Ano 11 | nº 2490 | 18 de junho de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: cotações estáveis em São Paulo
Embora, em parte do estado, a oferta de bovinos tenha aumentado, os preços se mantiveram sustentados pela demanda dos frigoríficos em São Paulo. Na terça-feira, não houve alteração na cotação de nenhuma categoria. As escalas de abate atendiam, em média, a nove dias.
No Pará, regiões de Marabá e Redenção, no estado, com a oferta de boiada contida e boa demanda por parte dos frigoríficos, os preços subiram na última terça-feira. Na região de Marabá, a alta foi de R$ 3,00/@ para o boi gordo e de R$ 2,00/@ para a vaca e a novilha. Na região de Redenção, a cotação do boi gordo subiu R$ 5,00/@. Para a vaca, a alta foi de R$ 2,00/@, enquanto a cotação da novilha permaneceu estável. No Rio de Janeiro, no estado, o mercado segue firme. As chuvas recentes têm proporcionado sustentação aos pastos, o que tem permitido aos pecuaristas aguardarem por melhores ofertas para negociar. Desta forma, a cotação do boi gordo subiu R$ 3,00/@, a da vaca R$ 2,00/@ e a da novilha R$ 5,00/@. Na exportação de carne bovina in natura, o volume acumulado mensal exportado na segunda semana de junho foi de 117,2 mil toneladas. A média diária ficou em 11,7 mil toneladas, representando um aumento de 21,8% em relação ao embarcado por dia em junho do ano passado. A cotação média da tonelada foi de US$ 5,4 mil, alta de 21,2% em comparação com o mesmo período de 2024.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo: cotações mais baixas e avanços na escala de abate
Preço caiu em São Paulo e Minas Gerais após altas sucessivas. Quanto à demanda, exportações caminham para novo recorde
O mercado físico do boi gordo registrou preços mais baixos ao longo desta terça-feira (17). Em algumas regiões do país, os frigoríficos sinalizam para avanços em suas escalas de abate após a recente elevação dos preços da arroba, caso de São Paulo e Minas Gerais. “Já em estados como Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins e Goiás persiste o movimento de alta, ainda com escalas de abate encurtadas”, diz o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, quando se observa o perfil da demanda, é relevante mencionar que as exportações ainda são bastante representativas em 2025, com expectativa de mais um recorde, tanto em volume quanto em arrecadação. Média da arroba do boi gordo: São Paulo: R$ 321 — ontem: R$ 322,25. Goiás: R$ 305,36 — na segunda: R$ 304,29. Minas Gerais: R$ 301,76 — anteriormente: R$ 311,76. Mato Grosso do Sul: R$ 320,68 — ontem: R$ 318,64. Mato Grosso: R$ 316,55 — na segunda: R$ 316,96. O mercado atacadista ainda se depara com acomodação em seus preços. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere por menor espaço para reajustes durante a segunda quinzena do mês, período pautado por menor apelo ao consumo. “Além disso, o mercado segue atento às condições das proteínas concorrentes”, ressalta. O quarto traseiro segue no patamar de R$ 24,50 por quilo, o dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo e a ponta de agulha é precificada a R$ 18,50 por quilo.
Agência Safras
ECONOMIA
Dólar tem leve alta com exterior, mas segue abaixo dos R$5,50
O dólar fechou a terça-feira em leve alta no Brasil, mas ainda abaixo dos R$5,50, em meio aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio e à expectativa antes das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, na “superquarta”.
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,18%, aos R$5,4972. No ano a divisa acumula baixa de 11,03%. Às 17h26 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,21%, aos R$5,5110. Pela manhã o dólar oscilou em margens estreitas, entre altas e baixas, ao sabor das notícias sobre o conflito no Oriente Médio. No começo da tarde houve um fortalecimento mais perceptível do dólar ante o real, que saiu do território negativo e passou a registrar altas leves. Entre as principais notícias, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu uma “rendição incondicional” do Irã e disse que o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, não seria morto “pelo menos por enquanto”. Já Israel atingiu dezenas de alvos ligados aos programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã e lançou uma guerra cibernética maciça sobre o país. O Irã seguia com ataques aéreos contra Israel. A moeda norte-americana, no entanto, não tinha fôlego para intensificar o movimento nem para um lado nem para outro, em função da cautela dos investidores antes da superquarta, quando o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidem suas taxas de juros. Enquanto os Fed Funds precificavam na terça-feira quase 100% de probabilidade de manutenção dos juros nos EUA na faixa de 4,25% a 4,50%, os ativos no Brasil seguiam demonstrando uma divisão sobre o que o BC fará com a Selic, hoje em 14,75% ao ano. A precificação no mercado brasileiro mostrava cerca de 60% de probabilidade de elevação de 25 pontos-base da taxa básica, contra cerca de 40% de chances de manutenção. Entre os agentes do mercado, a leitura é de que um aumento adicional de 25 pontos-base tornaria o Brasil ainda mais atrativo ao capital internacional, o que em tese pode gerar uma pressão de baixa para o dólar na quinta-feira — caso o cenário externo esteja calmo. No fim da tarde da terça-feira, o cenário externo era de alta do dólar ante a maioria das demais divisas, com investidores em busca da segurança da moeda norte-americana em função do conflito no Oriente Médio.
