
Ano 8 | nº 1720 | 27 de abril de 2022
NOTÍCIAS
Boi gordo: negócios em ritmo lento
Cotações do macho terminado e das fêmeas prontas para abater (vacas e novilhas) seguem estáveis na maioria das praças pecuárias
Levantamento da segunda-feira da Scot Consultoria mostra estabilidade nas cotações dos animais terminados negociados nas praças do interior de São Paulo, Estado que serve de referência para as demais regiões de negociação de boiada gorda. O valor do boi gordo nas praças paulistas segue em R$ 315/@, enquanto a vaca e novilha estão valendo, respectivamente, R$ 279/@ e R$ 312/@ (preços brutos e a prazo).
SCOT CONSULTORIA
Exportações de carne bovina têm duas semanas de baixa e justificam queda do boi China
Os preços de exportações da carne bovina brasileira resistiram às altas do real frente ao dólar, até o meio da semana passada, mas os volumes se reduziram no acumulado de três semanas abril na comparação com o mesmo período de março
Apesar de dois feriados no meio, os volumes médios embarcados na segunda e terceira semanas do mês foram menores, suplantando a volume maior da primeira semana, indicativo de menores compras chinesas tanto pelo lockdown quanto pela desvalorização do dólar. O quadro também ajuda a comprometer o preço do boi, sob pressão há vários dias, incluindo o animal com premiação China, na casa dos R$ 320 em São Paulo, já com perdas de mais de R$ 5 na @. Respectivamente foram exportadas 41,8 mil toneladas e 29,4 mil/t, respectivamente menores em 10 mil/ e 6 mil/t aproximadamente no comparativo semanal dos dois meses. Sobre abril de 2021, no acumulado mensal o volume de carne bovina brasileiro enviado ao exterior subiu 12,04%, chegando a 119,45 mil toneladas. E o preço médio mensal da foi a US$ 6,19 mil, alta semanal de 0,64%, também superior aos indicativos registrados no mês passado.
Money Times
Preços do boi se estabilizam e embargo chinês segue preocupando
No atacado, tendência até a virada do mês ainda aponta para alguma queda dos preços
O mercado físico do boi registrou preços estáveis na terça-feira (26). Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere alguma queda dos preços no curto prazo, com os frigoríficos desfrutando de uma confortável frente em suas escalas de abate. “Entretanto a pressão de queda diminuiu, com diversas regiões ainda operando com preços firmes. Em relação aos frigoríficos exportadores o temor continua em relação aos embargos provisórios que foram recentemente impostos pela China, o que vem gerando transtornos regionais em função da importância das praças habilitadas a exportar para a formação dos preços locais”, assinalou Iglesias. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 323,00. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 292,00. Em Cuiabá, ficou indicada em R$ 293,00. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 310,00 por arroba. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 300,00 para a arroba do boi gordo. No mercado atacadista, o dia foi de preços estáveis para a carne bovina. Segundo Iglesias, a tendência até a virada do mês ainda aponta para alguma queda dos preços. Já em maio a dinâmica tende a mudar, porque além da entrada dos salários na economia haverá também o adicional de consumo durante o Dia das Mães, data comemorativa que costuma motivar a reposição entre atacado e varejo. “Entretanto, o fato é que a preferência da população ainda vai recair sobre a carne de frango e os ovos, proteínas animais mais acessíveis”, disse Iglesias. O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,50 por quilo. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,60 por quilo. A ponta de agulha teve preço de R$ 15,70 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Reunião entre auditores fiscais e ministro da Agricultura termina sem avanços
Marcos Montes reiterou a pretensão do governo de dar 5% de reajuste, mas a categoria considera insuficiente
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) se reuniu na terça-feira, 26, em Brasília, com o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes. De acordo com a entidade, o encontro terminou sem avanços com relação a pauta de reestruturação da categoria. Os auditores adiantaram para quinta-feira, 28, a reunião que irá decidir sobre a retomada da operação-padrão, suspensa desde de março. Ainda segundo a nota do Anffa, “governo federal reforçou a intenção de manter o reajuste linear de 5% para o funcionalismo público”. No entanto, a medida não agrada aos servidores. Eles argumentam que essa porcentagem “não repõe a defasagem salarial” de mais de cinco anos sem reajuste. Com as negociações emperradas, a entidade irá se reunir na quarta-feira, 27, e na quinta-feira, 28, com o Conselho de Delegados Sindicais para decidir os próximos passos da mobilização, o que incluí a deliberação sobre o retorno da chamada operação-padrão, no qual os auditores trabalham apenas as horas regimentais sem adição de turnos extras. A decisão será anunciada até o fim desta semana.
