
Ano 8 | nº 1711 | 12 de abril de 2022
NOTÍCIAS
Boi gordo: poucos negócios e preços estáveis nas principais praças pecuárias
No Estado de São Paulo, o boi gordo é negociado por R$ 322/@, enquanto a vaca e a novilhas terminadas valem R$ 282/@ e R$ 317/@ (valores brutos e a prazo), segundo dados da Scot Consultoria
Segundo os analistas da Scot Consultoria, na segunda-feira, os frigoríficos de São Paulo ofertaram preços abaixo da referência, mas sem concretização de negócios. Com isso, a referência para o boi, vaca e novilha gordos ficou estável em relação aos preços de sexta-feira (8/4), negociados, respectivamente, por R$ 322/@, R$ 282/@ e R$ 317/@ (valores brutos e a prazo). Na avaliação dos consultores da IHS Markit, a demanda doméstica pela carne bovina tende a perder força nesta semana, devido ao feriado nacional, na sexta-feira (15/4), que antecede o domingo de Páscoa (tradicionalmente, em respeito ao feriado religioso, muitos brasileiros deixam de comer carne vermelha). Dessa maneira, diz a IHS, muitos compradores devem evitar a formação de excedentes nos estoques das câmaras frias, o que pode contribuir para a retomada do movimento baixista na arroba. “As indústrias seguem pressionando os preços para valores inferiores as máximas vigentes”, relata a IHS. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem estáveis, informa a consultoria.
SCOT CONSULTORIA/IHS
Índice global de preços das carnes sobe 4,8% para novo recorde em março
O índice global de preços de carnes medido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 4,8% em março, na comparação com fevereiro, para um novo recorde de 120 pontos, disse a FAO em comunicado na semana passada
Os preços de carne suína tiveram o maior aumento mensal já registrado desde 1995, motivado por reduções na oferta de suínos na Europa Ocidental e aumento na demanda interna no período que antecede as festividades da Páscoa. Os preços internacionais de carne de frango sustentaram-se, impulsionados por ofertas reduzidas por parte de países líderes na exportação, após surtos de gripe aviária, e pela incapacidade da Ucrânia de exportar carne de frango em meio ao conflito em andamento. “Os preços de carne bovina também se firmaram já que a oferta apertada de gado pronto para abate persistiu em algumas das principais regiões produtoras, enquanto a demanda global manteve-se sólida”, disse a FAO em nota.
CARNETEC
ECONOMIA
Dólar fecha abaixo de R$4,70 com exterior e antes de inflação nos EUA
O dólar oscilou ao longo desta segunda-feira, mas acabou fechando em queda e abaixo de 4,70 reais, seguindo um alívio que beneficiou outras moedas emergentes, antes da divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos
O dólar à vista fechou em baixa de 0,43%, a 4,6915 reais. Na B3, às 17:30 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,7135 reais. As operações foram guiadas na segunda-feira por fluxos pontuais, à medida que o foco se voltou para dados de inflação ao consumidor dos EUA referentes a março –a serem divulgados na terça-feira. A expectativa é que os números mostrem inflação anual rodando acima de 8% nos EUA, um recorde em 40 anos, o que pode incendiar mais o debate sobre altas mais fortes dos juros por lá. Juros mais altos nos EUA poderiam dar novo fôlego ao dólar, que contra uma cesta de moedas de países ricos já opera perto de máximas em cerca de dois anos. Uma valorização em bloco das moedas emergentes poderia se estender ao real, dado o elevado “beta” (uma medida de sensibilidade) da divisa brasileira às dinâmicas externas. Ainda que de forma discreta, operadores voltaram a aumentar apostas a favor do real, depois de algumas semanas cortando posições. Nos sete dias encerrados em 5 de abril, especuladores que operam na Bolsa de Chicago (CME) aumentaram o estoque “comprado” em real (que vê apreciação da moeda) em 2.910 contratos, para 45.526 contratos, conforme dados mais recentes da CFTC, agência de mercados futuros dos EUA. É o terceiro maior volume da história.
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Ibovespa acompanha queda em Wall Street com inflação no radar
O principal índice da bolsa brasileira caiu na segunda-feira, fechando próximo das mínimas, diante de aversão ao risco em Wall Street com a alta dos rendimentos de títulos do governo norte-americano e em meio à preocupação com inflação no Brasil e nos Estados Unidos
B3, Vale e Petrobras estiveram entre as principais pressões negativas ao índice, enquanto Ambev e Braskem subiram. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa recuou 0,98%, a 117.158,07 pontos, o que seria o menor fechamento desde 21 de março. O índice marcou a quinta queda em seis sessões. O volume financeiro da sessão foi de 19,8 bilhões de reais.
