
Ano 11 | nº 2506 | 11 de julho de 2025
NOTÍCIAS
Incertezas marcam o mercado do boi gordo nas praças paulistas
Após o feriado de quarta no estado de São Paulo e o anúncio das tarifas comerciais gerais pelo presidente norte-americano em 50,0% contra o Brasil, o mercado abriu a quinta-feira na retranca.
Após o feriado de ontem no estado de São Paulo e o anúncio das tarifas comerciais gerais pelo presidente norte-americano em 50,0% contra o Brasil, o mercado abriu esta quinta-feira na retranca. A grande parcela da indústria exportadora do estado tinha saído das compras e, se não saiu, estava prestes a sair, independentemente se exporta seus produtos aos Estados Unidos da América ou não. Além disso, compradores voltados ao mercado interno também buscaram se retirar do mercado, embora com um ímpeto menor. Uma pequena parte dos compradores permaneceu nas compras e buscou alongar as escalas, aproveitando a ausência dos concorrentes. As escalas mais confortáveis dos últimos dias forneceu base para que as indústrias pudessem se retirar das compras de forma tranquila. A percepção geral do setor era de preocupação. Independentemente, negócios esporádicos ocorreram durante essa manhã, durante o feriado e durante o começo da semana, onde a oferta foi maior do que a demanda e, dessa forma, a percepção geral do setor é de preocupação”, ressaltam os analistas da Scot, que identificaram queda de R$ 1/@ nos preços do boi “comum” e do “boi-China” em São Paulo, que fecharam a quinta-feira (10/7) valendo R$ 308@ e R$ 314/@, respectivamente, no prazo (valores brutos). Por sua vez, as fêmeas terminadas sofreram recuo diário de R$ 2/@, e são negociadas nas praças paulistas por R$ 278/@ (vaca) e R$ 293/@ (novilha). Nas regiões de Dourados e Três Lagoas, em MS, no estado, o mercado tem andado de forma lenta. A oferta de bovinos aumentou nos últimos dias, o que pressionou a cotação em algumas regiões. As incertezas geradas em São Paulo também se repercutiram para o estado, onde compradores estão, em grande parte, fora das compras. Na região de Três Lagoas, o preço do boi gordo caiu R$3,00/@. Para as fêmeas, a cotação ficou estável. As escalas de abate estão, em média, para nove dias. Na região de Dourados, os preços se mantiveram estáveis. As escalas de abate estão, em média, para seis dias.
Scot Consultoria
Cotações do boi gordo: taxação dos EUA mexe com o mercado
Analista destaca que Brasil pode perder competitividade nas exportações de carne bovina em relação a Austrália, Argentina e Uruguai
O mercado físico do boi gordo vai sofrendo os impactos da imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias sinaliza que, durante o dia, diversos frigoríficos passaram a se ausentar da compra de gado por conta da “turbulência” causada pelo anúncio de taxa de 50% aos produtos brasileiros exportados aos norte-americanos. “O mercado futuro também apresentou intenso movimento de queda, considerando a relevância dos Estados Unidos, que em 2025 respondem por aproximadamente 15% das exportações brasileiras. Diante do aumento da tarifação o Brasil perde competitividade em relação a Austrália, Argentina e Uruguai, e se não houver mudanças até o final do mês a expectativa é de perda de participação no mercado norte-americano”, disse. Cotação média do boi gordo: São Paulo: R$ 305. Goiás: R$ 286,43. Minas Gerais: R$ 293,53. Mato Grosso do Sul: R$ 309,32. Mato Grosso: R$ 311,28. O mercado atacadista se depara com preços mistos. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios sugere por algum espaço para reajustes no decorrer da primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo. “Entretanto, vale destacar que a carne de frango ganhou grande competitividade em relação às concorrentes, em especial na comparação com a carne bovina”, pontuou. O quarto traseiro foi precificado a R$ 22,50 por quilo, queda de R$ 0,50; o quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 18,75 por quilo; e a ponta de agulha foi precificada a R$ 18,50 por quilo, alta de R$ 0,25.
