Ano 11 | nº 2578 | 21 de outubro de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: alta na cotação das fêmeas em São Paulo
A semana começou com parte dos frigoríficos fora das compras, e os que abriram as compras têm oferecido mais pelas fêmeas.
A semana começou com parte dos frigoríficos fora das compras, e os que abriram as compras têm oferecido mais pelas fêmeas. A escala de abate estava, em média, para nove dias. A cotação do boi gordo não mudou. Para a vaca, a cotação subiu R$3,00/@ e para a novilha R$2,00/@. A cotação do “boi China”, após a alta no fechamento da semana anterior, não apresentou alteração. Na região Sudeste-RO, com o mercado aquecido na região, as cotações subiram, com exceção à cotação da novilha, que permaneceu estável. A cotação do boi gordo subiu R$2,00/@, e a da vaca subiu R$3,00/@. A cotação da arroba do “boi China” subiu R$1,00. No atacado da carne com osso, após a recuperação nas vendas no início de outubro, com a demanda no varejo aquecida, o mercado perdeu fôlego com o avanço do mês, e os pedidos do setor varejista diminuíram. Com isso, as cotações de algumas categorias não mudaram, como a da carcaça casada do boi capão, que seguiu estável. A cotação das demais subiu. A cotação da carcaça casado do boi inteiro subiu 0,5%, ou R$0,10/kg. Entre as fêmeas, a alta foi de 1,3%, ou R$0,25/kg, para as carcaças casadas. No mercado de carnes alternativas, a cotação do frango médio* caiu 3,2%, ou R$0,25/kg, enquanto a do suíno especial** recuou 0,8%, ou R$0,10/kg.
Scot Consultoria
Semana teve altas expressivas na arroba do boi gordo em 7 estados
Demandas interna e externa aquecidas e frigoríficos menores com escalas de abate mais curtas justificam movimento
O Indicador Boi Datagro, adotado pela B3 como referência para a liquidação dos contratos futuros de pecuária no mercado brasileiro, mostra que a semana foi de altas para a arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do país. Tal movimento se justifica pelo apetite dos frigoríficos de menor porte, que ainda operam com escalas de abate encurtadas, além da demanda interna estar prestes ao período de maior aquecimento, haja visto a entrada do 13º na economia, as festas de fim de ano e a chegada das vagas de emprego temporárias. Com isso, os negócios seguiram em uma crescente entre segunda-feira (13) e esta sexta (17) nos seguintes estados: São Paulo: começou com média de R$ 307,80 e encerrou com R$ 310,73. Goiás: de R$ 294,90 para R$ 297,59. Minas Gerais: 293,68 para R$ 298,31. Mato Grosso do Sul: de R$ 317,44 para R$ 318,05. Pará: de R$ 288,15 para R$ 296,61. Rondônia: de R$ 279,69 para R$ 285,84. Tocantins: de R$ 291,53 para R$ 295,57. Quanto às exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil em outubro até o momento (8 dias úteis), renderam US$ 621,334 milhões, com média diária de US$ 77,666 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 111,919 mil toneladas, com média diária de 13,990 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.551,70. Em relação a outubro de 2024, houve alta de 35,6% no valor médio diário da exportação, ganho de 13,9% na quantidade média diária exportada e avanço de 19,1% no preço médio.
Safras News
Volume exportado de carne bovina passa de 200 mil toneladas até a terceira semana de outubro/25
Média diária exportada avançou 26,1% frente ao comparativo anual
Até a terceira semana de outubro/25, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 201,3 mil toneladas, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No ano passado, o volume exportado alcançou 270,2 mil toneladas. A média diária exportada, ficou em 15,4 mil toneladas, avanço de 26,1% frente a média diária do ano anterior, que ficou em 12,2 mil toneladas. O faturamento para a carne bovina até a terceira semana de outubro/25 ficou em US$ 1,108 bilhão, mais da metade da receita total de outubro do ano anterior, que foi de US$ 1,259 bilhão. A média diária do faturamento na terceira semana de outubro ficou em US$ 85,2 milhões, ganho de 48,9%, frente ao observado no mês de outubro do ano passado, que ficou em US$ 57,2 milhões. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram próximos de US$ 5.506 mil por tonelada até a terceira semana de outubro/2, ganho anual de 18,1%, em relação a 2024 quando o valor médio estava em US$ 4.661 por tonelada.