Reuters
Ibovespa se afasta dos 140 mil pontos e espelha recuo visto em NY, na véspera da decisão do Copom
O movimento de forte correção dos papéis da Vale ampliou as perdas da principal referência acionária local
A intensificação do risco geopolítico com a escalada das tensões entre Israel e Irã contaminou o humor dos mercados acionários e afetou em cheio o Ibovespa, que encerrou em queda de 0,30%, aos 138.840 pontos, oscilando entre os 138.293 pontos e os 139.497 pontos. O movimento de forte correção dos papéis da Vale ampliou as perdas do Ibovespa, ao passo que a subida das ações da Petrobras e o recuo dos juros futuros mais longos atuaram na ponta contrária, ajudando a reduzir um pouco os danos. Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidirá o novo nível da taxa básica de juros. A maior parte do mercado espera um ajuste para cima de 0,25 ponto, para 15% ao ano, segundo o mercado de opções digitais do Copom. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, voltou a endurecer a retórica sobre o conflito entre Israel e Irã. O líder republicano abandonou a reunião do G7 e minimizou a chance de um acordo no prazo entre autoridades israelenses e iranianas. Em meio ao risco de que o conflito entre Israel e Irã continue a escalar, o gestor de renda variável e moedas da Asset 1, Pedro Carneiro, diz que o mercado está apreensivo com a chance de que o campo de batalha possa atingir outros países. “Dá um certo nervosismo, mas se o desfecho [do conflito] for eliminar as capacidades nucleares do Irã pode ser positivo. Pode ser que a aversão a risco diminua.” O executivo conta que prefere estar mais fora da bolsa local neste momento por entender que o prêmio de risco das ações diminuiu muito e que nesse nível de preço é preciso ter uma clareza de que haverá uma troca de governo em 2026. “Para a bolsa performar bem, tem que haver uma queda do juro real. Agora se conseguirmos enxergar que vai ser um novo governo, o juro real pode fechar. Só que acho que talvez esteja um pouco cedo”, avalia. Uma pesquisa da XP mostrou que 44% dos gestores de fundos multimercados com mandato macro estão com posições compradas em bolsa local – percentual mais alto registrado pelo estudo desde janeiro deste ano. Ao todo, foram consultadas 27 casas entre os dias 4 e 12 de junho. Segundo o levantamento, por outro lado, 15% das gestoras estão com alocações vendidas em bolsa local, ao passo que 41% disseram que não detêm posições em ações brasileiras. O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 17,3 bilhões e de R$ 22,6 bilhões na B3. O movimento local espelhou o recuo visto em Wall Street: o Nasdaq cedeu 0,91%; o S&P 500 recuou 0,84%; e o Dow Jones caiu 0,70%.