Agência Safras
Taxação contra o Brasil inviabiliza exportação de carne aos EUA, diz Acrimat
Preço da tonelada de carne exportada pelo Brasil iria para cerca de US$ 8.600. Tarifa retira a carne brasileira da concorrência para o mercado norte-americano
A nova taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocaria o preço da tonelada de carne exportada pelo Brasil em cerca de US$ 8.600, “inviabilizando qualquer comercialização para o mercado americano”, disse o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, em nota. A entidade ressaltou que tem enorme preocupação com a medida, pois a tarifa retira o produto brasileiro da concorrência para esse mercado tão importante para o setor de carne bovina como os EUA.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar sobe após Trump tarifar o Brasil, mas perde força e se acomoda abaixo de R$5,55
O dólar subiu ante o real na quinta-feira após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de agosto, mas a divisa encerrou longe da cotação máxima do dia e abaixo de R$5,55, indicando certa acomodação depois do impacto inicial.
A moeda norte-americana à vista fechou com alta de 0,69%, aos R$5,5416. No ano, a divisa acumula baixa de 10,32%. Às 17h03, na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,71% em um claro sinal de acomodação, aos R$5,5715. Na quinta-feira, o dólar à vista – que na véspera havia encerrado antes do anúncio de Trump – disparou na abertura, ajustando-se ao novo cenário. Às 9h07, a moeda norte-americana à vista marcou a cotação máxima de R$5,6229 (+2,17%). Passado este primeiro impacto, ainda durante a manhã o dólar à vista perdeu força e a moeda para agosto se firmou em baixa, em movimento que ocorreu em sintonia com a acomodação das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e do Ibovespa. Profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que, além das dúvidas sobre a cobrança de fato de tarifa de 50% a partir de 1º de agosto sobre os produtos brasileiros, o impacto sobre a atividade e a inflação no Brasil é pouco claro. Um deles pontuou que a principal justificativa dada por Trump para a tarifação — o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) — foi política, e não econômica, o que demonstra o quanto o cenário é nebuloso. Após a máxima do início do dia, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$5,5247 (+0,38%) às 10h46, para depois encerrar pouco abaixo dos R$5,55, em uma sessão bastante volátil. No exterior, o dólar também sustentava ganhos ante boa parte das demais divisas no fim da tarde. Às 17h11 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,23%, a 97,604.
Reuters
Ibovespa tem queda modesta com efeito de nova tarifa dos EUA concentrado em algumas ações
No setor de proteínas, MINERVA ON caiu 1,28%, reduzindo o declínio visto mais cedo (-9,5%). A companhia estimou um impacto potencial máximo ao redor de 5% de sua receita líquida, com base nos embarques brasileiros sujeitos à nova política de tarifas anunciada pelos EUA. No setor, MARFRIG ON subiu 6,38% e JBS, listada nos EUA, ganhou 0,91%. Na visão do Goldman Sachs, as empresas de carne bovina podem ter efeito leve da nova tarifa, com a Minerva sofrendo relativamente mais.
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, mas distante da mínima, conforme o efeito do anúncio de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil concentrou-se em alguns papéis, como Embraer, enquanto Vale teve desempenho robusto, atuando como contrapeso positivo. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com declínio de 0,54%, a 136.743,26 pontos, após chegar a 136.014,47 pontos na mínima do dia (-1,07%). Na máxima, marcou 137.471,88 pontos (-0,01%). O volume financeiro somou R$26,3 bilhões. Após o fechamento do pregão na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil para aquele país a partir de 1º de agosto, separada de todas as tarifas setoriais existentes — caso do aço e do alumínio, por exemplo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu governo primeiro buscará negociar com os EUA, mas alertou que adotará a reciprocidade caso essas conversas não deem frutos. Entre estrategistas, a avaliação é de que a medida tem um impacto direto limitado na economia e no mercado de ações, embora possa afetar de forma mais acentuada algumas empresas e ter reflexos indiretos na taxa de câmbio e na inflação, além de adicionar incertezas e volatilidade aos negócios. “Embora as tarifas unilaterais dos EUA sobre o Brasil não sejam totalmente irrelevantes, seu impacto macroeconômico seria modesto”, avaliou o economista-chefe da gestora ARX, Gabriel Barros, citando que o perfil de exportação do país, centrado em commodities com demanda global, oferece uma valiosa proteção. “Quando combinado com uma resposta coordenada de política econômica, o Brasil está bem-posicionado para neutralizar efeitos adversos e preservar a estabilidade econômica, mesmo em um cenário de aumento do protecionismo comercial global”, afirmou Barros. No mesmo sentido, estrategistas do Santander chefiados por Aline Cardoso afirmaram em relatório enviado a clientes que, a menos que a situação se agrave ainda mais, não antecipam um impacto relevante sobre as ações brasileiras, com exceção de algumas empresas específicas.
