CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2597 DE 17 DE NOVEMBRO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2597 | 17 de novembro de 2025

 

ABRAFRIGO NA MÍDIA

Brasil perde quase us$ 700 milhões em vendas de carne bovina com tarifas dos estados unidos, mas exportações totais seguem crescendo em ritmo acelerado

Apesar das tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, que desde o mês de agosto vêm causando perdas a diversos setores, as exportações totais de carne bovina em outubro continuaram num bom ritmo e obtiveram uma receita de US$ 1,897 bilhão (+37,4%) para uma movimentação de 360,28 mil toneladas (+12,8%).

No mesmo mês de 2024, a receita foi de US$ 1,380 bilhão e a movimentação de 319,3 mil toneladas.  As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), incluindo na informação carnes in natura e industrializada, miudezas comestíveis e sebo bovino, entre outros subprodutos da cadeia de produção da carne bovina. Segundo a Abrafrigo, no acumulado dos primeiros dez meses do ano as exportações totais já proporcionaram uma receita recorde de US$ 14,655 bilhões (+ 36%) para uma movimentação de 3.148 mil toneladas (+18%), também recorde. Em 2024 o Brasil exportou até outubro 2.668 mil toneladas com receita de US$ 10,773 bilhões. As exportações para a China, nosso maior cliente, continuam num crescendo. Em 2024, até outubro, tiveram receita de US$ 4,842 bilhões para uma movimentação de 1.089 mil toneladas. Em 2025 subiram para US$ 7,060 bilhões de receita (+45.8%) e de 1.323 mil toneladas exportadas (+ 21,4%). As compras da China foram responsáveis por 42% do volume embarcado e por 48,2% das receitas totais. Quando se considera apenas as exportações de carne bovina in natura, que representam 90% das receitas, a China participou com 58,7% no mês de outubro e 53,9% no acumulado dos primeiros 10 meses do ano, mostrando que se mantém forte a concentração das vendas naquele mercado. Pelo segundo mês consecutivo, em outubro, as vendas de carne bovina para o gigante asiático superaram US$ 1 bilhão. Para os Estados Unidos, nosso segundo maior cliente, as vendas de carne bovina vêm caindo em função das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros pelo parceiro norte-americano no mês de agosto último. As exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos recuaram 54% no mês de outubro, em relação a outubro do ano anterior, para US$ 58 milhões, mostrando ainda certa resiliência apesar das tarifas. No caso da carne bovina industrializada, o recuo no mesmo período foi de 20,3%, para US$ 24,9 milhões, enquanto sebo e outras gorduras bovinas recuaram 70,4%, para US$ 5,7 milhões. Considerando o período de janeiro a outubro de 2025, as exportações totais de carnes e outros derivados bovinos para os Estados Unidos cresceram 40,4% sobre o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 1,796 bilhão, resultado que reflete o forte ritmo das exportações anterior ao tarifaço. Considerando os meses de agosto a outubro de 2025, período de vigência das tarifas adicionais, as vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos recuaram 36,4%, resultando em perdas estimadas em aproximadamente US$ 700 milhões. Embora essas perdas tenham sido compensadas com folga pelo aumento das vendas para outros mercados, o fato é que as exportações de carne bovina do Brasil poderiam ser ainda maiores caso as tarifas punitivas do governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros não tivessem sido aplicadas. A União Europeia, considerando como um mercado único, foi o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina no mês de outubro de 2025, crescendo 112% em relação ao mesmo mês do ano anterior, para US$ 140 milhões. De janeiro a outubro, as vendas para o bloco europeu cresceram 70,2% sobre o mesmo período do ano anterior, somando US$ 815,9 milhões, com preços médios que alcançaram US$ 8.362 por tonelada de carne bovina in natura. O terceiro colocado como país individual na exportação total de janeiro a outubro de 2025 foi o México, que adquiriu 38.798 toneladas com receita de US$ 179,3 milhões em 2024 e que aumentou suas importações para 104.437 toneladas (+ 169,2%) com receita de US$ 569,5 milhões (+ 217,6%). O Chile ficou na quarta posição e em 2024 comprou 86.153 toneladas que proporcionaram uma receita de US$ 404,8 milhões. Em 2025 aumentou suas importações para 103.591 toneladas (+20,2%) com receita de US$ 568,9 milhões (+ 40,5%). A Rússia foi o quinto maior cliente com aquisições de 74.062 toneladas e receita de US$ 263,1 milhões no acumulado de 2024 e de 96.897 toneladas (+ 30,8%) com receita de US$ 413,5 milhões em 2025 (+57,2%). No total, 131 países elevaram as suas compras enquanto 46 reduziram até outubro.