SECEX/MDIC
Oferta menor de bezerros pressiona relação de troca e sinaliza nova fase do ciclo pecuário, diz Agrifatto
A relação de troca entre o boi gordo e o bezerro piorou nas últimas semanas, refletindo o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de reposição. Segundo a Agrifatto Consultoria, a escassez de bezerros e o aumento da procura pela categoria vêm encarecendo os preços e mudando a dinâmica entre criadores e invernistas.
O consultor de gestão de riscos da Agrifatto, Leonardo Marin, explica que o movimento é resultado do maior abate de fêmeas nos últimos anos, o que reduziu a produção de bezerros. “Em outubro se encerra a janela de compra com preços mais baixos. Quem precisa repor os animais já sente essa diferença desde o ano passado. A oferta diminuiu e a demanda continua aquecida”, afirma. Os números confirmam essa tendência: desde outubro do ano passado, a arroba do boi gordo caiu 10%, enquanto o valor do bezerro subiu 14%, atingindo níveis não vistos desde 2022. Essa diferença piorou a relação de troca, que está abaixo da média histórica, embora ainda seja considerada competitiva no curto prazo. Para Marin, o atual momento representa uma mudança de ciclo na pecuária, com perspectivas distintas para criadores e invernistas. “Para quem é criador, o cenário é positivo. O mercado de bezerros está em curva de valorização e deve continuar em alta pelos próximos dois anos. Já para o invernista, a melhor estratégia é estocar arrobas dentro da fazenda, travando preços e custos, mesmo com o fim da janela de oportunidade de compras”, orienta. O consultor destaca ainda que o mercado está em transição e que quem souber ler os sinais do ciclo pecuário poderá aproveitar boas oportunidades. “Os indicadores mostram claramente essa mudança. É um momento de atenção e planejamento para quem atua na atividade”, conclui Marin. Os dados da Scot Consultoria reforçam a tendência de valorização no mercado de reposição. A consultoria registrou alta em sete das oito praças acompanhadas na última semana. Quem precisou adquirir bovinos magros teve de pagar mais do que na semana anterior, com destaque para o boi magro destinado ao confinamento — categoria que segue com oferta restrita. Na comparação semanal, a Scot Consultoria ainda destacou que a cotação do garrote foi a categoria que teve o maior acréscimo (3,7%), seguida pela do bezerro de ano (2,3%), pela do bezerro de desmama (1,5%) e, por fim, pela do boi magro (0,6%). No curto prazo, o retorno gradual das chuvas tem favorecido a recuperação da qualidade das pastagens, o que tende a melhorar o poder de negociação do comprador. Com pastos em melhores condições, os custos com alimentação podem ser diluídos, fator que pode intensificar a demanda por bovinos magros.
Agrifatto/Scot Consultoria
ECONOMIA
Dólar tem 4ª queda consecutiva e volta a ser cotado abaixo dos R$5,40
O dólar seguiu se ajustando em baixa nesta segunda-feira e emplacou a quarta queda consecutiva no Brasil, para abaixo dos R$5,40, após oscilar acima dos R$5,50 em sessão recente.
