CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1651 DE 14 DE JANEIRO DE 2022

clipping

Ano 7 | nº 1651 | 14 de janeiro de 2022

 

NOTÍCIAS

Boi gordo: cotações do boi gordo estáveis em 22 das 32 praças pecuárias monitoradas

Em São Paulo, as boas compras na primeira semana de janeiro permitiram o alongamento das escalas, o que fez com que o mercado trabalhasse menos pressionou ao longo desta semana

Após recuarem (12/1), na quinta-feira (13/1) os preços estiveram estáveis na comparação diária. Boi, vaca e novilha gordos ficaram apregoados em R$337,00/@, R$308,00/@ e R$326,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Na região de Goiânia-GO, a dificuldade de escoamento da carne bovina pressionou os preços para baixo. No comparativo diário a cotação do boi e novilha gordos caiu R$2,00/@ e R$1,00/@, respectivamente. Em Santa Catarina, mesmo cenário de demanda fraca por carne bovina pressionando o preço do boi gordo negativamente, com queda de R$1,00/@ na comparação diária. A cotação das fêmeas ficou estável.

SCOT CONSULTORIA

Boi: capacidade de retenção do pecuarista será maior no 1º bimestre, diz Safras

Mesmo com uma frente confortável em suas escalas de abate, os frigoríficos encontram dificuldades em exercer pressão sobre o mercado

“Essa é uma consequência da boa capacidade de retenção que o pecuarista apresenta no decorrer do primeiro bimestre, com pastagens em ótimas condições no Centro-Norte do país”, diz o analista Fernando Henrique Iglesias “A cadência das negociações será uma constante no curto prazo, tanto que o mercado é menos fluído no decorrer da semana. Animais padrão China ainda carregam ágio de até R$ 15, em relação a animais destinados ao mercado doméstico”, acrescenta. Em São Paulo, no interior do estado, os preços ficaram em R$ 342/@, estáveis. No triângulo mineiro negócios em R$ 337 a arroba, contra R$ 335 do dia anterior. Em Goiânia, cotação avançou para R$ 327 a arroba, no comparativo com R$ 325/@ a prazo anteriormente. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo ficou posicionado em R$ 323/@ a prazo, sem mudanças. Em Mato Grosso, a arroba foi indicada em R$ 316 a arroba, contra R$ 314 a prazo do dia anterior. O mercado atacadista apresentou preços acomodados ao longo da quinta-feira. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pouco espaço para reação. “O cenário doméstico é bastante difícil, considerando as despesas usuais que descapitalizam o consumidor no período, a exemplo do IPTU, IPVA e a compra de material escolar. Além disso, as proteínas concorrentes estão em franco descenso, ou seja, a opção será por proteínas mais acessíveis”, comenta Iglesias. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 24,90, por quilo. Quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 15,50. Ponta de agulha permanece precificada a R$ 15,40, por quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Boi/Cepea: Arroba é negociada acima de R$ 330 neste início de ano

Os preços médios da arroba bovina negociada em São Paulo estão se mantendo acima dos R$ 330 desde o início deste ano, atingindo recorde nominal diário no dia 5, quando fechou a R$ 345,25

Segundo pesquisadores do Cepea, a retomada dos envios de carne bovina à China vem sustentando os valores da arroba. Além da demanda mais aquecida por novos lotes para abate por parte de frigoríficos, a oferta de animais segue baixa. Em Minas Gerais e em partes de Goiás, especificamente, pesquisadores do Cepea indicam que as frequentes chuvas nestas últimas semanas causaram enchentes e dificuldades em carregar gado, tendo em vista que algumas estradas ficaram interrompidas. Houve relatos, também, de cancelamento de leilões em determinadas cidades do estado mineiro.

Cepea

ECONOMIA

Dólar à vista fecha em queda de 0,13%, a R$5,5286

O dólar registrou leve baixa na quinta-feira, suficiente para renovar seu menor patamar de fechamento em quase dois meses, ainda em meio a um ambiente de correção global na divisa norte-americana como fruto dos debates sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos

O dólar à vista caiu 0,13%, a 5,5286 reais na venda, menor valor desde 17 de novembro do ano passado (5,5264 reais). Durante o pregão, o dólar oscilou entre 5,556 reais (+0,36%) e 5,5014 reais (-0,62%). A queda desta sessão foi a terceira consecutiva, mais longa série do tipo desde dezembro passado. Na sequência atual, a cotação acumula recuo de 2,53%. Lá fora, o índice do dólar frente a uma cesta de divisas fortes perdia 0,22%, renovando mínimas em dois meses.

