CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1449 DE 22 DE MARÇO DE 2021

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Ano 7 | nº 1449| 22 de março de 2021

 

NOTÍCIAS

Oferta pequena de animais para abate dá sustentação aos preços no mercado do boi gordo

A cotação do boi gordo subiu 1,0% ou, R$3,00/@ na última sexta-feira (19/3)

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a cotação do boi gordo subiu 1,0% ou, R$3,00/@ na última sexta-feira (19/3), na comparação diária. A referência ficou em R$310,00/@, preço bruto e a prazo. Para os animais que atendem à exportação, os negócios ocorreram em R$315,00/@. A cotação da novilha subiu R$2,00/@, estando negociada em R$297,00/@, preço bruto e a vista. Em relação a vaca, os preços ficaram estáveis em R$281,00/@ nas mesmas condições. O mercado está firme, diante da pouca oferta de boiadas para abate.  Em Santa Catarina, as cotações de todas as categorias destinadas ao abate subiram 1,2% na última sexta-feira, na comparação diária. O boi gordo foi negociado em R$286,00/@, a vaca gorda em R$265,00/@ e a novilha R$288,00/@, preços brutos e à vista.

Scot Consultoria 

Boi: volume de negócios é menor com preços em patamar elevado

Com os preços elevados, os frigoríficos não conseguiram avançar suas escalas de abate de modo satisfatório, diz analista da Safras

O mercado físico de boi gordo encerrou a semana com preços firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o volume de negócios foi menor nesta sexta-feira, 19. Mas, com os preços elevados, os frigoríficos não conseguiram avançar suas escalas de abate de modo satisfatório, com uma ou outra exceção. “No geral, a oferta de animais terminados permanece restrita, sem grande expectativa de avanços no curto prazo”, assinala Iglesias. A oferta de animais de pasto é insuficiente e não atende com plenitude os frigoríficos que demandam animais padrão China. Normalmente a terminação desse tipo de animal é feita em confinamentos. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 315. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 303. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 300. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços chegaram a R$ 304. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “Nesse tipo de ambiente a recuperação do nível de emprego e da renda ocorrerá de maneira lenta, mantendo a predileção da maior parte da população sobre a carne de frango. Somado a isso o funcionamento de bares, restaurantes e de outros estabelecimentos é restrito nesse momento, afetando a demanda pelas linhas premium dos frigoríficos”, aponta Iglesias. Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 16,50 o quilo.

AGÊNCIA SAFRAS 

Boi: arroba sobe e negociações acontecem acima da referência média

De acordo com o analista da Safras & Mercado, cenário de negociações com maiores valores se estende para outros estados

O mercado físico da do boi gordo vem apresentando um movimento bastante consistente de alta no decorrer desta semana, são muitas negociações acima da referência média países afora e isso não se restringe apenas ao mercado paulista. A expectativa no curto prazo é que não haja um alívio muito grande em termos de oferta e a expectativa é que o mercado trabalhe com uma oferta enxuta, sendo o grande elemento de sustentação aos preços pecuários neste primeiro semestre de 2021. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o cenário se estende além do mercado paulista. “Podemos ver negociações similares em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, revela. “Outro aspecto que a gente precisa avaliar é o bom desempenho das exportações e a movimentação cambial no decorrer dessa semana”, completa.

AGÊNCIA SAFRAS

Falta de boiada no Brasil reativa busca por carne em países vizinhos

Maior parte da demanda brasileira por proteína vermelha no Exterior foi suprida pelo Paraguai

