, que ficou em 10,3 mil toneladas. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 5.536 por tonelada, o que representa um ganho anual de 25,6%, quando se compara com os valores observados em julho de 2024, com US$ 4.409 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina na segunda semana de julho ficou em US$ 576,8 milhões, sendo que em julho do ano anterior a receita total foi de US$ 1,045 bilhão. A média diária do faturamento na segunda semana de julho ficou em US$ 64 milhões, um ganho de 40,9%, frente ao observado no mês de julho do ano passado, que ficou em US$ 45,4 milhões.

SECEX/MDIC

Funrural e Senar: arrecadação supera R$713 milhões com a venda de boi gordo no primeiro trimestre

Contribuições obrigatórias incidem sobre o valor bruto da comercialização e revelam a força da pecuária na geração de recursos para previdência e qualificação rural.

Na comercialização do boi gordo, incidem duas contribuições obrigatórias: o Funrural e o Senar. Ambas são recolhidas sobre o valor bruto da venda e o recolhimento é feito por meio de DARF, normalmente sob responsabilidade do frigorífico. O Funrural – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, é uma contribuição previdenciária que financia a seguridade social dos trabalhadores rurais. Benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade de trabalhadores rurais são custeados com os recursos advindos desse imposto. A alíquota do Funrural é de 1,3% sobre o valor bruto da venda. Já o Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, tem alíquota de 0,2% e exerce um papel estratégico na qualificação da mão de obra rural. O Senar possui como objetivo elevar o nível técnico, social e econômico do homem do campo e, consequentemente, melhorar suas condições de vida. A entidade atua em todo território nacional promovendo cursos, treinamentos e ações educativas gratuitas. Somadas, as contribuições do Funrural e do Senar representam 1,5% do valor total da comercialização do boi gordo. A fim de entender quanto o pecuarista brasileiro pagou desses impostos no primeiro trimestre de 2025, cruzamos os dados de abate divulgados pelo IBGE com as cotações do boi gordo monitoradas em todas as praças pecuárias onde a Scot Consultoria realiza o levantamento de preços. Para estimar o valor de comercialização do boi gordo, foi adotada uma abordagem que considera a presença do mercado externo na formação de preços. Nos estados onde a Scot Consultoria monitora separadamente os preços do “boi China”, utilizou-se o percentual da produção exportada nos três primeiros meses do ano como fator de ponderação entre a cotação do “boi China” e a do boi comum, resultando em um preço médio ponderado do boi gordo. Esse método visa reduzir distorções, refletindo com mais precisão o valor efetivo de comercialização. Nos estados onde não há monitoramento direto da Scot Consultoria, como Ceará e Rio Grande do Norte, foram adotadas cotações de praças próximas. Por exemplo, para Sergipe, foram utilizadas as referências de Alagoas, e para o Piauí, os preços levantados no Maranhão. A partir dessas estimativas, o valor arrecadado com as contribuições obrigatórias Funrural e Senar na comercialização do boi gordo foi de aproximadamente R$713,5 milhões de reais no primeiro trimestre de 2025, em todo o território nacional. Os machos representaram 61,4% desse total, com uma arrecadação estimada em R$437,9 milhões. As vacas responderam por 27,2%, somando R$194,1 milhões, enquanto as novilhas corresponderam a 11,4% da arrecadação, totalizando R$81,5 milhões.

Os estados que mais arrecadaram foram o Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Scot Consultoria

INTERNACIONAL

Carne bovina: Cota Hilton rende US$ 350 milhões aos exportadores argentinos

Cortes de alta qualidade: Argentina tem uma participação de 44% no total da cota oferecida pela UE; Brasil responde por 15%