Reuters
Alimentos recuam em junho, mas BC descumpre meta para IPCA
Os preços dos alimentos recuaram em junho e compensaram o impacto da energia elétrica na inflação, mas ainda assim a taxa em 12 meses permaneceu acima de 5% e levou o Banco Central a descumprir a meta contínua adotada neste ano mesmo em meio a uma política monetária restritiva.
Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,24%, depois de subir 0,26% em maio, mostraram os resultados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a taxa acumulada em 12 meses passou a subir 5,35%, de 5,32% em maio, permanecendo acima da meta contínua — 3,0% medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos — em todos os meses de 2025. O Brasil adotou a meta contínua de inflação a partir deste ano, prevendo que o Banco Central deverá se explicar ao governo se o alvo for descumprido por seis meses consecutivos. A autoridade monetária divulga carta aberta ao presidente do Conselho Monetário Nacional às 18h. Os resultados do IPCA de junho ficaram um pouco acima das expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,20% na comparação mensal e de 5,32% em 12 meses. Depois de provocar preocupações no início do ano, os preços do grupo Alimentação e Bebida, com forte impacto no bolso das famílias, recuaram 0,18%, marcando a primeira queda em nove meses, depois de alta de 0,17% no mês anterior A alimentação no domicílio caiu 0,43% em junho, com quedas nos preços de ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Já a alta da alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46%. Por outro lado, os custos da energia elétrica residencial dispararam 2,96% no mês uma vez que as contas de luz tiveram bandeira tarifária vermelha patamar 1 no mês de junho, o que implica cobrança adicional de R$4,46 a cada 100 kW/h consumidos. Essa bandeira seguirá em julho, decidiu a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Com alta de 6,93% no primeiro semestre do ano, a energia elétrica residencial tem pesado no bolso das famílias. Esta variação é a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi de 8,02%”, destacou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE. Com isso, o Grupo Habitação passou a mostrar avanço de 0,99% nos preços, embora tenha desacelerado ante a taxa de 1,19% de maio. A alta de 0,27% do grupo dos Transportes, após recuo de 0,37% em maio, também pesou no resultado do IPCA. Mesmo com a queda de 0,42% dos combustíveis, as altas de 13,77% no transporte por aplicativo e de 1,03% no conserto de automóvel impulsionaram a alta. Já a passagem aérea registrou avanço de 0,80% em junho, depois de queda de 11,31% em maio. A inflação de serviços segue como ponto de atenção, dada a resiliência do mercado de trabalho no Brasil e a renda elevada. Em junho, a inflação de serviços chegou a 0,40%, de 0,18% no mês anterior. Contribuíram para esse resultado os avanços da passagem aérea e do transporte por aplicativo, além da alimentação fora do domicílio. O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, teve em junho queda a 54%, de 60% antes. Entre os alimentícios, o índice caiu de 60% para 46% e entre os não alimentícios, manteve-se a taxa de 60%.