A escassez de oferta de boiadas terminadas no mercado interno reativou o potencial brasileiro para importar proteína bovina, informa o economista Yago Travagini, consultor da Agrifatto. “Nos dois primeiros meses do ano já foram 7,96 mil toneladas de carne bovina in natura compradas pelo Brasil (principalmente do Paraguai), o que representou avanço de 50% sobre o volume registrado em igual período de 2020 (de 5,31 mil toneladas)”, compara o analista, citando os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No caso do somatório de todos os tipos de proteína bovina importadas pelo Brasil (in natura, industrializada, miúdos e salgada), as compras alcançaram um total de 9,44 mil toneladas nos primeiros dois meses deste ano, um acréscimo de 43% em relação ao volume de igual período do ano passado. Conforme mostram os números, no primeiro bimestre de 2021, as compras atingiram o maior volume desde 2016. No quesito receita, registrou-se o maior valor desde 2015.

https://www.portaldbo.com.br/falta-de-boiada-no-brasil-reativa-busca-por-carne-em-paises-vizinhos/

PORTAL DBO

MARCA DE CERVEJA GERA REVOLTA NAS REDES SOCIAIS

Heineken tenta lacrar com propaganda contra o consumo de carne e gera revolta entre pessoas ligadas ao agronegócio 

A cerveja Heineken está gerando muita revolta por conta de uma publicidade exibida em suas redes sociais. Uma imagem celebrando o dia 20 de março como o “Dia Mundial sem Carne” gerou uma enxurrada de vídeos e imagens de pessoas ligadas ao agronegócio condenando a propaganda que tem o intuito de evitar o consumo de carne. A iniciativa da data surgiu em 1985 com a FARM (Farm Animal Rights Movement), com a proposta de reflexão e conscientização sobre os impactos que o consumo de carne traz ao mundo e os benefícios de uma alimentação sem carne. A publicação já tem mais de 11 mil comentários, um aumento de mais de 6.000% em relação as outras postagens do perfil social da cerveja no país. Dentre as hashtags mais usadas estão #churrascosemheineken e #heinekennao, além de muitos comentários de pecuaristas e perfis ligados ao agronegócio condenando a atitude da marca. Dentre os comentários mais curtidos estão: “Saiu da minha lista de cerveja!” – “Fazer um belo churrasco tem que ter cerveja que presta!!!! Heineken não combina” – “Temos que comemorar comendo um belo churrasco, porém sem Heineken” – “Vou comemorar fazendo um churrasco com as deliciosas cervejas artesanais” – “Todos os dias sem Heineken” – “Acabaram de perder um cliente”. Segundo Maurício Palma Nogueira, Sócio Diretor da Athenagro – “Grandes corporações estão sendo vítimas de profissionais da comunicação totalmente despreparados. Na ânsia de mostrarem resultados com as postagens, justificando seus contratos, embarcam em mentiras, que se apoiam em bandeiras autointituladas justas, sustentáveis ou conscientes. Erram feio!!! E ainda causam enormes prejuízos aos seus clientes. https://www.comprerural.com/marca-de-cerveja-gera-revolta-nas-redes-sociais-videos/

COMPRE RURAL 

Filipinas aparece como principal surpresa no ranking dos compradores da carne bovina brasileira

Com uma população de cerca de 100 milhões de pessoas, país vem se firmando como um dos cinco maiores clientes

“Esse país, que tem uma população de mais de 100 milhões de pessoas, está se solidificando como um dos cinco maiores compradores da proteína bovina brasileira”, destaca a Agrifatto em relatório sobre o mercado externo enviado exclusivamente ao portal DBO. Em fevereiro/21, diz a consultoria, foram exportadas 3,92 mil toneladas de carne bovina in natura ao mercado da Filipinas, um aumento de 27% sobre o resultado de janeiro/21, e o maior volume dessa relação comercial (entre os dois países) para um mês de fevereiro. “O país tem substituído o Egito, que tem travado as negociações (com o Brasil) por conta dos preços em ascensão”, relata a Agrifatto. No mês passado, os embarques para o Egito caíram 21% ante janeiro. Outro destaque positivo em fevereiro mencionado pela Agrifatto foi o Israel. O país do Oriente Médio comprou 3,18 mil toneladas de carne bovina no mês passado, avanço de 8,85% sobre o mês anterior. No entanto, afirma a consultoria, “o maior ponto positivo de vender aos israelenses é o preço – entre os principais compradores da proteína brasileira, esse país paga o terceiro maior valor, em torno de US$ 5,15/tonelada. Em fevereiro, a China reduziu em 8,87% as compras de carne bovina brasileira in natura em relação ao mês anterior. Dessa maneira, as exportações totais do Brasil caíram 4,85% no comparativo mensal, atingindo um total de 102,12 mil toneladas. Apesar do recuo, o gigante asiático comprou 56,41 mil toneladas de proteína bovina brasileira em fevereiro, o maior volume da história para esse mês, informa a Agrifatto.