A Argentina utilizou integralmente a Cota Hilton para o ciclo 2024/2025, exportando um total de 29.350,4 toneladas para o mercado da União Europeia (EU), informou o jornal Clarin. A Cota Hilton é uma cota tarifária concedida pela UE para importações de carne bovina desossada de alta qualidade e alto valor. A Argentina é a principal favorecida, com 44% da cota global, à frente dos Estados Unidos e Canadá (17%), Brasil (15%), Austrália (11%), Uruguai (10%), Nova Zelândia (2%) e Paraguai (1%). A cota, que encerrou em 30 de junho/25, contemplava um volume autorizado aos exportadores argentinos de 29.389 toneladas, segundo o Ministério da Agricultura. Considerando a cota do Reino Unido, que foi cortada após o Brexit, as exportações argentinas atingiram 29.461,4 toneladas de uma cota total de 29.500 toneladas. Segundo o jornal argentino, os principais destinos da carne bovina de alta qualidade foram Alemanha e Holanda, seguidos por Itália, Espanha, Grécia e Portugal, refletindo a consolidação desses mercados como parceiros estratégicos para a cadeia de exportação do setor no país. Em receita, diz o Clarín, os embarques dentro da Cota Hilton somaram aproximadamente US$ 350 milhões, com preços médios chegando a US$ 18.000/tonelada. A cota para o ciclo 2025/2026 foi iniciada em 1º de julho, contemplando 69 empresas, entre frigoríficos e grupos de produtores-exportadores, informa o Clarín. Até o momento, a Argentina já executou 8,5% do total da nova cota, com preços médios em torno de US$ 18.000 por tonelada, confirmando o posicionamento da carne bovina argentina nos segmentos premium do mercado europeu.

Jornal Clarín

ECONOMIA

Dólar sobe pela 4ª sessão com guerra tarifária no foco

O dólar subiu pela quarta sessão consecutiva ante o real nesta segunda-feira, novamente refletindo o desconforto do mercado com a guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos e seus efeitos sobre a economia brasileira.

A moeda norte-americana à vista fechou com elevação de 0,69%, aos R$5,5865, no maior valor de fechamento desde 5 de junho, quando encerrou em R$5,5871. A divisa acumulou ganho de 2,57% nas últimas quatro sessões, com as cotações incorporando prêmios de risco após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira uma tarifa de 50% sobre os produtos comprados do Brasil. Às 17h14, na B3, o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,29%, aos R$5,6085. Pela manhã o dólar demonstrou maior indecisão no Brasil, chegando a oscilar no território negativo em alguns momentos, mas durante a tarde a divisa se firmou em alta, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior. Por trás do movimento estavam as incertezas em torno da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Depois da tarifa de 50% para o Brasil, Trump ameaçou a União Europeia e o México com uma cobrança de 30%. Ativo que reflete mais diretamente os receios em relação à guerra tarifária, o dólar saiu de uma cotação mínima de R$5,5447 (-0,06%) às 10h58 para uma máxima de R$5,5940 (+0,83%) às 16h44, já na reta final da sessão do mercado à vista, logo após a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará nesta segunda-feira o decreto que regulamenta a lei brasileira de reciprocidade — ferramenta fundamental para que o país possa retaliar os EUA na guerra tarifária. A liquidez menor favoreceu o pico do dólar, com a negociação da moeda para agosto somando menos de 150 mil contratos neste fim de tarde.

Reuters

Ibovespa recua puxado por Vale e Petrobras

No setor de proteínas, BRF ON caiu 4,55%, no segundo pregão seguido de baixa. O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, anunciou que encerrou sua participação na BRF, antecipando possíveis impactos negativos decorrentes da eventual incorporação de BRF e MARFRIG ON, que encerrou com estabilidade. No setor, MINERVA ON recuou 2,42%.

O Ibovespa abriu a semana em clima de cautela, marcando sua sexta queda consecutiva na segunda-feira, com as blue chips Vale e Petrobras entre as principais pressões e diante de novas ameaças tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump. Dados da atividade econômica doméstica piores do que o esperado também pesaram sobre o índice, com o IBC-Br, visto como um sinalizador do PIB, interrompendo quatro meses seguidos de expansão e registrando em maio sua primeira contração no ano, versus expectativa de estabilidade em pesquisa da Reuters. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,65%, a 135.298,99 pontos, alcançando 134.839,69 pontos na mínima e 136.186,67 pontos na máxima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$18,82 bilhões. Depois de anunciar tarifas contra a União Europeia e o México no final de semana, Donald Trump ameaçou na segunda-feira impor sanções aos compradores de petróleo russo, a menos que a Rússia aceite um acordo de paz em 50 dias, gerando novas tensões nos mercados e pressionando os preços da commodity. As pressões comerciais mais recentes de Trump refletiram nos preços do petróleo, que caíram mais de US$1 no mercado externo. Em Nova York, contudo, os índices de ações resistiram à nova rodada de ameaças do republicano e fecharam em alta, após uma abertura mista. Investidores mantiveram suas convicções diante de uma semana agitada, marcada por indicadores econômicos e pelo início da temporada norte-americana de resultados corporativos. No Brasil, a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos seguiu sob os holofotes. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará ainda nesta segunda decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade.

