CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1652 DE 17 DE JANEIRO DE 2022

clipping

Ano 7 | nº 1652 | 17 de janeiro de 2022

NOTÍCIAS

Boi gordo: escalas de abate confortáveis em São Paulo

Após começar a semana com uma tentativa de pressão de baixa sobre o mercado pelos compradores, a semana encerra com o mercado calmo e preços estáveis na comparação diária

No Oeste do Maranhão, a demanda fraca por carne bovina no estado vem pressionando o preço do boi gordo negativamente, com queda de R$1,00/@ na comparação dia a dia. A cotação das fêmeas ficou estável. Na região Norte de Mato Grosso, com a redução das escalas de abate, a cotação do boi gordo subiu R$1,00/@. As cotações para vaca e novilha gordas permaneceram estáveis.

SCOT CONSULTORIA

Importações de carne da China em 2021 caem 5,4%, aumento na oferta doméstica de carne suína pesa

As importações de carne da China caíram 5,4% em 2021 em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários na sexta-feira, com um aumento na oferta doméstica de carne suína reduzindo a demanda por suprimentos no exterior

Mais da metade da carne importada pela China é suína, a proteína favorita do país, enquanto cerca de um quarto é bovina. A China trouxe 9,38 milhões de toneladas de carne no ano passado, disse a Administração Geral das Alfândegas, abaixo dos 9,91 milhões em 2020. Os produtores aumentaram a produção de carne suína nos últimos anos, depois que a produção foi devastada por uma epidemia de peste suína africana em 2018 e 2019. Mas o aumento na oferta ocorre em meio à fraca demanda por carne suína, já que menos pessoas jantam fora por causa de uma série de surtos de COVID-19. Os preços domésticos da carne suína PORK-CN-TOT-D caíram na maior parte do ano passado e caíram 14% em 2022, pressionando também o preço da carne exportada. “O ano passado foi difícil por causa dos preços e da logística mais baixos”, disse um importante exportador de carne suína e de aves para a China que pediu anonimato. Embora o valor geral das importações de carne tenha aumentado 4,6%, para US$ 32 bilhões, isso foi impulsionado pela carne bovina, acrescentou ele, cuja oferta global está apertada, enquanto os preços da carne suína caíram, pressionando os preços do frango. A fraca demanda e os preços mais baixos reduziram drasticamente as chegadas de carne nos últimos meses, enquanto a proibição da carne bovina brasileira de 3 de setembro até meados de dezembro. oferta reduzida do principal fornecedor da commodity na China. Medidas mais duras também foram adotadas nos últimos meses para impedir que o COVID-19 entre no país na superfície de alimentos congelados, disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank. As importações de carne de dezembro, de 654.000 toneladas, caíram 32% em relação ao ano anterior, e abaixo do número de novembro de 677.000 toneladas, disseram as alfândegas. As importações devem continuar caindo, disse Pan, à medida que a oferta doméstica cresce.

“O preço não pode suportar outras grandes importações”, acrescentou.

REUTERS

Exportação de carne bovina pode bater novo recorde com 2,7 milhões de toneladas em 2022, prevê USDA

A produção brasileira de carne bovina deve chegar a 9,75 milhões de toneladas, o que pode significar um crescimento de 4,6% sobre o ano de 2021, destaca o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

A exportação brasileira de carne bovina é prevista em 2,68 milhões de toneladas neste ano de 2022, segundo o mais recente relatório “Pecuária e Aves: Mercados e Comércio Mundial””, elaborado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e divulgado na quinta-feira (13/1). O volume exportado poderia ser o maior já exportado pelo Brasil. O recorde até então foi o ano de 2020, com embarques totais de 2 milhões de carne bovina e que movimentou uma receita de US$ 8,48 bilhões, segundo a Secex. Considerando os dados do órgão, o crescimento representaria um avanço de 15,5%. Mas se for comparado com o resultado apresentado recentemente pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, de 1,87 milhão de toneladas, o crescimento poderia chegar a 43,5%. O relatório americano é divulgado trimestralmente, a partir de janeiro. Na última publicação de 2021, em outubro, as exportações brasileiras estavam previstas em 2,32 milhões de toneladas. A próxima divulgação será em meados da segunda ou terceira semana de abril. A produção brasileira de carne bovina deve chegar a 9,75 milhões de toneladas, o que pode significar um crescimento de 4,6% sobre o ano de 2021. A produção nacional da proteína vermelha ganhou um incremento de 50 mil toneladas, em comparação a primeira estimativa do órgão. Além da melhora da produção, o prognóstico é também de uma melhora no consumo interno de carne bovina, com aumento de 1,1%, chegando a 7,14 milhões de toneladas, o que responderia por 73,2% do total da carne bovina produzida no País. O crescimento mundial de carne é mais modesto, cerca de 1%, e pode totalizar 58,18 milhões de toneladas. Os três maiores produtores são os Estados Unidos, com 21,3%; o Brasil, com 16,8%; e a China, com 11,9%. Já em relação ao consumo interno, o órgão americano prevê o apetite de 56,26 milhões de toneladas de carne. Desse total, 22% devem ser dos americanos; 18% dos chineses; e 12,7%, dos brasileiros.

