
Ano 11 | nº 2419 |06 de março de 2025
NOTÍCIAS
Preços do boi gordo: cotações da arroba no pós-Carnaval
Mercado repercute suspensão de frigoríficos brasileiros pela China, situação que deve se resolver logo, de acordo com analista
O mercado físico do boi gordo volta do Carnaval e inicia o mês de março com os frigoríficos tentando comprar a preços abaixo das referências médias, em especial na região de São Paulo. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, a notícia de que três frigoríficos brasileiros tiveram suas vendas suspensas para a China está sendo repercutida pelo mercado. “Importante mencionar que a situação é temporária e deve rapidamente se resolver. O escoamento da carne durante a primeira quinzena do mês é variável importante a ser considerada e pode impactar no comportamento das indústrias Brasil afora. Ainda é representativa a oferta de fêmeas, em particular na Região Norte”, disse. Preços médios do boi (a prazo): São Paulo: R$ 306,75. Goiás: R$ 290,36. Minas Gerais: R$ 302,65. Mato Grosso do Sul: R$ 298,30. Mato Grosso: R$ 295,95. O mercado atacadista apresenta moderada alta de seus preços. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por algum espaço para reajustes durante a primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo. “Importante mencionar que a preferência de parte da população ainda recai sobre proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, embutidos e dos ovos”, assinalou.
Agência Safras
Futuros do boi gordo na B3 caíram abaixo dos R$ 300,00 por arroba na quarta-feira (5)
Desde segunda-feira (3) havia expectativa de abertura de mercado em queda devido às suspensões da China a frigoríficos brasileiros
Com meio pregão na B3 nesta Quarta-Feira de Cinzas (5), o mercado do boi gordo abriu somente após as 13h, mostrando quedas nas cotações durante a tarde. Este movimento já havia sido cogitado por analistas ainda na segunda-feira (3), quando a China suspendeu a habilitação de três frigoríficos brasileiros devido a resquícios de Fluazuron. As plantas temporariamente suspensas ficam em Presidente Prudente (SP), Nanuque (MG) e Mozarlândia (GO). Por volta das 15:35 (horário de Brasília, os contratos março, abril e maio de 2025 caíam abaixo dos R$ 300,00 por arroba. Analistas apontam combinações de fatores somados ao efeito China, que pesa mais, e pressões baixistas exercidas por frigoríficos maiores. Para Eberti Aguiar, consultor da Hedge Agro Consultoria, com as suspensões, muitos aproveitaram para vender e liquidar posição, e como o tempo de pregão no mercado hoje é menor, o volume de negócios foi pequeno. “Durante a semana deve haver melhora no volume”. Aguiar ainda complementa, apontando que “frigoríficos estão aproveitando o momento e ofertando preços menores no físico; boi em São Paulo hoje já negociado 300, oferta de frigorífico, Mato Grosso boi China vieram com 290, Goiás 285”. Na visão do médico veterinário e diretor da HN Agro, Hyberville Neto, é difícil atribuir essa queda a uma questão só, mas ele acredita que haja pressão pelas notícias da suspensão por parte da China. “Na minha leitura não justifica o mercado no médio prazo mudar do que vinha sendo esperado. Tem a questão do câmbio caindo um pouco, e isso já é algo mais complexo, relacionado ao mercado internacional, tarifas. No curto prazo é possível essa pressão, e os negócios que estão saindo hoje devem ter uma pressão por causa de pecuaristas que estavam na necessidade de vender e acabou aceitando valores menores. Ontem foi aquele dia que frigorífico deve ter testado de todo lado”, afirmou Neto. Pressão pelas suspensões chinesas e pela retomada do mercado pós Carnaval são elencadas pelo analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. “Eu imaginei que o mercado poderia abrir com um pouco mais de calma, que já tivesse assimilado esta notícia, mas acabou derretendo. E tem muita tentativa de compra em São Paulo a patamares mais baixos, e isso vai exercendo uma pressão baixista também no futuro”, disse. Gustavo Figueiredo, sócio da Radar Investimentos, detalha que estas quedas na tarde de quarta-feira são resultado da suspensão chinesa e do mercado físico ruim no Brasil.