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Rabobank eleva projeções do IPCA para 2022 e 2023
O Rabobank aumentou suas estimativas de inflação para 7,3% em 2022 e 3,8% em 2023, ante expectativas anteriores de 6,7% e 3,7%, respectivamente, e vê extensão do atual ciclo de aperto monetário, conforme relatório com data da segunda-feira
A alteração das projeções ocorreu depois de na semana passada o IBGE informar alta de 1,62% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março sobre fevereiro, maior taxa para o mês em 28 anos, e de 11,30% em 12 meses, pico desde 2003, causada principalmente pelos maiores preços de combustíveis e alimentos. O Rabobank apontou que os choques sobre os preços demandam um ajuste nos juros maior do que o planejado e também classificou como otimistas as projeções do BC para a inflação de março a maio: 1,02%, 1,21% e -0,14% respectivamente. O banco privado lembrou fala do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a extensão desses choques ditará o calibre da política monetária. “A nosso ver, esses choques exigem que o BC eleve a taxa Selic para até 13,25% na reunião de junho, embora Campos Neto tenha reafirmado que parar em 12,75% no encontro de maio deveria ser suficiente para reancorar as expectativas de inflação”, disseram Mauricio Une e Gabriel Santos, que assinam o relatório. O Rabobank esperava que a mudança da bandeira de energia –de vermelha para verde, anunciada na última quarta-feira– ocorresse apenas a partir de maio. Com a antecipação da medida, cerca da metade do impacto no IPCA estimado para maio (-0,85 ponto percentual) será trazido para abril, sem gerar mudança no prognóstico para a inflação de 2022. Uma redução pela Petrobras de 5,6% nos preços do gás de cozinha (GLP) nas refinarias deve ter efeito benigno, ainda que pequeno, nos dados de inflação do próximo mês. As estimativas do Rabobank para o IPCA mensal são de 0,69% em abril, -0,07% em maio, 0,39% em junho, 0,65% em julho, 0,42% em agosto e 0,29% em setembro.
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Ministério confirma que valor da produção agropecuária do país alcançará R$ 1,2 tri em 2022
Montante ainda é 2,4% maior que o estimado para 2021
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país deverá alcançar R$ 1,227 trilhão em 2022, 2,4% mais que em 2021 e novo recorde histórico, segundo estimativas divulgadas ontem pelo Ministério da Agricultura. O patamar previsto é o mesmo indicado nas projeções divulgadas nos últimos meses. Segundo o ministério, o VBP das principais lavouras cultivadas no Brasil chegará a R$ 878,84 bilhões, 7,5% acima do ano passado, apesar da estiagem que prejudicou a safra de grãos na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul. “Nesse grupo, destacamos a contribuição de produtos relevantes como cana-de-açúcar, café, algodão e laranja, que deram grande impulso ao VBP. Entre os produtos que têm apresentado pior desempenho estão soja e arroz, afetados por redução de preços e por menor produção”, informou a Secretaria de Política Agrícola do ministério, em nota. Já o valor da produção das cinco principais cadeias da pecuária cairá 8,5% na comparação, para R$ 349,1 bilhões. “Além da redução da quantidade exportada de carne de frango, houve redução de 42,6% nas exportações de carne suína no primeiro trimestre, e redução de 18% na quantidade de carne bovina”, disse a secretaria.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Marfrig: sócios receberão R$ 383 milhões
A Marfrig anunciou na última sexta o pagamento de R$ 383,15 milhões em dividendos — cerca de R$ 0,58 por ação — com base em lucros de 2021
Serão beneficiados acionistas pessoas físicas ou jurídicas, inscritos até 13 de abril deste ano. No Brasil, o pagamento dos dividendos será realizado em real, via Banco Bradesco, sem retenção do imposto de renda na fonte, nos termos da legislação vigente, e sem remuneração ou atualização monetária.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: semana começa com preços em alta
O feriado prolongado na Semana Santa trouxe preços melhores para o mercado de suínos na segunda-feira (11)
De acordo com análise do Cepea/Esalq, no início do mês, a menor oferta de animais em peso ideal para abate e o aquecimento na procura elevaram os valores pagos por novos lotes e também pela proteína. Já na segunda parte do mês, os preços do vivo e da carne recuaram de forma intensa, influenciados pela menor demanda doméstica. Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF aumentou 5,38%/4,76%, chegando em R$ 98,00/R$ 110,00, enquanto a carcaça especial subiu 1,30%/1,23%, custando R$ 7,80 o quilo/R$ 8,20 o quilo. No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (8), houve alta de 1,32% em Minas Gerais, chegando em R$ 5,39/kg, e de 4,47% em São Paulo, avançando para R$ 5,61/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná, valendo R$ 4,55/kg, R$ 4,73/kg no Rio Grande do Sul, e R$ 4,57/kg em Santa Catarina.