Valor Econômico
GOVERNO
Ainda indefinido, Plano Safra pode ser lançado na próxima semana
Previsão é lançar regras do crédito rural para a agricultura familiar na quarta-feira (25/6) e, no dia seguinte (26/6), para a agricultura empresarial. Alguns itens essenciais para o fechamento do Plano Safra ainda precisam ser definidos
O governo federal considera a possibilidade de anunciar o Plano Safra 25/26 na próxima semana. A previsão inicial é divulgar as regras do crédito rural para a agricultura familiar na quarta-feira (25/6) e, no dia seguinte (26/6), lançar os detalhes para o financiamento da agricultura empresarial. A divulgação ainda depende da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da definição de alguns itens essenciais para o fechamento do Plano Safra, como o custo orçamentário para a subvenção de parte dos valores, os juros das linhas e o volume total de recursos. O Ministério do Desenvolvimento Agrário encaminhou as propostas ao Ministério da Fazenda na semana passada com a indicação das prioridades na política de crédito para o ano-safra 2025/26, além do montante de recursos desejados e os juros pretendidos. A pasta quer manter as taxas do ciclo 2024/25, entre 0,5% e 6%, com diferenciais para a produção de alimentos (3%), a compra de máquinas (2,5%) e a transição agroecológica (2%). A Secretaria do Tesouro Nacional agora calcula os custos para estimar a necessidade de orçamento para a equalização dos juros das linhas. O impacto não é apenas em 2025. Apesar de negar “demora” e dizer que a elaboração do Plano Safra está dentro do prazo, o Ministério da Agricultura ainda não apresentou suas propostas à Fazenda. Na manhã dessa terça-feira (17/6), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cancelou a participação em um evento em Brasília (DF) e retornou à sede da pasta para discutir o assunto com sua equipe técnica. Há previsão de reunião com o Ministério da Fazenda. A equipe econômica cobrou urgência para o envio das informações, apurou a reportagem. Um técnico da Esplanada ressaltou que essas “pendências” tornam ainda mais difícil o lançamento na próxima semana. Teoricamente, o prazo para a divulgação do Plano Safra é 30 de junho, já que as regras entram em vigor em 1º de julho. No ano passado, no entanto, o anúncio atrasou e ficou para 3 de julho. O cenário pode se repetir agora. Em uma sinalização de que o lançamento pode atrasar, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cancelou a participação em evento do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias de São Paulo Fiesp na segunda-feira (30/6). Segundo informação da assessoria do ministério, “provavelmente” o Plano Safra 2025/26 não estaria liberado para divulgação até aquela data. Neste ano, o governo antecipou algumas etapas na formulação do Plano Safra. Em maio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou mudanças nos direcionamentos das fontes de crédito rural, ou seja, no percentual obrigatório que bancos e cooperativas de crédito precisam destinar a financiamentos ao setor agropecuário. Com isso, a formação do “funding” para 2025/26 ficou mais clara um mês antes da definição dos detalhes das linhas de custeio, investimento, comercialização e industrialização. No fim de maio, 25 instituições financeiras encaminharam suas propostas no leilão dos limites equalizáveis do Plano safra 2025/26. É o mesmo número de agentes que operaram os R$ 132 bilhões de recursos com subvenção na temporada 2024/25. Houve, no entanto, a saída de uma instituição financeira e a entrada de uma nova, afirmou uma fonte. Os nomes das instituições e as propostas ainda não foram divulgados. Neste ano, o Ministério da Fazenda impôs limites para o custo de captação dos recursos e criou regras para forçar uma redução nos spreads bancários como forma de tentar reduzir o preço final dos financiamentos aos agricultores na ponta. A partir desses e outros fatores, vai definir a distribuição dos recursos que contarão com a subvenção nos juros.
Valor Econômico
Lei do Autocontrole: FPA mantém dispensa de registro para insumos biológicos “on farm”
Artigos que haviam sido vetados pela Presidência da República retornam à lei, o que, segundo a federação, garante autonomia aos agricultores. Para Lupion, lei também contribui para a sustentabilidade do sistema produtivo nacional
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) derrubou, em sessão do Congresso Nacional nesta terça-feira (17), os vetos presidenciais à Lei do Autocontrole (Lei 14.515/2022) e, com isso, restabeleceu a dispensa de registro para insumos biológicos produzidos dentro das propriedades rurais – prática conhecida como produção “on farm –, desde que destinados, exclusivamente, para uso próprio. O governo havia vetado um artigo que assegurava aos agricultores que produzem seus próprios insumos ficarem isentos de registro junto ao órgão competente – que agora retorna à lei. Foi mantida, também, a decisão de que a Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) deverá, nos termos do regulamento, julgar e emitir decisão de primeira instância sobre a interposição de defesa em caso de auto de infração. A FPA alega que os insumos biológicos, que são produzidos a partir de microrganismos, são utilizados por muitos produtores, como alternativa ou como complemento aos insumos químicos. E que a derrubada dos vetos atende, principalmente, pequenos e médios agricultores que visam adotar práticas mais sustentáveis e com menor custo nas propriedades. “A permissão para uso próprio dos bioinsumos contribui para a autonomia do agricultor e para a sustentabilidade do sistema produtivo nacional”, disse o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), em nota. Para o também deputado Domingos Sávio (PL-MG), a lei acompanha o crescimento do setor no país. “A fiscalização não deixará de acontecer”. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que era ministra da Agricultura quando a proposta tramitou no Congresso, afirma que a Lei do Autocontrole desburocratiza e facilita a vida do produtor e do empresariado, “sem perder a segurança que os temas sanitários exigem”.