Reuters

Sem impulso externo, Ibovespa não consegue manter sequência de altas

Após dois dias de ganhos firmes para as ações locais, os investidores demonstraram maior cautela diante do cenário ainda incerto para a sequência do ano e realizaram lucros em papéis que tiveram bons desempenhos nas últimas sessões

Com o dia de menor demanda por risco nas bolsas de Nova York e sem catalisadores positivos no cenário local, o Ibovespa não encontrou forças para enfileirar o terceiro pregão consecutivo de ganhos expressivos. Após oscilar próximo da estabilidade ao longo de toda a sessão, a referência do mercado acionário local fechou o dia em ligeira queda. O índice terminou em queda de 0,15%, aos 105.529,50 pontos. O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 20,92 bilhões, ante média diária anual de R$ 23,5 bilhões observada no ano passado. “O crescimento econômico de 2022 e dos anos seguintes será fortemente impactado pelas decisões tomadas nos próximos meses, e quanto mais irresponsáveis e sem lastro econômico forem essas decisões, piores serão os resultados no médio prazo. Desta forma, a evolução do processo inflacionário e da corrida eleitoral serão cruciais para o desempenho dos ativos domésticos nos próximos meses”, afirma a equipe de gestão da Ibiúna Investimentos, em relatório mensal. Ontem, as ações ligadas à tecnologia, que avançaram nos últimos dias na esteira da queda nas taxas dos juros futuros, voltaram a recuar. Setor de destaque da bolsa em 2021, os frigoríficos voltaram a registrar bom desempenho na quinta-feira e encabeçaram o ranking de retornos positivos do dia. Marfrig ON avançou 5,18%, Minerva ON subiu 3,06%, JBS ON teve alta de 1,73% e BRF ON subiu 0,71%.

VALOR ECONÔMICO

Citi piora estimativas para PIB do Brasil e vê contração de 0,3% em 2022

O Citi piorou suas projeções para a atividade econômica brasileira, esperando agora que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha avançado 4,4% em 2021 e recue 0,3% em 2022, ante estimativas anteriores de crescimento de 4,5% e 0,3%, respectivamente

As projeções mais pessimistas vieram na esteira de dados do setor de serviço divulgados mais cedo na quinta-feira, que, embora mais fortes do que o esperado, “não evitam um rebaixamento em nossas previsões para o PIB”, disse o Citi em relatório. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços prestados no Brasil saltou 2,4% em novembro na comparação com outubro, maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2021 (+4,0%). “O aumento geral foi amplo, levando o indicador de volta ao nível de agosto de 2021, mas ainda indica um carregamento estatístico negativo de 0,3% para quarto trimestre” em relação aos três meses anteriores, afirmou o Citi. Segundo o credor norte-americano, isso se soma a uma performance pior do que o esperado da produção industrial, que teve em novembro queda de 0,2%, o que indica contração de 0,2% do PIB nos últimos três meses do ano passado. Para este ano, a estimativa de retração econômica é justificada pela perspectiva de aperto monetário –com a taxa Selic devendo chegar a 12,25% ao ano– e pela disseminação da variante Ômicron do coronavírus, afirmou o Citi, citando ainda o carregamento estatístico negativo vindo do último trimestre de 2021. A taxa Selic está em 9,25%.

Reuters                

Governo mantém projeção para valor da produção no campo em 2022

Segundo o Ministério da Agricultura, VBP da agropecuária deverá ser de R$ 1,16 trilhão neste ano, montante recorde e 2,9% superior ao de 2021. Para a pecuária, a estimativa é de R$ 344,7 bilhões, queda de 4,4% em relação aos R$ 360,8 bilhões alcançados no ano anterior