Cepea/Esalq
Pedido de socorro da suinocultura paranaense terá mobilização em Curitiba
Ato distribuirá cortes de carne suína à população e tornará públicas as reivindicações dos produtores
Para destacar as graves dificuldades pelas quais passam os criadores de suínos, uma mobilização será realizada na próxima quarta-feira, 13 de abril, a partir das 9 horas, na “Boca Maldita”, centro de Curitiba. A iniciativa da Associação Paranaense de Suinocultores em conjunto com suas regionais afiliadas, Suinosul e Assuinoeste, contará com a distribuição gratuita de cortes de carne suína à população, assim como lanches produzidos à base de carne suína. Um quadro de altos custos de produção e baixos preços de comercialização do suíno vivo colocam em extrema dificuldade os produtores de suínos em todo o Brasil. Isso ocorre após dez anos seguidos consecutivos de crescimento da atividade e, com o ambiente desfavorável, produtores estão deixando a atividade, prevendo-se uma queda na produção de animais. No Paraná, segundo maior produtor nacional de suínos, milhares de produtores estão envolvidos na produção comercial intensiva, produzindo carne de alta qualidade e com total sanidade animal, mas a suinocultura se encontra em gravíssima crise. O Presidente da APS, Jacir José Dariva, ressalta que “milhares de empregos dependem diretamente dos resultados da suinocultura comercial, mas os produtores estão à beira do caos, aumentando diariamente seu endividamento e muitos até já desistiram da atividade, deixando inativas granjas que demandaram investimentos significativos para a sua estruturação e eliminando a oferta de mão de obra no campo”. Segundo ele, nesse sentido, as entidades representativas coordenam ações para destacar às autoridades e à opinião pública em geral, a grave crise do setor. Com isso, os produtores paranaenses se unem aos criadores dos demais estados produtores de suínos do Brasil que também chamam a atenção para a gravidade da situação. Manifestações já foram realizadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. “Em outra frente com vistas a amenizar a crise do setor, estamos orientando os produtores à redução dos plantéis e as agroindústrias para que não aumentem a produção, com vistas a ajudar no tocante ao equilíbrio do mercado.”, salienta Jacir Dariva. As reivindicações aos governos estadual e federal incluem a sugestão para a aquisição de carne suína para os programas sociais e educacionais, retirada temporária de tributos e repactuação das dívidas dos suinocultores independentes. Outra medida importante seria a manutenção de estoque regulador e comercialização de milho para pequenos produtores independentes com subsídios governamentais.
APS
Frango: alta de 3% para a ave congelada
Além das exportações, o período de início de mês, com o recebimento do salário por parte da população, também favoreceu as altas nos preços
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado subiu 0,65%, chegando em R$ 7,75/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,50/kg. No caso do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,07/kg, e no Paraná, valendo R$5,73/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (8), houve alta de 2,99% para o frango congelado, atingindo R$ 7,93/kg, e de 0,61% para a ave resfriada, fechando em R$ 8,20/kg.
Cepea/Esalq
INTERNACIONAL
França abate mais de 13 milhões de aves devido à gripe aviária
Mais de 13 milhões de aves foram abatidas na França desde o final de novembro, disse um funcionário do Ministério da Agricultura à Reuters na segunda-feira, conforme a pior crise de gripe aviária da França avançava rapidamente
A França registrou um raro aumento nos surtos do vírus altamente contagioso, que se acredita ter sido trazido para o país pela migração de aves selvagens. Os abates aumentaram desde que o vírus atingiu as maiores regiões produtoras de aves da França. Até 8 de abril, 1.230 surtos foram registrados em fazendas desde que o primeiro caso foi detectado em 26 de novembro, de acordo com um site do ministério agrícola francês. Isso representou um aumento de mais de 10% em oito dias. A propagação da gripe aviária gerou preocupação entre governos e a indústria avícola devido à devastação que pode causar aos rebanhos, à possibilidade de restrições comerciais e ao risco de transmissão humana. A cepa H5N1, extremamente agressiva e altamente contagiosa, vem se espalhando rapidamente na Europa nos últimos meses, provocando abates massivos em vários países, principalmente na Itália. A gripe aviária é transmitida principalmente através de fezes de aves selvagens infectadas. Não pode ser transmitida aos seres humanos através da ingestão de produtos avícolas, embora tenha havido casos ocasionais de humanos contraindo cepas da doença através do contato próximo com aves infectadas.
REUTERS
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