PORTAL DBO

ECONOMIA

Dólar à vista fecha em baixa de 0,29%, a R$5,5125

O dólar fechou em leve queda na sexta-feira, com vendas na reta final da sessão estimuladas pela continuidade de um movimento de realização de lucros na divisa norte-americana, que acumulou na semana o maior declínio em mais de dois meses

O dólar à vista caiu 0,29% na sexta, para 5,5125 reais na venda, menor patamar desde 16 de novembro do ano passado (5,4999 reais). Ao longo do pregão, a divisa oscilou entre alta de 0,46%, a 5,5541 reais, e queda de 0,35%, a 5,5090 reais. O recuo de sexta foi o quarto seguido, período em que o dólar perdeu 2,82%. A moeda não caía por quatro pregões seguidos desde agosto do ano passado. Na semana, o dólar acumulou desvalorização de 2,12%, a mais forte desde a também queda de 2,12% registrada na semana finda em 5 de novembro de 2021. Em 2022 até agora, o dólar recua 1,09%.

REUTERS

Ibovespa tem alta descolada de NY

O principal índice da bolsa brasileira subiu forte na sexta-feira, encerrando sua melhor semana desde o início de março, em movimento descolado de Wall Street

As ações do setor bancário e os papéis da Petrobras foram os principais suportes para o índice local na sessão. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 1,33%, para 106.935,53 pontos. Na semana, o índice acumulou ganho de 4,1%, melhor desempenho desde a semana encerrada em 5 de março do ano passado. O volume financeiro foi de 24,4 bilhões de reais.

REUTERS

Ibovespa é negociado nos níveis de 2015, aponta BofA

Apesar dos múltiplos deprimidos, que podem fornecer um piso para a queda do Ibovespa, o banco também vê uma falta de gatilhos no curto prazo para desencadear uma valorização das ações

Em meio à recente derrocada do Ibovespa, o Bank of America (BofA) faz a ressalva de que os valuations atuais do principal índice do mercado brasileiro devem trazer um maior “conforto” aos investidores em relação à possibilidade de novas quedas expressivas. Segundo o Chefe de Economia e Estratégia do Bank of America para o Brasil, David Beker, os múltiplos atuais estão aproximadamente no mesmo nível que o Ibovespa foi negociado entre 2015 e 2016, a última vez que a Selic também esteve em dois dígitos. “Agora que o Ibovespa caiu quase 20% em relação às máximas registradas em 2021, sinta-se mais confortável com os valuations no Brasil. O índice ex-commodities (materiais e energia) está sendo negociado ao confortável nível de 11 vezes o preço sobre o lucro futuro para os próximos 12 meses – abaixo do patamar de cerca de 15 vezes em meados de 2021 – implicando um desconto de 6% em relação à média histórica”, afirma o profissional do banco americano. Beker explica que mudanças na composição setorial do Ibovespa e o crescente peso das ações de crescimento dentro do índice, principalmente em e-commerce e fintechs, ainda criam um viés de alta na comparação dos múltiplos atuais contra os históricos. Em um exercício realizado pelos analistas do banco, os múltiplos históricos do Ibovespa foram ajustados usando os pesos atuais de cada setor e removendo o comércio eletrônico e as fintechs. “Assim, estimamos que o desconto do Ibovespa em relação à média histórica seria ainda maior, perto de 12%”, afirma. O BofA afirma que os grandes bancos privados, por exemplo, são atualmente negociados com 20% de desconto em relação aos históricos em termos de preço em relação ao valor contábil. “A maioria das indústrias está até negociando abaixo dos níveis de 2015, quando a taxa Selic também estava na casa dos dois dígitos. As indústrias que negociam com preço premium são companhias aéreas, varejo tradicional e de maquinário”, diz Beker.