PUBLICADO EM: VALOR ECONÔMICO/UOL ECONOMIA/ESTADÃO CONTEÚDO/CNN BRASIL/GLOBO RURAL/ISTO É DINHEIRO/MONEY TIMES/COMPRE RURAL/CANAL RURAL/FOLHA DE SP/JOVEM PAN/JORNAL AGORA MS/TRIBUNA DO SERTÃO/BBC BRASIL/ECONOMIA EM PAUTA/PRIMEIRO JORNAL/PÁGINA RURAL/BROADCAST/NORTE AGROPECUÁRIO/TN ON LINE/ 

NOTÍCIAS

Cotação do boi gordo estável em São Paulo

A semana terminou com estabilidade nas cotações de todas as categorias. Isso porque a maioria das indústrias está fora das compras. Quem negociou o fez usando a referência de preços vigente, não pagou mais e nem menos.

Na sexta-feira o boi gordo foi cotado em R$320,00/@, a vaca em R$302,00/@ e a novilha em R$312,00/@. O “boi China” está negociado em R$325,00/@. Ágio de R$5,00/@. As escalas de abate atendem, em média, a sete dias. Todos os preços são brutos e com prazo. Na região Noroeste do Paraná, a cotação do boi gordo subiu R$2,00/@. Para as demais categorias, a cotação não mudou. O boi gordo está comercializado em R$330,00/@, a vaca em R$302,00/@ e a novilha em R$320,00/@. A arroba do “boi China” está negociada em R$330,00 – sem ágio. As escalas de abate estão atendendo, em média, uma semana. Todos os preços são brutos e com prazo. No Acre, o mercado abriu o dia com cotações estáveis. O boi gordo está negociado em R$270,00/@, a vaca e a novilha estão comercializadas em R$255,00/@. As escalas de abate estão, em média, para 13 dias. Todos os preços são brutos e com prazo. Em Alagoas, no último dia da semana, a cotação não mudou. O boi gordo está apregoado em R$303,00/@, a vaca em R$285,00/@ e a novilha em R$295,00/@. Não há referência do “boi China” no estado. Todos os preços são brutos e com prazo. Em Santa Catarina, depois da alta registrada quinta-feira (13/11), as cotações permaneceram estáveis. O boi gordo está apregoado em R$325,00/@, a vaca em R$290,00/@ e a novilha em R$302,00/@. As escalas de abate estão, em média, para 10 dias. Não há referência do “boi China” no estado. Todos os preços são brutos e com prazo.

SCOT CONSULTORIA

Semana do boi gordo terminou com frigoríficos em busca por preços mais baixos

Segundo a consultoria Safras & Mercado, mercado do boi gordo registra tentativas de compra menores, enquanto atacado mantém preços firmes

O mercado físico do boi gordo encerrou a semana com frigoríficos tentando realizar compras em patamares mais baixos, mesmo diante de escalas de abate nem sempre confortáveis. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, o mercado segue atento à investigação conduzida pela China, cujo resultado e possíveis medidas de salvaguarda serão divulgados até 26 de novembro. “Este evento será fundamental para a formação de tendência no mercado de boi gordo no curto e médio prazo”, afirmou Iglesias. Preços do boi gordo: São Paulo: R$ 326,67 (a prazo). Goiás: R$ 319,82. Minas Gerais: R$ 315,29. Mato Grosso do Sul: R$ 319,20. Mato Grosso: R$ 308,91. No mercado atacadista, os preços permaneceram firmes ao longo da sexta-feira. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios sugere a continuidade de alta no curtíssimo prazo, impulsionada pelo aumento do consumo doméstico, entrada do 13º salário, criação de empregos temporários e confraternizações típicas do período. Preços no atacado: Quarto traseiro: R$ 26,00. Quarto dianteiro: R$ 19,50. Ponta de agulha: R$ 19,00.

SAFRAS NEWS

ECONOMIA

Dólar fecha sessão estável, mas completa quinta semana de perdas ante o real

O dólar encerrou a sexta-feira estável no Brasil, pouco abaixo dos R$5,30, o suficiente para a moeda norte-americana completar a quinta semana consecutiva de quedas em relação ao real, enquanto no exterior a divisa dos EUA teve uma sessão de sinais mistos ante as demais.

