
Ano 11 | nº 2415 |26 de fevereiro de 2025
NOTÍCIAS
Boi: Continua pressão pela queda de preços
Com escalas de abate ainda confortáveis, os frigoríficos brasileiros continuam pressionado os preços do boi gordo, com lançamento de ordens de compra abaixo das cotações de referência
Na praça paulista, os compradores abriram a terça-feira (25/2) oferecendo menos R$ 5/@-R$ 10/@ em relação aos preços atuais, informou a Scot Consultoria. No entanto, tal estratégia não teve sucesso – as cotações dos animais de São Paulo ficaram estáveis ao longo da terça-feira, de acordo com a apuração da Scot. Com isso, pelos dados da consultoria, no mercado paulista, o boi gordo “comum” segue cotado em R$ 315/@, a vaca em R$ 285/@, a novilha gorda em R$ 303/@ e o “boi- China” em R$ 317/@. As escalas de abate atendem, em média, a dez dias no Estado de São Paulo, acrescenta a Scot. No Paraná, o cenário apresenta queda de preços. Com uma oferta razoável e escoamento de carne enfraquecido, os valores do boi gordo e da novilha recuaram R$5,00/@ e R$3,00/@, respectivamente. A programação de abates na região está em média para 11 dias. Já no Espírito Santo, a maior disponibilidade de animais no mercado pressionou as cotações para baixo. Os preços de todas as categorias registraram queda de R$5,00/@, enquanto as escalas de abate se alongaram para 14 dias. Apesar do cenário doméstico, o desempenho do mercado externo segue positivo. Até a terceira semana de fevereiro, o Brasil exportou 153,1 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária de embarques foi de 10,2 mil toneladas, registrando um crescimento de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024. Além do aumento no volume, o preço médio da tonelada também subiu, atingindo US$ 4,9 mil – uma alta de 9,0% na comparação anual.
Scot Consultoria
Preço do boi gordo cai em fevereiro: tendência ou oscilação normal?
O especialista Alcides Torres, da Scot Consultoria, explica os fatores que influenciam o mercado e as perspectivas
O mercado pecuário enfrenta uma queda nos preços da arroba do boi gordo, reflexo do aumento da oferta e do consumo interno abaixo do esperado. Em São Paulo, a arroba caiu para R$ 315, enquanto o “boi China” segue sendo negociado a valores mais altos. Segundo o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, esse movimento já era esperado para fevereiro, após um mês de janeiro com preços em alta devido à menor oferta durante o período de férias. Torres afirma que o mercado interno está mais desaquecido, mas as exportações seguem em bom ritmo. Apesar das recentes tensões comerciais com a China, que abriu uma investigação alegando possível prática de dumping pelo Brasil, as compras do país asiático permanecem firmes. Com o fim das festividades do Ano Novo Chinês, a demanda tende a crescer, impulsionando os embarques e trazendo maior liquidez para o setor. O especialista também destaca que a maior parte da oferta atual é composta por fêmeas descartadas. Um reflexo do atraso na estação de monta causado pela seca severa do ano passado. Essa maior disponibilidade de boiadas tem pressionado os preços no mercado interno. No entanto, a tendência para o setor é a consolidação de um novo padrão de abate, com animais mais jovens, de até 30 meses, como preferido pelo mercado exportador. Para os pecuaristas que adotam esse padrão, há oportunidades de maior rentabilidade, segundo Torres, pois o gado abatido mais cedo permite maior giro na fazenda e melhor aproveitamento das áreas de pastagem. Essa estratégia já é amplamente adotada em setores como a soja e o milho, e a pecuária de corte caminha para essa mesma direção. Em relação ao confinamento, Torres avalia que o momento é favorável para quem administra bem os custos. Com a queda nos preços dos insumos, principalmente na reposição de bovinos, a margem de lucro dos confinadores está positiva. O sistema intensivo de criação também auxilia na produção de animais precoces, alinhados ao padrão exigido pelo mercado internacional. Diante desse cenário, pecuaristas devem monitorar as oscilações do mercado e buscar estratégias para se adaptar às novas demandas. Com exportações em alta e o mercado interno ainda instável, a busca por maior eficiência produtiva será essencial para manter a rentabilidade no setor.
