
Ano 8 | nº 1716 | 20 de abril de 2022
NOTÍCIAS
Boi gordo: poucos negócios, com cautela dos frigoríficos exportadores
Segundo apurou a Scot Consultoria, os preços dos animais terminados ficaram estáveis nesta terça-feira, 19 de abril, nas praças do interior de São Paulo
Dessa maneira, o boi gordo continua valendo R$ 315/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 279/@ e R$ 312/@ (preços brutos e a prazo). De acordo com levantamento realizado pela equipe de analistas da IHS Markit, o mercado brasileiro do boi gordo registrou baixa liquidez na terça-feira.
Scot Consultoria
Embargo chinês aparece como fator de pressão nos preços do boi gordo
Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 327 a arroba; em Uberaba (MG), a arroba ficou em R$ 310
O mercado físico do boi registrou preços pouco alterados nesta segunda-feira. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o viés segue negativo neste início de semana, diante de alguns fatores. O primeiro é que os frigoríficos seguem operando com escalas de abate muito confortáveis, aumentando a capacidade de testar o mercado. O segundo fator é o processo de valorização do real, que vem tornando a conta das exportações menos atraente. O terceiro fator baixista é o recente comportamento chinês, que suspendeu a importação de proteína animal brasileira em algumas unidades frigoríficas, diante da alegação que foi encontrada a presença da proteína da Covid-19 em embalagens. “Este argumento já fui utilizado anteriormente. De qualquer maneira esse tipo de situação produz ruídos no comportamento dos frigoríficos exportadores na compra de gado, aumentando a pressão de queda sobre os preços da arroba”, assinalou Iglesias. Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 327 a arroba. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 296. Em Uberaba (MG), a arroba ficou em R$ 310. No mercado atacadista, o dia foi de preços estáveis para a carne bovina. Segundo Iglesias, há pouco espaço para reajustes neste momento, considerando a reposição mais lenta entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. A preferência da população ainda recai sobre proteínas mais acessíveis, a exemplo do frango e dos ovos. O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,90 por quilo. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,70 por quilo. A ponta de agulha teve preço de R$ 16 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Guerra na Ucrânia deve adiar queda do preço da carne, diz Embrapa
Conflito exigirá calibragens nos sistemas produtivos de proteínas do país, avalia a estatal
A guerra entre Rússia e Ucrânia deve aumentar os custos da pecuária de corte brasileira neste ano e postergar ainda mais qualquer possibilidade de queda nos preços da carne bovina ao consumidor final no país. Segundo o boletim mais recente do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa, a continuidade do conflito exigirá “calibragens” nos sistemas produtivos de proteínas do Brasil para contrabalançar a alta dos alimentos e dos fertilizantes. “A elevação dos custos de produção na cadeia produtiva da carne bovina brasileira deve fazer com que haja um aumento no processo inflacionário e uma pressão, ao longo da cadeia de produção, de repasse para o consumidor final, que já se defronta com uma situação inflacionária no mercado doméstico. Mesmo antes da guerra, o cenário mais otimista para trajetória de queda no preço da carne era 2023”, diz o documento. De acordo com os pesquisadores da Embrapa, o aperto na oferta global, causado pela guerra, fortaleceu as exportações brasileiras de carne bovina e manteve firmes os preços pagos pelos animais terminados, o que pressionou os valores do produto no mercado doméstico. “A forte demanda chinesa e norte-americana deve manter o bom desempenho das exportações de carne bovina brasileira enquanto durar o conflito”. Uma evidência disso, segundo a estatal, foi o recorde nas exportações no mês passado. O volume cresceu 26,6% em relação a março de 2021, para 169,41 mil toneladas. Rússia e Ucrânia não são grandes compradores de carnes do Brasil, mas o conflito entre os dois países afeta a dinâmica global de alimentos, já que os dois países são importantes produtores de trigo, milho, óleo de girassol e fertilizantes. A guerra também amplifica as incertezas no comércio internacional, travando as negociações. Com a lentidão da retomada da economia e a queda da renda da população, o consumo per capita de carne pode ter novas quedas, alerta a Embrapa. Apesar de prever maior impacto na cadeia de aves e suínos, a estatal diz que a pecuária bovina também sofrerá o impacto da alta das commodities, principalmente o milho utilizado na ração de animais terminados. Na pecuária intensiva, o cereal representa entre 20% e 30% do custo de produção. A produção de bovinos de corte no Brasil é feita em pastagens que demandam práticas de adubação e que também será impactada pelo avanço nos preços dos fertilizantes. “A expectativa é de enfraquecimento do Produto Interno Bruto (PIB) da pecuária de corte em 2022, tendo como principal fator de pressão o forte aumento dos custos com insumos ao longo de todas as etapas da cadeia produtiva”, completa o texto.
