
Ano 8 | nº 1706| 05 de abril de 2022
NOTÍCIAS
Preço do boi gordo segue em queda no Brasil
O processo de valorização do real é um fator preponderante que explica a queda no preço
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o processo de valorização do real é um fator preponderante que explica a queda nos preços da arroba, pois faz os frigoríficos exportadores aumentarem a pressão sobre os pecuaristas, uma vez que as exportações se tornam menos vantajosas com o amplo processo de valorização cambial. “Além disso, precisa ser considerado o avanço da oferta de animais terminados no mercado doméstico. Nesse ambiente, os frigoríficos não encontram dificuldade na composição de suas escalas de abate, que hoje atendem entre seis e oito dias úteis em média”, afirma Iglesias. Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 332 a arroba. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301. Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 308. Em Uberaba (MG), preços a R$ 320 por arroba. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 313. No mercado atacadista, a segunda-feira (4) foi de preços estáveis. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta dos preços no decorrer da semana. “No entanto esse movimento será moderado. É possível que nem mesmo a potencial alta do atacado seja capaz de elevar os preços do boi gordo, uma vez que as escalas de abate são muito confortáveis neste momento. A preferência por proteínas mais acessíveis seguirá como um fator relevante de formação de tendência em 2022, com a carne de frango assumindo a preferência da população brasileira”, disse Iglesias. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,40 por quilo. O quarto traseiro foi cotado a R$ 23,50 por quilo. A ponta de agulha seguiu com preço de R$ 15,50 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Mercado do boi gordo: poucos negócios e cotações estáveis
Nas regiões do interior de São Paulo, o boi, vaca e novilha abrem a semana valendo, respectivamente, R$ 327/@, R$ 288/@ e R$ 324/@ (valores brutos e a prazo), segundo dados da Scot Consultoria
Dessa forma, nas praças do interior de São Paulo – uma das principais referências para outras regiões pecuárias do País –, os preços do boi gordo e da vaca e novilha gordas ficaram estáveis ao longo da segunda-feira, negociados por R$ 327/@, R$ 288/@ e R$ 324/@, respectivamente (valore brutos e a prazo).
Scot Consultoria
Carne bovina in natura: exportação desacelera na última semana de março
Embarques brasileiros do produto in natura chegam a 169,41 mil toneladas no mês passado, um avanço de 26,6% sobre o resultado obtido no mesmo período de 2021, informa a Agrifatto, com base em dados da Secex
As exportações brasileiras de carne bovina in natura, que iniciaram março/22 de maneira acelerada, reduziram fortemente o ritmo na quinzena final do mês. Mesmo assim, os embarques do mês passado atingiram um volume recorde para um mês de março, de 169,41 mil toneladas, o que representou um avanço de 26,6% sobre o resultado obtido em igual mês de 2021, de 133,82 mil toneladas, informa a Agrifatto, com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Foi o terceiro mês consecutivo de volume recorde das exportações brasileiras de carne bovina – no acumulado do primeiro trimestre, as vendas externas foram recordes tanto em volume quanto em receita. A média diária exportada em março/22 ficou em 7,7 mil toneladas, um avanço de 32,3% frente à média exportada no mês de março do ano passado. Segundo o economista Yago Travagini, além da quantidade recorde para o mês de março, o resultado alcançado no mês passado está entre os cinco maiores volumes mensais da história. Em receita, as exportações de carne bovina in natura alcançaram US$ 999,47 milhões em março/22, montante 62% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Na última semana de março, os embarques ficaram em 21,50 mil toneladas do produto in natura, queda de 20% sobre o resultado obtido na semana anterior (26,88 mil toneladas) e retração de 60% em relação ao pico semanal registrado na segunda semana do mês (de 52,63 mil toneladas). Em março, o preço médio mensal ficou em US$ 5,90 mil/toneladas, com valorização de 5,53% ante o valor médio de fevereiro/22.
AGRIFATTO
ECONOMIA
Dólar fecha em queda de 1,27%, a R$4,6075 na venda
O dólar recuou pela terceira sessão consecutiva na segunda-feira, a uma mínima desde o início de março de 2020, em novo dia de força para moedas de países exportadores de commodities, enquanto o patamar alto dos juros básicos brasileiros continuava impulsionando o real, líder global de desempenho no acumulado de 2022
A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,27%, a 4,6075 na venda, mínima para encerramento desde 4 de março de 2020 (4,5806) e aprofundando suas perdas no ano para 17,33%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,08%, a 4,6410 reais. Parte dos mercados associou o recuo do dólar na sessão a sua fraqueza internacional contra divisas de países exportadores de commodities, que têm se beneficiado de temores de restrição da oferta de produtos, do petróleo ao milho, gerados pela guerra na Ucrânia. Além de se beneficiar da alta das commodities, “o Brasil se credenciou hoje como um país oportuno para receber fluxo estrangeiro e excesso de liquidez: temos entre os Brics uma democracia estável… e estamos com juros altíssimos”, disse à Reuters Fernando Bergallo, Diretor de Operações da FB Capital. “Com a pandemia, Brasil derrubou os juros para 2% ao ano, patamar que não faz frente ao risco Brasil, e o dólar saltou a 5,80 reais. Aí agora a Selic volta a disparar, vem de 2% para 11,75% –e podendo chegar a 14%–, e é natural que esse desmonte de posições aconteça e que o fluxo se inverta” a favor da moeda local, continuou o especialista. O Banco Central do Brasil começou a subir os juros em março de 2021, tirando a Selic de uma mínima histórica. Desde então, promoveu aperto acumulado de 9,75 pontos, e já indicou que haverá dose adicional de 1 ponto em maio. No final de fevereiro de 2020, antes de a Covid-19 abalar os mercados financeiros de todo o mundo, a divisa estava sendo negociada em torno de 4,50 reais.