Canal Rural
ECONOMIA
Dólar perde força e fecha estável
Depois de chegar a superar os R$5,80 no início do dia, o dólar perdeu força no Brasil e fechou praticamente estável, refletindo a queda firme da moeda norte-americana no exterior e a baixa dos rendimentos dos Treasuries, em meio às preocupações em torno da economia dos EUA
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,04%, aos R$5,7525. Em 2025, porém, a moeda norte-americana acumula queda de 6,90%. Às 17h08 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 0,28%, aos R$5,7570. Com as cotações mais elevadas, acima dos R$5,80, alguns agentes aproveitaram para vender moeda, o que tirou força do dólar ante o real. Além disso, o sinal vindo do exterior era negativo, com os mercados globais reagindo a dados fracos de confiança do consumidor dos EUA e à queda firme dos rendimentos dos Treasuries, em meio aos receios em torno da política tarifária do governo de Donald Trump. No mercado de Treasuries foi um dia típico de aversão ao risco, com busca pelos títulos norte-americanos e consequente queda das taxas, o que também influenciou na relação dólar/real. A perda de força do dólar esteve em sintonia com o avanço firme do Ibovespa na B3, embora no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) o cenário fosse mais complexo, com baixa de taxas na ponta curta da curva a termo e alta na longa. Pela manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 — considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial — subiu 1,23% em fevereiro, maior taxa desde abril de 2022 (+1,73%), mas abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 1,33%. No mercado, a expectativa de elevação de 100 pontos-base da Selic em março segue quase unânime, mas há dúvidas sobre o que o Banco Central fará em maio, na reunião seguinte para definição de juros.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com Vibra em destaque
O Ibovespa fechou em alta na terça-feira, com Vibra entre os destaques positivos, após executivos citarem melhora na rentabilidade no primeiro trimestre, enquanto Marcopolo e MRV&Co figuraram na ponta negativa com agentes também repercutindo os respectivos resultados do último trimestre de 2024
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,5%, a 126.031,81 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 126.717,95 pontos na máxima e 125.382,4 pontos na mínima do dia.
Reuters
IPCA-15 acelera em fevereiro por energia elétrica e educação e tem maior alta em quase 3 anos
A inflação no Brasil voltou a acelerar em fevereiro, com o IPCA-15 atingindo a maior alta em quase três anos, pressionado pela energia elétrica e pelos efeitos sazonais da volta às aulas, levando a taxa em 12 meses a quase 5%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 1,23% em fevereiro, maior taxa desde abril de 2022 (+1,73%) e a maior alta para um mês de fevereiro desde 2016 (+1,42%). Em janeiro, mostrara aumento de 0,11%. Apesar da forte aceleração, o dado divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,33%. Com esse resultado, a alta acumulada em 12 meses até fevereiro acelerou a 4,96%, de 4,50% no mês anterior e expectativa de 5,08%. Nessa base de comparação, foi a maior taxa desde outubro de 2023 (+5,05%). As maiores pressões no IPCA-15 de fevereiro foram exercidas pelos grupos Habitação e Educação, com aumentos respectivos de 4,34% e 4,78%. A maior influência para a alta de Habitação veio da energia elétrica residencial, que avançou 16,33% em fevereiro e devolveu a queda de 15,46% em janeiro, quando se beneficiou do bônus de Itaipu –composto pelo saldo positivo registrado na conta de comercialização da energia da usina hidrelétrica binacional. Já em Educação, a maior contribuição foi dada pelo aumento de 5,69% dos custos de cursos regulares devido aos reajustes normalmente adotados no início do ano letivo. As maiores variações foram registradas por ensino fundamental (7,50%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%). Os preços de Alimentação e Bebidas, fonte de preocupação para o governo, subiram 0,61% no mês, desacelerando ante taxa de 1,06% em janeiro, sendo que os preços de alimentação no domicílio aumentaram 0,63% em fevereiro. Já os custos de Transportes subiram 0,44% no período, de 1,01% no mês anterior, com os combustíveis subindo 1,88%. Houve aumentos nos preços do etanol (3,22%), do óleo diesel (2,42%) e da gasolina (1,71%), enquanto as passagens aéreas tiveram queda de 20,42%. Apesar da aceleração do IPCA-15, especialistas ressaltam alguns pontos positivos na abertura do dado. Nos cálculos de Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o núcleo da inflação registrou leve alta marginal no acumulado de 12 meses, passando de 4,36% para 4,41%. Já a alta do setor de serviços em 12 meses desacelerou de 5,45% para 4,98%, enquanto nos serviços subjacentes passou de 5,96% para 5,93%, de acordo com Sung. “Os dados qualitativos trazem certo alívio em relação às últimas divulgações, especialmente para os grupos mais monitorados pelo Banco Central, que vinham registrando um crescimento acelerado. No entanto, isso não altera nossa preocupação com o cenário inflacionário”, disse ele em nota. Vários fatores vêm mantendo o alerta elevado em relação à inflação neste início de ano: mercado de trabalho ainda robusto, fortalecimento do dólar e as ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Reuters
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: cotações do vivo em alta no PR e SC
Conforme análise divulgada pelo Cepea, dos cortes ao animal vivo, os preços dos produtos suinícolas estão em forte movimento de alta neste início de segunda quinzena de fevereiro
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo subiu 0,56%, com preço médio de R$ 178,00, enquanto a carcaça especial caiu 0,71%, fechando em R$ 14,100/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (24), o preço ficou estável somente em São Paulo, custando R$ 9,41/kg. Houve tímida queda de 0,11% em Minas Gerais, atingindo R$ 9,48/kg, e de 0,23% no Rio Grande do Sul, valendo R$ 8,79/kg. Foram registradas altas de 1,21% no Paraná, com preço de R$ 9,18/kg, e de 0,68% em Santa Catarina, fechando em R$ 8,94/kg.