VALOR ECONÔMICO

IBGE: indústria tem queda em oito dos 15 locais pesquisados

Maiores recuos ocorreram no Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro. No período, o índice nacional variou -0,2%

Entre as 15 regiões que tiveram a produção industrial pesquisada pelo IBGE, oito apresentaram queda na passagem de outubro para novembro de 2021. É o que revelam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, o índice nacional variou -0,2%. Os maiores recuos ocorreram no Amazonas (-3,5%), Ceará (-2,5%) e Rio de Janeiro (-2,2%). As maiores altas foram em Mato Grosso (14,6%), Santa Catarina (5,0%) e Pará (3,5%). Segundo o Gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, o Rio de Janeiro teve a maior influência no resultado nacional, com queda após acumular ganho de 1,5% em três meses de resultados positivos. “Esse recuo é atribuído ao impacto negativo dos setores de derivados do petróleo, de metalurgia e da indústria farmacêutica. O Amazonas é a segunda maior influência negativa, em função, principalmente, da queda do setor de bebidas. A Bahia teve o terceiro maior peso graças ao baixo desempenho do setor de celulose e de outros produtos químicos”, explicou. A queda na Bahia veio após dois meses de alta, quando acumulou ganho de 5,4%. A principal influência positiva veio de São Paulo, com a expansão de 1,0% puxada pelo desempenho do setor de veículos, que tem peso de 16,1% na indústria paulista. O estado responde por 34% da produção industrial nacional e teve cinco meses seguidos de resultados negativos, com perda acumulada de 7,9%. “O estado está 3,6% abaixo do patamar pré-pandemia e 25,1% abaixo do seu patamar mais elevado, atingido em março de 2011”, disse Almeida. A segunda maior influência positiva vem de Santa Catarina, puxada pelos setores de vestuário e de máquinas e equipamentos, após dois meses de queda e perda acumulada de 6,3%. De acordo com o IBGE, o resultado quase elimina as perdas de resultados anteriores no estado. Almeida disse, ainda, que o crescimento de dois dígitos de Mato Grosso ocorreu graças ao bom desempenho do setor de alimentos, com a retomada de importantes unidades produtivas que estavam paralisadas e a melhora nas exportações das carnes com o fim do embargo chinês. “Cinco estados já estão acima do patamar pré-pandemia. Minas Gerais está 5,2% acima do patamar de fevereiro de 2020; Rio Grande do Sul está 3,9%; Mato Grosso e Santa Catarina, ambos com 3,3% acima; e Paraná com 1,8%”, detalhou. No acumulado do ano, nove dos 15 locais apresentaram alta. Os destaques foram Santa Catarina (12,4%), Rio Grande do Sul (11,2%), Minas Gerais (10,9%) e Paraná (10,0%). No acumulado de 12 meses, dez dos 15 locais pesquisados tiveram crescimento. A maior queda acumulada no período foi na Bahia: -12,3%. Na comparação com novembro de 2020, dez locais tiveram recuo, sendo os maiores anotados na Bahia (-15,7%), Amazonas (-13,0%), Ceará (-11,1%) e Região Nordeste (-10,5%). Também registraram taxas negativas mais intensas que a média nacional (-4,4%) na comparação anual os estados de São Paulo (-6,9%) e Pernambuco (-5,9%). Goiás (-3,9%), Santa Catarina (-2,6%), Paraná (-1,9%) e Minas Gerais (-0,6%) completam a lista dos índices negativos. Os resultados positivos em relação a novembro do ano passado foram anotados no Espírito Santo (4,7%), Rio de Janeiro (4,6%), Rio Grande do Sul (1,4%), Mato Grosso (28%) e Pará (2%).