O dólar à vista fechou a sexta-feira em variação negativa de 0,01%, aos R$5,2976 na venda. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,70% e, no ano, queda de 14,26%. Às 17h05, o contrato de dólar futuro para dezembro — atualmente o mais negociado no Brasil — subia 0,08% na B3, aos R$5,3130. A sexta-feira foi mais um dia de oscilações limitadas do dólar no Brasil, sem que o noticiário interno ou externo apresentasse gatilhos fortes para operações. Os receios em torno das ações de tecnologia em Wall Street e as dúvidas sobre um novo corte de juros nos EUA em dezembro, após declarações recentes de autoridades do Federal Reserve, penalizaram os ativos de risco durante a primeira metade da sessão, mas ainda assim o câmbio no Brasil seguiu acomodado. Após marcar a cotação máxima intradia de R$5,3180 (+0,37%) às 9h22, ainda na primeira meia hora de negócios, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,2737 (-0,46%) às 12h47. Depois disso, se reaproximou da estabilidade e assim seguiu até o fechamento. No exterior, o dólar também oscilou entre altas e baixas durante o dia. Às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,05%, a 99,286. Nesta segunda-feira, às 10h30, o BC fará leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$1,25 bilhão, visando a rolagem do vencimento de 2 de dezembro.

REUTERS

Ibovespa avança com apoio de Localiza e garante nova alta semanal

No setor de proteínas a MBRF ON disparou 11,98%, na sexta alta seguida, ampliando a recuperação em novembro, após desempenho negativo em setembro e outubro. Parte da reação tem suporte na retomada das compras de carne de frango do Brasil pela China, anunciada neste mês, que, segundo executivos da companhia, abre oportunidades para reverter uma queda nos preços dos produtos in natura. 

O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, quando voltou a superar os 158 mil pontos no melhor momento, com os papéis da Localiza entre os principais suportes, em mais um pregão dominado pela safra de balanços do terceiro trimestre. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,37%, a 157.738,69 pontos, perto do topo de fechamento de 157.748,60, registrado na última terça-feira. Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 158.366,25 pontos, também próximo do recorde intradia de 158.366,25, apurado na terça-feira. Na mínima, recuou a 156.655,68 pontos. O volume financeiro na sexta-feira somou R$25,8 bilhões. Na semana, acumulou uma valorização de 2,39%, no quinto ganho semanal seguido, atingindo alta de 5,48% no mês. Na visão do gestor, Ângelo Belitardo, da Hike Capital, sinais reforçando a narrativa de alívio inflacionário e expectativas de que o Banco Central possa começar um ciclo de redução na Selic contribuíram para novos recordes do Ibovespa. Alguns resultados corporativos positivos, citou, também corroboraram a performance no mês, assim como uma melhor relação entre os Estados Unidos e a China trouxe alívio. Belitardo destacou, contudo, que alguns riscos estruturais permanecem no radar dos analistas, principalmente do ponto de vista das contas públicas. No exterior, Wall Street fechou sem um sinal único, com investidores à espera do balanço da Nvidia na próxima semana e preocupados com a possibilidade de o Federal Reserve adiar o corte da taxa de juros dos Estados Unidos em dezembro.

REUTERS

Prisma Fiscal: Mercado piora estimativa para déficit primário do governo federal em 2025

Relatório do Ministério da Fazenda é baseado em estimativas de instituições financeiras, consultorias e gestoras de recursos

O mercado piorou em R$ 3 bilhões a sua estimativa para o déficit primário do governo federal deste ano. É o que mostra o Prisma Fiscal de novembro, divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Ministério da Fazenda e baseado em estimativas de instituições financeiras, consultorias e gestoras de recursos. Os números foram coletados até o quinto dia útil do mês. A estimativa, sempre mediana, para o déficit primário de 2025 passou de R$ 67,568 bilhões para R$ 70,649 bilhões na comparação mensal. A meta de resultado primário é de déficit zero para este ano, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima e para baixo. A banda permite um resultado negativo de até R$ 31 bilhões, mas ainda há R$ 44 bilhões em precatórios que ficam fora do cálculo. Já a estimativa de instituições financeiras, consultorias e gestoras de recursos para o déficit primário do ano que vem variou de R$ 80,489 bilhões para R$ 75,447 bilhões. Em 2026, a meta do governo é de um superávit de 0,25% do PIB. No caso da dívida bruta do governo geral (DBGG), principal indicador do estoque de endividamento público, a projeção do mercado passou de 79,60% para 79,54% no fim deste ano. O número é medido em relação ao PIB. Para 2026, a estimativa variou de 83,69 % para 83,70% a.a. Por sua vez, a expectativa para a arrecadação federal de 2025 variou de R$ 2,887 trilhões para R$ 2,888 trilhões. No caso das receitas líquidas, passou de R$ 2,327 trilhões para R$ 2,328 trilhões. Já a projeção para as despesas totais do governo federal variou de R$ 2,399 trilhões para R$ 2,397 trilhões.

