Ano 11 | nº 2486 | 12 de junho de 2025
ABRAFRIGO NA MÍDIA
Exportação total de carne bovina cresce 20% na receita e 8% no volume, em maio
As exportações totais de carne bovina (carnes in natura + carnes processadas e miudezas comestíveis, entre outros), atingiram uma receita de US$ 1,297 bilhão em maio, num crescimento de 19,6% sobre o mesmo mês do ano passado, com US$ 1,085 bilhão, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
No volume, a movimentação cresceu 8%: em maio de 2024 foram 273.949 toneladas e em maio de 2025 de 296.090 toneladas. O crescimento maior na receita é resultado do aumento dos preços do produto brasileiro no mercado internacional, refletindo também a valorização do boi gordo neste ano no mercado interno: em maio de 2024 o preço médio da tonelada foi de US$ 3.960 e em maio de 2025 subiu para US$ 4.381 por tonelada. Segundo a ABRAFRIGO, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano as exportações totais já renderam US$ 5,941 bilhões (+22,5%) contra US$ 4,849 bilhões no mesmo período de 2024. No volume, as exportações foram de 1.348.801 toneladas neste ano (+12,6%) e de 1.197.901 toneladas no ano passado, nos cinco primeiros meses do ano. Os preços médios de 2024 atingiram US$ 4.048 e US$ 4.405 em 2025, no período de janeiro a maio. Em primeiro lugar entre os compradores da carne bovina brasileira, a China importou 476.267 toneladas em 2024 nos cinco primeiros meses deste ano e elevou suas aquisições para 497.525 toneladas (+4,5%). A receita cresceu 16,6% no período, passando de US$ 2,114 bilhões em 2024 para US$ 2,465 bilhões em 2025 (+ 16,6%). Os preços de exportações para a China também refletem, neste ano, a valorização da matéria-prima no mercado interno: em 2024 o preço médio até maio foi de US$ 4.440 por toneladas e em 2025 subiu para US$ 4.955 por tonelada no mesmo período. A participação da China na receita do total exportado pelo país caiu de 43,6% em 2024 para 41,5% em 2025. Na segunda posição, os Estados Unidos adquiriram 180.115 toneladas em 2024 e 321.820 toneladas em 2025, até maio (+78,7%). Na receita, a evolução foi maior: passou de US$ 509,9 milhões em 2024 para US$ 1,082 bilhão em 2025, num crescimento de 112,4%. A evolução foi proporcionada pelo preço médio que subiu de US$ 2.830 por tonelada no ano passado e passou para US$ 3.365 por tonelada neste ano. A participação dos EUA na receita do total exportado aumentou de 10,5% no ano passado para 18,2% neste ano.
O Chile se colocou como o terceiro maior importador, elevando as 38.434 toneladas de 2024 para 49.330 toneladas, em 2025 (+28,4%) nos cinco primeiros meses do ano. A receita foi de US$ 182 milhões para US$ 263,1 milhões (+ 44,6%), graças aos preços médios que subiram de US 4.740 no ano passado para US$ 5.330 neste ano. O México se posicionou na quarta colocação, elevando as aquisições de 14.272 toneladas em 2024 para 35.716 toneladas em 2025, o que proporcionou um crescimento na receita de 182%: de US$ 66,2 milhões no ano passado para US$ 186,7 milhões neste ano. No ano passado o México era o 110 colocado. No total, 120 países aumentaram suas importações, enquanto 44 reduziram as compras.
Publicado em: Valor Econômico/Estadão Agro/Notícias Agrícolas/Compre Rural/Sistema Brasileiro do Agronegócio/Globo Rural/Página Rural/Canal Terraviva/Agroemdia/Portos e Navios/Conexão Tocantins/DC News
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: a cotação subiu para todas as categorias em São Paulo
O escoamento da carne bovina fluía bem, estimulando os negócios, o que permitiu o aumento da cotação em todas as categorias. Dessa forma, a cotação do boi gordo e do “boi China” subiu R$2,00/@, a da vaca subiu R$3,00/@ e a da novilha subiu R$5,00/@.
As escalas de abate atendiam, em média, a onze dias.