Agro Estadão
INTERNACIONAL
Exportações de carne bovina dos EUA em abril ficam abaixo do registrado no ano passado
Devido, em parte, a uma queda acentuada nos embarques para a China, as exportações de carne bovina dos EUA em abril ficaram abaixo dos níveis de um ano atrás, segundo dados do USDA compilados pela Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF).
As tarifas retaliatórias da China representam um grande obstáculo para a carne bovina dos EUA, além de outro problema específico: a China não renovou os registros de estabelecimentos (frigoríficos e câmaras frias) dos EUA, a maioria dos quais expirou em meados de março. As exportações de carne bovina em abril totalizaram 100.659 toneladas métricas, queda de 10% em relação ao ano anterior. O valor caiu 8%, para US$ 824,5 milhões. As exportações para a China caíram quase 70% e houve redução para México, Taiwan e Oriente Médio. Esses resultados foram parcialmente compensados por aumentos nos embarques para Coreia do Sul, Japão e América Central e do Sul. De janeiro a abril, as exportações de carne bovina ficaram 3% abaixo do ritmo do ano anterior, com 411.027 toneladas métricas. O valor caiu apenas 1%, para US$ 3,35 bilhões. “Já esperávamos uma queda acentuada dos embarques para a China em abril, devido à combinação de tarifas mais altas e expiração dos registros das plantas”, disse Dan Halstrom, presidente da USMEF. “Estamos esperançosos de que esses problemas sejam resolvidos em breve e encorajados pelos avanços nas negociações comerciais com a China esta semana. Enquanto isso, a USMEF está comprometida com a diversificação de mercados e intensificou esforços para desenvolver destinos alternativos para cortes e miúdos bovinos normalmente enviados à China.” As tarifas totais da China sobre a carne bovina dos EUA atingiram 147% em abril, sendo reduzidas para 32% em 14 de maio, após um acordo de desescalada temporária entre EUA e China. Produtos embarcados antes de 10 de abril e que chegaram até 13 de maio puderam ser liberados sem a tarifa adicional de 125%.
USMEF
Argentina eleva receita com exportações de carne bovina e couro, mas volume recua em 2025
Em 2024, país vizinho embarcou a maior quantidade de proteína vermelha em 100 anos, informa Bolsa de Comércio de Rosário (BCR)
No acumulado de janeiro a abril de 2025, as exportações do complexo carne bovina e couro da Argentina somaram US$ 1,209 bilhão, um leve crescimento de 0,8% em relação ao montante registrado no mesmo período de 2024, informa a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). Em volume, porém, os embarques nos primeiros quatro meses deste ano caíram 9% após o recorde do ano anterior, acrescenta a instituição, referindo-se à mesma base de comparação. Em 2024, as vendas externas do complexo carne bovina/couro do país vizinho totalizaram US$ 3,672 bilhões em 2024, consolidando o setor como o sexto maior exportador do país. Em volume, somente os embarques de carne bovina atingiram 934.866 toneladas, o maior volume desde o recorde histórico de 981.000 toneladas alcançado em 1924, segundo a BCR. Os principais destinos da proteína argentina no ano passado foram China (49%), Israel (8%) e Estados Unidos (7%). No setor avícola, 185.000 toneladas de produtos foram exportadas em 2024, totalizando US$ 222,2 milhões. Esse valor representa apenas 6% das divisas obtidas pelo país com as exportações de carne e couro bovino. Em volume, as exportações aumentaram 15,7% em 2024, em relação ao ano anterior, mas ficaram 15,9% abaixo da média dos últimos cinco anos, informa a BCR. Tal resultado é reflexo de um saldo exportável decrescente, resultante da produção que se manteve constante nos últimos cinco anos, em comparação com o consumo interno, que cresceu com o aumento da população, justifica a instituição. Os principais destinos da carne de frango argentina foram Vietnã (17%), Brasil (14%) e África do Sul (11%). A exportação de carne suína da Argentina representa apenas 2% da produção local, mas apresenta potencial de crescimento, relata a BCR. Nesse sentido, a recente abertura dos mercados das Filipinas e do Paraguai é muito positiva para o setor, acrescenta a bolsa. Em termos de volume, as exportações de produtos suínos atingiram 14.526 toneladas em 2024 (aumento de 30% em relação ao ano anterior), no valor de US$ 14,9 milhões (avanço de 46% em relação ao ano anterior). Os principais destinos foram Costa do Marfim (45%), China (21%) e Uruguai (18%). Somando os setores de carnes e de laticínios, os embarques da Argentina atingiram US$ 5,131 bilhões em 2024, 6,4% do total das exportações totais do país do ano passado.