VALOR ECONÔMICO

Varejo brasileiro cresce 0,4% em outubro, revela o Índice do Varejo Stone (IVS)

Na comparação anual, o comércio nacional registrou queda de 1,5%. Cinco dos oito setores analisados registraram alta mensal. No recorte regional, apenas seis estados apresentaram resultados positivos.

 As vendas do comércio brasileiro registraram crescimento de 0,4% em outubro, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS). Já frente ao mesmo período do ano anterior, houve queda de 1,5%. “Apesar da leve alta nas vendas de outubro, o varejo segue operando em ritmo moderado. O consumo continua sustentado principalmente pelo mercado de trabalho aquecido, com desemprego historicamente baixo e massa de rendimentos elevada. No entanto, fatores como o endividamento recorde das famílias, o alto comprometimento da renda com dívidas e uma inflação ainda resistente, seguem limitando uma recuperação mais firme. O resultado do mês reforça essa dinâmica: o setor mostra resiliência, mas ainda abaixo do patamar observado em 2024”, avalia Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone. Segmentos No recorte mensal, cinco dos oito segmentos analisados registraram alta. O destaque foi o setor de Tecidos, Vestuário e Calçados, com crescimento de 1,2%, seguido por Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1,1%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,5%), Artigos Farmacêuticos (0,2%) e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,1%). Entre os setores com retração, tiveram queda Combustíveis e Lubrificantes (2,3%), Móveis e Eletrodomésticos (0,5%) e Material de Construção (0,4%). No comparativo anual, apenas dois segmentos apresentaram alta: Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,9%) e Artigos Farmacêuticos (0,5%). Os demais registraram queda, com destaque para Móveis e Eletrodomésticos, Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,5%), Combustíveis e Lubrificantes (2,2%), Material de Construção (1,7%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,5%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,3%). No recorte regional, seis estados apresentaram crescimento nas vendas em outubro, na comparação anual. Os maiores avanços foram observados no Amapá (4,2%) e no Espírito Santo (2,7%), seguidos por Sergipe (0,3%), Ceará (0,2%), Goiás e Mato Grosso (0,1%). Entre os estados com retração nas vendas, os piores resultados foram registrados em Rondônia (8,6%), Rio Grande do Sul (4,7%), Santa Catarina (3,6%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Rio Grande do Norte (3,2%), Tocantins (3,1%), Amazonas e Pernambuco (3%), Distrito Federal (2,7%), Roraima (2,4%), Paraná (2%), Bahia (1,8%), Maranhão (1,7%), São Paulo (1,4%), Rio de Janeiro (1,2%), Alagoas (1,1%), Paraíba (0,5%), Pará (0,4%), Minas Gerais (0,3%), Acre e Piauí (0,2%). “Os destaques positivos de outubro foram nas regiões Norte e Nordeste, com crescimento nos estados do Amapá, Ceará e Sergipe, além de uma melhora pontual no Centro-Oeste, impulsionada por Goiás e Mato Grosso. A região Sul voltou a apresentar retração generalizada, com Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná entre os estados com pior desempenho no mês. No Sudeste, apenas o Espírito Santo avançou, enquanto São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais seguiram em queda, reforçando que o consumo permanece desigual entre as regiões do país”, explica o economista da Stone.