O valor bruto da produção (VBP) agropecuária deverá alcançar R$ 1,16 trilhão neste ano, segundo a nova projeção do Ministério da Agricultura, divulgada ontem (13/1). O montante é similar ao da estimativa que a Pasta apresentou em dezembro. No relatório, o ministério apresentou os dados fechados sobre o VBP do ano passado, que chegou a R$ 1,12 trilhão, um crescimento de 10,1% na comparação com o resultado de 2020 quando foi de R$ 1,025 trilhão. O resultado ficou um pouco acima do que estava na projeção divulgada no mês passado (R$ 1,11 trilhão). Caso se confirme, o valor da produção estimado para este ano será 2,9% superior ao de 2021. “Tem havido problemas de falta de chuvas no Sul do país, atingindo Paraná e Rio Grande do Sul, mas os cálculos sobre os impactos ainda não são conclusivos. O clima tem se mostrado favorável no resto do país, e as culturas de verão não têm tido problemas de atraso em sua implantação”, diz nota técnica do ministério. “Também não devemos ter problemas de abastecimento interno e externo, pois, como mencionado, as previsões são de safra elevada de grãos e oferta satisfatória de carnes”. Na avaliação do ministério, as lavouras continuarão respondendo pela maior parte do VBP em 2022. A estimativa é que a agricultura alcance desempenho de R$ 817 bilhões, 6,3% a mais que os R$ 768,4 bilhões de 2021. Para a pecuária, a estimativa é de R$ 344,7 bilhões, queda de 4,4% em relação aos R$ 360,8 bilhões alcançados no ano anterior. Mesmo assim, alguns produtos devem diminuir em relação a 2021. O principal é a soja, que pode cair 2,9%, para R$ 355,5 bilhões neste ano. Arroz (-17,9%), feijão (-4,1%) e trigo (-7,2%) também devem recuar. Por outro lado, algodão (28,5%), cana-de-açúcar (12,7%) e milho (17,3%) devem melhorar os seus desempenhos. Na pecuária, apenas o leite tem previsão de alta nos resultados, de 1,8%. Bovinos (-1,7%), suínos (-8,1%), aves (-10%) e ovos (-5,4%) devem cair. Em 2021, o VBP cresceu 10,1% na comparação com o resultado do ano anterior, quando ficou em R$ 1,025 trilhão. Na análise da Secretaria de Política Agrícola do ministério, as lavouras somaram R$ 768,4 bilhões, o equivalente a 68% do VBP e crescimento de 12,7% na comparação com 2020. Já a pecuária registrou desempenho de R$ 360,8 bilhões (32% do VBP) e alta de 4,9%. O resultado recorde ocorreu “mesmo diante da falta de chuvas, seca e geadas em regiões produtoras”, informou o ministério. A soja respondeu por 32,4% do resultado total, com mais de R$ 366 bilhões. Na lista de produtos com melhores resultados também estão milho (R$ 125,2 bilhões), algodão (R$ 27,6 bilhões), arroz (R$ 20,2 bilhões), cacau (R$ 4,2 bilhões), café (R$ 42,6 bilhões), trigo (R$ 12,5 bilhões), carne bovina (R$ 150,9 bilhões), carne de frango (R$ 108,9 bilhões) e leite (R$ 51,8 bilhões). Mato Grosso liderou o VBP, com R$ 193 bilhões, ou 17,1% do total, seguido por Paraná (12,8%), São Paulo (11,3%) e Rio Grande do Sul (10,8%). A região Centro-Oeste concentra um terço do VBP do país, com R$ 365,8 bilhões, ou 32,8% de participação. O Sul somou R$ 314 bilhões.

VALOR ECONÔMICO

Exportações do agronegócio batem recorde em dezembro e no ano de 2021

Apesar do recorde nas exportações, as vendas externas de produtos do agronegócio representaram 43% das exportações brasileiras em 2021, participação 5,1 pontos percentuais inferior à verificada em 2020