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Ibovespa tem leve queda na contramão de NY, sob peso de Petrobras e bancos
MINERVA ON subiu 3,1%, após o BTG Pactual elevar a recomendação para a ação de “neutra” para “compra”, com preço-alvo passando de 13 para 20 reais
O principal índice da bolsa brasileira teve leve baixa na segunda-feira, na contramão de Wall Street, sob pressão da queda de ações de bancos e da Petrobras. O Ibovespa caiu 0,24%, a 121.279,51 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 21,6 bilhões de reais, abaixo da média recente. Nos últimos cinco dias, o mínimo havia sido de 26 bilhões de reais. “O dia começou com noticiário meio ruim”, disse Helena Veronese, economista da Azimut Brasil Wealth Management, citando possibilidade de novas sanções contra a Rússia, incertezas na Petrobras e a greve de servidores do Banco Central. A economista não vê uma correção atingindo o Ibovespa após a forte alta acumulada recentemente. “O que está fazendo a bolsa subir desde o começo do ano é fluxo. E ele continua, não mudou”, disse ela, que vê tendência positiva pelo menos até o fim de junho, caso não haja mudanças significativas no cenário macro. Apesar disso, o Nasdaq subiu com influência da disparada de 27,1% nas ações do Twitter, após o bilionário Elon Musk revelar participação de 9,2% na empresa. Dow Jones e S&P 500 também avançaram. No Brasil, o início de semana não teve a rotineira divulgação da pesquisa semanal Focus, do Banco Central, com projeções do mercado para indicadores econômicos, em razão da greve dos servidores da autarquia deflagrada na semana passada. Outros dados também não serão divulgados nesta semana.
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Carga tributária brasileira atingiu nível recorde de 33,9% do PIB em 2021, estima Tesouro
A carga tributária brasileira subiu de 31,77% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 para 33,90% em 2021, patamar mais alto da série histórica iniciada em 2010, movimento impulsionado por uma redução de benefícios fiscais e a retomada de setores da economia, estimou o Tesouro Nacional em relatório apresentado na segunda-feira
“O resultado foi influenciado pela reversão dos incentivos fiscais concedidos durante a pandemia de Covid-19 e por um crescimento econômico em 2021 pautado na retomada de setores como comércio e serviços”, disse o Tesouro. A maior fatia da carga tributária do país é de atribuição do governo federal, com 22,48% do PIB em 2021, elevação de 1,53 ponto percentual na comparação com o ano anterior. Os Estados responderam por fatia equivalente a 9,09% do PIB, alta de 0,55 ponto percentual no ano. Os governos municipais representaram 2,33% do PIB, crescimento de 0,06 ponto. O Tesouro estimou que o total da carga tributária nas três esferas de governo tenha totalizado 2,943 trilhões de reais no ano passado. O órgão ponderou que o dado oficial é de responsabilidade da Receita Federal, que ainda não divulgou o levantamento referente a 2021. No recorte por tipo de tributo, a estimativa aponta que a arrecadação federal teve um incremento de 0,78 ponto percentual do PIB por conta do Imposto de Renda de empresas, além de 0,26 ponto de CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Um ganho de 0,27 ponto veio do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), por conta do fim da isenção do tributo que havia sido adotada durante a fase mais aguda da pandemia. Em 2021, a arrecadação do governo federal teve alta real de 17,36%, a 1,879 trilhão de reais, segundo dados da Receita, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1995. Em relação aos Estados, a elevação da carga foi motivada basicamente por um ganho de 0,58 ponto percentual de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Nos municípios, a alta de 0,06 ponto veio do ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).
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Alimentos pesam e IPC-Fipe acelera alta a 1,28% em março
Os preços de Alimentação pesaram com força e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo acelerou a alta a 1,28% em março, de 0,90% no mês anterior
Os dados informados na segunda-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que os custos de Alimentação tiveram alta de 2,43% em março, depois de subirem 2,26% em fevereiro. Habitação e Transportes também deram contribuições importantes para o resultado ao registrarem avanços dos preços de 0,81% e 1,68% em março. O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.