VALOR ECONÔMICO

Exportações do agronegócio somam US$ 15,49 bilhões em outubro e registram recorde para o mês

Alta de 8,5% em relação a outubro de 2024 é puxada por maior volume embarcado; soja, carnes, açúcar, café, produtos florestais e milho lideram

As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 15,49 bilhões em outubro de 2025, o maior valor já registrado para o mês na série histórica, com crescimento de 8,5% em relação a outubro de 2024. As importações de produtos agropecuários totalizaram US$ 1,79 bilhão, resultando em superávit de aproximadamente US$ 13,7 bilhões. O desempenho foi sustentado pelo aumento de 10,1% no volume embarcado, em um cenário de recuo de 1,4% nos preços médios internacionais. Outubro mantém a sequência de resultados elevados observada no segundo semestre: em julho, as exportações do agro somaram US$ 15,6 bilhões, e em setembro, US$ 14,95 bilhões, sinalizando patamar próximo de US$ 15 bilhões mensais. Entre os destaques, soja em grãos, carne bovina, café, açúcar, milho, celulose, carne de frango e carne suína registraram recordes de valor e/ou volume para meses de outubro. A China segue como principal destino, com US$ 4,95 bilhões (32% do total exportado pelo agro no mês), impulsionada principalmente por soja em grãos e carne bovina. Em seguida aparecem União Europeia e Estados Unidos, além de mercados como Egito, Índia e Irã, que reforçam a diversificação geográfica das exportações brasileiras, especialmente na Ásia, Oriente Médio e Norte da África. O mês de outubro também trouxe recordes em produtos menos tradicionais da pauta exportadora, que sinalizam novas oportunidades para empresas de diferentes portes: Amendoim: recorde em volume, com 33 mil toneladas (+85,3%); Rações para animais de estimação: recorde em valor, com US$ 43,2 milhões (+42,7%); Café solúvel: recorde em valor (US$ 101 milhões; +32,8%) e volume (8 mil toneladas; +11,3%); Sementes de oleaginosas (exceto soja): recordes de valor (US$ 69,8 milhões; +41,8%) e quantidade (68,6 mil toneladas; +77%); Pimenta piper seca, triturada ou em pó: recorde em valor, com US$ 435,7 milhões; Miudezas bovinas: recorde em quantidade, com 25,2 mil toneladas (+29,6%); Sebo bovino: recorde em valor (US$ 431,03 milhões) e quantidade (390,41 mil toneladas); Feijões secos: recorde em valor (US$ 379,73 milhões) e quantidade (452,88 mil toneladas). No geral, os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 9,1% em outubro e 17,9% no acumulado do ano (janeiro a outubro), em relação a igual período de 2024. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, as exportações do agronegócio somaram US$ 141,97 bilhões, crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações de produtos agropecuários totalizaram US$ 17 bilhões, alta de 4,9% na comparação com 2024, resultando em superávit de US$ 124,97 bilhões, ligeiramente acima do registrado em igual intervalo do ano passado.

MAPA 

MEIO AMBIENTE

Embrapa e MBRF lançam selo Carne Baixo Carbono, que valoriza “boi China”

Carne certificada também valoriza pastagem adequada e inicialmente abastecerá mercado brasileiro

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a MBRF lançaram no domingo uma nova certificação para a carne bovina brasileira, a da Carne Baixo Carbono. Apresentado anos após a criação do protocolo da carne carbono neutro, o novo selo valoriza dois fortes atributos da atual pecuária brasileira: o prazo de abate do conhecido “boi China” e o sistema de criação em pastagens – no caso, de boa qualidade. Mas vai além ao exigir no mínimo 20 requisitos, de um total de 67 organizados em cinco módulos. “Ele é mais do que um boi China porque além do protocolo de qualidade chinês, tem de atender ao protocolo de sistema de produção de baixa emissão de carbono. É um boi China “plus”, disse ao Valor/Globo Rural Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da MBRF. O protocolo da Carne Baixo Carbono, concebido com o apoio da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, se volta a sistemas produtivos diferentes dos monitorados para a carne carbono neutro, de 2020, que deve passar por revisão. Enquanto a carbono neutro mirava sistemas integrados com florestas, que contribuíam para neutralizar emissões da atividade pecuária, a Carne Baixo Carbono se volta ao sistema produtivo predominante no país, ou seja, as dezenas de milhares de hectares de pastagens sem florestas, incluindo o conhecido integração lavoura-pecuária (ILP), explica Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte e coordenador da Plataforma de Pecuária de Baixo Carbono. Um dos requisitos “primordiais” para a certificação da produção, explica Giolo, é a idade de abate do animal, até 30 meses – mesma exigência de importadores chineses, preocupados em evitar adquirir carne de gado eventualmente com a doença da vaca louca, que pode se manifestar em animais mais velhos. É uma diferença significativa em relação à idade média de abate do gado brasileiro, de 40 meses, lembra o pesquisador da Embrapa. “São dez meses a menos emitindo gases de efeito estufa”, disse. Outro requisito essencial – de um total de 67 – é a remoção do carbono pelo solo por meio do manejo adequado. Isso implica adotar práticas como adubação da pastagem e manter um número não excessivo de animais no pasto, para garantir uma altura adequada da pastagem e quantidades desejadas de carbono acumulado no solo. “Um pasto muito produtivo coloca carbono no solo”, disse ele. A Embrapa calcula que, considerando apenas as emissões de metano entérico, que representam de 60% a 70% das emissões totais, o protocolo Carne Baixo Carbono traria uma diminuição de 10% a 35% da intensidade de emissão. Outros fatores do protocolo, como o bom manejo das pastagens, podem trazer reduções adicionais, de acordo com Giolo. Os 67 critérios estabelecidos no protocolo foram organizados em cinco módulos: conformidades, solo, pasto, animal e terminação intensiva. Além dos pré-requisitos já citados, constam, por exemplo, a implementação de práticas para controlar erosão, princípios do sistema plantio direto e identificação individual dos animais, incluindo comprovação de que os bezerros foram provenientes de área onde ocorreu desmatamento antes de 2008. O protocolo também faz diversas recomendações, como uso adicional de bioinsumos no manejo do solo e de aditivos comprovadamente redutores de emissões de metano entérico, tanto no confinamento quanto no pasto. O sistema de terminação intensiva a pasto (TIP), em expansão no Brasil e pelo qual animais recebem suplementação no próprio pasto, é “muito bem-vindo”, diz Giolo, pois intensifica o ganho de peso e pode contribuir para reduzir o tempo de abate dos animais.