Portal DBO
Argentina: Frango desafia hegemonia da carne bovina
Em 2024, o consumo per capita de carne de frango na Argentina foi de 45,2 kg/hab, muito próximo do consumo de carne bovina, de 47,8 kg/hab, aponta estudo da BCR
Os dados recentes de consumo interno das três principais proteínas animais – bovina, suína e de frango – revelam uma importante mudança estrutural na Argentina, segundo estudo publicado pela Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), com base em dados oficiais disponíveis no país. “Embora a Argentina continue sendo um dos países com maior consumo de carne bovina do mundo em termos per capita, a histórica supremacia desta proteína já não é a mesma do século passado”, observa o relatório da BCR, acrescentando que o consumo de frango avançou até se aproximar ao da carne bovina, enquanto o setor de carne de porco caminha para o décimo quinto ano consecutivo de aumento na produção e no consumo. Em 2024, aponta o estudo, o consumo per capita de carne de frango na Argentina foi de 45,2 kg por habitante, muito próximo do consumo de carne bovina, de 47,8 kg/hab. “Isso coloca a Argentina entre os seis países com maior consumo de frango do mundo e marca um ponto de inflexão: o frango, que antes era apenas uma alternativa mais barata em relação à carne vermelha, passou a ocupar o prato principal em milhões de lares argentinos”, relatou a BCR. Por sua vez, a carne suína, embora ainda distante em volume, apresenta uma tendência crescente e sustentada. “Com um consumo per capita de 16,8 kg anuais, o porco se consolida como uma opção importante no mercado, mais acessível que a carne bovina”, acrescenta o estudo. “Em 2024, a composição do consumo médio de carnes na Argentina mostra uma participação de 44% para a carne bovina, 41% para a carne de frango e 15% para a carne suína”. Isso representa uma queda de 2 pontos percentuais na participação da carne bovina em relação ao quadro registrado em 2023, revertendo parcialmente o leve aumento observado nos anos anteriores, observa a BCR. Segundo ressalta o relatório, desde 2002, a carne bovina vem perdendo participação na dieta argentina, em favor das carnes de frango e suína. Além disso, desde 2016, o consumo combinado de frango e porco superou sistematicamente o consumo da carne bovina na Argentina. Nos últimos anos, essa tendência continuou e, em 2024, o conjunto de carnes de frango e porco atingiu 56% do total consumido em território argentino (ante a fatia de 44% da carne bovina), batendo o seu ponto mais alto na série histórica. Em 2024, a produção total de carne bovina da Argentina somou 3,2 milhões de toneladas, volume que, embora represente uma queda de 3,3% em relação ao ano anterior (2023 registrou níveis recordes devido à seca), ficou 1,1% acima da média dos últimos cinco anos, informa a BCR. Os anos de produção e abate acima da média provocaram uma queda no rebanho bovino argentino – o estoque de animais sofreu redução de 2,6 milhões de cabeças entre 2022 e 2024, fechando o ano em 51,6 milhões de cabeças, o menor nível em 14 anos. Nos primeiros cinco meses de 2025, estima-se uma produção de 1.245 toneladas de carne bovina na Argentina, 1% abaixo da média dos últimos cinco anos para o mesmo período. Somando a produção dos três tipos de carne, em 2024 o volume totalizou 6,3 milhões de toneladas, o segundo maior registro histórico, 1% abaixo do ano anterior, que foi recorde de produção.
Portal DBO
CARNES
Custos de produção de suínos e de frangos de corte recuperados em maio
Os custos de produção de frangos de corte e suínos registrados em maio de 2025 nos principais estados produtores e exportadores do Brasil, conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves, por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS)
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte recuou para R$ 4,78, uma redução de 2,12% em relação a abril. No acumulado do ano, a retração é de 0,25%, enquanto nos últimos 12 meses o índice apresenta alta de 7,99%, com o ICPFrango atingindo 369,70 pontos em maio. Com 66,13% do custo total de produção de frangos, a ração apresentou queda de 3,07% no mês. Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo recuperou para R$ 6,32, representando uma redução de 1,75% em relação ao mês anterior. No acumulado de 2025, o ICPSuíno registrou alta de 1,89%, e, nos últimos 12 meses, de 9,47%, com o índice atingindo 361,81 pontos em maio. A proporção, que respondeu por 71,56% do custo total de produção de suínos na modalidade de ciclo completo, também teve retração, de 2,63% no mês. Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. O CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de MG, GO, MT e RS, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.