Reuters

Atividade econômica tem 1ª retração do ano em maio em resultado pior que o esperado, mostra BC

A atividade econômica brasileira interrompeu quatro meses seguidos de expansão e registrou em maio a primeira contração no ano, em resultado bem pior do que o esperado, mostraram dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), retraiu 0,7% em maio na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado informado pelo BC. A leitura do mês foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade, em meio a um cenário de política monetária restritiva. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,2%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,0%, de acordo com números não dessazonalizados. A abertura dos dados do BC mostrou que em maio houve grande peso da Agropecuária, com queda de 4,2% do IBC-Br do setor sobre o mês anterior. O IBC-Br da indústria também teve desempenho negativo, de 0,5%, enquanto o índice de serviços ficou estagnado. Excluindo a Agropecuária, o IBC-Br apresentou recuo de 0,3%. Dados do IBGE mostraram que em maio somente o setor de serviços apresentou ganhos, com alta de 0,1% no volume em relação ao mês anterior, mas abaixo do esperado. Já a produção industrial contraiu 0,5% e as vendas no varejo tiveram queda de 0,2%. Analistas apontam que a economia brasileira deverá registrar desaceleração gradual diante do impacto da política monetária restritiva, ainda que o mercado de trabalho robusto ajude a manter a resiliência da atividade econômica. Ainda assim, na sexta-feira o Ministério da Fazenda revisou para cima a previsão para o crescimento do país neste ano, a 2,5%, passando a ver uma desaceleração apenas marginal em 2026. No entanto, essas estimativas ainda não consideraram efeitos potenciais do aumento das tarifas sobre o Brasil pelos Estados Unidos de 10% para 50%, anunciado na semana passada pelo governo do presidente Donald Trump e que podem entrar em vigor em agosto. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,23%, indo a 1,89% em 2026. O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

Reuters 

Tarifaço de Trump e lei da UE embaralham a geopolítica do agro nacional

Mudanças no cenário externo afetam competitividade e atrapalham planejamento do setor.

Carne bovina é um setor exposto tanto à taxação dos EUA quanto à lei antidesmatamento da União Europeia

Quando se prepara para atender os requisitos da lei antidesmatamento da União Europeia, que será aplicada a partir de janeiro de 2026, o agronegócio brasileiro enfrenta outro desafio: a taxação de 50% das exportações para os Estados Unidos. A situação se agravou, e nessa “tempestade perfeita”, as exportações do agro nacional a dois de seus maiores clientes — os EUA e a UE — podem ficar inviáveis ou perder competitividade, avaliam especialistas em comércio exterior e diplomatas com experiência em negociações comerciais. Para o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), as tensões comerciais com os americanos são mais graves do que os efeitos da lei da UE e uma preocupação imediata para o Brasil. Ele observa que, na crise com os EUA, o agronegócio não é o setor mais afetado da economia brasileira. Barbosa acredita que a indústria da aviação e setores como de alumínio e aço têm mais a perder com a taxação, na venda de produtos de valor agregado ou alta tecnologia embarcada, enquanto o agro é franco exportador de commodities. “Vai ter consequência, não sabemos qual é o nível de tarifa que o Brasil vai conseguir com os EUA. Porém, mesmo que seja acima dos 10% anteriores, ainda conseguiríamos nos manter competitivos na exportação de produtos agropecuários, mas tem que negociar”, afirmou ao Valor. Ainda assim, há produtos em que a venda seria inviável, como a carne bovina, cujo preço da tonelada pode saltar cerca de US$ 3 mil, conforme projeção da Agrifatto. Café, suco de laranja e ovos também teriam os embarques gravemente prejudicados. Os EUA são um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2024, o país representou 12% das exportações e 15,5% do total das importações brasileiras. “Se o Brasil entrar em uma escalada de retaliação, como a China fez, pode sair afetado. Temos mais a perder do que ganhar”, alertou o Cicero Zanetti de Lima, pesquisador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV (FGV Agro). Cerca de 30% das exportações brasileiras aos americanos são do agronegócio (US$ 12,1 bilhões). Em contrapartida, os EUA representam 2,5% das importações agrícolas brasileiras — principalmente insumos. Lima explica que a chegada de insumos americanos mais caros ao Brasil pode significar alta no preço de alguns alimentos por aqui.