VALOR ECONÔMICO
Média diária exportada de carne bovina in natura cresce 43,40% na terceira semana de abril/22
Segundo a Secretária Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 89,9 mil toneladas até a terceira semana de abril/22. No ano anterior, o mês de abril encerrou com o volume embarcado de 125,4 mil toneladas em 20 dias úteis
A média diária exportada ficou em 8,9 mil toneladas, um avanço de 43,40% frente à média exportada no mês de abril do ano passado, com 6,2 mil toneladas. Para o analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, o ritmo dos embarques segue acelerado, mas é preciso ficar atento ao comportamento da China. “O mercado está acompanhando as suspensões de plantas frigoríficas devido a Covid-19 e como isso vai comprometer as exportações”, afirmou. Ainda segundo o analista, essa medida da China pode ser uma estratégia para conseguir renegociar valores da carne bovina brasileira que estão bem elevados. “Os chineses são muito pragmáticos com preços e adotam medidas para depois conseguir valores mais atrativos para eles, como já observamos em momentos anteriores”, relatou. Até a terceira semana de abril/22, o valor das cargas ficou em US$ 553,151 milhões, enquanto que o total comercializado durante o mês de abril do ano anterior foi de US$ 597,990 milhões. A média diária ficou em US$ 55,3 milhões, alta de 85,00%, frente a abril do ano passado, com US$ 29,8 milhões. Os preços médios ficaram em US$ 6.147 por tonelada, alta de 29,00% frente a abril de 2021, com preços médios US$ 4.765 por tonelada.
AGÊNCIA SAFRAS
Exportações de carne de Mato Grosso alcançam o 3º maior resultado da série histórica
O volume total exportado no período foi de 49,5 mil toneladas em equivalente carcaça (mil TEC). Esse montante está abaixo somente do registrado nos meses de agosto e setembro de 2021, quando foram exportados 50,18 mil TEC e 55,49 mil TEC, respectivamente
Os dados são do boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que apontam que o volume exportado em março – 49,50 mil TEC – representa um acréscimo de 9,74% em relação ao mês de fevereiro deste ano. Essa alta está relacionada ao fato de que alguns países que atendem ao mercado halal, como Singapura e Irã, aumentaram em 386,40% e 312,80%, respectivamente, as suas compras no período. O Gerente de Relações Institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Nilton Mesquita, explica que essas exportações são uma surpresa positiva, visto que a alta no volume dos embarques é costumeiramente registrada no segundo semestre do ano, devido à maior demanda do mercado. Quanto ao faturamento, o resultado das exportações foi de US$ 223,72 milhões no mês de março. Isso representa um acréscimo de 18,71% ante o mês de fevereiro, que somou US$ 188,45 milhões. “Ou seja, houve uma valorização no preço pago pela proteína mato-grossense no respectivo mês”, concluiu.