PORTAL DBO

“Taxa do frio” será extinta dentro de um ano no Rio Grande do Sul

Acordo será oficializado nos próximos dias, entre produtores rurais e indústria. Cobrança tira anualmente R$ 120 milhões dos ganhos dos pecuaristas gaúchos

Na quinta-feira (18/3), pecuaristas e a indústria frigorífica gaúcha entraram em acordo para extinguir de vez a “taxa do frio”. Cobrada pela indústria mediante a venda de bovinos para o abate no Estado, o desconto subtrai anualmente cerca de R$ 120 milhões dos ganhos dos pecuaristas gaúchos. O prazo estipulado para o fim da cobrança é de um ano. No dia 8 de março de 2022, o desconto deixa de existir. Nos próximos dias, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs) devem celebrar oficialmente o acordo. A informação é do produtor rural Lauro Sagrilo e foi confirmada pela Farsul, ao Portal DBO. Sagrilo foi um dos grandes apoiadores para o fim da taxa do frio, que desconta 2% do peso da carcaça a cada bovino abatido, referente à perda pelo resfriamento da carne. Ele é médico veterinário e presidente da ala Rural Jovem do Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, com sede em Santiago (RS), município que fica na porção centro-oeste do Estado.

PORTAL DBO 

ECONOMIA

Dólar tem maior série de baixas desde novembro

O dólar fechou na mínima em mais de três semanas na sexta-feira, engatando a quarta queda seguida e ficando abaixo de 5,50 reais, ao fim de uma semana marcada pelo tom mais firme do Banco Central na política monetária e por expectativa de ampla liquidez no mundo com os juros baixos nos Estados Unidos

A divisa brasileira subiu 1,4% na semana. Também ajudou o tom mais brando do Banco Central dos EUA sobre inflação, que reforçou expectativas de manutenção de juros perto de zero por vários anos –cenário que favorece mercados emergentes. Aqui, o Copom elevou os juros em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano, ante taxa de 2,50% esperada. O BC indicou ainda mais altas na taxa Selic. Analistas avaliaram que a sinalização do BC é positiva para o câmbio, mas ponderaram que o real segue influenciado por outros fatores. Evidência da instabilidade que ainda impera no mercado cambial, o dólar variou na sexta entre 5,565 reais (-0,04%) a 5,4492 reais (-2,12%). Bernardo Zerbini, um dos responsáveis pela estratégia macro da gestora AZ Quest, lembrou que o comportamento do câmbio é muito influenciado pelo desempenho da moeda no exterior. João Leal, economista da gestora Rio Bravo, chamou atenção para os reveses ao câmbio vindos do lado fiscal, avaliando que esse elemento limita a queda do dólar abaixo de 5,30 reais ou 5,35 reais. O dólar spot recuou na sexta-feira 1,50%, a 5,4839 reais na venda, menor patamar desde 24 de fevereiro (5,4219 reais). A moeda cai 2,12% em março, mas ainda sobe 5,63% em 2021.