Reuters
Safra de grãos 2024/25 deve atingir 339,6 milhões de toneladas, diz Conab
Volume representa um crescimento de 14,2% em relação à temporada anterior. Produtividade média da soja deve ser recorde, estimada em 3.560 kg/ha
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltou a elevar sua estimativa para a produção brasileira de grãos em 2024/25, desta vez em 1,1%, para 339,6 milhões de toneladas. Em seu 10º levantamento sobre a temporada, a autarquia considera que o clima favorável, ampliação da área plantada, maior investimento tecnológico e estímulo por políticas públicas foram responsáveis por esse aumento. Em relação à temporada 2023/24, esse volume representa um crescimento de 14,2% ou 42,2 milhões de toneladas. A área cultivada no país totaliza 81,8 milhões de hectares, segundo a Conab, crescimento de 2,3% na comparação entre as safras. O aumento é puxado principalmente pela soja, cuja área cresceu 3,2% (1,5 milhão de hectares), seguida pelo milho com 2,4% (507,8 mil hectares) e pelo arroz, que apresentou incremento de 140,8 mil hectares. “Embora o plantio das culturas de inverno tenha sido prejudicado por excesso de chuvas na Região Sul, os demais cultivos avançam satisfatoriamente nas diversas etapas do ciclo”, diz o relatório. Segundo os cálculos da autarquia, a soja deve alcançar produção recorde de 169,5 milhões de toneladas, avanço de 14,7% em relação à safra passada. A produtividade média também deve ser recorde, estimada em 3.560 kg/ha, com destaque para Goiás, onde atingiu 4.122 kg/ha. Já o milho, somando as três safras, tem produção prevista de 132 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 14,3%. A primeira safra já está quase toda colhida, enquanto a segunda safra segue em processo de amadurecimento. Atualmente, 27,7% das plantações já foram colhidas, enquanto 65% ainda estão na fase de maturação. O arroz, com colheita encerrada, apresenta recuperação, com 12,3 milhões de toneladas, alta de 16,5%. O aumento na área semeada e o bom desempenho climático, sobretudo no Rio Grande do Sul, explicam o resultado. No caso do feijão, a produção total estimada é de 3,15 milhões de toneladas, 1,3% inferior ao ciclo anterior, mas com bom desempenho na primeira safra, que cresceu 12,8%. As lavouras da segunda safra seguem em maturação e colheita, e a terceira está em desenvolvimento. O algodão tem produção prevista em 3,9 milhões de toneladas de pluma, com 7,3% da área já colhida e 78,9% em maturação. O crescimento de 6,4% na produção reflete o aumento de 7,2% na área cultivada. Mato Grosso lidera com quase 70% do total nacional, seguido pela Bahia com pouco mais de 20%. Já o trigo, ainda em plantio em boa parte dos Estados do Sul, registra redução de 16,5% na área e expectativa de produção de 7,8 milhões de toneladas. A maior parte das lavouras está entre emergência e desenvolvimento vegetativo, mas já há áreas colhidas no Centro-Oeste e Sudeste, diz a Conab.
Globo Rural
MEIO AMBIENTE
Parlamento Europeu aprova moção contra a classificação de risco da EUDR
Parlamentares tentam pressionar Comissão Europeia a mudar a metodologia usada na lei antidesmatamento
O Parlamento Europeu aprovou na quarta-feira (9/7) uma moção de objeção pedindo a revogação da classificação de risco de países no âmbito da lei antidesmatamento, a EUDR. Dos 688 eurodeputados, 373 consideram que a Regulamentação de Implementação 2025/1093, publicada em maio pela Comissão Europeia, extrapola seus poderes e se baseia em dados desatualizados, com falhas metodológicas e falta de transparência. Votaram contra a moção 289 deputados. Houve 26 abstenções sobre o assunto na sessão da quarta-feira, que aconteceu em Bruxelas, na sede do Parlamento Europeu. A classificação de risco aprovada até agora está dividida em três parâmetros: alto risco, risco médio ou padrão e baixo risco. Essa categorização é usada para determinar o nível de due diligence exigido dos operadores que importam