Notícias Agrícolas
ECONOMIA
Dólar tem maior queda diária no governo Lula
O dólar teve na quarta-feira o maior recuo diário ante o real em todo o governo Lula, encerrando o dia novamente na faixa dos R$5,75, com as cotações se ajustando à baixa da moeda norte-americana no exterior nos últimos dias, quando o Carnaval manteve o mercado brasileiro fechado, em meio a sinais de desaceleração da economia dos EUA
Em uma sessão iniciada apenas na segunda metade da Quarta-Feira de Cinzas, o dólar à vista fechou em baixa de 2,72%, aos R$5,7558, em um recuo de 16 centavos de real ante o fechamento de sexta-feira. Esta foi a maior queda percentual dos últimos 29 meses, desde 3 de outubro de 2022, quando a divisa encerrou com retração diária de 4,03%, cotada a R$5,1770 — ainda durante a disputa eleitoral entre o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente Jair Bolsonaro. Em 2025 a moeda norte-americana acumula perdas de 6,85%. Às 17h04, na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 2,03%, aos R$5,7900. Na sexta-feira o dólar à vista havia fechado em forte alta de 1,50%, a R$5,9165 — maior cotação de fechamento desde 24 de janeiro –, com investidores assumindo posições de proteção na moeda norte-americana para enfrentar o período de Carnaval no Brasil, que manteve o mercado fechado na segunda e na terça-feira. Com a volta dos negócios na tarde desta quarta-feira, o dólar exibiu queda firme, com parte das posições compradas (no sentido de elevação das cotações) sendo desfeita e em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior. “Tem um movimento interessante que está acontecendo, com várias medidas de atividade econômica apontando para uma desaceleração muito forte nos EUA”, pontuou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, citando o efeito de políticas como cortes fiscais e demissões em massa no setor público norte-americano. A queda da moeda norte-americana ao redor do mundo também ocorria em meio a preocupações quanto aos efeitos da política tarifária dos EUA sobre a inflação e, em consequência, sobre os juros e o dólar. “A gente ainda vê um dólar mais forte por conta da tese de que as tarifas dos EUA serão inflacionárias. O que está mudando no cenário é que estamos vendo uma desaceleração da economia norte-americana, porque os dados estão vindo mais fracos que o esperado”, pontuou Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Reuters
Ibovespa avança com apoio da Vale apesar de incertezas da política tarifária dos EUA
Desvalorização dos papéis da Petrobras, que acompanhou o recuo do petróleo no mercado internacional, impediu um movimento mais positivo do índice
MARFRIG ON avançou 7,04%, recuperando-se do tombo de mais de 10% no último pregão, na sexta-feira, em sessão positiva para o setor de proteínas na bolsa. JBS ON subiu 0,39%, tendo ainda no radar que, na segunda-feira, a China suspendeu importações de carne bovina de sete estabelecimentos do Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia, incluindo uma unidade da companhia, em Mozarlândia (GO). O Ibovespa encerrou em leve alta de 0,20%, aos 123.047 pontos, nesta quarta-feira, apoiado pelo avanço das ações da Vale, em uma sessão de incertezas com a política tarifária global. Já a forte desvalorização dos papéis da Petrobras, que acompanhou o recuo do petróleo no mercado internacional, impediu um movimento mais positivo do índice. Como sinalizado pelo secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, o presidente Donald Trump pode amenizar as medidas estabelecidas contra México, Canadá e China, a depender de acordos comerciais com os países. Mesmo assim, as dúvidas com a política externa influenciaram a sessão doméstica na volta do feriado de Carnaval e causaram um volume reduzido de negociações. Até as 18h15, o giro financeiro no Ibovespa atingiu os R$ 16 bilhões; na B3, R$ 19 bilhões. Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou entre 122.747 pontos e 123.364 pontos.