Em Goiás, com menos boiadas disponíveis e boa procura por parte dos frigoríficos, os preços subiram na quarta-feira. Na região de Goiânia, a alta foi de R$2,00/@ para o boi gordo e para a vaca. Para a novilha, a cotação não se alterou. Na região Sul, a cotação do boi gordo também subiu R$2,00/@. Já para a vaca e para a novilha, a cotação permaneceu estável. Na região Sudeste de Rondônia, a cotação se manteve estável para todas as categorias. As escalas de abate atendiam, em média, a seis dias. Na pesquisa trimestral do abate de bovinos, segundo os dados da Pesquisa Trimestral do Abate, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados ontem, no primeiro trimestre de 2025 o abate de bovinos cresceu 4,6% em relação a 2024, atingindo 9,86 milhões de cabeças — o maior nível para um primeiro trimestre em toda a série histórica da pesquisa. O abate de fêmeas aumentou 11,3% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, totalizando 4,85 milhões de cabeças. Trata-se da maior participação de fêmeas no abate de bovinos já registrada para o período.
Scot Consultoria
Preços da arroba do boi gordo no país
Frigoríficos operam com escalas de abate entre cinco e sete dias úteis na média nacional, o que permite negociações acima da referência média
O mercado físico do boi gordo continua com preços acomodados, com uma ou outra negociação realizada acima das referências médias. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos operam com escalas de abate posicionadas entre cinco e sete dias úteis na média nacional. “O mercado ainda se depara com alguma dificuldade na aquisição de animais jovens, principalmente aqueles que cumprem os requisitos de exportação para a China. As exportações são a grande variável da atual temporada, considerando o desempenho espetacular, com o país caminhando a passos largos para um recorde de embarques.” Preços médios da arroba do boi: São Paulo: R$ 317,25 — ontem: R$ 316,33. Goiás: R$ 301,43 — estável. Minas Gerais: R$ 300,88 — na terça: R$ 300,29. Mato Grosso do Sul: R$ 314,32 — anteriormente: R$ 313,86. Mato Grosso: R$ 314,59 — ontem: R$ 311,89. O mercado atacadista segue com preços acomodados para a carne bovina. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta dos preços no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo. “Por outro lado, o cenário traçado para as proteínas concorrentes, em especial quando se trata da carne de frango, ainda gera preocupação no mercado”, disse o analista. O quarto traseiro segue no patamar de R$ 24,50 por quilo, o dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo e a ponta de agulha segue no patamar de R$ 18,50, por quilo.
Agência Safras
Produção de carne bovina no Brasil recua no 1º tri apesar de alta de abates, diz IBGE
A produção de carne bovina do Brasil recuou 1,9% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre, para 2,486 milhões de toneladas, apesar de um aumento na mesma comparação no total de animais abatidos, de acordo com dados publicados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento nos abates foi puxado por forte aumento de fêmeas abatidas, que são mais leves que os machos, o que resulta em menor peso na produção de carne. De outro lado, houve uma redução na oferta de bois para os frigoríficos. A analista do IBGE responsável pelas pesquisas trimestrais da pecuária, Ângela Lordão, lembrou que o aumento da oferta de fêmeas no primeiro semestre do ano é um movimento sazonal esperado. “Tradicionalmente, após o período da estação de monta, as fêmeas não produtivas, com falha de prenhez, idade avançada ou baixa performance, são identificadas e encaminhadas para o abate, elevando a participação desta categoria na oferta durante o 1° semestre”, explicou ela. O total de abates de machos e fêmeas somou 9,87 milhões de cabeças, o maior número já registrado para um primeiro trimestre e um aumento de 1,9% na comparação com o quarto trimestre, acrescentou o IBGE. Mas quase metade do total abatido foi de vacas e novilhas. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a alta nos abates foi de 4,6%, com a produção de carne avançando 2,2% na mesma comparação. No primeiro trimestre, o peso médio de carcaças bovinas foi de 251,86 kg, variação negativa de 2,3% em relação ao trimestre equivalente de 2024, e redução de 3,7% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Isso porque os abates de vacas saltaram 23,1% em relação ao quarto trimestre e 8,7% na comparação anual. De outro lado, os abates de bois tiveram queda de 14,5% e 1,7% nas mesmas comparações. Quanto aos machos, observa-se uma queda na disponibilidade de animais prontos para o abate neste início de ano, comparado ao trimestre anterior, notou Lordão. “Essa dinâmica é comum, pois o quarto trimestre é marcado pela saída dos confinamentos, resultando em um volume maior de bois abatidos e, consequentemente, uma menor oferta imediata no período subsequente”, disse ela. Para explicar os números, a analista também citou, além dos fatores sazonais, a redução do número de matrizes em produção, com o elevado abate de fêmeas nos últimos anos, implica em menos nascimentos de bezerros e, por conseguinte, uma menor disponibilidade de animais para o abate com o tempo.