As exportações do agronegócio alcançaram valores recordes para o mês de dezembro passado e também para o ano de 2021. Foram US$ 9,88 bilhões, valor recorde para os meses de dezembro: 36,5% superior aos US$ 7,24 bilhões de 2020. Em 2021, o total exportado com o agronegócio resultou em US$ 120,59 bilhões, alta de 19,7%, em relação ao ano anterior, conforme dados divulgados na quinta-feira (13) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O mês de dezembro de 2021 teve desempenho favorável devido ao forte aumento dos preços dos produtos exportados (22,5%) e, também, da expansão do volume destas exportações (11,4%). Além dos preços elevados, houve recorde no volume exportado pelo Brasil no agronegócio (15,62 milhões de toneladas). De acordo com os analistas da SCRI, os destaques foram para soja em grãos (2,71 milhões de toneladas; +889,5%); farelo de soja (1,72 milhão de toneladas; +82%); celulose (1,64 milhão de toneladas; +28,8%); e carnes (667 mil toneladas; +3,3%). As exportações do agronegócio brasileiro somaram valor recorde em 2021: US$ 120,59 bilhões (+19,7%). Somente os meses de janeiro e fevereiro deste ano não registraram recordes, explicados pela forte queda da quantidade exportada de soja em grão nesses meses, em virtude do baixo estoque de passagem em 2020, e do atraso no plantio da safra 2020/2021 (seca), com posterior atraso nas áreas de colheita em decorrência das chuvas. O crescimento das exportações brasileiras do agronegócio ocorreu em função do aumento do índice de preços dos produtos (+21,2%), enquanto o volume embarcado se reduziu (-1,2%), conforme nota publicada pela secretaria.

MAPA

EMPRESAS

BRF faz acordo com sauditas para criar empresa de carne de frango; ações sobem mais de 3%

A BRF informou na quinta-feira a assinatura de memorando de entendimentos com o fundo de investimentos soberano da Arábia Saudita para a criação de uma joint venture que atuará na cadeia completa de produção de frangos no país do Oriente Médio, em acordo que contempla investimentos de cerca de 350 milhões de dólares

Segundo a BRF, a nova empresa, na qual a brasileira terá 70% de participação, promoverá a venda de produtos frescos, congelados e processados na Arábia Saudita. O fundo será dono do restante da companhia. As ações da BRF subiam mais de 3% na quinta-feira, sendo uma das maiores altas do Ibovespa, que operava praticamente estável por volta das 11h30. O memorando, não-vinculante, “reforça o compromisso da companhia com seu plano estratégico e com a Visão 2030 da Arábia Saudita, em particular com a segurança alimentar na região do Golfo”, disse a BRF. Além disso, o acordo salienta o importante mercado de produtos halal, preparados de acordo com requisitos muçulmanos. O Brasil é o maior fornecedor de carne halal do mundo, vendendo frango e carne bovina nos lucrativos mercados islâmicos. A Arábia Saudita é o quarto maior cliente para a carne de frango do Brasil, tendo importado 353,5 mil toneladas em 2021, segundo dados comerciais compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes produtores e exportadores brasileiros. O volume representa uma queda de 24,4% em relação ao ano anterior, pois os sauditas estão tentando reduzir as importações e aumentar a produção local de produtos de frango.

Reuters

Minerva começa a estudar mudança de sede — Nasdaq no radar

Companhia vai avaliar se deixa a bolsa brasileira e parte para o exterior

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, é mais uma brasileira de olho na Nasdaq. O conselho de administração da companhia controlada pelos Vilela de Queiroz autorizou o início dos estudos para redomiciliar a empresa, um processo que pode culminar com a listagem das ações no exterior — provavelmente, nos Estados Unidos. Ao buscar uma listagem no exterior, a Minerva também quer ser percebida como um negócio que cresceu e deixou de ser majoritariamente brasileiro. Com um faturamento da ordem de R$ 26 bilhões, a companhia já faz mais de 50% fora do Brasil quando se considera a origem da produção. No destino, o mercado brasileiro responde por apenas 15%. Conhecida pelo perfil exportador, a Minerva já obtém mais 70% da receita em dólar. A Athena Foods, divisão que abrange os negócios da companhia brasileira na Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia e Chile, é a maior responsável pelos resultados da companhia. Uma listagem nos EUA também busca múltiplos melhores. Avaliada em R$ 6,1 bilhões na B3, a Minerva negocia a um EV/Ebitda de 4,9 vezes, considerando o consenso de mercado para os resultados de 2022. A relação entre preço e lucro está em 7,6 vezes. Em termos comparativos, a americana Tyson, gigante das carnes que vale US$ 33, 8 bilhões e está listada na Nyse, negocia a um EV/Ebitda de 7,95 vezes e a um P/E de 12,4 vezes. Se avançar com a listagem no exterior, um processo intrincado que costuma levar muito tempo — a JBS trabalha em um projeto para tal há anos —, a Minerva fará um caminho semelhante ao da Bunge, trading de commodities agrícolas baseada na Argentina que fez IPO na bolsa de Nova York em 2001 — a sede fiscal foi para as Bermudas em 1994. No Brasil, diversas companhias também avaliam a mudança de sede, com listagem das ações nos Estados Unidos. Recentemente, a Natura também anunciou o início dos estudos, considerando a possibilidade de ter ações nos Estados Unidos e BDRs no mercado local. Banco Inter, que já aprovou várias etapas para a migração — agora, terá de submeter o pleito novamente aos acionistas —, JBS e Locaweb também olham para uma listagem nos Estados Unidos. A listagem de ações nos EUA também pode trazer como benefício adicional uma dupla classe de ações, o que permite alavancagem do poder político dos controladores. A estrutura de super voting shares existe em boa parte das empresas de tecnologia. Entre as brasileiras listadas lá fora, a XP é uma a adotar o modelo. Na indústria frigorífica, a Tyson é outro exemplo, concentrando o poder político na figura de John Tyson.