Valor Econômico

EMPRESAS

Previ zera posição em BRF; Marfrig e Molina compram

Fundo de pensão era acionista desde a década de 90

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil não quis esperar para ver o que vai dar na fusão de BRF e Marfrig. A Previ zerou a posição histórica de sua carteira na sexta-feira, apurou o Pipeline. O fundo era acionista desde a década de 90, ainda quando Perdigão, e seguiu após a fusão com Sadia em 2009. Quem segue na ponta compradora é a Marfrig e o controlador Marcos Molina. A companhia comunicou que sua posição, somada ao fundo Mams, de Molina, chegou a 58,87%. Quando a fusão foi anunciada, em maio, a Marfrig tinha 50,5% da BRF.  Minoritários da BRF, como a própria Previ, o fundo Latache e um membro da família Fontana, vêm pedindo adiamento da assembleia para discussão na CVM sobre o processo de definição da relação de troca – que consideram favorável à Marfrig. A documentação que embasou o preço foi entregue, após requerimento do regulador, com informações tarjadas – o que ensejou nova reclamação desse grupo de acionistas. Na sexta, a autarquia concedeu novo adiamento, por mais 21 dias. Em nota, a Previ confirmou a venda das ações remanescentes em BRF, “encerrando um ciclo de mais de três décadas de participação no ativo”, por entender que o preço proposto da fusão com Marfrig não atende ao melhor interesse de seus cotistas. “A decisão foi tomada em conformidade com a Política de Investimentos do plano, que orienta a realocação de ativos com base em critérios técnicos, priorizando a liquidez, a prudência e a aderência ao passivo do plano. Ou seja: o pagamento de benefícios dos associados. As ações foram negociadas por valor superior ao oferecido aos minoritários no caso de exercício do direito de recesso, se a fusão entre BRF e Marfrig se concretizar”, disse o fundo. “A Previ entende que a relação de troca proposta na fusão não reflete adequadamente o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários e, consequentemente, para os associados. Ao antecipar-se à efetivação da fusão, a Previ protege o patrimônio dos participantes e reafirma seu compromisso com decisões técnicas, fundamentadas e alinhadas aos melhores interesses do Plano 1.”

Valor Econômico 

Fusão BRF-Marfrig: CVM suspende assembleia pela segunda vez

Adiamento atende pedidos de acionistas minoritários, que questionaram a falta de informações detalhadas sobre os termos da operação

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais brasileiro, decidiu, por unanimidade, suspender e adiar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF que analisaria a incorporação da companhia pela Marfrig. A AGE estava marcada para ocorrer nesta segunda-feira, 14, no entanto, foi adiada pela segunda vez. O adiamento atendeu a pedidos de acionistas minoritários, que questionaram a falta de informações detalhadas sobre os termos da operação, especialmente em relação à relação de troca e projeções financeiras, consideradas essenciais para a avaliação do negócio. A CVM condicionou o avanço da operação à entrega de documentos complementares, o que deve atrasar o calendário inicialmente previsto, gerando incertezas sobre a concretização do acordo. A fusão entre BRF e Marfrig, que busca criar a MBRF Global Foods Company — uma das maiores empresas globais do setor de proteínas — foi anunciada em maio deste ano. Entretanto, a conclusão do processo enfrenta resistência. As companhias, inicialmente, tinham marcado para 18 de julho a assembleia geral com os acionistas. No entanto, um dia antes, a CVM adiou a reunião por 21 dias. A decisão atendeu ao pedido do acionista Alex Fontana, membro da família fundadora da Sadia. Na ocasião, Fontana alegou a insuficiência de documentos. O argumento foi aceito pela CVM. Além disso, em 7 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estabeleceu um prazo de 10 dias para que as empresas se manifestem sobre o questionamento protocolado pela Minerva, líder em exportação de carne bovina na América do Sul. A empresa alega riscos concorrenciais em caso de conclusão da operação, especialmente por conta da presença do fundo saudita Salic no capital tanto da Marfrig quanto da própria Minerva.