Reuters
Relação de troca segue favorável, mas janela de oportunidade pode estar se fechando
A relação de troca entre boi gordo e bezerro ainda segue interessante para o pecuarista que pensa em recompor o plantel.
Segundo Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot Consultoria, em junho, em São Paulo, a relação está em torno de 8,5 arrobas de boi gordo por cabeça de bezerro de desmama — leve melhora frente a maio. Esse patamar, ainda que inferior aos patamares mais favoráveis registrados em 2023/24 e no início de 2025, está interessante comparado ao ápice da fase de alta, onde ficou entre 9 e 10 arrobas. Considerando o abate de fêmeas ainda intenso no país e perspectiva de redução na oferta de bezerros nos próximos anos, estes níveis poderão voltar a ser uma realidade nos próximos anos. Segundo o IBGE, no 1º trimestre de 2025, a participação de fêmeas no abate atingiu 49%, o maior nível histórico para o período.
Scot Consultoria
ECONOMIA
Dólar fecha no menor valor de 2025 com inflação abaixo do esperado nos EUA
As notícias de um acordo comercial entre Estados Unidos e China e, em especial, a inflação norte-americana abaixo do esperado em maio colocaram o dólar em trajetória de baixa ao redor do mundo, o que fez a divisa fechar a quarta-feira também em queda ante o real, no menor valor do ano.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, aos R$5,5392, menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano passado, quando foi cotado a R$5,5334. Em 2025 a moeda dos EUA acumula baixa de 10,35%. Às 17h26 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,60%, aos R$5,5590. O noticiário vindo do exterior na quarta-feira foi amplamente favorável à queda do dólar. No início do dia os mercados já reagiam à informação de que EUA e China concluíram o acordo comercial negociado nas últimas semanas. Pelo acordo, conforme o presidente norte-americano, Donald Trump, a China vai remover as restrições às exportações de minerais de terras raras e outros componentes industriais. Além disso, os produtos chineses serão tarifados pelos EUA em 55%, enquanto os itens norte-americanos terão alíquota de 10% cobrada pelos chineses. O acordo — que ainda precisará ser aprovado de forma definitiva por Trump e pelo presidente da China, Xi Jinping — foi bem recebido pelo mercado. Mais do que o acordo EUA-China, a divulgação de dados favoráveis da inflação norte-americana pesou sobre as cotações do dólar ante boa parte das demais divisas. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em maio, depois de alta de 0,2% em abril. Em 12 meses até maio, o índice avançou 2,4%, de 2,3% em abril. Os resultados ficaram abaixo das projeções dos economistas consultados pela Reuters, que previam alta de 0,2% na base mensal e de 2,5% na anual. O núcleo da inflação, que exclui componentes voláteis como alimentos e energia, subiu 0,1% em maio, abaixo do 0,2% de alta em abril. Os números do CPI elevaram as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve, o que se refletiu na queda global do dólar. As notícias do exterior acabaram deixando em segundo plano o pacote fiscal do governo Lula. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que as medidas tributárias propostas pelo governo ao Congresso buscam maior contribuição de pessoas com renda mais alta. Segundo ele, elas são necessárias para que o “ciclo virtuoso” vivido pelo país, com crescimento econômico e geração de empregos, seja sustentável. Pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de julho de 2025. À tarde, BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$437 milhões em junho até o dia 6.
Reuters
Petrobras e bancos asseguram nova alta do Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, tendo Petrobras entre os principais suportes na esteira do avanço do petróleo no exterior, assim como os bancos, em meio a novos sinais de dificuldade para aprovação no Congresso das medidas fiscais do governo, que incluem aumento da tributação no setor financeiro.