VALOR ECONÔMICO

Marfrig investe na produção de cordeiro da Patagônia

A unidade em uma das ilhas remotas, produz uma das melhores carnes do mundo

Considerada uma das carnes mais nobres da gastronomia, o cordeiro da Patagônia é macio, suculento e possui grande valor nutricional. A proteína é produzida em uma das ilhas remotas do arquipélago “Terra do Fogo”, no extremo sul do Chile. Adquirida pela Marfrig em 2007, a planta da Patagônia possui 9.000 metros quadrados. A operação anual acontece somente entre janeiro e maio, quando as condições climáticas são mais propícias, uma vez que o inverno na região é bastante rigoroso. Durante a temporada, 400 funcionários trabalham para garantir a cadeia de produção, com abate de 180.000 animais. Os chamados cordeiros são filhotes de ovelhas que possuem peso diferenciado – aproximadamente 13 quilos – o que faz o produto altamente demandado mundialmente pela boa relação de músculo e gordura. Os rebanhos são criados pelos produtores locais nos extensos campos patagônicos e alimentados 100% a pasto, sem confinamento, o que torna a produção mais sustentável. Como resultado, a carne proveniente desse ambiente tem uma gordura saudável e mais qualidade, sabor, maciez e suculência. “O cordeiro da Patagônia é um dos nossos cortes mais diferenciados em sabor e qualidade. Acreditamos que a carne é uma boa opção para ser descoberta pelos consumidores que ainda não tiveram essa experiência gastronômica. Além de sustentável, esta é mais uma alternativa saborosa para integrar o cardápio do brasileiro”, diz Mariano Pabon, CEO da operação da Marfrig no Chile. No Brasil, o corte é vendido sob uma marca de carnes nobres. Para 2022, a companhia pretende incluir o cordeiro da Patagônia também em boutiques e casas de carnes especializadas no ramo e no food service, segmento composto por restaurantes, bares e padarias, e criar uma versão de carne orgânica do corte. Além de Chile e Brasil, o produto congelado é destinado ao varejo do mercado internacional, exportado para Estados Unidos, China e Europa. Para isso, a planta possui a certificação BRC, reconhecida pela GFSI (Global Food Safety Initiative), um programa que visa harmonizar as normas internacionais de segurança de alimentos com o apoio dos maiores varejistas e fabricantes de alimentos do mundo. A unidade da Marfrig ainda possui uma estrutura apropriada para o ritual Kosher, próprio da culinária judaica.