commodities para o mercado europeu. A resolução exige que a Comissão elabore um novo sistema de classificação que leve em conta dados mais recentes, diferenças regionais e avanços na governança florestal, além de prever mecanismos claros de revisão. Embora não tenha força legal como um regulamento, é uma posição política formal do órgão que ajuda a pressionar a Comissão Europeia — neste caso, para rever e até revogar a regulamentação de implementação da EUDR referente à classificação de risco dos países exportadores. A brasileira Vivian Ribeiro, chefe de consultoria e P&D na Meridia, que oferecer serviços de adaptação à EUDR, contou à reportagem que a votação da moção foi rápida e simples e não foi um resultado inesperado, pois existia uma pendência do Parlamento em se manifestar sobre a classificação de risco. Nas redes sociais, Glauco Bertoldo, adido agrícola na Missão Brasileira junto à União Europeia, destacou trechos da moção, como a crítica a metodologia de classificação por não “refletir com precisão as realidades atuais dos países” e o fato de países como Estados Unidos terem alto índice de desmatamento, mas ficarem classificados na categoria “baixo risco”. A metodologia usada para essa classificação foi duramente criticada por eurodeputados, ONGs e países produtores, inclusive o Brasil, por usar dados desatualizados, falta de transparência, generalizações nacionais e falhas metodológicas. A classificação entrará em vigor junto com a norma completa, a partir de 1 de janeiro de 2026. O Brasil se enquadra na segunda categoria, de médio risco. Até a data de vigência, países produtores que exportam à Europa precisam se ajustar às regras, que exigem comprovações de origem e rastreabilidade para que commodities, como carnes, café, soja, entrem no território do bloco com a garantia de que não são de áreas desmatadas. “É importante dizer que isso não significa um cancelamento da classificação de risco, pois não existe esse efeito dentro do Parlamento que força a Comissão retirar. Contudo, a Comissão precisa entender com os eurodeputados um alinhamento possível para avançar com a legislação”, lembrou a especialista Vivian Ribeiro. A aprovação da moção acontece dois dias depois da publicação de uma carta assinada por 18 países-membros da União Europeia assinaram uma carta pedindo novo adiamento da EUDR e que sejam eliminadas as exigências excessivas e redundantes de due diligence em países onde a expansão agrícola não está provocando redução significativa da área florestal. Entre os signatários estão Itália, Portugal e Suécia.
Valor Econômico
EMPRESAS
Minerva prevê impacto de 5% na receita líquida com taxação dos EUA
Nos últimos 12 meses, a exposição consolidada da empresa ao mercado norte-americano foi de aproximadamente 16% da receita. Minerva também acessa o mercado americano por meio das unidades da empresa na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália
A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, estimou na quinta-feira (10/7) que a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil tem potencial impacto de, no máximo, 5% para a receita líquida da companhia, conforme comunicado ao mercado. Isso porque, além das operações brasileiras, a Minerva também acessa o mercado americano por meio das unidades da empresa na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália, “o que permite à companhia a maximizar sua capacidade de arbitrar os mercados, reduzindo riscos, alavancando oportunidades e respondendo com eficiência a mudanças de cenário como essa”, ressaltou. Considerando os resultados dos últimos 12 meses, a exposição consolidada da empresa ao mercado norte-americano foi de aproximadamente 16% da receita, com o Brasil representando cerca de 30% dessa exposição. “Desse modo, as exportações brasileiras e sujeitas a nova política tributária, apresentam impacto potencial máximo ao redor de 5% da receita líquida”, afirmou a Minerva.