REUTERS

Ibovespa avança em semana com Fed e Copom

O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, consolidando o desempenho positivo na semana, apoiado na sinalização “dovish” do banco central dos Estados Unidos na quarta-feira, mas também na trégua nos Treasuries

Já na quarta-feira, quando o banco central norte-americano repetiu a promessa de manter a meta de juros próxima de zero nos próximos anos, mesmo melhorando a projeção de crescimento econômico em 2021, o Ibovespa avançou mais de 2%. Da cena brasileira, o destaque ficou para o Banco Central, que elevou a Selic a 2,75% ao ano, com alta de 0,75 ponto percentual, acima do esperado pela maioria no mercado. Além disso, sinalizou aperto da mesma magnitude em maio. Gestores avaliaram que a decisão não muda o cenário benigno para as ações no longo prazo, mesmo considerando mais altas no horizonte. O movimento tende a atenuar temores com a aceleração recente na inflação – que vinham estressando a parte longa da curva futura de juros, com efeitos mais nocivos à bolsa. A última semana também foi marcada por números recordes de mortes e casos de Covid-19 no Brasil, com vários Estados ampliando restrições e anunciando medidas para tentar reduzir o ritmo de contaminação e as lotações nos hospitais. Em Brasília, o governo anunciou a troca do Ministro da Saúde. Na sexta-feira, o Ibovespa subiu 1,21%, a 116.221,58 pontos, acumulando alta de 1,8% na semana e ampliando o ganho em março a 5,62%. No ano, a queda agora é de 2,35%. O índice Small Caps avançou 2,48%, a 2.794,73 pontos, com elevação de 2,12% na semana e 4,46% no mês, reduzindo o declínio em 2021 para 0,98%. O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 40,2 bilhões de reais.

REUTERS 

Confiança da indústria cai 4 pontos na prévia de março

Indicador recua para 103,9 pontos em uma escala de zero a 200

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve queda de 4 pontos na prévia de março deste ano, na comparação com o resultado consolidado de fevereiro. Assim, o indicador recuou para 103,9 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor patamar desde agosto de 2020 (98,7 pontos). A retração foi provocada pela piora tanto da confiança do empresário da indústria no momento atual quanto do otimismo em relação ao futuro. O Índice de Situação Atual caiu 4,1 pontos e chegou a 110,8. O Índice de Expectativas recuou 4 pontos indo para 96,9 pontos. O dado preliminar do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria indica redução de 0,7 ponto percentual, para 78,4%, menor nível desde setembro de 2020 (78,2%).

Agência Brasil 

Brasil deve crescer abaixo da média da América Latina até 2023, diz BID

Quando se exclui os brasileiros da lista dos países do chamado Cone Sul, a expectativa é de crescimento de 3,5%

O Brasil deve ajudar a puxar para baixo o crescimento da América Latina, segundo projeções para este e os próximos dois anos feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Enquanto o cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para a média da América Latina e Caribe é de 3,2% entre 2021 e 2023, o Brasil deve crescer 2,7% no período. Quando se exclui os brasileiros da lista dos países do chamado Cone Sul (que inclui Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), a expectativa é de crescimento de 3,5% do PIB. O caminho para toda a região superar de forma mais eficiente os desafios colocados pela pandemia passa por medidas como aprofundar a integração regional, reduzir a informalidade, apoiar pequenas e médias empresas durante a recuperação econômica e liberar recursos fiscais para maior investimento público em infraestrutura, atraindo também o investimento privado. O BID também ressalta que o mercado de trabalho nos países latinos foi fortemente impactado pelo choque na economia internacional e pelas medidas de confinamento estabelecidas para tentar conter o avanço da covid-19. Estima-se que 10% dos empregos foram perdidos entre fevereiro e outubro de 2020. No mês passado, essa porcentagem havia caído para 7%. Para cada trabalho formal perdido, cerca de 3,5 empregos informais foram destruídos. “É preciso lembrar que não há escolha entre crescer a economia ou enfrentar o vírus, como mostram experiências ao redor do mundo: China, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália e alguns outros países se saíram bem na luta contra a pandemia e agora estão crescendo”.