Cepea/Esalq
Estabilidade nas cotações do mercado do frango na terça-feira (25)
O mercado do frango encerrou esta terça-feira (25) com a estabilidade predominando nas cotações. A exceção ficou para o frango resfriado ou congelado em São Paulo, com quedas tímidas.
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo não mudou, custando, em média, R$ 5,50/kg, assim como a ave no atacado, custando, em média, R$ 7,70/kg. No caso do animal vivo, o preço caiu 0,86% no Paraná, com valor de R$ 4,61/kg, enquanto em Santa Catarina não houve mudança, com preço de R$ 4,61/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (24), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado sofreram queda de 0,12%, fechando, respectivamente, em R$ 8,50/kg e R$ 8,57/kg.
Cepea/Esalq
ABPA: Status sanitário reforça demanda por carne de frango do Brasil
Alta de exportações deve seguir ao longo do segundo semestre, avalia a ABPA; mercado interno deve seguir equilibrado; custos de produção são favoráveis no complexo soja
O agravamento da Influenza Aviária em diversos países tem impulsionado a demanda global por carne de frango do Brasil, avalia a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As projeções iniciais da ABPA para o ano indicam que as exportações brasileiras de carne de frango devem alcançar 5,4 milhões de toneladas em 2025, um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior. No entanto, já em janeiro os embarques apresentaram alta de quase 10%, impulsionados pelo aumento da demanda em mercados como China, União Europeia e Filipinas. A valorização do produto brasileiro no mercado externo se reflete no avanço de 20,9% na receita das exportações, superando o crescimento do volume embarcado. Em fevereiro não deve ser diferente, com base nas parciais semanais recebidas, que preveem embarques acima de 450 mil toneladas. No mercado interno, conforme avaliação do presidente da ABPA, Ricardo Santin, o setor segue em equilíbrio, impulsionado pela alta demanda pelo produto, que tem influenciado positivamente o consumo de carne de frango. A produção nacional deve alcançar até 15,3 milhões de toneladas em 2025, um avanço de 2,7% em relação ao ano anterior, enquanto a disponibilidade interna está projetada para 9,9 milhões de toneladas, crescimento de 2,1%. Graças ao reconhecido custo-benefício da proteína, o consumo per capita deve atingir este ano 46 kg, um aumento de 2%. Em termos de custos de produção, o cenário é positivo, em especial, no caso do farelo de soja. Com estoques mundiais elevados e a projeção de uma colheita histórica acima de 170 milhões de toneladas no Brasil, o complexo soja deve ajudar a equilibrar os custos de produção do setor. Conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Ciências Aplicadas (CEPEA), em janeiro houve retração do preço do farelo de soja na maior parte das praças monitoradas. Em praças do Oeste do Paraná, a queda supera 13% na comparação com janeiro de 2024. Em outras localidades, como Ijuí (RS), e Passo Fundo (RS), as retrações de preço superam 20%. De acordo com o presidente da ABPA, as agroindústrias e cooperativas do setor também têm boas expectativas sobre a produção de milho, especialmente em relação à safrinha, que não deve enfrentar atrasos graças ao bom andamento da colheita de soja. O quadro é especialmente bom no estado do Mato Grosso, que concentra metade das mais de 100 milhões de toneladas que deverão ser colhidas. Também é esperada neste ano uma menor demanda pela China – principal destino das exportações do cereal no mercado global. Cenário Global de IA – Desde o dia 1° de janeiro, mais de 34 países já registraram focos de Influenza Aviária, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Apenas nos Estados Unidos, são mais de 60 focos ativos, além de 64 focos no Reino Unido, 76 na Alemanha, 40 na Polônia e 36 focos nos Países Baixos. “A conjuntura internacional está reforçando o papel do Brasil como um fornecedor de carne de frango essencial para diversos mercados. A pressão da Influenza Aviária sobre a oferta global tem direcionado mais importadores ao produto brasileiro, e esse movimento deve se intensificar ao longo do segundo semestre, período historicamente mais forte para as exportações”, analisa Ricardo Santin.
ABPA
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868