Valor Econômico
Analistas mantêm projeções econômicas no Focus
Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para os principais métricas econômicas do Brasil na pesquisa Focus divulgada nesta quarta-feira pós-Carnaval
De acordo com o levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, as expectativas para a alta do IPCA permaneceram em 5,65% para este ano e em 4,40% para 2026. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Ao mesmo tempo, as perspectivas para a taxa básica de juros Selic foram mantidas em 15,0% para 2025 e em 12,50% para 2026, com um aumento previsto para a próxima reunião, em março, de 1 ponto percentual. Atualmente a Selic está em 13,25%. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que, para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento foram mantidas em 2,01% e em 1,70% respectivamente para este ano e o próximo. As contas para o dólar também não sofreram alterações, com a moeda calculada em 5,99 reais e 6,0 reais neste ano e no próximo. As projeções para a pesquisa foram coletadas até sexta-feira passada, antes do Carnaval, e divulgadas excepcionalmente na quarta.
Reuters
Atividade de serviços volta a crescer em fevereiro no Brasil com avanço da demanda, mostra PMI
A atividade de serviços do Brasil voltou a crescer em fevereiro após uma retração em janeiro, em recuperação impulsionada por um aumento moderado da demanda dos clientes que se deu em meio a reajustes de preços finais, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês)
O levantamento da S&P Global, divulgado na quarta-feira, mostrou aumento do índice para 50,6 no mês passado, de 47,6 em janeiro. A marca de 50 separa crescimento de contração. Em janeiro, o indicador havia apresentada a primeira retração em 16 meses. Segundo a pesquisa, a confiança nos negócios permaneceu positiva em fevereiro no setor de serviços e as contratações de pessoal apresentaram o maior crescimento em nove meses, mas a expansão da atividade foi contida pelo poder de compra reduzido, custos elevados de financiamento e investimentos limitados. Após uma contração em janeiro, os níveis de entradas de novos negócios aumentaram em fevereiro, ainda que o ritmo da expansão tenha sido menor do que todos os registrados em 2024. Respaldadas por esse aumento de novos pedidos e projeções favoráveis para a atividade de serviços, as empresas do setor contrataram mais funcionários, e a taxa de crescimento do emprego atingiu seu nível mais alto desde maio de 2024. As empresas ouvidas na pesquisa reportaram pressões inflacionárias significativas no setor, com destaque para o aumento de custos de alimentos, mão de obra, materiais, transportes e serviços públicos. Em resposta a esse aumento, os provedores de serviços elevaram seus próprios preços à taxa mais forte desde meados de 2022. A pesquisa da S&P Global mostrou, ainda, que o segmento de serviços ao consumidor foi o que teve melhor desempenho em fevereiro, enquanto finanças e seguros foi o único a apresentar retração. Com o desempenho de serviços e da produção industrial, que também avançou em fevereiro, o PMI Composto brasileiro subiu para 51,2 no mês, de 48,2 em janeiro, indicando uma taxa de expansão moderada.
Reuters
Agroindústria perdeu gás, mas cresceu 2% em 2024
PIMAgro teve quedas em novembro e dezembro, e FGV Agro prevê mais dificuldades em 2025.
Agroindústrias tiveram queda na produção em novembro e dezembro.