CANAL RURAL
ECONOMIA
Dólar emenda 3ª alta e fecha perto de R$5 após intervenção do BC; volatilidade dispara
A terça-feira ficou marcada pelo retorno do dólar ao patamar de 5 reais, em mais uma sessão de fortes ganhos da moeda norte-americana que exigiram nova intervenção do Banco Central, o que ajudou a aplacar a alta e levar a moeda a 4,9899 reais no fechamento
A percepção de incerteza sobre a taxa de câmbio disparou. Uma medida de volatilidade implícita para um mês saltou a 20,64%, maior valor desde março de 2021. O exterior tem ditado a escalada das cotações, mas operadores citam ainda percepção de parada de fluxo ao Brasil, com exportadores e empresas de forma geral preferindo deixar recursos lá fora de olho no aumento dos juros nos EUA e na perspectiva forte para o dólar em termos globais. O dólar à vista saltou 2,32% na terça-feira e terminou no maior valor desde 18 de março (5,017 reais), última vez que encerrou acima de 5 reais. O dólar marcou três sessões de alta nas quais acumulou valorização de 8,04%. O real, de longe, é a moeda com pior desempenho no período. O Banco Central anunciou oferta líquida de 500 milhões de dólares em swap cambial tradicional. Considerando operações de swap anunciadas no meio do pregão, a da terça foi a primeira desde outubro do ano passado. O BC já havia atuado na sexta-feira, mas com venda de 571 milhões de dólares no mercado à vista de câmbio, dia em que o dólar chegou a subir 4,78% na máxima. Alguns analistas chamaram atenção para o fato de o Bacen ter atuado com o dólar a 5 reais nesta terça e lembraram que o cenário de referência do colegiado do Banco Central que decide os juros (Copom) considera taxa de câmbio partindo de 5,052 reais por dólar. “Vemos o real revertendo parte dos ganhos nos próximos meses”, disse em nota Bertrand Delgado, estrategista do Société Générale. “Condições financeiras e de liquidez mais apertadas juntamente com riscos geopolíticos em curso e o risco crescente de crescimento global mais brando provavelmente prejudicarão o real”, completou.
REUTERS
Ibovespa tem maior sequência de baixas em 6 anos
O índice Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, caiu para o menor patamar desde janeiro na terça-feira, acumulando a maior sequência negativa desde 2016, diante de novo tombo em Wall Street com manutenção de temores sobre desaceleração econômica global, em meio à inflação elevada e avanço da Covid-19 na China
O Ibovespa caiu 2,23%, a 108.212,86 pontos, o menor nível de fechamento desde 24 de janeiro. A última vez que o índice havia acumulado sete quedas consecutivas foi entre 13 e 23 de maio de 2016. O volume financeiro da sessão foi de 27,7 bilhões de reais. Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a perspectiva de um banco central norte-americano mais agressivo na elevação da taxa de juros e o fato de governo chinês não estar conseguindo estimular a economia chinesa como esperado, aliado a uma recente imposição de medidas de restrição contra Covid-19 em partes do país, mantêm a “tendência de baixa” para o índice. A China é peça-chave na demanda global por commodities, de modo que restrições à economia afetam os preços de matérias-primas globais e, por consequência, das empresas produtoras, que no Ibovespa têm peso relevante à exemplo da Vale e da Petrobras. No caso da política monetária norte-americana, a alta dos juros torna investimentos arriscados menos atrativos. Analistas da Guide Investimentos disseram que a chance de repique no curto prazo é cada vez mais provável, ainda que uma melhora mais duradoura dependa de sinais claros de desaceleração da inflação.