Dados de inflação mais fracos do que o previsto nos Estados Unidos, que serviram como gatilho para alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, e um acordo comercial entre Washington e Pequim também endossaram o fechamento positivo na bolsa paulista pelo segundo pregão consecutivo. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,51%, a 137.128,04 pontos, após marcar 135.627,75 pontos na mínima do dia, nos primeiros negócios. No melhor momento da sessão, chegou a 137.530,69 pontos. O volume financeiro somou R$21,56 bilhões. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), alertou mais de uma vez nesta quarta-feira que o pacote do governo para compensar mudanças no decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mês passado enfrentará resistência no Congresso Nacional. À tarde, partidos de oposição, incluindo PP e Republicanos, que têm ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgaram uma nota manifestando “desacordo com as medidas meramente arrecadatórias anunciadas pelo governo federal” e criticando a política fiscal do Executivo. No domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, após reunião com lideranças partidárias, medidas para recalibrar o decreto do IOF, o que gerou insatisfação geral. Entre as iniciativas, estão a taxação de títulos isentos e cobranças maiores sobre bets e instituições financeiras. Na véspera, Haddad também confirmou a implementação de uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda para aplicações financeiras e previu aumentar a tributação sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%. Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% no mês passado, depois de alta de 0,2% em abril, informou o Escritório de Estatísticas do Trabalho, do Departamento do Trabalho, na quarta-feira. No período de 12 meses até maio, o índice avançou 2,4%, de 2,3% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% na base mensal e de 2,5% na anual. Na visão do economista Brian Rose, do UBS, na margem, os resultados relativamente fracos da inflação nos últimos três meses facilitam o corte das taxas pelo Federal Reserve. “No entanto, antes da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central dos EUA) da próxima semana, nossa visão continua sendo a de que o Fed precisará de dados mais fracos do mercado de trabalho para retomar os cortes de juros”, afirmou em relatório a clientes nesta quarta-feira. No campo das tarifas, o presidente Donald Trump afirmou nesta quarta-feira que o acordo dos EUA com a China está concluído, com Pequim fornecendo ímãs e minerais de terras raras enquanto Washington permitirá estudantes chineses em suas faculdades e universidades. Uma autoridade da Casa Branca disse que o acordo permite que os EUA cobrem uma tarifa de 55% sobre produtos chineses importados. Isso inclui uma tarifa “recíproca” de 10%, uma taxa de 20% pelo tráfico de fentanil e uma tarifa de 25% que reflete taxas pré-existentes. A China cobrará uma tarifa de 10% sobre as importações dos EUA, disse a autoridade.
Reuters
Novo decreto do IOF confirma redução de alíquota adicional para PJ de 0,95% PARA 0,38%
Após sofrer forte crítica de empresas e do setor financeiro, a revisão do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicada na noite de ontem, confirma a redução de alíquota adicional ao crédito para pessoa jurídica de 0,95% para 0,38%, enquanto também retira a previsão de alíquota adicional de 0,95% de IOF para operações de risco sacado.
“Isso significa redução de 80% na tributação do risco sacado. Essa mudança atende a pleitos de diferentes setores produtivos e financeiros”, confirmou a Fazenda em comunicado. As mudanças já haviam sido divulgadas pelo ministro Fernando Haddad. A pasta ainda informa que, para mitigar distorções em instituições diferentes, mas que ofertam operações de crédito similares, foi estabelecida uma alíquota fixa de 0,38% na aquisição primária de cotas de Fundos de Investimento em Direito Creditório (Fdic) na revisão. A revisão do decreto ainda prevê que, no âmbito do IOF câmbio, será estabelecido que o retorno de investimentos diretos estrangeiros feitos no Brasil será isento de tributação. A Fazenda informou que isso ocorrerá “a exemplo do que já ocorre com o retorno de investimentos no mercado financeiro e de capitais”.
Valor Econômico
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$437 milhões em junho até dia 6, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$437 milhões em junho até o dia 6, em movimento puxado tanto pela via financeira quanto pela comercial, informou na quarta-feira o Banco Central.
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve entradas líquidas de US$69 milhões em junho até o dia 6. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de junho até o dia 6 foi positivo em US$368 milhões. Os números também se referem à semana passada, que foi a primeira do mês de junho. No acumulado do ano até 6 de junho, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$9,727 bilhões.