IBGE

Prejuízos do agro com estiagem já chegam a R$ 47 bilhões

Seca no Sul e em Mato Grosso do Sul persiste, e, em algumas áreas, produtores reconhecem perda de até 100% na safra de verão

As perdas do agronegócio brasileiro com a estiagem já somam R$ 47 bilhões, de acordo com levantamentos feitos pelas secretarias estaduais de Agricultura de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A falta de chuvas nos quatro Estados obrigou produtores a passarem roçadeiras nas lavouras para preparar o solo para o próximo cultivo, com prejuízo de 100% na safra de verão. Em algumas regiões, como no oeste do Paraná, algumas áreas contabilizam perdas de mais de 80%, patamar que também inviabiliza a colheita. Segundo estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, os produtores de soja, milho e feijão já acumulam prejuízo de R$ 25,6 bilhões no Estado – e, como a falta de chuvas persiste, a tendência é de aumento da cifra. As perdas também irão afetar outras cadeias, como as de carnes, batata, tabaco e hortifrutigranjeiros. No Rio Grande do Sul, os prejuízos somam R$ 19,9 bilhões. Desse total, R$ 14,5 bilhões são valores que os produtores de soja deixarão de vender. Outros R$ 5,4 bilhões serão na produção do milho. Em Santa Catarina, estima-se, até o momento, prejuízos de R$ 1,5 bilhão. Já em Mato Grosso do Sul, setores ligados à agricultura afirmam que as perdas já chegam a R$ 1,6 bilhão, com possibilidade de aumento.

VALOR ECONÔMICO

EMPRESAS

BRF revela avanços mais recentes no bem-estar de suínos e aves

Garantir o bem-estar animal passa por disseminar conhecimento aos colaboradores, que, por sua vez, os repassam aos produtores integrados e os orientam – especialmente no caso dos extensionistas que estão a campo

Em 2021, a companhia já formou 208 novos oficiais de Bem-Estar Animal (BEA). Entre 2019 e 2020, outros 569 já haviam sido capacitados em BEA. Eles são responsáveis, posteriormente, por aplicar a matriz de conformidade e treinar todos os colaboradores, parceiros e integrados. “Também criamos um EAD (Ensino a Distância) sobre BEA e o Programa Bem-Estar Animal feito na BRF. O reflexo no campo é o aprimoramento da produção com foco no conforto animal, o que também passa pela adoção de novas tecnologias e ferramentas de trabalho”, explicou Mariana Modesto, Diretora de Sustentabilidade da BRF, em nota. No final de 2020, a BRF anunciou uma série de metas e compromissos públicos pelo bem-estar animal, que visa garantir melhor qualidade de vida das aves e suínos que fazem parte de sua cadeia produtiva. Anteriormente, de forma pioneira, assumiu publicamente a aquisição de ovos somente de galinhas cage-free (galinhas criadas livres de gaiolas) para uso como ingrediente em seus processos industriais, e a transição do sistema de alojamento coletivo para matrizes suínas. “As ações de bem-estar animal da BRF estão alinhadas com as melhores práticas globais e inseridas no Sistema de Excelência Operacional (SEO) no pilar de Sustentabilidade da companhia. Também adotamos padrões de certificações renomadas, como Global G.A.P. e Certified Humane, que são aplicadas à criação e ao abate de animais”, disse Mariana. A BRF também participa ativamente de discussões sobre BEA dentro das entidades setoriais, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o International Poultry Council, das quais a companhia é membro, além de participar do grupo 3Ts Alliance com a World Animal Protection. Na área de suínos, a BRF acabou com os pequenos cortes nas orelhas dos suínos (mossa), antes utilizados na identificação dos animais. O procedimento foi substituído por brincos de identificação com chips – que revelam toda a história do suíno, como já é adotado no segmento de pecuária bovina – e por tatuagens, cumprindo o compromisso fixado pela companhia no final de 2020 em atingir a meta em dezembro deste ano. O brinco também facilita o processo de alimentação dos animais no caso de abastecimento de rações de forma mecanizada. “Também não há mais intervenções nos dentes, como corte ou desgaste, o que no passado era feito para evitar ferimentos causados por brigas entre os próprios animais. Atualmente, o procedimento de desgaste é realizado somente em casos extremos onde o bem-estar da fêmea está afetado por machucadura dos tetos”, explicou na mesma nota Josiane Busatta, Gerente de Bem-Estar Animal da BRF.