Acrimat
Valorização do boi gordo pode acontecer no segundo semestre, segundo analista
Segundo a Safras & Mercado, neste momento, o mercado do boi segue pressionado, com tendência de queda nos preços
O mês de março terminou com desvalorização no mercado do boi gordo na maioria das praças pecuárias, com as cotações pressionadas principalmente pela valorização do real frente ao dólar e o aumento da oferta no mercado interno. “O mercado do boi gordo segue pressionado, com a China embargando algumas unidades brasileiras. E, mesmo sendo um argumento frágil, que já foi usado anteriormente, traz transtornos para o mercado, aumentando a pressão de baixa no mês de abril”, destaca o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
De acordo com o analista de mercado, o cenário para os valores da arroba deve mudar a partir do segundo semestre. “O movimento de valorização do dólar deve mudar no segundo semestre, a partir do cenário que se desdobra das eleições. Assim, há uma expectativa de reajuste no valor do boi ao longo do segundo semestre deste ano”, pontua Iglesias.
AGÊNCIA SAFRAS
ECONOMIA
Dólar fecha em alta e vai a R$4,6667
O dólar fechou em alta frente ao real na terça-feira, com renovadas apostas de juros mais altos nos Estados Unidos em meio à inflação em disparada e a uma economia global que deve crescer menos, conforme previsões mais recentes
O dólar, contudo, subiu menos no Brasil do que em outros países e não chegou a devolver toda a perda de quase 1% da véspera, com o real protegido pelo “escudo” dos juros domésticos mais altos e dos preços mais elevados das matérias-primas. O dólar à vista subiu 0,36%, a 4,6667 reais na venda. A confirmação nesta semana pelo FMI e pelo Banco Mundial de previsões mais fracas para a economia global pesou sobre a demanda por ativos arriscados, elevando, em contrapartida, a busca por dólares, considerado ativo de segurança. A moeda tem se beneficiado adicionalmente da perspectiva de juros ainda mais altos nos EUA, o que elevaria os retornos de um mercado já considerado de baixo risco. Na avaliação da gestora de investimentos Rio Bravo, o “incerto” ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos começa a mostrar seu efeito “convencional” nos mercados brasileiros, aumentando a pressão sobre os ativos locais. “Dessa forma, o mercado nacional deve se manter atento aos desenvolvimentos dessas questões no exterior. Das idiossincrasias internas, eleições devem aos poucos ganhar força no debate, dividindo, assim, as atenções do mercado com o cenário fiscal brasileiro. O grande tema, entretanto, deve ser a inflação, com o mercado esperando sinais de desaceleração dos preços”, disseram economistas da Rio Bravo em relatório. O pano de fundo, contudo, ainda é positivo para o câmbio, segundo Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), que vê taxa “justa” para o real em 4,50 por dólar.
REUTERS
Ibovespa recua influenciado por Vale, mesmo com alta forte em Wall Street
O principal índice da bolsa brasileira engatou a terceira queda consecutiva na terça-feira, ainda que tenha recuperado algum terreno na última hora de pregão
O recuo contrastou com a alta firme das ações em Wall Street, diante de certo otimismo com os primeiros resultados da temporada de balanços trimestrais. Vale caiu antes de resultados operacionais a serem divulgados à noite e com queda do preço do minério de ferro na Ásia. Do outro lado, Petrobras subiu, apesar do preço do petróleo ter recuado, e limitou as perdas do índice em reação à notícia sobre potencial venda de participação na companhia pelo BNDES. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,42%, a 115.198,40 a pontos, o que seria o menor nível de fechamento desde 17 de março. O volume financeiro da sessão foi de 24,1 bilhões de reais. Desde o pico de 5 de abril, o principal índice das ações brasileiras recua 5,4%.