Em um dia no geral positivo para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou com baixa de 0,67%, aos R$5,3704, enquanto no exterior a moeda norte-americana tinha sinais mistos ante as demais divisas de países emergentes. No ano, o dólar acumula queda de 13,09% ante o real. Às 17h02, na B3, o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,65%, aos R$5,3900. Em relação ao real, o dólar engatou perdas desde o início da sessão, refletindo em grande parte o diferencial de juros favorável ao país, avaliou o diretor de Análise na Zero Markets Brasil, Marcos Praça. “O mercado já comprou dois cortes de juros nos Estados Unidos este ano. Ele está convicto de que haverá corte de juros, e isso impacta o diferencial de juros”, comentou Praça. “É fundamental considerar que esse tipo de alívio no câmbio pode ser temporário, especialmente diante da volatilidade observada nos Treasuries e das incertezas quanto ao cenário fiscal doméstico”, alertou à tarde Ricardo Trevisan Gallo, presidente-executivo da Gravus Capital, em comentário escrito. Um dos receios do mercado é o de que, visando a reeleição em 2026, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie mais ações com impacto fiscal, sem que haja contrapartidas para fechar o Orçamento. Neste caso, o dólar poderia se fortalecer novamente. Na tarde desta segunda-feira, o governo lançou um programa de R$40 bilhões em crédito para reforma de casas no Brasil, que envolverá recursos do Fundo Social e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Reuters
Ibovespa fecha em alta e retoma os 144 mil pontos com alívio no embate entre EUA e China
Queda firme dos juros futuros ao longo da sessão garante impulso extra para ações cíclicas domésticas, que responderam pelas maiores altas
O alívio nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos embalou o apetite por risco global, especialmente em Nova York, o que turbinou os ganhos do Ibovespa desde o início desta segunda-feira. No fim do dia, o índice encerrou em alta de 0,77%, aos 144.509 pontos, sendo que chegou a tocar os 145.216 pontos e subir mais de 1%, na máxima intradiária. O valor ficou distante da mínima de 143.396 pontos. O desempenho positivo do Ibovespa foi reforçado pela alta de boa parte das blue chips, com destaque para bancos e Vale. O maior avanço ficou para as units do Santander, que subiram 2,48%. O movimento de alta foi generalizado. O PIB da China parece ter ajudado, assim como os sinais de negociação entre China e EUA, sem novos aumentos de tarifas de importação no curto prazo. “O receio do mercado com os bancos regionais americanos também parece ter sido algo bem temporário, o que ajudou”, ponderou o chefe de pesquisa da Eleven Financial, Fernando Siqueira. O presidente americano, Donald Trump, sugeriu que pode aliviar as tarifas caso Pequim retome compras agrícolas importantes, como as de soja, ao mesmo tempo em que voltou a ameaçar o país caso não haja um “acordo justo” sobre terras raras. Uma nova rodada de negociações comerciais entre os EUA e China está marcada para esta semana na Malásia. No fim do mês, o líder americano deve se reunir com o presidente chinês Xi Jinping. O dia também foi de ganhos para a ON, que encerrou com avanço de 1,28%. Analistas citam que o movimento favorável da mineradora foi impulsionado por um fluxo comprador, puxado pela expectativa de melhora nos resultados do terceiro trimestre. A companhia divulga os números de produção e de vendas do terceiro trimestre hoje, após o fechamento do mercado. O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 13,0 bilhões e de R$ 18,1 bilhões na B3. Em NY, os principais índices fecharam no positivo: o Nasdaq subiu 1,37%; o Dow Jones teve ganho de 1,12%; e S&P 500 avançou 1,07%.
Valor Econômico
Economistas reduzem perspectivas para inflação até 2028 e veem mais crescimento este ano no Focus
Analistas consultados pelo Banco Central reduziram as projeções para a inflação de 2025 a 2028, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, ao mesmo tempo em que passaram a ver um crescimento ligeiramente maior neste ano.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 4,70% e 4,27% respectivamente para este ano e o próximo, ante 4,72% e 4,28% uma semana antes. Para os dois anos seguintes as contas também foram reduzidas, com os especialistas vendo agora inflação de 3,83% em 2027 e 3,60% em 2028, de 3,90% e 3,68% no levantamento anterior. Assim, ainda não há perspectiva de que a inflação atinja nos próximos anos o centro da meta oficial, que é de 3,00% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2025 subiu em 0,01 ponto percentual, a 2,17%, permanecendo em 1,80% para 2026. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve mudanças nas contas para taxa básica de juros, com perspectiva de que a Selic termine este ano nos atuais 15% e o próximo a 12,25%.