AGROLINK

MEIO AMBIENTE

Estagnação em medidas contra desmate

Das 26 empresas brasileiras avaliadas no ranking Forest500, 17 receberam notas menores em 2021

As empresas brasileiras e internacionais que atuam nas principais cadeias de commodities agrícolas responsáveis por desmatamento não apresentaram evolução em suas políticas de sustentabilidade no ano passado, de acordo com dados do ranking Forest500, realizado pela organização internacional Global Canopy e divulgado ontem. A organização atribui notas a 350 companhias globais da indústria da cadeia de commodities e 150 grupos do setor financeiro, de acordo com os compromissos que adotam contra o desmatamento, com as medidas que implementam e com o nível de transparência de suas ações. O foco do relatório são empresas que atuam nas cadeias de óleo de palma, soja, carne, papel, madeira e couro. A medida já tem sido utilizada como métrica para alguns investidores. Das 26 companhias brasileiras avaliadas, 17 tiveram suas notas reduzidas ligeiramente, enquanto sete continuaram sem pontuar, como em anos anteriores, e apenas duas melhoraram suas notas. A empresa brasileira com melhor colocação continuou sendo a Amaggi, que pontuou 64%, contra 67% no ano passado. A diretora de ESG, Comunicação e Compliance da Amaggi, Juliana Lopes, disse que o resultado da empresa no ranking Forest500 “mostra que estamos no caminho correto de implementação robusta dos nossos compromissos, mas não sem considerar desafios importantes que ainda temos a enfrentar”. Ela acrescentou que a companhia quer “influenciar positivamente nossos parceiros para uma agricultura cada vez mais regenerativa e de baixo carbono”. Globalmente, o quadro geral pintado pelo Forest500 também indica uma estagnação do setor privado com relação ao desmatamento, evidenciando um descompasso com o avanço de legislações em alguns países desenvolvidos que buscam travar importações de commodities associadas à devastação ambiental. Dos 500 grupos empresariais avaliados globalmente, 210 ainda não tinham apresentado até o ano passado compromissos para acabar com o desmatamento – apenas cinco empresas a menos do que em 2020. Considerando as 350 empresas do setor produtivo – que recebem US$ 5,5 trilhões em financiamentos do setor financeiro -, 117 ainda não têm compromisso para nenhuma das commodities avaliadas. “As descobertas foram realmente decepcionantes. É um cenário realmente negativo”, avaliou Emma Thomson, pesquisadora da Global Canopy, no webinar de discussão dos resultados. A Global Canopy alertou, em relatório, que as companhias sem compromissos e políticas “enfrentarão dificuldades” para atender às exigências de due diligence de suas cadeias previstas nas legislações em andamento, como a que está em discussão no momento na União Europeia. Tampouco aumentou de forma significativa a quantidade de empresas com compromissos específicos com relação às commodities às quais estão expostas: no ano passado, era o caso de 99 das 500 companhias avaliadas; um ano antes, eram 89. Há ainda o problema da implementação. Das que têm ao menos um compromisso contra desmatamento, um terço não monitora suas operações ou fornecedores. A transparência com relação à implementação dos compromissos também estancou de um ano a outro: 165 grupos, dos 500 avaliados no relatório, publicaram em 2021 relatórios de monitoramento de suas cadeias, quase o mesmo número de 2020 (166). No quesito compromissos e políticas sociais, apenas 24 dos 500 grupos pontuaram nos indicadores avaliados para ao menos uma commodity. Em 2020, somente dez empresas tinham alguma pontuação neste quesito. Os compromissos ambientais são mais comuns entre as empresas de óleo de palma. Em soja, 40% tem compromissos contra desmatamento, e em carne, 30%. A Global Canopy espera que haja um avanço das políticas corporativas antidesmatamento neste ano, já que há novas lei sendo aprovadas para exigir das empresas a due dilligence de suas cadeias.

VALOR ECONÔMICO    

FRANGOS & SUÍNOS

Suínos: após dois dias de quedas, estabilidade na quinta-feira

Após uma terça e quarta-feira de quedas bruscas, os recuos no mercado de suínos diminuíram, com a maioria das cotações estáveis. A oferta elevada de animais e a demanda doméstica enfraquecida têm derrubado as cotações no mercado independente de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 95,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial baixou, pelo menos, 1,27%, custando R$ 7,80 o quilo/R$ 8,20 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (12), houve queda somente em Santa Catarina, na ordem de 3,96%, chegando a R$ 4,61/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais, custando R$ 5,68/kg, R$ 4,78/kg no Paraná, R$ 5,01/kg no Rio Grande do Sul e R$ 5,49/kg em São Paulo.