O ESTADO DE SP

EMPRESAS

Justiça em RO manda JBS pagar R$20 mi em indenização relacionada a surto de coronavírus

A Justiça do Trabalho de Ji-Paraná (RO) mandou a JBS pagar 20 milhões de reais em indenização por danos morais coletivos após um surto de Covid-19 em uma unidade de bovinos da empresa, de acordo com uma cópia da decisão vista pela Reuters.

A decisão está relacionada à contaminação dos trabalhadores em São Miguel do Guaporé (RO), município em que a JBS é a maior empregadora. É a primeira sentença ordenando o pagamento de danos desde que o Ministério Público do Trabalho começou a propor ações civis públicas contra a empresa no ano passado, de acordo com a procuradora Priscila Schvarcz. A JBS respondia a pelo menos 18 ações em varas trabalhistas no ano passado, à medida que o MPT buscava forçar o maior frigorífico do mundo a implementar proteções mais rígidas aos trabalhadores em várias de suas unidades pelo país. A fábrica da JBS em São Miguel do Guaporé foi a principal fonte de contaminação e disseminação do vírus naquela cidade, disse um juiz local ao ordenar o fechamento da fábrica em maio passado. Em decisão datada de 14 de março, o Juiz do Trabalho Edilson Cortez condenou a JBS a pagar indenização por danos de 20 milhões de reais, além de um valor estipulado em 20 mil reais para cobrir “honorários periciais” relacionados ao processo. A decisão também envolve uma série de obrigações, como ajudar a testar funcionários com sintomas de Covid-19 e impor uma distância de 1,8 metros entre eles na linha de produção. A procuradora do trabalho Helena Romera disse que, nesse tipo de ação, os danos pagos são revertidos para a comunidade. Nesse caso, os recursos poderiam ser usados para comprar equipamentos de saúde em meio ao combate à pandemia. Mas a JBS ainda pode recorrer, observou ela. Surtos de coronavírus atingiram pelo menos 23 instalações da JBS em sete Estados brasileiros no ano passado.

REUTERS

MEIO AMBIENTE

Amazônia sob o olhar de grandes investidores

Com o mercado cada vez mais pressionado por investidores a considerar o tema na alocação de seus recursos, eles falam em um cenário de dificuldades para manter investimentos no Brasil

Depois de organizarem um movimento de pressão contra o governo brasileiro no ano passado, fundos de investimento estrangeiros afirmaram ao Estadão não terem visto avanços do País na defesa de uma pauta ambiental e na preservação da região amazônica. Com o mercado cada vez mais pressionado por investidores a considerar o tema na alocação de seus recursos, eles falam em um cenário de dificuldades para manter investimentos no Brasil. Exemplos de retirada de recursos começam a surgir. O Fundo Soberano da Noruega, o maior do mundo, excluiu no ano passado Eletrobrás e Vale de seu portfólio e mencionou a necessidade de metas claras de redução de emissão de gás carbônico. Com a retirada de recursos do País, o fundo deixou claro que questões ambientais vieram para ficar na composição de métricas para aportes dos grandes fundos. Para especialistas, essa fonte de financiamento pode fazer falta para as empresas brasileiras. Para o Presidente do fundo norueguês Storebrand, Jan Erik Saugestad – executivo que em junho do ano passado liderou um grupo que enviou uma carta ao governo brasileiro cobrando medidas de proteção à Amazônia -, é preocupante a escalada do desmatamento e de incêndios em florestas no Brasil, mas também o aumento de denúncias de ataques a indígenas e a defensores de direitos humanos e do meio ambiente. “Essa combinação cria incertezas entre investidores sobre as condições de investir no Brasil”, afirmou ele ao Estadão.