Além dos pecuaristas, os frigoríficos também têm obrigações, relacionados ao bem-estar dos animais e boas práticas durante o processo de embarque, transporte, desembarque, segregação e abate, e processamento das carcaças e carnes. Os primeiros lotes de Carne Baixo Carbono devem chegar ao varejo brasileiro no segundo trimestre de 2026, de acordo com Pianez. Até lá, a MBRF definirá qual estratégia comercial adotará. Uma das possibilidades é comercializar cortes mais nobres para churrasco usando marcas já existentes, como Bassi ou Montana. A empresa também considera criar uma marca para a carne baixo carbono, abrangendo ainda tipos de carnes utilizadas no dia a dia, de acordo com o executivo. “Estamos na fase de análise de qual será o melhor caminho”, afirmou Pianez. A princípio, MBRF e Embrapa contam com dez fazendas prontas para obter a certificação. Elas reúnem aproximadamente 15 mil animais em conformidade com as regras do protocolo, que devem gerar de 1,4 a 1,5 tonelada de carne. A companhia tem mapeadas mais de 300 fazendas que, juntas, poderiam somar 150 mil animais por ano. Como o protocolo Carne Baixo Carbono deve reconhecer as pastagens de boa qualidade, seu potencial de alcance pode chegar a cerca de 68 milhões de hectares no país, segundo Giolo. Apesar de as fazendas aspirantes terem de produzir o chamado “boi China”, entre outras exigências, o mercado doméstico absorverá a totalidade da oferta de carne certificada ao longo do primeiro ano. A depender da demanda do consumidor final e sua disposição em pagar um prêmio pela carne de menor emissão, a MBRF poderá ampliar a oferta dentro e fora do Brasil. “Temos convicção de que essas fazendas com as quais vamos trabalhar nos próximos dois anos vão se multiplicar muito lá na frente. Há potencial para que tenhamos em breve muito produto tanto para o mercado interno como externo”, afirmou Pianez.

GLOBO RURAL 

Manejo de dejetos na pecuária é alternativa contra emissão de metano

Documento sobre o tema foi lançado na COP 30, em Belém (PA)