A agroindústria brasileira passou por desaceleração no fim de 2024, mas, ainda assim, cresceu 2% no ano. Em novembro e dezembro, a produção foi menor do que a dos dois últimos meses de 2023, indicando um cenário preocupante para este ano, segundo o Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro). O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo FGV Agro, caiu 3,1% em novembro e 0,5% em dezembro. Como o desempenho ao longo do ano, sobretudo no primeiro semestre, foi mais forte, o indicador registrou um aumento de 2% em 2024, o melhor resultado anual desde 2010. A indústria de produtos não alimentícios, que vinha de dois anos de retração consecutivos, foi a que mais cresceu — o aumento da produção foi de 2,6%. No segmento, o principal destaque foi a indústria têxtil, que fechou o ano de 2024 com expansão de 4,1%. Outra indústria do segmento não alimentício que teve desempenho expressivo foi a de produto florestal, que encerrou o ano passado com expansão de 3,9%. O aquecimento das exportações de papel e celulose deu impulso à produção em 2024. A indústria de biocombustíveis cresceu 1,6%, puxada pelo aumento da produção de etanol de milho. Já as indústrias de insumos agropecuários e fumo encerraram o ano com queda na produção, o que se deveu, em parte, às chuvas no Rio Grande do Sul. A produção do segmento de produtos alimentícios e bebidas cresceu 1,5% em 2024, um reflexo, basicamente, do cenário favorável no mercado interno no primeiro semestre do ano. As indústrias alimentícias cresceram 1,5%, e as de bebidas, 1,2%. No ramo de alimentos e bebidas, a única indústria que registrou queda de produção no ano passado foi a de itens de origem vegetal. O segmento caiu 1,7%, afetado pela retração das indústrias de conservas e sucos, arroz, refino de açúcar e de moagem de café. Já as indústrias de produtos de origem animal cresceram 3,7%, graças a carnes e pescados. O segundo semestre foi especialmente mais lento para as indústrias alimentícias. Nesse período, a produção das fabricantes de produtos de origem vegetal entrou em queda, e as de produtos de origem animal perderam fôlego. Na avaliação do FGV Agro, diversos sinais macroeconômicos negativos indicam um quadro preocupante para as agroindústrias neste ano. Entre os fatores que podem afetar a produção estão a alta dos juros, a inflação, que reduz o poder de compra, a aversão ao risco e as incertezas com a economia global, que vive hoje sob a ameaça de guerras comerciais.
Globo Rural
GOVERNO
Desembolso no Plano Safra 2024/25 cai 20% até fevereiro, para R$ 245,57 bi
O montante desembolsado até fevereiro corresponde a 51,53% do total disponível para a safra, de R$ 476,59 bilhões
O valor desembolsado no Plano Safras 2024/25, iniciado em 1º de julho de 2024, alcançou R$ 245,57 bilhões até o mês passado em financiamentos para pequenos, médios e grandes produtores, conforme levantamento realizado pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Os dados foram coletados no Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) do Banco Central na última sexta-feira, 28. O montante desembolsado até fevereiro corresponde a 51,53% do total disponível para a safra, de R$ 476,59 bilhões. O valor ficou 19,57% abaixo do desembolsado para produtores em igual período da safra 2023/24, de R$ 305,31 bilhões. Até o fim de fevereiro, foram realizados 1,407 milhão contratos em todas as modalidades, 13,3% menos que o total registrado em igual período da temporada anterior, de 1,622 milhão de contratos. Na safra atual, observou-se menor desempenho do crédito oficial desde o primeiro mês da temporada, quando o recuo nos recursos liberados chegou a 48%. A retração no desembolso do Plano Safra tende a se manter até o fim da temporada, prevê o assessor técnico de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Guilherme Rios. “A retração não representa falta de demanda dos produtos rurais e, sim, a dificuldade do produtor rural em acessar os recursos oficiais, justamente em momento de maior seletividade no acesso a fontes privadas. O apetite no campo por novos financiamentos se mantém sobretudo para custear as atividades, apesar do freio em investimentos”, avalia Rios ao Broadcast Agro. “É provável que não seja aplicado todo volume previsto para o Plano Safra atual, à exceção dos recursos subsidiados. O impacto da redução das contratações está nos recursos livres (nos quais não há subvenção do Tesouro em parte dos juros)”, projetou Rios. A menor demanda por recursos já era esperada em virtude do aumento dos juros, das burocracias para acesso ao crédito oficial e das limitações de tomada de recursos por porte de produtor rural, segundo Rios. “Quando olhamos as fontes privadas, vemos aumento em torno de 60% no financiamento da safra, portanto a demanda por novos financiamentos não diminuiu. Aquilo que não está sendo suprido pelo crédito oficial está sendo suprido pelo mercado privado e pelos títulos agrícolas”, disse. Ele cita que no início do Plano Safra quando a Selic era de 10,5% ao ano, e em virtude dos custos acessórios dos empréstimos, algumas fontes privadas e títulos como Cédulas de Produto Rural (CPRs) eram mais atraentes para determinados portes de produtores. Essa conjuntura levou especialmente grandes produtores a se financiarem em maior volume