Reuters
MEIO AMBIENTE
Imaflora cria certificação de carne sem desmate e já tem parceria com chineses
Lançamento do programa ocorre a poucos dias do início da COP30, em Belém, ocasião em que a criação de gado no Brasil será um dos focos da discussão
Um novo sistema de certificação de carne livre de desmatamento, a ser lançado nesta terça-feira (21/10), tem como objetivo atender à crescente demanda por um produto sustentável sem aumento de preço e em escala. Com o nome de Beef on Track (BoT), a iniciativa do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) surgiu a partir, especialmente, do interesse do mercado chinês, destino de mais de 50% da carne bovina brasileira em 2025, mas também é objeto de negociação com redes de varejo do Brasil e importadores de outros países. O lançamento do programa ocorre a poucos dias do início da COP30, em Belém, ocasião em que a criação de gado no Brasil será um dos focos da discussão. A carne livre de desmatamento será identificada por um selo. As fazendas não serão auditadas, uma vez que a iniciativa se destina à cadeia de compra dos produtos provenientes da pecuária de corte, como frigoríficos e curtumes. Cada planta de abate será auditada individualmente, uma vez por ano. A certificação irá utilizar-se de protocolos já existentes, como o Boi na Linha (usado pelo Ministério Público Federal para monitorar os frigoríficos signatários do Termo de Ajustamento de Conduta da Carne na Amazônia Legal) e o Protocolo do Cerrado, de adesão voluntária. Um frigorífico com 95% de conformidade com um destes dois protocolos, por exemplo, é automaticamente elegível ao Beef on Track. O nome da certificação, em inglês, serve para dar a ideia de que a carne está “no caminho certo”, e revela que a iniciativa não deverá ficar restrita ao mercado interno. De fato, a iniciativa surgiu muito pela demanda da China, segundo a diretora-executiva do Imaflora, Marina Piatto. “Eles falavam: ‘A gente quer sustentabilidade, a gente tem metas de redução de emissões, não queremos estar vinculados a desmatamento, à ilegalidade’. E aí começamos a desenvolver essa ideia, de como mostrar de forma fácil, simples e barata para eles o que já existe”, explica. Possibilidades de levar o selo para Europa e Oriente Médio também estão no radar. Segundo Marina, a estabilidade de preços, tanto para o público interno quando externo, é possível de ser alcançada porque serão utilizadas as mesmas auditorias já adotadas atualmente, de modo que não haverá custo adicional. O fato de ser uma certificação simples, com poucos critérios, também pesa. A meta do BoT é abranger “toda a carne brasileira”, diz Marina. Ela explica: na Amazônia, por exemplo, 70% dos frigoríficos já são auditados com o protocolo Boi na Linha. No Cerrado, 24 unidades já estão adotando os monitoramentos e fazendo as auditorias. Na Mata Atlântica, por sua vez, o desmatamento já está consolidado, o que ocorre também em outros biomas. A expectativa é de que o selo chegue às gôndolas do Brasil no primeiro trimestre do ano que vem, por meio de um projeto-piloto por meio de uma rede de varejo. No caso da China, a ideia é que as primeiras remessas sejam enviadas também no início do ano que vem. A Tianjin Meat Association, entidade que reúne empresas importadoras, já confirmou a compra de pelo menos 50 mil toneladas de carne identificadas com o selo até junho de 2026, o equivalente a 2,5 mil contêineres de 20 toneladas. Falta ainda definir quais serão os frigoríficos que farão a venda. Segundo a presidente da entidade, Xing Yanling, a demanda pela carne brasileira deve aumentar de 35% a 40% nos próximos anos. “A estrutura alimentar da população chinesa está mudando. Os chineses estão consumindo cada vez mais proteína animal, e os jovens chineses têm a preferência de consumir mais carne bovina, em vez da preferência geral da China, que ainda é pela carne suína”, afirmou ao Valor.