Cepea/Esalq

Suinocultura independente: preços seguem em queda em cenário de excesso de oferta

As quedas bruscas nos preços do suíno comercializado no mercado independente continuam, com algumas exceções de estabilidade, mas ainda em preços aquém dos custos de produção. Lideranças apontam que há suinocultores, inclusive, que estão vendendo até matrizes na intenção de sair da atividade

No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 06/01/2022 a 12/01/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 8,13%, fechando a semana em R$ 5,20. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 5,09”, informou o Lapesui. Na quinta-feira (13), a Bolsa de Suínos realizada pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) ficou com preço estável em R$ 5,60/kg vivo, com acordo entre produtores e frigoríficos. No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 5,60/kg vivo, de acordo com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), entretanto, não houve acordo entre frigoríficos e produtores. Segundo o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles, “as granjas mineiras do estado de Minas abaixaram seus pesos e idades. Em Santa Catarina, o preço cedeu de R$ 5,63/kg vivo para R$ 5,08/kg vivo, conforme informa o Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi. “A situação está feia, teve produtor que chegou a comercializar um número grande de animais a R$ 4,10/kg, então imagina o desespero. Tem bastante gente com propensão a sair da atividade. Está desesperador o que estamos vivendo, e sem perspectiva a curto prazo para melhorar o cenário”, disse.

AGROLINK

Suínos/Cepea: Embarques seguem firmes, mas preço interno cai

As exportações brasileiras de carne suína encerraram 2021 em volumes elevados e seguem registrando bom desempenho neste começo de 2022

Pesquisadores do Cepea indicam que, mesmo diante do bom desempenho dos embarques, os preços do suíno apresentam forte queda nestas primeiras semanas de janeiro. A oferta elevada de animais e a demanda doméstica enfraquecida têm derrubado as cotações no mercado independente de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Do lado da oferta, as vendas abaixo das expectativas em dezembro fizeram com que produtores iniciassem janeiro com lotes de animais para abates represados. Na ponta final, o consumo tipicamente reduzido de janeiro se somou ao baixo poder de compra da população, reforçando o movimento de queda nos preços.

Cepea

Preços da carne suína podem alimentar a inflação ao consumidor da China

Potencial recuperação nos preços da carne suína chinesa no final deste ano deve levantar a tampa da inflação ao consumidor, complicando os esforços do banco central para estimular a economia

Após uma venda brutal no ano passado, os preços da carne suína entrarão gradualmente em um novo ciclo de aumentos em 2022, de acordo com um relatório do China Securities Journal, apoiado pelo Estado. Junto com o efeito de aumentos anteriores nos preços das commodities sendo repassados aos bens de consumo, a carne suína mais cara provavelmente elevará o índice de preços ao consumidor da China em 2022, segundo o relatório. A inflação ao consumidor da China foi moderada ao longo do último ano, em grande parte devido ao efeito desproporcional da queda dos custos da carne suína, mas isso pode mudar em breve à medida que o estoque de suínos diminuir. A inflação mais rápida ao consumidor restringiria a capacidade do Banco Popular da China de adicionar mais estímulos, se necessário, no final do ano, para apoiar a economia. Os preços dos suínos começarão a subir a partir do segundo trimestre, já que a oferta de suínos vivos deve cair, de acordo com a Huatai Futures. Os agricultores aumentarão o abate antes do Ano Novo Lunar, uma temporada de pico de consumo, e uma reserva de carne congelada importada também será enviada, disse a corretora chinesa. O número de porcas caiu em novembro em relação a outubro para um quinto declínio mensal consecutivo, de acordo com dados da Shanghai JC Intelligence Co. Mesmo que os preços no atacado não subam do nível atual, com o passar do ano, o efeito dos preços mais altos no início de 2021 desaparecerá do índice de preços ao consumidor, o que significa que a carne suína deixará de influenciar a inflação ao consumidor. Sem a queda de 37% nos preços da carne suína em dezembro, os preços ao consumidor teriam subido 2,3%.

Bloomberg

Frango: preços estáveis ou com altas na quinta

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 5,48/kg

Na cotação do animal vivo, o Paraná registrou R$ 5,09/kg, enquanto São Paulo e Santa Catarina ficaram sem referência de preço na quinta-feira (13). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (12), a ave congelada teve alta de 1,15%, chegando a R$ 6,17/kg, enquanto o frango congelado subiu 0,50%, fechando em R$ 6,09/kg.