por meio de títulos agrícolas. “Naquele momento, em virtude da facilidade na tomada dos recursos era mais interessante ao produtor se financiar junto ao mercado privado. Agora, com a escalada da Selic, o custo das fontes privadas vai aumentar, o que pode levar os produtores a recorrerem mais ao crédito oficial diante da redução da participação do principal funding”, pontuou Rios. Os financiamentos para custeio somaram R$ 141,76 bilhões de julho de 2024 a fevereiro de 2025, 15,3% abaixo de igual período do ano-safra anterior, em 606.592 contratos. O valor concedido nas linhas de investimento foi de R$ 63,90 bilhões no período, 16,7% menos que na temporada passada, em 784.498 contratos. As operações de comercialização atingiram R$ 25,49 bilhões (queda de 31%), em 14.628 contratos, e as de industrialização totalizaram R$ 14,42 bilhões (recuo de 41%), em 1.168 contratos. No período, 1,068 milhão de contratos de crédito foram firmados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), alcançando R$ 44,22 bilhões ao fim de fevereiro. No Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foram registradas 168.480 operações, totalizando R$ 44,98 bilhões nos primeiros oito meses do ano-safra. Outros 170.712 contratos foram realizados por grandes produtores, o que correspondeu a R$ 156,372 bilhões em financiamentos de julho a fevereiro na safra 2024/25. Em relação às fontes de recursos do crédito rural, R$ 57,86 bilhões foram provenientes das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs, a taxa livre), fonte não controlada, ante R$ 127,82 bilhões de igual período da safra 2023/24. Mesmo com a queda entre os anos-safras, as LCAs se consolidaram como a principal fonte do crédito rural oficial no acumulado da safra 2024/25. Na sequência, aparecem os recursos obrigatórios respondendo por R$ 44,35 bilhões. Outros R$ 35,44 bilhões de julho de 2024 a fevereiro deste ano foram provenientes dos recursos livres equalizáveis.
Estadão Conteúdo
Bancos retomam contratação de financiamento equalizado do Plano Safra 2024/25
O governo liberou R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário para operações de crédito oficial do Plano Safra
Após o governo liberar R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário para operações de crédito oficial do Plano Safra, bancos que operam o crédito subsidiado na safra atual 2024/25 retomam as novas contratações de financiamentos com taxas equalizadas pelo Tesouro. O Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) procurou os bancos com maior volume de crédito equalizado na safra para confirmar o retorno das operações. A retomada ocorre após a suspensão temporária das contratações pelo Tesouro, que durou de 21 a 25 de fevereiro. Cerca de R$ 50 bilhões de recursos subsidiados do Plano safra estavam bloqueados em virtude da suspensão das linhas. Na safra atual, R$ 138,235 bilhões em recursos foram equalizados pelo Tesouro. Ao todo 25 instituições financeiras estão aptas a operar os recursos subsidiados. Na semana passada, o Banco Central comunicou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que as contratações das linhas subsidiadas do Plano Safra já foram reativadas. O Banco do Brasil, que responde por 45% do crédito equalizado, informou que novas contratações com recursos equalizados foram normalizadas. O BB detém a maior fatia de crédito equalizado na safra, com R$ 60,185 bilhões. Deste montante, 65% já foi aplicado, segundo o banco. De acordo com o banco, durante o período em que houve a suspensão parcial, foram desembolsados R$ 2,2 bilhões nas demais modalidades de crédito disponíveis, o que inclui financiamentos de linhas equalizadas contratadas antes da suspensão. Atrás do BB, o BNDES tem o segundo maior volume de crédito disponível na safra atual, com R$ 33,486 bilhões. Em circular, o banco informou aos agentes que operam suas linhas a reabertura do protocolo de pedidos de financiamento e a retomada da contratação de novas operações de crédito rural subvencionadas do Plano Safra 2024/25 a partir de 6 de março, conforme a disponibilidade orçamentária de cada programa ou linha de financiamento. A medida não se restringe às linhas de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), nas quais os protocolos de financiamentos permanecem normalmente admitidos. Entre os bancos cooperativos, o Sicredi lidera em volume de crédito subsidiado, com R$ 9,836 bilhões. O banco informou à reportagem que o fluxo das suas operações de crédito rural equalizado não sofreu “impacto significativo”. “A normalidade foi retomada em dois dias úteis, assim que recebemos a liberação para voltar a operar em linhas equalizadas”, disse o Sicredi. Já alguns bancos privados ainda buscam se adaptar às normativas do Tesouro. “Há ajustes que precisam ser feitos para controle dos novos recursos, os quais estamos implementando e depois voltamos a contratar”, disse o diretor de uma instituição financeira. A expectativa era de finalizar os ajustes e retomar as operações na volta do feriado de carnaval. O Tesouro determinou que as novas contratações tenham apuração específica para cálculos de valores de equalização, devendo as instituições financeiras separarem os valores de financiamentos equalizados antes da suspensão e após a autorização da retomada das contratações.