REUTERS
Mercado financeiro aumenta pela 15ª vez projeção para inflação em 2022
Para 2023, a previsão é de crescimento de 1% no PIB
O mercado financeiro aumentou pela 15ª semana seguida a previsão de inflação de 2022. De acordo com projeção do Boletim Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano com alta de 7,65%. Há uma semana, a projeção para o índice estava em 7,46%, e há quatro semanas, em 6,86%. Para 2023, o mercado mantém, também, a expectativa de alta da inflação. A projeção da variação do IPCA passou dos 3,91% projetados há uma semana, para 4%, conforme o boletim publicado pela autoridade monetária. Há quatro semanas, a projeção estava em 3,80% para a inflação do próximo ano. Alta também para a previsão inflacionária de 2024. De acordo com o mercado financeiro, a inflação ficará em 3,20%, ante aos 3,16% projetados na semana passada. Há quatro semanas, a previsão era de que 2024 terá uma inflação de 3,20%. Para 2025, a projeção se mantém estável há 41 semanas, em 3%. O Boletim Focus desta semana aumentou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) de 0,56% (previsão há uma semana) para 0,65%. Há quatro semanas, a previsão era de um PIB de 0,50%. Para 2023, a previsão é de crescimento de 1% no PIB. Há uma semana, o percentual estava em 1,12%; e há quatro semanas, em 1,30%. Já para 2024 e 2025, a previsão se manteve estável em 2%. O mercado financeiro prevê aumento da taxa básica de juros (Selic) para 2022. Há quatro semanas, a previsão era de 13%, passando para 13,05% ao ano, há uma semana. No boletim divulgado hoje, a previsão é de que a taxa feche o ano em 13,25% ao ano. Para 2023, a expectativa se mantém estável em 9% ao ano. Também há previsão de estabilidade da taxa em 2024 (7,50% ao ano) e em 2025 (7% ao ano).
Agência Brasil
FRANGOS & SUÍNOS
Terça-feira com altas no mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 2,50%/2,31%, chegando a R$ 123,00/R$ 133,00, enquanto a carcaça especial aumentou 3,26%/3,13%, custando R$ 9,20 o quilo/R$ 9,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, valendo R$ 6,67/kg. Houve aumento de 3,71% em São Paulo, chegando em R$ 6,71/kg, avanço de 3,70%, chegando em R$ 5,60/kg, crescimento de 2,74%, alcançando R$ 2,74/kg, e de 1,46% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 5,56/kg.
Cepea/Esalq
Rabobank vê queda de 3-5% na produção de carne suína brasileira em 2022
O Rabobank alterou a sua previsão para o volume de produção brasileira de carne suína em 2022 para uma queda de 3% a 5% em relação a 2021, interrompendo fortes altas dos últimos dois anos, segundo informações divulgadas em podcast do banco Foco no Agronegócio
A estimativa anterior do banco era de um aumento de 1% a 2% na produção de carne suína brasileira neste ano. Em 2021, houve uma alta de 9% na produção nacional de carne suína. As exportações de carne suína do Brasil deverão cair entre 2% e 3%, impactadas pela redução nas compras da China. Os embarques totais de carne suína brasileira tiveram queda de 6,3% em volume no primeiro trimestre deste ano e de 16,1% em receita. A China reduziu as importações num cenário de menor demanda doméstica, diante das restrições relacionadas à covid-19, e de aumento no descarte de matrizes no país asiático. “A nossa perspectiva é que neste segundo trimestre do ano a demanda chinesa continue realmente baixa, continue pressionada por esse cenário interno bastante desafiador em termos de produção”, disse o analista do Rabobank Wagner Yanaguizawa. “Passando este segundo trimestre um pouco mais desafiador, a gente acredita que o cenário de consumo, de demanda da população chinesa, deva retornar a partir do segundo semestre.” Apesar da queda nas compras chinesas, o país deverá continuar sendo o principal importador de carne suína do Brasil.
CARNETEC
Frango: cotações estáveis
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,70/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,07/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,64/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram estáveis, ambas custando R$ 8,09/kg.