Reuters
Faturamento com exportação de produtos agropecuários caiu 1,4% em maio
O volume embarcado foi 4,2% menor em relação ao mesmo mês de 2024. Para o complexo soja, as vendas brasileiras somaram US$ 6,53 bilhões em maio, com recuo 2,6%
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 14,9 bilhões em maio de 2025. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o faturamento com as vendas externas caiu 1,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O volume embarcado foi 4,2% menor na mesma base de comparação. Ainda de acordo com a Pasta, as quedas foram parcialmente compensadas pela elevação de 2,9% nos preços médios dos produtos exportados. Para o complexo soja, as vendas brasileiras somaram US$ 6,53 bilhões em maio, com recuo 2,6% se comparado com o montante do mesmo período do ano anterior. No complexo sucroalcooleiro foram US$ 1,05 bilhão, queda de 29,5%. Já as receitas com os embarques de café cresceram US$ 1,34 bilhão, elevação de 31,7%. O setor de carnes registrou aumento de 8,3% em suas receitas, para US$ 2,31 bilhões, e produtos florestais com faturamento de US$ 1,55 bilhão, leve aumento de 0,3%. No segmento carnes, o ministério destacou o desempenho das vendas externas de carne suína, que cresceram a despeito de embargos ao produto brasileiro após o registro de um caso de gripe aviária em plantel comercial. O Brasil negociou US$ 274,4 milhões de carne suína em maio de 2025, uma alta de 30,6% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram exportados US$ 210,1 milhões. O aumento foi impulsionado, principalmente, pela demanda de mercados como Filipinas, Chile, Japão e Cingapura. A China manteve a primeira posição entre os destinos do agronegócio brasileiro em maio, com participação de 37,6% nas vendas. As cifras alcançaram US$ 5,6 bilhões, acréscimo de 2,9% em relação ao mesmo mês de 2024. A soja em grãos seguiu como carro chefe nas exportações para os chineses, com US$ 4,1 bilhões para 10,4 milhões de toneladas embarcadas, queda de 4,7%, porém com acréscimo de 3,9% na quantidade exportada, refletindo a queda do preço no mercado internacional. Entre janeiro e maio de 2025, as exportações de produtos do agronegócio alcançaram US$ 67,5 bilhões, alta de 0,6% em comparação aos números do mesmo período do ano anterior (US$ 67,1 bilhões). A participação do setor agropecuário no total exportado pelo Brasil passou de 48,5% entre janeiro e maio de 2024 para 49,3% nos cinco primeiros meses de 2025, em função do declínio das vendas externas dos demais produtos no período (-2,4%). Ainda de acordo com o Ministério da Agricultura, as importações de produtos agropecuários passaram de US$ 1,59 bilhão em maio de 2024 para US$ 1,68 bilhão em maio de 2025 (+5,2%). No acumulado do ano, as compras somam US$ 8,5 bilhões até maio de 2025. Na comparação com os US$ 7,9 bilhões comprados no ano anterior, registrou-se elevação de 7,5%.
Globo Rural
GOVERNO
Plano Safra 25/26 será robusto apesar dos juros altos, diz Carlos Fávaro
Fernando Haddad afirmou que o governo tem patrocinado o agro brasileiro. Aumento de LCA não gera inflação e pode ser digerido pelo setor, disse Fávaro
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (11/6) que há um “desafio relevante” na elaboração do Plano Safra 25/26, por conta do patamar de juros da economia, mas reforçou a confiança na construção de um conjunto “robusto” de ações para financiamento agropecuário a partir de julho. “O Plano Safra está em construção. O desafio é bastante relevante diante da Selic tão alta, de 14,75%. Temos que buscar alternativas de captação de recursos internacionais mais baratos para manter a competitividade dos produtores”, disse a jornalistas após evento em Brasília organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e pelo jornal Correio Braziliense “Mas eu confio que nós vamos ter ainda mais, ainda novamente um Plano Safra eficiente, robusto, para continuar manter esse ritmo de crescimento da agropecuária”, concluiu. Ontem pela manhã, em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo tem patrocinado o agro brasileiro. “O pessoal às vezes fala que o governo, no caso do agro, está prejudicando. Nós fizemos o maior Plano Safra da história do Brasil pelo segundo ano consecutivo, e a renúncia fiscal do agro é R$ 158 bilhões. Ou seja, nós vamos negar que estamos patrocinando? Estamos patrocinando o agro brasileiro”, disse. Fávaro também afirmou que a proposta de taxação com Imposto de Renda dos rendimentos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) não vai causar inflação de alimentos no país. Ele voltou a dizer que o título não vai perder a atratividade com a possível tributação e que a medida pode ser “bem digerida” pelo setor produtivo. “Não, eu acho que não [vai aumentar o preço do alimento]. Estou vendo cada vez mais, nos últimos 60, 90 dias, o preço dos alimentos baixando, a inflação sendo controlada”, disse Fávaro a jornalistas após participar de evento em Brasília. “Todos os produtos da cesta baixa estão baixando graças à força dessa agropecuária que produz tanto com muita eficiência”, completou. Questionado sobre impactos da taxação de aplicações financeiras, o ministro disse que as LCAs continuarão mais atrativas, com a tributação de 5% na renda, que outros investimentos, como CDBs e títulos do Tesouro, que são tributados com alíquotas entre 15% e 22,5%. “Os 5% de tributação em uma taxa Selic de 14,75% dá 0,72% ao ano de impacto, que certamente não será todo transferido ao produtor. Parece-me que é uma alternativa que vai continuar mantendo a atratividade do investidor na LCA”, afirmou.