Globo Rural
INTERNACIONAL
Exportações de carnes do Uruguai encerraram o semestre com crescimento espetacular e despontam para um recorde
As entradas de divisas no Uruguai provenientes das exportações de todas as carnes mostraram um aumento no semestre inicial de 2025 em relação ao que ocorreu de janeiro a junho de 2024, informou nesta semana o Instituto Nacional de Carnes (INAC)
No acumulado do ano até 28 de junho, foram obtidos US$ 1.498,8 milhões, um aumento de 19,9%, sempre considerando todas as carnes. Se o ritmo das exportações — em volume e valores — se mantiver, estabelecer-se-á um recorde ao final do ano em curso. Observando especificamente a carne bovina (que representa a esmagadora maioria do que a agroindústria da carne exporta), ela continua sendo um dos produtos do setor de agronegócios mais relevantes entre os geradores de bens exportáveis. Em seguida, em importância, vêm celulose, soja, lácteos, subprodutos cárneos, madeira e produtos madeireiros e trigo — todos no top 10 de bens colocados em mercados externos, dos quais oito são bens do setor agro. Com dados da Uruguay XXI encerrados em junho, no acumulado de 2025 as exportações de carne bovina cresceram 31% em relação ao primeiro semestre do ano passado. De janeiro a junho, embarcaram-se (considerando todos os produtos e destinos) 329.375 toneladas (peso embarque) de carnes, 4,2% a menos que no mesmo período de 2024. Alcançou-se um preço médio anual acumulado de US$ 4.550 por tonelada, sempre somando todos os produtos cárneos, com um aumento de 25,1%. Principais mercados (todas as carnes): EUA + Canadá + México: 36% (US$ 537,6 milhões) — alta de 54,5%. China: 27% (US$ 409,7 milhões) — queda de 1,9%. União Europeia: 19% (US$ 287,5 milhões) — alta de 57,7%. Israel: 4% (US$ 52,5 milhões) — queda de 8,6%. Mercosul: 3% (US$ 49,5 milhões) — queda de 30,5%. Considerando exclusivamente as exportações de carne bovina (que representam 83,5% do total de divisas obtidas com todas as carnes), as receitas subiram 22,5% de 2024 para 2025 (sempre no semestre inicial), atingindo US$ 1.215,5 milhões. Em volume, peso carcaça nesse caso, exportou-se 3,1% a mais, alcançando 259.128 toneladas. O valor médio da carne bovina exportada em janeiro-junho de 2025 foi de US$ 4.830 por tonelada, uma alta de 18,9% em relação ao mesmo período de 2024. EUA, Canadá e México: respondem por 39% das receitas, com US$ 501,9 milhões (+57,1%) e 102.771 toneladas peso carcaça (+28,4%). China: 24% — US$ 303,4 milhões (-7,2%) e 84.717 toneladas (-14,7%). União Europeia: 20% — US$ 258,1 milhões (+54,4%) e 34.033 toneladas (+42,8%). Israel: 4% — US$ 51 milhões (-8,9%) e 8.065 toneladas (-33,7%). Mercosul: 3% — US$ 42,4 milhões (-34,6%) e 5.633 toneladas (-32,3%).
El Observador
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos/Cepea: Exportação tem desempenho recorde no 1º semestre
Tanto o volume de carne suína exportada pelo Brasil quanto a receita adquirida com as vendas externas foram recordes no primeiro semestre de 2025
Segundo dados da Secex, de janeiro a junho, as vendas externas somaram 713,4 mil toneladas, sendo 17,5% acima da quantidade escoada no primeiro semestre de 2024. Em relação à receita arrecadada pelas exportações, nos seis primeiros meses de 2025, totalizou R$ 9,82 bilhões, sendo expressivos 49% acima do montante registrado no mesmo período de 2024. Segundo pesquisadores do Cepea, esse excelente desempenho dos embarques brasileiros da carne esteve atrelado ao forte aumento na demanda de importantes parceiros, especialmente os do mercado asiático: Japão, China e Filipinas. Os embarques à Angola e à Libéria também vêm registrando avanços.
Cepea
Queda no preço do suíno marca início de julho no mercado independente
De acordo com o Analista de Mercado da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado vem apresentando preços acomodados e lateralizados desde a segunda quinzena de junho. “Iniciamos a primeira quinzena com expectativa de recuperação de preços tanto para o vivo quanto para o atacado”, destacou.