Encerrado o prazo, com ou sem manifestação, os autos devem retornar para nova análise do Cade.

Agro Estadão

GOVERNO

Plano Safra 25/26: tempo de vencimento de várias operações ficou mais curto

Houve corte em algumas modalidades de investimentos. O prazo mais curto está em linha com o ciclo de produção e geração de receita no campo, segundo o ministério da Fazenda

O Ministério da Fazenda aposta na redução gradativa dos prazos de reembolso dos financiamentos a juros equalizados do crédito rural para tentar aumentar a eficiência do orçamento destinado à subvenção e diminuir gastos da União, que passa por aperto fiscal. No Plano Safra 25/26, o tempo de vencimento de várias operações ficou mais curto. O custeio passou de 12 para 11 meses, e a meta da Pasta é chegar a nove meses. Houve corte em algumas modalidades de investimentos. “No passado, quando os prazos eram de oito ou nove meses, o dinheiro ia e voltava. Um Plano Safra que equalizava 100, virava 180, 150. À medida que o prazo do custeio foi ampliado e chegou a um ano ou 13 meses, há uma contratação só”, explicou Gilson Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, em conversa com jornalistas. O prazo mais curto, segundo ele, está em linha com o ciclo de produção e geração de receita no campo, o que não deve comprometer ou atrapalhar a capacidade de pagamento dos credores. “A nossa tese é, aos poucos, reduzir o prazo do custeio até chegar aos 9 meses, como era no passado”, afirmou. Segundo ele, a redução do prazo vai fazer com que o mesmo dinheiro possa ser emprestado mais de uma vez no mesmo ano-safra. “O dinheiro pode ter rodado duas vezes (…) É a famosa fábrica do dinheiro. Libero para você, você me paga, libero para o outro”, explicou. “Um mês a menos em contrato de 12 meses gera economia de 8% do custo. Se temos dois meses a menos, a economia é de 16% do custo anual com a equalização. Em um contrato com recurso obrigatório, com 10 meses em vez de 12, durante um ano é possível rodar o dinheiro duas vezes”, explicou Bittencourt. “Isso nos ajudou a reduzir o custo e vai reduzir no futuro”, completou. A mudança também faz parte de uma tentativa de simplificar o Manual do Crédito Rural (MCR). Antes, havia prazos diferentes para pequenos (Pronaf) e médios (Pronamp) produtores. Agora, os 11 meses valem para todos. Alguns contratos ainda são mais longos, como no caso da pecuária. Mesmo assim, a mudança no ciclo de criação no campo impulsionada pela expansão do mercado chinês, que só compra carne de animais com até 30 meses, também força a redução de prazos. “O ‘boi China’ forçou muito a redução. Antes, se engordava um boi em até cinco anos entre o nascimento e o abate. Hoje já tem gente produzindo, do nascimento ao abate, em dois anos”, pontuou. O prazo do financiamento para recria e engorda em sistema extensivo, ou seja, de criação a pasto, caiu de 24 meses para 20 meses. “Ainda estamos bem acima do que seria o ideal. Mas vamos devagar. São quatro meses a menos e 20% a menos de custo. São 20% a mais que o dinheiro no interior vai começar a rodar”, exemplificou. Na opinião de três bancos ouvidos pela reportagem, as alterações não vão gerar problemas operacionais na liberação dos financiamentos.