CARNETEC

FRANGOS & SUÍNOS

Suínos: preços estáveis na sexta-feira

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 95,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial baixou, 2,56%/1,22%, custando R$ 7,60 o quilo/R$ 8,10 o quilo

Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (13), os preços ficaram estáveis em Minas Gerais, custando R$ 5,68/kg, R$ 4,78/kg no Paraná, R$ 5,01/kg no Rio Grande do Sul, R$ 4,61/kg em Santa Catarina, e R$ 5,49/kg em São Paulo.

Cepea/Esalq

Oferta de carne suína sobe e derruba preços ao produtor

Em Mato Grosso, suinocultores relatam vendas com prejuízo de até R$ 180 por animal

O esperado aumento do consumo de carne suína nas festas de fim de ano não reverteu o cenário desfavorável aos suinocultores de Mato Grosso. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat), a situação agravou-se na última semana, e o prejuízo já chega a R$ 180 por animal vendido. Segundo a entidade, o custo de produção no Estado está, em média, em R$ 6 por quilo. O preço pago ao suinocultor, por sua vez, está em torno de R$ 4,20 por quilo para fora de Mato Grosso e R$ 4,50 por quilo no mercado interno. O tradicional aumento da demanda pela proteína nas festas de fim de ano, que acaba elevando o preço pago aos produtores, foi prejudicado pela grande oferta de carne suína no mercado, diz a Acrismat. “Por uma questão de especulação, o próprio suinocultor acabou ofertando muitos animais para abate, o que derrubou o preço pago e acabou piorando o cenário neste início do ano. Nas últimas cotações, com a venda de um animal de 100 quilos, o prejuízo fica em torno de R$ 150 até R$ 180 por animal”, estima o Presidente da associação, Itamar Canossa. Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. A preocupação já chegou às lideranças nacionais do setor. “Na região Sul, há relatores de produtores que, preocupados com a piora dos preços, venderam sua produção aos frigoríficos por até R$ 4 por quilo. Isso é totalmente descabido e sem lógica. Lá, o prejuízo é ainda maior, visto que o custo de produção é ainda mais alto”, explicou Canossa.

VALOR ECONÔMICO

Produção de carne suína brasileira pode superar 5 mi t em 2022, diz ABCS

A produção brasileira de carne suína em 2022 poderá superar 5 milhões de toneladas de carcaças, disse o consultor de Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado, à CarneTec. Já o volume de exportações brasileiras deve crescer cerca de 3% para um novo recorde neste ano, segundo estimativas preliminares do consultor.

CarneTec: Qual a expectativa da ABCS para a produção de carne suína brasileira em 2022?

Iuri Pinheiro Machado: Ainda não temos dados oficiais completos de produção de 2021, mas no acumulado de janeiro a setembro, o crescimento superou em quase 9% o mesmo período de 2020 (IBGE). Como se trata de uma cadeia de ciclo de produção relativamente longa, certamente ainda haverá crescimento em 2022, porém, em função da crise do setor em 2021, espera-se uma redução deste ritmo, algo entre 4% e 6% em relação a 2021. Ou seja, em 2022 deveremos ultrapassar a marca de 5 milhões de toneladas de carcaças produzidas.

E para a exportação?

Apesar do recuo das compras da China, nosso maior importador, no final de 2021, ainda se espera um crescimento global dos embarques em 2022, superando 2021 em torno de 3% e batendo novo recorde de volumes exportados. Existe uma grande expectativa com relação à retomada do mercado russo, que abriu uma cota de 100 mil toneladas para o primeiro semestre deste ano. Além disso, alguns países aumentaram consideravelmente suas compras junto ao Brasil, como Filipinas, Chile e Argentina.

Como o mercado consumidor doméstico de carne suína deve se comportar em 2022? A ABCS espera aumento no consumo? De quanto?

Com relação ao mercado doméstico, tudo depende do poder aquisitivo da população e do ajuste entre oferta e demanda. O crescimento da produção tem sido absorvido pelo mercado, mas é evidente que o preço pago pelo suíno está aquém do necessário para determinar margens ao produtor que tem suportado custos de produção muito elevados. O ano de 2021 deve fechar com um crescimento de consumo per capita ao redor de 1 kg, um número muito significativo. Para 2022, espera-se que o brasileiro continue aumentando sua preferência pela carne suína, mas não o mesmo crescimento experimentado em 2021.

Quais os principais desafios que a indústria brasileira de carne suína deverá enfrentar neste ano?