O analista afirmou que o destaque do ano para o setor são as exportações, que estão registrando recordes. “O desempenho das exportações tem sido fantástico e estamos vendo um crescimento muito importante em termos de receita e volume embarcado, isso faz toda a diferença para o setor”, argumentou. De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo teve queda de 2,45% e está em R$ 8,75/kg, sendo que na semana passada estava em R$ 08,97/kg vivo. No mercado mineiro, o valor do animal também apresentou desvalorização de 3,53% em que passou de R$ 08,50/kg vivo visto na semana anterior para R$ 8,20/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou queda de 1,21% na semana, em que os preços passaram de R$ 8,25/kg para R$ 8,15/kg. No Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 03/07/2025 a 09/07/2025), o Indicador do Preço do Kg vivo do Suíno LAPESUI/UFPR teve alta de 3,70%, fechando a semana em R$ 8,25. No comparativo mensal das médias semanais, o preço do kg/vivo do suíno no Paraná apresentou alta de 2,60% em relação à semana do dia 11/06/2025.
APCS / Asemg / ACCS /LAPESUI/UFPR
Frango: bom desempenho no 1º trimestre, minimizou perdas nas exportações do 2º trimestre
Conforme a SECEX/MDIC e abrangendo as exportações dos quatro principais itens de carne de frango – frango inteiro, seus diferentes cortes e, inclusive, a carne mecanicamente separada (CMS), os industrializados e a carne de frango salgada – e com o mercado parcialmente embargado ao produto brasileiro, o volume exportado em junho recuou mais de 20%, ficando limitado a menos de 330 mil toneladas.
Como, porém, o fraco desempenho vem desde abril (ou seja, antes da ocorrência do caso de IAAP na avicultura comercial), todo o segundo trimestre do ano acabou prejudicado, contrastando com o trimestre inicial de 2025. Assim, frente a um aumento anual de 13,5% no 1º trimestre, veio a queda anual superior a 12% no 2º semestre. Todavia, graças aos bons desempenhos do 1º trimestre de 2025 e, ainda, do trimestre setembro/novembro de 2024, o volume exportado nos últimos 12 meses mantém evolução, com incremento de 3,5% em relação a idêntico período anterior. Com os embargos gerando excedentes no mercado externo, os preços obtidos sofreram retração e, como resultado, a receita cambial de junho teve recuo em relação ao mesmo mês do ano anterior. A retração foi superior a 20%, resultando no mais fraco em mais de 24 meses. Graças aos resultados positivos do 1º semestre de 2025 e dos quatro últimos meses de 2024, a receita acumulada em 12 meses permaneceu mais de 9% acima da arrecadada em igual período anterior. No acumulado de 2025 (1º semestre), o resultado ainda é positivo, mas o aumento cai para menos de 5%.
SECEX/MDIC
México retoma compra de carne de aves do Rio Grande do Sul
Há um mês, mexicanos anunciaram a volta das importações do restante do Brasil. Comércio estava suspenso devido à gripe aviária
O México decidiu reabrir seu mercado para as exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul. A medida foi articulada pela comitiva do Ministério da Agricultura, que esteve no país da América do Norte nesta semana, lideradas pelos secretários de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, e de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart. A confirmação da reabertura foi oficializada nesta quinta-feira (10/7) em carta encaminhada pelas autoridades mexicanas ao governo brasileiro. Em 17 de maio, o México suspendeu as compras de carnes de aves de todo o Brasil em função da detecção do caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS). Há um mês, após o encerramento do foco, os mexicanos reduziram o embargo ao Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o secretário Luis Rua, a reabertura significa uma grande oportunidade para as exportações de carne de peru e frango das empresas gaúchas. O México é o oitavo principal importador das carnes de aves do Brasil. Entre janeiro e maio deste ano, os mexicanos importaram 86,8 mil toneladas de carne de frango do Brasil, número que superou em 44,8% as 59,9 mil toneladas registradas no ano passado, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita dos embarques no período alcançou US$ 208,7 milhões, saldo 43,7% maior em relação aos cinco primeiros meses de 2024. Com a saída do México, os países que mantêm restrições ao Rio Grande do Sul são Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bahrein, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Kuwait, Namíbia, Omã, Quirguistão, Reino Unido, Rússia, Tajiquistão, Turquia e Ucrânia. O México também anunciou a abertura de mercado para aperitivos mastigáveis para pets produzidos no Brasil.
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