Globo Rural
INTERNACIONAL
Brasil ultrapassa a Austrália como o maior fornecedor de carne bovina aos EUA
Em abril/25, os embarques da proteína brasileira ao mercado norte-americano atingiram 48 mil toneladas
Pela primeira vez na história, o Brasil ultrapassou a Austrália como o maior fornecedor mundial de carne bovina para os Estados Unidos, destaca o site australiano Beef Central. Nas últimas quatro décadas, a Austrália tem sido a principal fornecedora de carne bovina para o mercado norte-americano, chegando a ultrapassar 400.000 toneladas/ano em alguns momentos. No ano passado, a quantidade ficou um pouco abaixo, em 395.000 toneladas, informou o portal. Em abril/25, os embarques do Brasil atingiram 48.000 toneladas, ante 8.000 toneladas em abril/24. As exportações de carne bovina a Austrália para os EUA somou 37.200 toneladas em abril/25, enquanto os embarques de maio/25 ao mercado norte-americano totalizaram 38.431 toneladas (aumento de 23%). “Embora ainda bem abaixo do recorde mensal recente de 47.000 toneladas estabelecido em outubro/24, maio/25 ainda foi um mês com volume muito alto”, destaca o site australiano, acrescentando a tarifa adicional de 10% imposta pelas medidas “retaliatórias” de Trump, em 10 de abril/25, “teve praticamente zero impacto nas exportações para os EUA”. “A China continua sendo o principal destino das exportações de carne bovina do Brasil, absorvendo cerca de 45% de todos os embarques em volume, mas a crescente escassez de gado nos EUA impulsionou a demanda por importações de carne bovina, fortalecendo as vendas da proteína produzida no Brasil e na Austrália”, relatou o Be4ef Central. Desde fevereiro/25, o Brasil tem exportado carne bovina aos EUA fora da cota de 65.000 toneladas (com isenção de tarifas e que foi preenchida rapidamente, em janeiro/25). Isso significa que a carne bovina brasileira direcionada aos EUA recebe a antiga taxa (fora da cota) de 26,4%, além de mais uma nova tarifa recíproca de 10% (estabelecida em abril/25 pelo governo Trump), somando um imposto total de 36,4%. Em contrapartida, a indústria de carne bovina australiana se beneficia de uma enorme cota isenta de tarifas de 448.000 toneladas, negociada sob o Acordo de Livre Comércio EUA-Austrália de 2005. A Austrália, ressalta o portal australiano, ainda está sujeita à tarifa recíproca de 10% imposta pelos EUA, mas isso ainda está muito longe da taxa de 36,4% estabelecida para a carne bovina brasileira. Segundo o analista da Elders, Richard Koch, a carne bovina sul-americana é comercializada com um desconto de US$ 9-10 centavos/lb em relação ao produto australiano, indicando que ela tem “uma vantagem de custo significativa sobre a proteína da Austrália (principalmente devido aos menores valores de terra e custos de mão de obra)”. Recentemente, o Brasil foi declarado livre de vacinação contra a febre aftosa pela OMS, o que abriu caminho para o País acessar valiosos mercados de carne bovina da Ásia, como o Japão e a Coreia do Sul, observou o analista. “Curiosamente, o Japão tem uma das maiores populações de expatriados brasileiros do mundo, e há uma pressão real para abrir o mercado para a carne bovina brasileira, com a Coreia provavelmente seguindo os passos dos importadores japoneses”, disse Koch. Segundo o Beef Central, muito pouco, ou nada, da carne bovina brasileira importada pelos EUA é direcionada para o varejo (supermercados) do país. Grandes redes nacionais de hambúrgueres, como McDonald’s ou Burger King, também não utilizam produtos sul-americanos, optando por se abastecer exclusivamente de carne bovina importada da Austrália e da Nova Zelândia, acrescentou o portal. No entanto, esclarece a Beef Central, existe uma vasta legião de pequenas redes de hambúrgueres e outros fast-foods, além de fabricantes de produtos de valor agregado nos EUA, que agora estão claramente dispostos a usar carne bovina brasileira para controlar custos. De acordo com o portal, há dezenas de redes de hambúrgueres menores e de nicho nos EUA, com algo entre 50 e 200 lojas em todo o país. A popular rede de hambúrgueres Five Guys, por exemplo, tem 1.800 lojas, principalmente na América do Norte, mas também na Europa, Austrália e outros lugares, informa o site.