A redução das emissões de metano no meio ambiente foi tema de um painel da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece em Belém (PA). Para contribuir aos debates sobre caminhos viáveis para combater os gases de efeito estufa na agropecuária, foi lançado durante o encontro um guia sobre gestão de dejetos de produção animal. O documento, elaborado com a participação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Embrapa Suínos e Aves, Instituto 17 e Climate and Clean Air Coalition (CCAC), destaca que a redução de metano no setor pecuário é uma das formas mais rápidas e efetivas na parte financeira de conter o aquecimento global. “Além de reduzir as emissões de um poluente climático de vida curta, o manejo adequado dos dejetos oferece oportunidades concretas de geração de energia renovável, substituição de fertilizantes químicos, melhoria da qualidade do ar e fortalecimento da segurança alimentar. Esse conjunto de benefícios coloca o tema no centro da agenda climática, onde a pecuária desempenha papel estratégico tanto na economia quanto na subsistência de milhões de famílias”, destaca o guia. Como exemplo, Sidney Medeiros, auditor fiscal do Mapa, apresentou às autoridades internacionais o Plano ABC+, criado pelo governo brasileiro há mais de 15 anos como parte da estratégia de combate a gases de efeito estufa. “Temos resultados consistentes aplicados em propriedades rurais de vários perfis. Isso nos permite compartilhar soluções com países que passam por desafios semelhantes, sobretudo no Sul Global”, afirma Medeiros. A emissão de metano associada à pecuária acontece de duas formas: direta e indireta. A primeira é por meio do processo digestivo dos animais e do manejo dos dejetos. A outra está ligada às atividades de suporte, como conversão da terra para pastagens e uso de insumos. Entre elas, o manejo de dejetos é entendido como a frente mais estratégica e que pode dar resultados rapidamente. Experiências nacionais, como a do Brasil, mostram que o manejo adequado dos dejetos animais pode transformar um passivo ambiental em fonte de energia limpa, fertilizantes e inclusão produtiva”, reforça o guia. Outro ponto de destaque diz que a pecuária intensiva, principalmente de suínos e bovinos leiteiros, concentra os maiores pontos de emissão. Mas, por outro lado, seria o sistema com a melhor condição para a adoção de tecnologias de mitigação, uma vez que a concentração de animais facilita coleta, armazenamento e, por consequência, o tratamento dos dejetos. De acordo com o guia apresentado na COP 30, quatro etapas são fundamentais para o sucesso do trabalho: Identificar fontes de dados disponíveis com a realização de censos agropecuários, inventários de emissões de gases e sistemas de monitoramento; localizar cadeias e espécies prioritárias ao mapear quais categorias animais concentram maior volume de dejetos e emissões e verificar a concentração geográfica;

Cruzar informações de volume, densidade e práticas produtivas com sistemas intensivos (tecnologias de manejo dos dejetos) e extensivos (boas práticas de manejo e conservação de solo, manejo de pastagens e incentivos indiretos); projetar o potencial energético dos dejetos ao calcular o potencial de mitigação das regiões prioritárias e traduzir os volumes de dejetos em equivalentes energéticos (biogás, biometano, eletricidade).

GLOBO RURAL

INTERNACIONAL

Mercado pecuário e a carne do Uruguai

Os valores no mercado pecuário tendem a se estabilizar e a expectativa está voltada, em meados de novembro, para a posição da indústria quando tiver de buscar oferta de gado de campo, após concluída a janela de abate de confinamento na próxima semana. Ao mesmo tempo, no mercado internacional, a carne bovina do Uruguai vale, e muito.

Alguns produtores não aceitaram o ajuste de preços proposto. Os poucos negócios que foram fechados nos últimos dias ocorreram a valores semelhantes aos da semana passada. A baixa prosperou apenas entre os produtores que precisam vender para cobrir suas obrigações de fim de ano ou ajustar carga. Há plantas que continuam sem informar preço. Os valores para novilhos de ponta vão de US$ 5,10 a US$ 5,15 por quilo. Paga-se entre US$ 4,70 e US$ 4,80 o quilo da vaca gorda. A referência está em torno de US$ 5 o quilo para a novilha. No último trecho da janela da cota concentrada em confinamento, as entradas na planta variam de 10 a 15 dias. “O clima joga sua partida e a concretização de negócios é reduzida. Restam aproximadamente sete a 10 dias de abate de gado de confinamento pela frente, mas, segundo as previsões, teremos nos próximos dias novas chuvas, então, a meu ver, o mercado deveria encontrar um equilíbrio”, comentou Santiago Stefan, integrante da DelAgro & Cía e dirigente da Associação de Consignatários de Gado (ACG). Estima-se que a limitada oferta de gado preparado possa continuar sustentando os valores no restante do ano. O clima e a intenção de abate serão fundamentais nos próximos dias. O abate da semana passada foi de 55.267 bovinos, o terceiro mais alto do ano, com forte participação do confinamento. “O que acontecer depois com os preços dependerá em grande medida do clima. Dito isso, é importante ressaltar que, alguns centavos a mais ou a menos, estamos em um cenário de preços muito bom. E é fundamental para a saúde da cadeia produtiva e industrial ter certezas e previsibilidade”, destacou Stefan. O preço semanal de exportação ficou perto dos máximos históricos, com US$ 6.838 por tonelada que, embora se explique por um claro efeito da carne de grão resfriada destinada à Europa, confirma a firmeza dos valores no mercado internacional para a carne bovina. Nos últimos 30 dias móveis, a média foi de US$ 5.371 por tonelada, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Carnes (INAC). O mercado de reposição também tende a se equilibrar. “Os valores são muito bons, embora tenham ajustado um pouco para baixo. Acrescento ainda que os animais estão com mais quilos, próprio da época, então, embora ajustem por quilo, mantêm ou melhoram o valor por cabeça”, destacou Stefan. No leilão 303 da Pantalla Uruguay, nesta quinta-feira, os terneiros tiveram média de US$ 3,06 por quilo e US$ 616 por cabeça, abaixo dos US$ 3,18 por quilo e dos US$ 687 por cabeça registrados no leilão do mês passado. A relação de reposição continua favorecendo o recriador: caiu na última semana e, em um mês, passou de 1,18 para 1,16, com valores da reposição que ajustaram mais do que os do gordo nas últimas semanas.