Na questão de custo relacionado ao milho, embora a primeira safra preocupe, a perspectiva é melhor do que no ano passado, pois tudo indica que a segunda safra resultará em quantidades suficientes para manter o preço do principal insumo em patamar mais baixo que em 2021. Por outro lado, outros custos relacionados à inflação como tarifas públicas, combustíveis e mão de obra devem onerar ainda mais a produção. A grande preocupação é a recuperação da demanda do mercado doméstico para absorver o aumento da produção. Se essa recuperação não vier, o setor continuará amargando prejuízos, principalmente no primeiro semestre, com o custo de insumos mais elevado.

CARNETEC

Frango: sexta-feira de preços estáveis

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 5,48/kg

Na cotação do animal vivo, o Paraná registrou leve alta de 0,20, chegando a R$ 5,10/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na sexta-feira (14). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (13), a ave congelada teve queda de 0,81%, chegando a R$ 6,12/kg, enquanto o frango congelado cedeu 0,33%, fechando em R$ 6,07/kg.

Cepea/Esalq

Frango/Cepea: Menor demanda pressiona cotações

Os preços do frango inteiro estão em queda neste começo de janeiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea

Segundo pesquisadores, a pressão vem da menor demanda, algo típico em início de ano. No front externo, a desvalorização do Real frente ao dólar e o forte incremento no volume exportado garantiram receita recorde com os embarques de carne de frango em dezembro. Segundo dados da Secex, foram R$ 4,1 bilhões arrecadados no mês, 20,9% a mais que em novembro/21 e 43% acima da receita de dezembro/20.

Cepea

INTERNACIONAL

Oferta de carne da China revisada em 7% maior no relatório do USDA

A oferta total de carne da China em 2022 é esperada em 79 milhões de toneladas, revisada em 7% maior em relação à previsão anterior e novamente superando a oferta total de carne antes do surgimento da peste suína africana (PSA), de acordo com o relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA em 12 de janeiro

O que impulsiona a estimativa mais alta é uma grande revisão para cima na produção de carne suína, que agora deve crescer pelo segundo ano consecutivo. Espera-se que os estoques de porcas iniciais de 2022 na China estejam acima dos níveis do ano anterior. A produtividade também está aumentando à medida que porcas menos eficientes são abatidas, o que deve sustentar a disponibilidade de suínos no mercado, principalmente no primeiro semestre do ano. A oferta abundante de carne suína doméstica pesará na demanda de importação, fazendo com que as importações de carne suína em 2022 sejam reduzidas em 12% em relação à previsão anterior, disse o USDA no relatório. As importações de 2022 permanecem elevadas pelos padrões históricos, apesar de serem 5% menores em relação ao ano anterior. No geral, espera-se que a oferta de carne suína atinja 53,7 milhões de toneladas em 2022, uma vez que a maior produção mais do que compensa as importações mais fracas. Alguns destaques do relatório:

Carne suína

  • A produção global de carne suína em 2022 foi revisada em 5% maior em relação a outubro, para 109,9 milhões de toneladas, com maior produção na China, 13% acima da previsão anterior para 49,5 milhões de toneladas (+ 1% ano a ano). • As exportações globais de carne suína em 2022 estão estimadas em 12,3 milhões de toneladas, 3% abaixo da previsão anterior, devido à demanda mais fraca do principal importador China. As importações mais baixas da China mais do que compensaram a maior demanda do Japão (+2%) e Coreia do Sul (+3%), onde a recuperação econômica e a maior disponibilidade de carne suína nos mercados internacionais apoiarão o comércio. As importações do México também estão estimadas 4% acima da previsão anterior, uma vez que a demanda reprimida do consumidor e as remessas mais altas dos Estados Unidos mantêm o comércio robusto.

Carne bovina

  • A produção global de carne bovina para 2022 foi elevada com relação a outubro para 58,2 milhões de toneladas. • As exportações globais de carne bovina para 2022 aumentaram 1%, para 12,0 milhões de toneladas, uma vez que os ganhos na Argentina, Austrália e Brasil mais do que compensaram as pequenas quedas na UE e no Japão. As importações globais permanecem inalteradas.

Carne de frango

  • A produção global de carne de frango para 2022 está prevista em 100,8 milhões de toneladas, praticamente inalterada em relação a outubro. • As exportações globais de carne de frango para 2022 aumentam 1% para 13,4 milhões de toneladas.

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