Valor Econômico
GOVERNO
Inadimplência do crédito rural cresce e recuperação é incerta, diz consultoria
A situação é mais crítica entre produtores com menor produtividade e menos tecnificados. Aumento da inadimplência é resultado de um ciclo de margens pressionadas desde a safra 2022/23
De acordo com estudo da L.E.K. Consulting, baseado em dados do Banco Central, a taxa de inadimplência do crédito rural concedido a pessoas físicas saltou de 0,94% em agosto de 2023, para 2,13% em agosto do ano passado e para 5,14% no oitavo mês deste ano, sendo o maior nível na série histórica, iniciada em 2011. A inadimplência do crédito rural concedido a pessoas jurídicas passou de 0,33% em agosto de 2023, para 0,57% em agosto do ano passado e 0,62% no oitavo mês de 2025. Bruno Brandi, gerente sênior na L.E.K. Consulting, diz que o aumento da inadimplência é resultado de um ciclo de margens pressionadas desde a safra 2022/23. “O pico de preços de grãos na safra 2021/22 impulsionou um movimento de investimentos em ampliação de área, renovação de maquinário e em infraestrutura. O problema é que as safras seguintes foram impactadas por custos mais altos e preços mais baixos”, diz Brandi. Nas safras 2022/23 e 2023/24, uma parcela importante de produtores passou a operar com prejuízo. Houve uma melhora na safra 2024/25, mas insuficiente para recompor o caixa consumido pelas duas safras anteriores, especialmente onde houve rolagens com juros e postergações de pagamento, observa o especialista. De acordo com o estudo, que considera a produtividade esperada divulgada via Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a parcela de agricultores em Mato Grosso que produziram com prejuízo, chegou a 20% nas safras 2022/23 e 2023/24. Esse percentual baixou para 15% na safra 2024/25. Em relação à segunda safra de milho, 90% produziram com prejuízos na safra 2022/23, 70% na safra 2023/24 e 65% no ciclo 2024/25. O cenário para a safra 2025/26 indica uma redução na rentabilidade do produtor. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) projeta queda de 36,7% na rentabilidade da soja na safra 2025/26, e de 92% na rentabilidade do milho. A causa para a queda é a combinação de preços estáveis dos grãos e aumento nos custos dos insumos. “Houve uma melhora no desempenho da safra 2024/25, mas não suficiente para compensar as perdas das safras anteriores. A recuperação do setor vai demorar ainda alguns ciclos”, diz Brandi.
Globo Rural
INTERNACIONAL
Produção de carne suína da China aumenta 7% no trimestre
A produção de carne suína da China aumentou 7% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, mostraram dados do governo na segunda-feira, uma vez que os produtores de suínos aceleraram o abate para lidar com o excesso de capacidade do setor.
A produção no maior produtor de carne suína do mundo subiu para 13,48 milhões de toneladas métricas no período, segundo cálculo da Reuters baseado em dados do National Bureau of Statistics. “O aumento na produção de carne suína deveu-se principalmente ao fato de os produtores de suínos terem acelerado o abate para conter o excesso de capacidade”, disse Pan Chenjun, analista sênior de proteína animal do Rabobank em Hong Kong. “Isso também contribuiu para as recentes quedas nos preços dos suínos.” Os chineses abateram 529,92 milhões de suínos durante os primeiros nove meses do ano, um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior. Os preços à vista do suíno ficaram em 11,2 iuanes (US$1,57) por kg na segunda-feira, caindo ante os mais de 17 iuanes por kg no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da consultoria MySteel. Contando com metade dos suínos do mundo, o enorme setor de suínos da China luta contra um excesso de oferta em meio à fraca demanda dos consumidores. As autoridades intensificaram os esforços para controlar o excesso de capacidade, pedindo às principais empresas que reduzam as porcas reprodutoras, mantenham o peso dos suínos em torno de 120 kg, além de restringir os créditos e subsídios. O rebanho de porcas no final de setembro caiu 0,7% em relação ao ano anterior, para 40,35 milhões, mostraram os dados do NBS, ainda acima do nível normal de 39 milhões. “Espera-se que o número de porcas reprodutoras diminua gradualmente ao longo dos meses restantes deste ano, enquanto uma queda mais substancial no rebanho total de suínos provavelmente vai se tornar evidente cerca de nove meses depois, por volta de meados de 2026”, disse Pan. Nos primeiros nove meses do ano, a produção aumentou 3%, para 43,68 milhões de toneladas.