https://exame.com/invest/amazonia-sob-o-olhar-de-grandes-investidores/

Estadão Conteúdo

FRANGOS & SUÍNOS

Com alta dos grãos, custo de produção de aves e suínos bate recorde em fevereiro

Avicultores precisaram desembolsar 6,9% mais para produzir, enquanto suinocultores tiveram um custo 3,74% maior na comparação com janeiro

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos continuaram subindo em fevereiro em função da alta dos preços dos grãos. Avicultores precisaram desembolsar 6,9% mais para produzir, enquanto suinocultores tiveram um custo 3,74% maior na comparação com janeiro, segundo levantamento da Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa, divulgado na sexta-feira, 19. De acordo com a Embrapa, o ICPFrango, índice que mede o custo de produção, acumula alta de 12,02% nos primeiros dois meses de 2021 e de 48,30% em um ano. No mês passado, o índice alcançou o recorde de 378,56 pontos. Em dezembro de 2020, estava em 336,88 pontos. O principal motivo foi o crescimento de 13,26% nos gastos com alimentação animal desde o início do ano. O levantamento também mostrou recorde para o ICPSuíno em fevereiro, a 393,48 pontos. O índice aumentou 4,84% nos últimos dois meses e 48,74% no último ano, segundo a empresa de pesquisa. “A nutrição dos suínos, item que compõe 82,16% dos custos de produção, aumentou 4,53% em fevereiro.” A Embrapa afirma que o custo para a produção de um quilo de frango de corte vivo no Paraná subiu de R$ 4,58 em janeiro para R$ 4,89 em fevereiro. Em Santa Catarina, produtores gastaram R$ 6,88 por quilo de suíno vivo, ante R$ 6,63 no primeiro mês do ano. Os estados são utilizados como referência por serem os maiores produtores dessas proteínas, respectivamente.

ESTADÃO CONTEÚDO

Queda nas vendas de frango

Intensificação das medidas de isolamento social reportaram diminuição das vendas nesta semana

Os elevados preços das carnes bovina e suína e o menor poder de compra da população – reforçado pelo prolongamento da pandemia e por seus efeitos econômicos – mantiveram aquecidas as vendas domésticas da carne de frango, especialmente na primeira quinzena de março. De acordo com Cepea, com o fim da primeira metade do mês e a intensificação das medidas de isolamento social, colaboradores do Cepea reportaram diminuição das vendas nesta semana e, consequentemente, reajustes negativos nos preços da carne negociada no atacado da Grande São Paulo.

CEPEA

Peso médio recua e produção de carne de frango de 2020 cresce menos que o número de cabeças abatidas

Volume de carne de frango apresenta evolução proporcionalmente maior que o de cabeças abatidas

Tradicionalmente, como reflexo do melhoramento genético, o volume de carne de frango apresenta evolução proporcionalmente maior que o de cabeças abatidas. Mas em 2020 não foi assim. A explosão dos custos e o comportamento do mercado (pandemia) impuseram a produção de aves mais leves. De acordo com o IBGE – cujos levantamentos abrangem apenas os estabelecimentos de abate sob inspeção federal, estadual ou municipal – em 2020 foram abatidas perto de seis bilhões de cabeças de frango, volume 3,29% superior ao registrado no ano anterior. Mas o levantamento mostra que a expansão, aqui, foi de apenas 1,84%, resultado que correspondeu à produção anual, sob inspeção, de pouco mais de 13,765 milhões de toneladas de carne de frango. Diante de um aumento de mais de 2% no número de cabeças abatidas, a carne delas decorrente aumentou somente meio por cento. Já no segundo semestre o rendimento foi ligeiramente maior e, para um aumento de 4,22% no número de cabeças abatidas, o volume de carne aumentou mais de 3%.  Os custos influenciaram muito mais a produção do que a pandemia. Tanto que, mesmo antes dos primeiros isolamentos sociais (ou seja, em janeiro e fevereiro), o peso médio já vinha em redução.