REUTERS
Brasil e outros emergentes vivem processo de estagflação, diz IIF
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) avaliou, em relatório divulgado na terça-feira, que o Brasil e outros países emergentes vivem um estagflação, processo caracterizado por inflação elevada e estagnação da atividade, com os preços sofrendo o impacto de choques de oferta
O documento ressalta que, no Brasil, a atividade não tinha se recuperado de recessões anteriores quando a economia sofreu o baque da pandemia de coronavírus. O estudo apontou o México como um caso semelhante e indicou que Índia e Indonésia também se enquadram nesse cenário, porém em menor escala. De acordo com o IIF, a inflação elevada coexiste com uma recuperação econômica incompleta em vários países emergentes, onde os níveis de produção estão bem abaixo dos patamares pré-pandemia. O impacto da Covid-19 sobre as cadeias de abastecimento, que ainda não foram normalizadas, e o aumento dos preços de alimentos e energia, que podem não recuar a depender dos efeitos dos conflitos na Ucrânia, são os principais fatores por trás da queda na oferta, segundo a instituição. “Concluímos que a inflação nos mercados emergentes é impulsionada por uma série de grandes choques de oferta. A atividade econômica está muito fraca para ser o principal motor das pressões sobre os preços. Se esses choques diminuem em algum momento, a inflação dos mercados emergentes pode esfriar mais rápido do que o esperado”, disseram Sergi Lanau e Jonathan Fortun, economistas que assinam o relatório.
REUTERS
FMI melhora levemente perspectiva de crescimento do Brasil este ano, mas reduz para 2023
Ao atualizar os dados de seu relatório Perspectiva Econômica Global –o primeiro depois da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro–o FMI passou a ver crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil em 2022 de 0,8%, contra 0,3% previsto em janeiro
Por outro lado, cortou a expectativa para 2023 em 0,2 ponto percentual, projetando uma expansão econômica de 1,4%. O FMI está bem mais pessimista do que o Ministério da Economia, que projeta que a economia brasileira irá crescer 1,5% este ano, indo a 2,5% em 2023. Os números do FMI para o Brasil também são bem mais fracos do que aqueles para a América Latina e Caribe, com o crescimento na região estimado pela instituição em 2,5% tanto para este ano quanto no próximo. Para o grupo de Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento, as perspectivas do Fundo são de expansão de 3,8% e 4,4% em 2022 e 2023, respectivamente. No relatório de janeiro, essas estimativas estavam em 4,8% e 4,7%. Para o FMI, ainda que a região da América Latina e do Caribe tenha menos conexões diretas com a Europa, que sofre com a guerra na Ucrânia, também deve ser mais afetada por inflação e aperto da política monetária. “O Brasil respondeu à inflação mais alta elevando os juros em 9,75 pontos percentuais ao longo do último ano, o que pesará sobre a demanda doméstica”, disse o Fundo no relatório, alertando que reduções nas estimativas de crescimento para os Estados Unidos e a China também devem impactar o cenário para os parceiros comerciais desses países na região. A inflação elevada tornou-se uma grande preocupação no Brasil, onde a taxa em 12 meses superou 11% sob o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em meio a temores de restrição de oferta com a guerra na Ucrânia. O Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic da mínima de 2% para os atuais 11,75%, e mais altas são esperadas com o IPCA acumulando avanço de 11,30% nos 12 meses até março, maior taxa desde outubro de 2003.
O FMI estima inflação de 8,2% no Brasil este ano e de 5,1% em 2023, resultados que ficam bem acima das metas –de 3,50% em 2022 e 3,25% em 2023 medidos pelo IPCA, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O Fundo ainda calcula taxa de desemprego no país de 13,7% e 12,9% respectivamente neste ano e no próximo, com déficits na conta corrente de 1,5% e 1,6% do PIB.
REUTERS
IPC-Fipe acelera alta para 1,72% na segunda medição de abril
Maioria das classes de despesa que compõem o indicador subiu mais no período
A cidade de São Paulo registrou inflação de 1,72% na segunda quadrissemana de abril, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Na leitura inicial do mês, o indicador teve aumento de 1,56%. Das sete classes de despesa que compõem o indicador, subiram mais na passagem de uma prévia para outra Habitação (0,94% para 1,02%), Alimentação (3,01% para 3,34%), Transportes (2,11% para 2,24%), Despesas Pessoais (1,09% para 1,24%), Saúde (0,26% para 0,37%) e Vestuário (0,84% para 0,94%). Apenas Educação repetiu a alta de preços da primeira medição do mês, de 0,12%.