Estadão Conteúdo
FRANGOS & SUÍNOS
Setor exportador de proteínas participa de feira no México; divulga balanço da Gulfood
Em momento favorável para as relações Brasil e México, ABPA e ApexBrasil promovem nesta semana ação na Expo Carnes y Lácteos, maior feira de alimentos do mercado mexicano
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levaram um total de dez agroindústrias exportadoras de aves e suínos para a Expo Carnes y Lácteos 2025, maior feira de alimentos do mercado mexicano, que acontece nesta semana em Monterrey. O evento se encerra nesta quinta-feira (6). As agroindústrias que participam da ação são: Avenorte, Bello Alimentos, BRF, Coasul, Copacol, GTFoods, Cooperativa Lar Agroindustrial, Pamplona Alimentos, Zanchetta Alimentos e Vibra Foods. A coordenadora de marketing e promoção comercial da ABPA, Nayara Dalmolin, e o gerente de acesso a mercados, Gabriel Morelli, participam da ação. Além de encontros de negócios com potenciais clientes e importadores dos setores brasileiros, a ação busca reforçar a imagem brasileira como parceiro seguro para os consumidores mexicanos. Para isso, além de encontros com stakeholders, há a distribuição de materiais promocionais com informações sobre o setor produtivo do Brasil. A ação ocorre pouco mais de dois meses após a renovação do “Pacote contra a Inflação e a Fome” (PACIC, na sigla em espanhol), ocorrida no último dia 31 de dezembro. Criado para controlar efeitos inflacionários e escassez de alimentos, o pacote incentiva a oferta por meio da importação de produtos estratégicos, como a carne de frango e a carne suína, com ausência de cotas limitadoras com tarifa zero, informou a ABPA. Apenas em janeiro, as exportações de carne de frango para o mercado mexicano cresceram 651%, saltando de 1,4 mil toneladas no primeiro mês do ano passado para 10,7 mil toneladas no mês. O mesmo ocorreu com a carne suína, que registrou 1,3 mil toneladas importadas pelo México no período – ante apenas 25 toneladas em janeiro do ano passado. Terminou bem-sucedida a ação realizada pela ABPA, também em parceria com a ApexBrasil, durante a Gulfood 2025, maior feira de alimentos do Oriente Médio, realizada no mês passado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Conforme levantamentos feitos pela ABPA junto às 23 agroindústrias participantes do espaço, foram concretizados US$ 47 milhões em negócios somente nos cinco dias do evento. Para os próximos 12 meses, as projeções das empresas são de negócios da ordem de US$ 560 milhões apenas com os contatos realizados durante o evento. A ação deste ano foi a maior já realizada pelo projeto setorial da ABPA & ApexBrasil em todas as edições da Gulfood. Além da realização de encontros de negócios, foram promovidas ações de imagem para o setor com a exibição de vídeos e apresentação do novo branding do Brazilian Chicken – marca internacional mantida pelo setor. “Há forte demanda pelos produtos brasileiros no mercado internacional, e a Gulfood foi um termômetro deste momento. As boas expectativas de negócios gerados em Dubai serão primordiais para a consolidação do resultado positivo previsto para as exportações do setor em 2025”, analisou Santin. A ABPA (em parceria com a ApexBrasil) lançou em Dubai, durante a Gulfood, o novo branding da marca setorial internacional Brazilian Chicken.
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