AGROLINK

Como a refeição do brasileiro mudou ao longo da pandemia

A carne suína foi a que mais ganhou espaço na mesa do consumidor

Apesar da disparada no preço das carnes, o brasileiro não abriu mão das proteínas de origem animal na hora de ir ao supermercado. A carne suína foi a que mais ganhou espaço na mesa do consumidor: sua incidência no carrinho de compras aumentou 80% de julho de 2020 a janeiro de 2021. Os dados são da Horus, empresa de inteligência de mercado que utiliza dados de notas fiscais. Mas não foi só a carne de porco que se destacou. O estudo mostra que também subiu a incidência de carne bovina, frango e ovos nas compras feitas em supermercados. De quanto foi esse aumento? A pesquisa considera a incidência dessas categorias entre julho de 2020 e janeiro de 2021. Veja: Frango: 11,7%; Carne suína: 80%; Carne bovina: 28,57%; Ovos: 2,32%. Por que esse movimento? Essa alta é reflexo da substituição da carne bovina por outras proteínas mais baratas – caso da carne suína, frango ovos. De quanto foi o aumento de preços? Abaixo, os preços verificados em janeiro de 2021: Frango: R$ 12,48 (+9,95); Carne suína: R$ 20,02 (+27,8%); Carne bovina: R$ 27,93 (+23,9%); Ovos: R$ 10,21 (+3,9%). E como ficou o consumo de verduras e legumes? Esses itens perderam espaço na cesta de compras do brasileiro. Veja a queda na incidência dessas categorias. Verduras: -14%; Legumes: -14,5%; Isso significa que as pessoas gastaram menos com esses itens? Não exatamente. O levantamento identificou queda no gasto médio dos ovos e legumes. Frango: R$ 26,37 (+13%); Carne suína: R$ 21,4 (+23%); Carne bovina: R$ 42,02 (+25,8%); Ovos: R$ 11,81 (-0,59%); Verduras: R$ 5,1 (+15,9%); Legumes: R$ 10,63 (-0,7%).

SUINOCULTURA INDUSTRIAL

INTERNACIONAL

Alemanha: O Conselho Federal pede um imposto sobre o bem-estar animal e rotulagem obrigatória de bem-estar animal

O Conselho Federal da Alemanha exige ao Governo uma estratégia de financiamento para a reconversão da pecuária com uma orientação mais ecológica e que respeite os animais.

Na sua última reunião realizada em 5 de Março, o Conselho Federal da Alemanha remeteu ao Governo a petição de uma estratégia de financiamento para a reconversão da pecuária com uma orientação mais ecológica e que respeite os animais. Para isso, propõe a introdução de um imposto sobre a carne, o leite e outros produtos animais relativo ao bem-estar animal. O Governo Federal pediu ao Governo que tome medidas concretas, sem demora, para implementar as recomendações da chamada Comissão Borchert com a finalidade de criar as condições necessárias para a reconversão da pecuária. O Ministério da Agricultura e Alimentação (BMEL) apresentou os resultados do estudo de viabilidade independente sobre as propostas da Comissão Borchert em 2 de março. O estudo mostra que ações são legalmente possíveis para financiar e promover a reconversão da pecuária na Alemanha e na Europa e quais são descartadas por razões legais ou de outro tipo. O estudo confirma que os produtores devem ser compensados pelos custos de renovação das explorações para favorecer o bem-estar animal. Prevê-se que os custos totais de financiamento ascendam a: 2900 milhões de euros em 2025, 4300 milhões de euros em 2030, 4.000 milhões de euros em 2040. Na opinião do Conselho Federal, a introdução de um imposto sobre o bem-estar animal sobre a carne, o leite e outros produtos animais é um elemento central do financiamento para a reconversão da pecuária, que também conta com o apoio da maioria dos consumidores. O imposto será destinado a cobrir os custos adicionais de padrões mais elevados de bem-estar animal. O Conselho Federal também considera importante a introdução de uma rotulagem estatal obrigatória de bem-estar animal. Muitos consumidores reclamam que a rotulagem dos alimentos forneça informação sobre o bem-estar animal durante a criação, transporte e abate.