VALOR ECONÔMICO
Diretora-geral da OMC encoraja setor produtivo a mostrar o agro brasileiro ao mundo
Em visita inédita à América Latina, Ngozi destacou que o Brasil terá papel fundamental para ampliar mercado mundial de alimentos
Na segunda-feira (18), durante visita de cortesia à Frente Parlamentar da Agropecuária, a Diretora-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, ressaltou a vocação brasileira para a produção de alimentos. Ngozi disse aos parlamentares membros da bancada e a representantes de entidades ligadas ao Instituto Pensar Agropecuária (IPA), temer por uma “crise de fome sem precedentes”, provocada pela guerra na Ucrânia. O fornecimento de alimentos já era considerado desafiador no final de 2021. Agora, o cenário é ainda mais preocupante. Com a guerra em campos ucranianos, os impactos mais imediatos têm sido o aumento nos preços de alimentos, energia e fertilizantes, dos quais a Rússia e a Ucrânia são grandes fornecedores para o mercado internacional. Para ajudar a frear a alta global de preços e evitar o aprofundamento da presente crise alimentar, a Diretora-Geral da OMC destaca que o Brasil terá papel fundamental na ampliação do mercado mundial de alimentos, e por consequência, na segurança alimentar da humanidade. “Eu sei que o mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira. Precisamos pensar nos desafios futuros, não só do Brasil, mas do mundo todo”, disse Ngozi, que ressaltou o potencial produtivo e sustentável do setor agropecuário brasileiro. “Estou animada sobre o que o Brasil tem a dizer sobre a área ambiental e as tecnologias produtivas com potencial de descarbonização,” completou a Diretora-Geral da OMC. Ngozi reconheceu que as práticas brasileiras são sustentáveis. “Acredito que às notícias precisam ser melhor transmitidas. O tipo de conhecimento de práticas sustentáveis que vocês usam não são as utilizadas no resto do mundo, o que vocês estão mostrando não é visto de forma tão sustentável”, explicou. “Encorajo vocês a falarem disso para que seja repetido para o mundo, que aqui existem boas práticas. O que ouvi hoje é muito interessante, incentivo vocês a continuarem com essa pegada, e serem ambientalmente responsáveis,” finalizou.
AGÊNCIA FPA
MEIO AMBIENTE
Investimento da pecuária vai do ‘luftal do boi’ ao carbono Brasil vem sendo pressionado a diminuir sua pegada de carbono na agropecuária
Maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil vem sendo pressionado nos últimos anos a diminuir sua pegada de carbono na agropecuária, especialmente em razão da produção de gás metano, um dos que mais comprometem a camada de ozônio
Durante a COP26, o país aderiu ao acordo que prevê reduzir em 30% as emissões globais de metano até 2030. Para contribuir com a meta, frigoríficos e empresas do setor agropecuário têm aumentado a produtividade, modificando insumos e agregando inovação para terem uma operação mais sustentável. Sem cheiro, sem cor e invisível, o metano é um dos gases que mais impulsionam o aquecimento global, com potencial de aquecimento na atmosfera 28 vezes maior que o CO2 (gás carbônico). Ao contrário de outros países, o Brasil registrou aumento da quantidade de emissões de gases do efeito estufa, entre eles, o metano, durante a pandemia. O indicador cresceu 9,5% em 2020, a maior alta desde 2006, aponta o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima. Os números negativos foram puxados pelo desmatamento ilegal, responsável por 46% das emissões, e pela agropecuária, com 27%, somando 577 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2020. Do total, 373 milhões de toneladas (65%) vêm da fermentação entérica, processo digestivo do gado, que é mais conhecido como “arroto de boi”. O volume representa alta de 1,5% em relação a 2019. É a fermentação entérica que impulsiona a emissão do gás no campo. O