Embrapa Suínos e Aves
FRANGOS & SUÍNOS
Mercado para a suinocultura volta a apresentar margens mais positivas ao produtor
Mercado de suínos volta a se aquecer e com início da colheita da segunda safra de milho, custos se mantém em queda
Foram momentos de apreensão no setor de proteínas, em função da ocorrência de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul. Como era esperado, houve impacto direto na redução temporária das exportações de frango do país, o que levou a um movimento especulativo em todo mercado de carnes, pressionando os preços para baixo. Especificamente na cadeia de suínos, cuja oferta está muito ajustada com a demanda, foi possível perceber o impacto rapidamente, pois já na semana seguinte à notificação do foco, as cotações nas principais praças recuaram. Enquanto o frango experimentou um recuo de mais de 17% nos volumes exportados em maio (comparado com abril), o suíno continua batendo recordes históricos de embarques, mês a mês, quando comparado com os anos anteriores; no acumulado de janeiro a maio, em relação ao mesmo período de 2024, já foram pouco mais de 73 mil toneladas (16,8%) de incremento nas exportações de carne suína in natura brasileira, mesmo com a China perdendo posições no ranking de nossos compradores. Com a produção de suínos crescendo muito pouco e as exportações em alta considerável, a oferta no mercado doméstico fica limitada e presumivelmente menor que nos primeiros cinco meses do ano passado, o que, certamente, contribuiu para a retomada do viés de alta das cotações do suíno vivo e das carcaças nos últimos dias, já sem a pressão dos embargos parciais e temporários das exportações de frango e na iminência do Brasil retomar o status sanitário de antes da notificação de do foco de gripe aviária no RS. O início da colheita da “safrinha” de milho e farelo de soja ainda em queda, determinam margens positivas na atividade. A CONAB divulgou, no último dia 12, o nono levantamento da safra 2024/25, com acréscimo, agora de pouco mais de 1 milhão de toneladas de milho, em relação ao levantamento anterior, sendo que só para a segunda safra (safrinha), cuja colheita já começou na região Centro-oeste, a entidade projeta um volume de 101 milhões de toneladas, totalizando mais de 128 milhões de toneladas no somatório das três safras nacionais do período 2024/25. Esta expectativa de boa safra brasileira, aliada a expectativa de safra de milho norte-americano superior a 400 milhões de toneladas contribuiu para a queda contínua das cotações do cereal nas últimas semanas. O
O farelo de soja, outro insumo importante para atividade suinícola, continua em queda, sendo comercializado em algumas praças, próximo a R$ 1.600 a tonelada. Esta queda no valor dos principais insumos, mesmo com recuo temporário dos preços do suíno, tem permitido boa relação de troca do suíno vivo com o MIX de milho + farelo de soja e determinado margens financeiras melhores que no ano passado. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, nem a gripe aviária, nem o tarifaço do Trump afetaram significativamente a suinocultura brasileira. “Por enquanto a nossa produção navega em águas calmas, às portas do segundo semestre, que promete ser ainda melhor com o tradicional aquecimento sazonal da demanda por carnes e a disponibilidade relativamente abundante de milho e farelo de soja”, conclui.
ABCS
Gripe aviária: Japão suspende importações de produtos avícolas de Goiás e Mato Grosso
Foram suspensas compras de carne de aves dos municípios de Santo Antônio da Barra (GO) e Campinápolis (MT), além de ovos férteis e pintos de um dia de todo o território dos dois Estados. O Brasil atualmente soma 174 casos de gripe aviária
O Ministério da Agricultura e Pecuária informou na noite da terça-feira (17/6) que o governo do Japão suspendeu temporariamente as importações de carne de aves provenientes dos municípios de Santo Antônio da Barra (GO) e Campinápolis (MT), além de ovos férteis e pintos de um dia de todo o território dos dois Estados. Em comunicado, o ministério disse que a medida segue o protocolo sanitário de regionalização estabelecido entre os dois países e ocorre após a confirmação de focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves de subsistência nos municípios citados. O Brasil atualmente soma 174 casos de gripe aviária, com 168 focos confirmados em animais silvestres; outras cinco aves de subsistência e ainda um caso em granja comercial.
Globo Rural
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