https://www.bundesrat.de/ 

França flexibiliza medidas de gripe aviária em granjas à medida que novos casos caem

A França deve permitir que aviários em áreas do sudoeste afetadas por uma severa cepa da gripe aviária retomem a produção após uma queda acentuada em novos casos da doença, disse o Ministério da Agricultura

As autoridades realizaram o abate em massa de bandos para conter a doença, com a França abatendo cerca de 3 milhões de aves, a maioria patos. O número de novos surtos do vírus na França caiu para cinco na primeira semana de março, em comparação com quase 130 na primeira semana de janeiro, enquanto na região mais afetada das Landes nenhum novo caso foi registrado na última mês, o ministério disse em um comunicado na sexta-feira. “Isso significa que as medidas drásticas implantadas para limitar a propagação do vírus … trouxeram resultados”, disse o documento. As fazendas nas zonas do sudoeste que foram anteriormente sujeitas ao abate em massa poderão retomar a criação de certos tipos de aves, incluindo galinhas, embora os rebanhos sejam confinados em ambientes fechados. A proibição da criação de patos e gansos nessas áreas continuaria até que a epidemia de H5N8 estivesse completamente terminada, dada a vulnerabilidade particular desses animais ao vírus, acrescentou o ministério. O risco de gripe aviária permaneceu alto na França e na Europa, disse o ministério, observando dois casos esta semana no nordeste da França e 39 casos entre aves selvagens na Europa no fim de semana passado.

REUTERS

Leve queda nas exportações argentinas de carne bovina

As exportações argentinas de carne bovina correspondentes ao mês de janeiro de 2021 atingiram o valor de US $ 199 milhões, registrando uma queda de 12% em relação ao obtido no mesmo mês do ano passado

O preço médio de exportação correspondente ao mês de janeiro de 2021 é 23,2% inferior ao observado ao longo do primeiro mês de 2020. Em janeiro de 2021, as vendas de carne bovina ao exterior caíram 4,9% em relação a dezembro de 2020. Porém, houve aumento de 14,7% em relação a janeiro de 2020, considerando os volumes embarcados em toneladas de peso do produto (não inclui miúdos e miúdos). O preço FOB médio por tonelada para o período em questão foi de aproximadamente US $ 6.700 para cortes desossados resfriados; e levemente superior a US $ 4.225 para cortes desossados congelados. A China foi o principal destino, em volume, da carne bovina argentina no primeiro mês de 2021 com 35,9 mil toneladas, seguida por Israel, 3,8 mil toneladas, e depois pelo Chile, 2,3 mil toneladas. Em relação ao valor, o principal mercado no período foi a China, que representou 61,1% do valor total exportado de carne bovina resfriada, congelada e processada no período, seguida por Israel (com 13,3%) e Chile (com 6,5%). Se compararmos os embarques do primeiro mês do ano de 2021 com os correspondentes ao período de janeiro de 2020, eles apresentaram comportamento variado em relação aos níveis de atividade registrados há um ano: Estados Unidos, Brasil e Israel mostra um crescimento de magnitude significativa. A China mostra volumes com variações positivas levemente mais moderadas; enquanto a Holanda mostra quedas moderadas. Alemanha, Chile, Itália e Rússia mostram quedas significativas nos volumes demandados de carne argentina. A dependência da China para as exportações de carne bovina argentina tornou-se decisiva e, em janeiro de 2021, eram 36 mil toneladas que representaram cerca de 74,5% dos embarques. Israel, com 3,8 mil toneladas, passou a ser o segundo destino mais importante, em termos de volumes, no mês de janeiro de 2021. As exportações de carne bovina da Argentina aumentaram quase 6,2 mil toneladas na comparação com o primeiro mês dos últimos dois anos.

El País Digital

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