crescimento do rebanho no Brasil, que chegou a 218,2 milhões de cabeças de gado em 2020, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aprofunda a emissão de metano pelo setor. No fim do ano passado, durante a COP26, a holandesa DSM, líder em nutrição animal na América Latina, firmou um acordo com a processadora de carnes JBS para implementar um projeto-piloto que utiliza um novo aditivo para rações, o Bovaer. Ele reduz as emissões de metano por conter uma molécula capaz de quebrar uma enzima que bois produzem ao ruminar, impedindo, assim, a formação do gás. Desenvolvido durante 10 anos pela companhia, o suplemento pode diminuir em até 90% as emissões no gado de corte, de acordo com a DSM, com a utilização de um quarto de colher de chá do aditivo na ração. Em uma criação da JBS em Rio Brilhante (MS), 30 mil bovinos confinados passaram a utilizar o Bovaer. Países da América do Sul têm potencial de geração de carbono de 30 milhões de toneladas/ano na agropecuária em um cenário de maturação do mercado, conforme diz a Biofílica, subsidiária da Ambipar especializada em projetos ambientais. A empresa recentemente firmou um protocolo de intenções com o frigorífico Minerva Foods para a criação de uma joint-venture. A nova empresa, cujo modelo de atuação ainda está em uma etapa de planejamento, deverá operar em países como Argentina, Paraguai, Colômbia e Uruguai, onde a Minerva tem presença e é líder na exportação de carne bovina. No Brasil, o frigorífico já possui uma parceria para geração de créditos com a Biofílica. Agora, ambas vão atuar em conjunto fora do país para incremento de produtividade, manejo sustentável e educação no campo para a posterior certificação e geração de créditos de carbono a partir desses projetos. “Não existe cadeia mais importante hoje no Brasil e na América do Sul do que a pecuária, porque é onde está a totalidade das pastagens degradadas, que são os grandes emissores de carbono e de metano. No momento em que as pastagens virarem sequestradores de carbono, você aumenta produtividade”, analisa o CEO da Biofílica, Plínio Ribeiro. A Minerva tem interesse na parceria com a Biofílica para chegar à compensação de emissões de carbono no escopo 3, no qual as companhias têm responsabilidade indireta pelos gases emitidos em suas cadeias de fornecedores – nos escopos 1 e 2, as reduções ocorrem apenas dentro das empresas. O frigorífico pretende zerar suas emissões líquidas de carbono em 13 anos (até 2035). No ano passado, lançou um plano de descarbonização que prevê um investimento de R$ 1,5 bilhão para o rastreamento do gado, inclusive em fornecedores indiretos, e também monitoramento do desmatamento.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: preços aumentam nas principais praças brasileiras
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 2,61%/4,17%, chegando em R$ 118,00/R$ 125,00, enquanto a carcaça especial aumentou 2,22%/1,06%, custando R$ 9,20 o quilo/R$ 9,50 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (18), houve alta de 9,07% em Santa Catarina, chegando em R$ 5,32/kg, avanço de 9,07% no Paraná, alcançando R$ 5,17/kg, ampliação de 7,33% tanto para Minas Gerais quanto para o Rio Grande do Sul, valendo, respectivamente, R$ 6,44/kg e R$ 5,27/kg, e de 4,42% em São Paulo, fechando em R$ 6,38/kg.
Cepea/Esalq
China comprará 40 mil toneladas de carne suína para reservas em 22 de abril
A China comprará 40.000 toneladas de carne suína congelada para suas reservas estaduais em 22 de abril, informou o Centro de Gerenciamento de Reservas de Mercadorias da China em comunicado na terça-feira
Este é o quinto lote desse estoque em 2022, de acordo com o comunicado, já que os preços da carne suína no maior produtor e consumidor do mundo oscilaram em níveis baixos nos últimos meses em meio ao aumento da produção e à demanda fria.