Reuters
Trump avalia comprar carne bovina da Argentina
Presidente americano cita medida para reduzir preços e fortalecer laços com governo Milei
O presidente Donald Trump disse no domingo, 19, que os Estados Unidos podem comprar carne bovina argentina numa tentativa de reduzir os preços para os consumidores do país. A declaração foi feita a repórteres a bordo do Air Force One. Na semana passada, o republicano disse que iria trabalhar sobre a questão como parte dos esforços do governo para manter a inflação sob controle. A alta do preço da carne nos Estados Unidos é influenciada, principalmente, pela seca que atinge a região do Texas, responsável pela produção agropecuária, e pela redução das importações do México devido a uma praga carnívora nos rebanhos bovinos do país. Trump tem se “aproximado” do presidente Javier Milei. Em setembro, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que o país está negociando uma linha de financiamento temporária com o Banco Central da Argentina no valor de US$ 20 bilhões e está disposto a comprar dívida primária ou secundária do país. A ajuda, no entanto, depende do resultado das eleições legislativas. “Se ele não ganhar, não vamos perder nosso tempo”, declarou o americano após receber Milei na Casa Branca na última terça-feira, 14. O objetivo é fortalecer o peso em queda com, além da linha de crédito, um financiamento adicional de fundos soberanos e do setor privado antes das eleições de meio de mandato de seu aliado sul-americano.
Broadcast Agro
FRANGOS & SUÍNOS
Exportações de carne suína crescem em ritmo diário, mas faturamento registra leve queda frente ano passado
Mesmo com aumento de 11% na média diária embarcada, as vendas externas de carne suína registram menor receita total em outubro, influenciadas por preços estáveis no mercado internacional.
O volume exportado de carne suína in natura chegou em 76,1 mil toneladas até a terceira semana de outubro/25, segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex). No ano passado, o volume exportado alcançou 116,3 mil toneladas em 22 dias úteis de outubro/24. A média diária exportada até a terceira semana de outubro/25 ficou em 5,8 mil toneladas e registrou uma ligeira alta de 11,1% frente a do ano passado, com 5,2 mil toneladas. A receita obtida com as exportações ficou em US$ 193,4 milhões, sendo que o faturamento de outubro do ano anterior, que foi de US$ 294,5 milhões. A média diária do faturamento até a terceira semana de outubro ficou em US$ 14,8 milhões e teve um recuo de 11,1% frente a média diária do ano anterior, que ficou em US$ 13,3 milhões. Já o preço pago por tonelada até a terceira semana de outubro/25 está próximo de US$ 2.538 por tonelada e teve uma leve alta de 0,03% frente ao observado em outubro do ano passado, que estava sendo negociado em US$ 2.531 por tonelada.
SECEX/MDIC
Exportações de carne de frango crescem 23% em volume. preço médio recua quase 20% até a terceira semana de outubro/25
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, o volume exportado de carne de aves in natura ficou em 315,8 mil toneladas até a terceira semana de outubro/25.
No ano passado, o volume exportado alcançou 434,6 mil toneladas em 21 dias úteis em 2024. A média diária até a terceira semana de outubro/25 ficou em 24.293 toneladas, sendo que isso representa um avanço de 23% frente à média diária exportada do ano anterior, que ficou em 19,7 mil toneladas. O preço pago pelo produto até a terceira semana de outubro ficou em US$ 1.533 por tonelada, e isso representa uma queda de 19,5% se comparado com os valores praticados em outubro do ano anterior, com US$ 1.905 por tonelada. A receita obtida até a terceira semana de outubro ficou em US$ 484,3 milhões, enquanto em outubro do ano anterior o valor ficou em US$ 828,2 milhões. Já a média diária do faturamento ficou em US$ 37,2 milhões e teve uma queda de 1% frente a média diária observada em outubro do ano anterior, que ficou em US$ 37,6 milhões.
SECEX/MDIC
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