Cepea/Esalq
França: surtos contínuos de gripe aviária ameaçam o futuro da indústria local de ovos e aves, diz USDA
Conforme informações divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os surtos de Influenza Aviária Altamente Patogênica (HPAI, na sigla em inglês) já levaram ao abate de 15 milhões aves na França (aproximadamente 5% do bando total de aves)
Dezenas de novos casos são sendo descobertos a cada dia. A nova variante do vírus HPAI H5N1 parece ser altamente transmissível e está se espalhando rapidamente através de bandos reprodutivos de frangos, patos e galinhas poedeiras. Os avicultores franceses já estão sob estresse significativo devido à crise Rússia-Ucrânia. Os custos de produção crescentes, principalmente para grãos de ração e energia, estão ameaçando a competitividade futura d indústria avícola francesa de maneira geral. As importações agora representam mais de 50% do total de carne de frango consumido no país. Em 19 de abril de 2022, 1.300 granjas francesas foram infectadas. Atualmente, são 27 casos registrados em produção de quintal e 46 casos em populações selvagens estão que sob investigação. Dezenas de novos casos são descoberto todos os dias. Semelhante a surtos anteriores, novos casos de HPAI foram descobertos pela primeira vez no sudoeste da França, onde os patos são criados soltos para a produção de foie gras. Em janeiro e fevereiro de 2022, o vírus HPAI chegou ao oeste da França, notadamente no distrito de Vendée e na região de Pays de Loire, afetando as maiores produções comerciais de aves domésticas, incluindo frangos de corte, perus e galinhas poedeiras criadas em ambientes fechados. Desde o início do inverno de 2021, a França sacrificou mais de 15 milhões de aves (ou cerca de 5% do tot6al do plantel). Estima-se que 300 milhões de aves que compõem a população total de aves domésticas, incluindo produção doméstica. No distrito de Vendée (com 836 casos registrados até 19 de abril de 2022), os agricultores relatam que agências governamentais estão tão sobrecarregadas com o problema, que muitas fazendas estão abatendo e enterrando as aves no local com cal virgem. A variante do vírus H5N1 parece ser altamente transmissível e pode rapidamente se espalhar também para espécies de aves ameaçadas de extinção em zoológicos.
USDA
INTERNACIONAL
‘Não definimos preço do boi nem da carne’, diz Tyson Foods
Empresa é a segunda maior da indústria de proteínas animais dos EUA
Vários fatores estão impulsionando os preços da carne bovina, incluindo forte demanda, escassez de mão de obra e aumento de custos, segundo o presidente da Tyson Foods, Donnie King. “A Tyson não define os preços do gado que compra ou da carne que nossos clientes compram. Esses preços são estabelecidos por forças de mercado diretas, ou seja, a oferta e a demanda disponíveis”, afirmou ele ontem em depoimento – escrito previamente – ao Comitê de Agricultura da Congresso dos Estados Unidos. Segundo o executivo, a Tyson, segunda maior empresa de carnes dos EUA, tem enfrentado uma escassez contínua de mão de obra, em grande parte em decorrência da pandemia de covid-19. Em paralelo, a demanda por carne bovina continuou a aumentar. Embora o preço do gado tenha caído, o da carne bovina acabada, que os consumidores compram nos supermercados, continuou a subir, impulsionado pelo forte crescimento da demanda. “O aumento dramático nos custos dos insumos tem reflexos sobre os preços que as famílias americanas pagam no supermercado”, disse King. Segundo ele, desde março de 2020, o custo do milho aumentou 127% e o soja, 90%. As despesas com transporte de carga também estão subindo, disse ele. Os custos internacionais dos contêineres avançaram 68% e o diesel aumentou 104% de um ano a outro. “Especialistas, formuladores de políticas públicas e reguladores governamentais entendem que a causa do atual ambiente inflacionário é uma combinação de oferta restrita, alta demanda do consumidor e de interrupções excepcionais nas cadeias de suprimentos globais causadas pelo covid-19 e exacerbadas por distúrbios geopolíticos”, disse.
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