Cepea/Esalq

INTERNACIONAL

Abate de suínos nos EUA atinge mínima de cinco meses à medida que Omicron se espalha

Os contratos futuros de suínos magros da Bolsa Mercantil de Chicago subiram com as compras mais baratas na quarta-feira, disseram traders, embora o abate de suínos nos Estados Unidos tenha caído para seu nível mais baixo desde agosto, com o aumento de casos da variante de coronavírus Omicron atingindo frigoríficos

Os contratos futuros de gado vivo e gado para engorda caíram, pois os comerciantes continuam preocupados que a variante altamente contagiosa esteja causando mais escassez de pessoal, limitando o abate de gado. As hospitalizações por COVID-19 nos Estados Unidos aumentaram cerca de 33% e as mortes aumentaram cerca de 40% em relação à semana anterior, disse o chefe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA na quarta-feira. Os frigoríficos, um epicentro inicial da pandemia em 2020, está entre os setores afetados pelo aumento de casos. Os processadores abateram cerca de 433.000 suínos na quarta-feira, uma baixa de cinco meses que caiu 12% em relação ao ano passado, disse o Departamento de Agricultura dos EUA. Os processadores abateram cerca de 114.000 cabeças de gado, uma queda de cerca de 3% em relação ao ano passado, disse à agência. Os suínos magros de fevereiro da CME terminaram em 1 centavo a 78,850 centavos de dólar por libra-peso em uma recuperação de uma baixa de um mês alcançada na terça-feira, que foi o terceiro dia consecutivo de perdas. O USDA, em um relatório mensal de safra, reduziu suas estimativas de produção de carne suína nos EUA para 2021 e 2022 devido a um ritmo mais lento de abate. A oferta de suínos nos EUA diminuiu no ano passado e os abatedouros foram forçados a diminuir a velocidade das linhas. O USDA reduziu sua previsão de produção de carne suína em 2022 em 0,3% em relação a dezembro, para 27,53 bilhões de libras. “O abate de suínos mais lento no segundo semestre do ano mais do que compensa as expectativas de abate mais altas no primeiro e no segundo trimestres”, disse o USDA. Os contratos futuros de gado vivo da CME para fevereiro caíram 1,100 centavos a 136,575 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos futuros de gado para engorda de março terminaram 1,325 centavos mais fracos, a 165,025 centavos de dólar por libra-peso.

Reuters

Na Austrália, falta de mão de obra prejudica produção e distribuição de frango

O maior produtor de frango do país alertou que sua operação foi afetada pelo número de funcionários doentes com a variante ômicron da covid-19

As ações do Inghams Group caíram acentuadamente na terça-feira, depois que o maior produtor de frango da Austrália alertou que sua produção e distribuição foram afetadas pelo número de funcionários doentes com a variante ômicron da covid-19. As ações caíram cerca de 8,5% nas negociações da manhã, depois que a Inghams disse que não poderia estimar o efeito da interrupção em seu desempenho financeiro. A Inghams fornece para os principais supermercados e lojas de fast-food da Austrália, incluindo as franquias KFC, McDonald’s e Subway. A empresa disse que algumas unidades permanecem operando, mas o número de funcionários foi significativamente menor do que o normal, com muitos trabalhadores forçados a se isolar em casa de acordo com as regras para retardar a propagação do vírus. “Isso interrompeu a capacidade de produção e distribuição e teve efeito negativo nas vendas”, disse Inghams em comunicado à Australian Securities Exchange. O cliente de Inghams, Woolworths Group., que opera a maior rede de supermercados da Austrália, escreveu na semana passada aos clientes pedindo desculpas pelas prateleiras vazias em meio à interrupção causada pela covid-19. A Coles Group Ltd., outra rede de supermercados que vende produtos da Inghams, limitou a quantidade de frango e alguns outros produtos de carne que os clientes podem comprar de cada vez. O Presidente-Executivo da Inghams, Andrew Reeves, disse que as mudanças planejadas nas regras de isolamento devem ajudar a companhia a aliviar a escassez de pessoal, que está criando “ineficiência operacional significativa.” “À medida que as condições operacionais começarem a se estabilizar, esperamos que nossa capacidade de produção se recupere de forma relativamente rápida para atender à demanda de clientes e consumidores”, disse Reeves.

Dow Jones Newswires

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