Beef Central
CARNES
Abates de bovinos, suínos e frangos registram recordes no primeiro trimestre
Aquisição de leite cru e produção de ovos também cresceram no período. Entre janeiro e março, foram abatidas 9,869 milhões de cabeças de bovinos, maior nível de toda a série histórica
A agropecuária brasileira registrou recordes no abate de bovinos, suínos e frangos no primeiro trimestre de 2025, mostram os resultados completos das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro, e da produção de ovos de Galinha, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O abate de bovinos cresceu 4,6% no primeiro trimestre de 2025, para 9,869 milhões de cabeças, em comparação ao mesmo período de 2024. Esse é o maior nível de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. Em relação ao quarto trimestre de 2024, o aumento foi de 1,9%. O aumento do número de cabeças abatidas na comparação com o primeiro trimestre de 2025 foi de 435,61 mil, com altas em 22 das 27 unidades da federação. O mês de maior atividade no abate de bovinos foi janeiro, quando foram abatidas 3,35 milhões de cabeças, 4,8% a mais do que em janeiro de 2024. O abate de fêmeas apresentou alta de 11,3% contra igual período de 2024, o que demonstra a continuação da tendência de aumento dessa categoria nos primeiros meses de 2025, segundo o IBGE. Na criação de suínos, o aumento de abates foi de 1,6% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao primeiro trimestre de 2024, para 14,325 milhões de cabeças. Foram 230,99 mil cabeças a mais, um aumento puxado por altas em 17 das 26 unidades da federação que participam da pesquisa. Já o abate de frangos cresceu 2,3% no primeiro trimestre de 2025, para 1,639 bilhão de aves. Foram 37,17 milhões de cabeças a mais, com expansão dos abates em 20 das 26 unidades da federação acompanhadas pela pesquisa. No primeiro trimestre, o Brasil ainda tinha o status de livre de gripe aviária, depois suspenso devido ao caso registrado em uma granja comercial em Montenegro (RS) em maio. A aquisição de leite cru feita por estabelecimentos sob inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) subiu 3,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação a igual trimestre de 2024, para 6,49 bilhões de litros. O IBGE informou ainda que, frente ao quarto trimestre de 2024, a aquisição de leite caiu 4,3%. A produção de ovos de galinha cresceu 8,3% no primeiro trimestre de 2025, para 1,196 bilhão de dúzias, em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2024, houve queda de 1% na produção.
Globo Rural
EMPRESAS
CADE aprova fusão entre Marfrig e BRF
Marfrig e BRF informaram que a Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na terça-feira (03/06), sem restrições, a fusão entre as duas companhias.
A decisão marca um passo importante para a criação da MBRF, empresa que já nasce como uma das maiores do setor de alimentos do mundo, com receita líquida de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses e 38% do portfólio composto por produtos processados com alto valor agregado, com marcas icônicas como Sadia, Perdigão, Qualy e Bassi. A aprovação pela regulamentação antitruste brasileira confirma que a união entre Marfrig e BRF, que já integrava o mesmo grupo econômico, não apresenta riscos ao ambiente concorrencial e será efetivada em 15 dias, caso não haja manifestações pelo Tribunal do CADE ou interposição de recursos potenciais. A validação da operação pela agência reguladora é parte do processo definido pelas administrações de ambas as companhias, que incluiu o estabelecimento de comissões independentes de suas consultas para negociarem os termos da transação, observando a legislação e as melhores práticas de governança. O próximo passo previsto no processo é a realização das assembleias de acionistas das empresas, programadas para o próximo dia 18 de junho. A combinação de negócios de Marfrig e BRF tem como objetivo fortalecer a presença global das marcas, potencializar sinergias estratégicas, operacionais e fiscais, além de gerar valor para acionistas, clientes, consumidores e demais públicos de relacionamento, alavancando vantagens competitivas em diversos mercados.
MBRF
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