Globo Rural

INTERNACIONAL

Carne bovina: Cota Hilton rende US$ 350 milhões aos exportadores argentinos

Cortes de alta qualidade: Argentina tem uma participação de 44% no total da cota oferecida pela UE; Brasil responde por 15%

A Argentina utilizou integralmente a Cota Hilton para o ciclo 2024/2025, exportando um total de 29.350,4 toneladas para o mercado da União Europeia (EU), informou o jornal Clarin. A Cota Hilton é uma cota tarifária concedida pela UE para importações de carne bovina desossada de alta qualidade e alto valor. A Argentina é a principal favorecida, com 44% da cota global, à frente dos Estados Unidos e Canadá (17%), Brasil (15%), Austrália (11%), Uruguai (10%), Nova Zelândia (2%) e Paraguai (1%). A cota, que encerrou em 30 de junho/25, contemplava um volume autorizado aos exportadores argentinos de 29.389 toneladas, segundo o Ministério da Agricultura. Considerando a cota do Reino Unido, que foi cortada após o Brexit, as exportações argentinas atingiram 29.461,4 toneladas de uma cota total de 29.500 toneladas. Segundo o jornal argentino, os principais destinos da carne bovina de alta qualidade foram Alemanha e Holanda, seguidos por Itália, Espanha, Grécia e Portugal, refletindo a consolidação desses mercados como parceiros estratégicos para a cadeia de exportação do setor no país. Em receita, diz o Clarín, os embarques dentro da Cota Hilton somaram aproximadamente US$ 350 milhões, com preços médios chegando a US$ 18.000/tonelada. A cota para o ciclo 2025/2026 foi iniciada em 1º de julho, contemplando 69 empresas, entre frigoríficos e grupos de produtores-exportadores, informa o Clarín. Até o momento, a Argentina já executou 8,5% do total da nova cota, com preços médios em torno de US$ 18.000 por tonelada, confirmando o posicionamento da carne bovina argentina nos segmentos premium do mercado europeu.

Jornal Clarín

FRANGOS & SUÍNOS

Queda na exportação de carne suína na primeira semana de julho

A carne de suína registrou ligeiro retrocesso na exportação em comparação a julho de 2024

Transcorridos nove dos 23 dias úteis de julho corrente, os embarques médios diários de carne suína foram inferiores a 4.500 toneladas/dia (5.183 toneladas/dia há um ano) registrando retração próxima de 13,5%. Neste caso, sofre menos a carne suína graças ao fato de seu preço médio continuar registrando evolução positiva – aumento de mais de 10% em comparação ao preço de um ano atrás. Mesmo isso, porém, não impede que sua receita apresente ligeira queda – 4,5% a menos que em julho/24.

SECEX/MDIC

Embarques de carne de frango de julho continuam patinando

Na segunda semana de julho (6 a 12, cinco dias úteis) os embarques de carne de frango in natura permaneceram nos mesmos níveis da semana anterior, somando não mais que 75 mil toneladas.

A diferença é que a marca anterior, também de 75 mil toneladas, foi alcançada em quatro dias – o que significa que, de uma semana para outra o volume exportado recuou 20%. Três meses atrás, em idêntico período (9 dias úteis) ultrapassaram as 210 mil toneladas. Agora, no mesmo espaço de tempo, estão restritos a pouco mais de 150 mil toneladas, resultado que sinaliza para a totalidade do mês volume não muito além das 380 mil toneladas, cerca de 12% a menos que as pouco mais de 436,6 mil toneladas de julho de 2024. Nos quatro primeiros meses deste ano os embarques diários de carne de frango ficaram próximos das 21.500 toneladas. De maio para cá ficaram restritos a pouco mais de 16.500 toneladas diárias, o que sugere pelo menos 200 mil toneladas a menos desde o autoembargo declarado na virada da primeira para a segunda quinzena de maio passado. Naturalmente, a qualquer momento isso vai fazer falta no mercado internacional, dependente em mais de um terço do abastecimento brasileiro. Então, deve ser desencadeada a reversão ora aguardada. Mas pode demorar algum tempo até que isso aconteça, talvez não antes de agosto. Mesmo alcançado o volume projetado, o acumulado nos sete primeiros meses de 2025 deve continuar aquém dos 2,8 milhões de toneladas, permanecendo mais de 2% aquém dos cerca de 2,850 milhões de toneladas alcançadas entre janeiro e julho de 2024.

SECEX/MDIC 

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA

041 3289 7122

041 996978868

 

abrafrigo

Leave Comment