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Órgão americano livra fertilizantes e commodities de sanções
Documento publicado pela Ofac levou a interpretações distintas e movimentou o mercado
Uma resolução da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), do Tesouro americano, publicada no dia 24 deste mês, liberou o comércio de fertilizantes — entre outros itens, como commodities — do alcance das sanções impostas pelos EUA à Rússia devido à guerra na Ucrânia. O documento levou a interpretações distintas e movimentou esse mercado. Para alguns agentes, a norma não tem forte efeito prático, já que não havia sanção proibitiva direcionada ao segmento. Porém, há quem entenda que, se antes não havia regra explícita sobre comércio de fertilizantes com fornecedores russos — o que abria brecha para qualquer entendimento —, agora fica claro que não há restrição. “É um cenário menos pior para quem negocia”, avaliou o diretor executivo do BS2, Carlos Eduardo Andrade Jr., inclinado a concordar com a segunda leitura. A norma poderá contribuir com a melhor fluidez das operações financeiras, mas ele não vê efeito rápido. Na prática, agora, mais importante do que o tema de pagamentos é a entrega de fertilizantes da Rússia, prejudicada por questões logísticas, diz Marcelo Mello, da StoneX.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Frigorífico da Zanchetta em Mato Grosso do Sul contará com benefícios fiscais
Unidade da empresa em Batayporão será reformada, com investimentos de R$ 15 milhões
O governo de Mato Grosso do Sul assinou na segunda-feira um acordo com o grupo Zanchetta Foods para a concessão de incentivos fiscais destinados à reforma de um frigorífico da empresa no município de Batayporã, em região que faz divisa com o Paraná e São Paulo. Com previsão de abate de 800 bovinos por dia e geração de 600 novos empregos, a planta demandará R$ 15 milhões em investimentos, segundo a Secretaria da Agricultura do Estado. As obras começaram em outubro do ano passado e deverão ser concluídas ainda neste mês. As atividades serão iniciadas em maio. O frigorífico de Batayporã era operado pela Minerva Foods, mas está paralisado desde julho de 2015. Nesse período, sofreu com um incêndio e, em dezembro de 2019, o Grupo Comanche – que é proprietário do imóvel – executou uma reforma completa nas instalações. A Zanchetta Foods tem outras plantas em Bauru (SP), onde está sua sede e onde a empresa faz o processamento de carne bovina da marca Mondelli. Em Boituva, também em São Paulo, está instalada uma planta de carne de aves da marca Alliz. Juntas, essas plantas colocam no mercado 18 mil toneladas de carne todos os meses, sendo que 5 mil toneladas seguem para exportação.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: preços com mínimas alterações
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 95,00/R$ 105,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 7,80 o quilo/R$ 8,10 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (1), houve leve alta de 0,21% no Rio Grande do Sul, chegando em R$ 4,82/kg, e recuo de 0,18% em Minas Gerais, alcançando R$ 5,46/kg. Ficaram estáveis os valores no Paraná, fixado em R$ 4,72/kg, R$ 4,67/kg em Santa Catarina e R$ 5,39/kg em São Paulo.
Cepea/Esalq
Frango: preço sobe para a ave resfriada
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,45/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, assim como no Paraná, valendo R$5,71/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (1), o valor do frango congelado se manteve fixo em R$ 7,56/kg, enquanto a ave resfriada teve alta de 2,04%, chegando a R$ 8,01/kg.
Cepea/Esalq
Hong Kong suspende importação de carne de aves dos EUA por causa da gripe aviária
O governo de Hong Kong suspendeu as importações de carne de aves e produtos de algumas partes dos Estados Unidos por causa de um surto de gripe aviária H5N1, informou na segunda-feira.
REUTERS
INTERNACIONAL
Exportações de carne bovina da Austrália no 1ºT/22 caem para mínimas recordes
No acumulado de janeiro a março, o total de embarques foi de apenas 177.223 toneladas – 27% abaixo da média dos últimos dez anos, de 241.000 toneladas
As exportações de carne bovina da Austrália registraram um início de ano “desastroso”, com os embarques do primeiro trimestre caindo para um patamar recorde, informa o portal australiano Beef Central. O total de embarques do país da Oceania no acumulado de janeiro a março foi de apenas 177.223 toneladas – o menor número da última década e 27% abaixo da média dos últimos dez anos, de 241.000 toneladas. Segundo o portal, um conjunto de fatores explica o desempenho ruim no primeiro trimestre. A maioria dos problemas relacionados aos embarques australianos de carne bovina foram gerados pelas inundações registradas no final de fevereiro e início de março, o que resultou em sérios entraves logísticos (fechamento de porto, barreiras em rodovias e pontos ferroviários). Além disso, diz a Beef Central, os frigoríficos contabilizaram um aumento das contaminações por Covid-19 entre funcionários (sobretudo em janeiro), ao mesmo tempo que ainda enfrentam problemas de escassez de oferta de animais terminados, consequência dos danos causados no rebanho australiano após a devastadora seca de 2019.
Beef Central
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