REUTERS
Valor da carne suína exportada cai; China, maior comprador, também enfrenta preços baixos
Maior produção de carne suína na China derruba os preços da atividade no gigante asiático
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura até a terceira semana de abril (10 dias úteis), estão com preços da proteína brasileira em redução. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o grande problema no mercado externo é o excesso de carne suína, o que não é uma exclusividade do Brasil, mas também de grandes players. “Os preços da suinocultura chinesa estão despencando, então não tem sentido importar carne mais cara do que se produz localmente. Aí há um grande movimento de renegociação dos contratos do maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, reduzindo os preços no Brasil”, disse ele. A receita com a exportação, até aqui, US$ 102,6 milhões, representa 47,25% do valor de todo abril de 2021, com US$ 217,2 milhões. No volume embarcado, as 46.713 toneladas, elas representam 53,5% do total exportado em abril do ano passado, com 87.266 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 10,2 milhões, valor 5,5% menor do que abril de 2021. Em toneladas por média diária, 4.671 toneladas, houve elevação de 7,1% no comparativo com o mesmo mês de 2021.
Já o preço pago por tonelada, US$ 2.198 é 11,7% inferior ao praticado em abril passado.
AGÊNCIA SAFRAS
Queda nos Preços do frango congelado e do resfriado
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado caiu 0,38%, chegando em R$ 7,87/kg, o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,07/kg, e no Paraná, custando R$ 5,70/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (18), o frango congelado sofreu leve recuo de 0,13%, chegando em R$ 7,94/kg, enquanto a ave resfriada baixou 1,98%, fechando em R$ 7,94/kg.
Cepea/Esalq
Embarques de carne de frango brasileira seguem aumentando em volume e receita
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura até a terceira semana de abril (10 dias úteis) aceleram com alta nos preços
Conforma dados do Rabobank, os menores estoques globais da proteína avícola, resultado dos surtos de gripe aviária em países da Europa, Estados Unidos e Ásia têm promovido um ambiente favorável para as vendas da carne de frango brasileira. Além disso, o conflito armado entre Rússia e Ucrânia (este o 6º país no ranking de exportações do produto), ajudam a impulsionar o mercado do Brasil. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o Brasil “nada de braçada” no que diz respeito às exportações de frango. “Mesmo com o dólar menos valorizado, o Brasil tem vantagens como sanidade, nenhum caso de influenza aviária e capacidade de produção em escala. Os embarques de carne de frango brasileira não terão problemas em 2022”, afirmou. A receita até aqui neste mês de abril, US$ 434,6 milhões, representa 79,35% o montante obtido em todo março de 2021, com US$ 547,7 milhões. No volume embarcado, as 232.231 toneladas, elas são 64% do total exportado em abril do ano passado, com 362.613 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 43,4 milhões, valor 58,7% maior do que abril de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve avanço 9%.
Em toneladas por média diária, foram 23.223 toneladas alta de 28,1% em relação ao mesmo mês de 2021. No preço pago por tonelada, US$ 1.871l, ele é 23,9% superior ao praticado em abril passado.
AGÊNCIA SAFRAS
Vírus de influenza aviária é encontrado em plantéis de três Estados dos EUA
O USDA disse que as áreas afetadas foram isoladas e que as aves nas propriedades serão abatidas para evitar a propagação da doença
Um vírus altamente patogênico de influenza aviária (HPAI) foi encontrado em três plantéis não comerciais de aves e em um plantel comercial de galinhas poedeiras nos Estados Unidos, informou o Departamento de Agricultura do país (USDA). Os planteis não comerciais ficam no condado de Caribou e no condado de Gooding, no Estado de Idaho, e no condado de Utah, em Utah. Já o plantel comercial fica no condado de Lancaster, na Pensilvânia. O USDA disse que as áreas afetadas foram isoladas e que as aves nas propriedades serão abatidas para evitar a propagação da doença. Um surto mais grave de influenza aviária traria grandes preocupações para as empresas avícolas. O surto de 2015 resultou na morte e abate de mais de 48 milhões de aves, causando aumentos nos preços de ovos e perus.
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