EL OBSERVADOR

JBS prevê margens mais apertadas para carne bovina nos EUA no 4º tri por escassez de gado

Executivos da JBS, a maior produtora de carnes do mundo, disseram na sexta-feira que as margens do negócio de carne bovina nos Estados Unidos provavelmente serão mais apertadas no quarto trimestre em comparação com o anterior, devido à persistente escassez de gado no país, de onde vem a maior parte de sua receita.

Após a JBS divulgar queda no lucro do terceiro trimestre, parcialmente devido às margens negativas da carne bovina nos EUA, a empresa afirmou que 2026 continuará sendo um ano desafiador em termos de oferta de gado nos Estados Unidos, com melhorias graduais previstas para 2027. No Brasil, onde a JBS possui várias plantas de processamento de carne bovina, o tamanho do rebanho deve cair entre 3% e 5% em 2026, depois que os pecuaristas venderam mais vacas para abate neste ano. Ainda assim, o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, disse que isso não preocupa porque o rebanho brasileiro cresceu, indicando que a queda esperada não deve necessariamente prejudicar a empresa. Tomazoni afirmou que acordos de longo prazo com pecuaristas para fornecimento de gado no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, e melhorias na gestão pecuária — incluindo dietas mais ricas e mais animais passando por confinamento — devem ajudar a compensar a queda prevista na disponibilidade de gado no país. “Os EUA têm menos da metade do rebanho brasileiro e produzem mais carne bovina”, disse Tomazoni, em teleconferência para analistas, após a divulgação dos resultados trimestrais, na véspera. A maior parte do gado brasileiro ainda é alimentada a pasto. Segundo especialistas, isso significa que o peso do animal abatido no país é menor do que nos EUA, resultando em menos oferta de carne. De acordo com o IBGE, o Brasil tem 238 milhões de cabeças de gado. No segundo trimestre, o país abateu mais vacas do que bois pela primeira vez desde 1997, o que pode comprometer a produção de bezerros no futuro. Consultorias privadas afirmam que determinar o tamanho real do rebanho brasileiro é difícil. Algumas estimam que o rebanho do Brasil seja de aproximadamente 190 milhões de cabeças.

REUTERS 

FRANGOS & SUÍNOS

Frango/Cepea: volume exportado em outubro é 2º maior da história

Assim como já previsto por pesquisadores do Cepea, o volume de carne de frango exportado pelo Brasil em outubro foi o segundo maior da história, ficando atrás somente da quantidade escoada em março de 2023.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse excelente desempenho das vendas externas foi verificado mesmo sem a participação do principal importador da carne brasileira, a China – o país asiático anunciou a retomada das compras no Brasil no dia 7 de novembro, colocando um “ponto final” nas suspensões impostas por diferentes países após o caso de gripe aviária em maio deste ano. Segundo pesquisadores do Cepea, à China, especificamente, foram seis meses de suspensão nos envios, e a retomada dos embarques ao país asiático tende a elevar o volume total das exportações neste último bimestre do ano. Para novembro, pesquisadores do Cepea indicam que o cenário é promissor, sobretudo por conta do retorno da China. Nesta parcial de novembro (primeiros cinco dias úteis do mês), a média diária de embarques é recorde da série da Secex (iniciada em 1997).

CEPEA

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA

Whatsapp 041 996978868

 

 

abrafrigo

Leave Comment