Ano 11 | nº 2577 | 20 de outubro de 2025
NOTÍCIAS
“Boi China” tem alta de preço no mercado paulista
Mercado do boi gordo segue firme em outubro
O mercado do boi gordo manteve estabilidade na terceira semana de outubro, segundo análise do informativo “Tem Boi na Linha”, divulgada na sexta-feira (17) pela Scot Consultoria. As cotações do boi comum e da vaca permaneceram inalteradas, enquanto o valor da novilha teve alta de R$ 3,00 por arroba. De acordo com a consultoria, o cenário foi influenciado por uma oferta de bovinos menor em relação ao final de setembro e início de outubro, embora ainda suficiente para atender à demanda. O escoamento de carne apresentou melhora, mesmo abaixo do esperado, o que ajudou a sustentar os preços no mercado. “A redução da oferta e o ritmo consistente das vendas contribuíram para a manutenção das cotações”, aponta a análise. A cotação do “boi China” registrou aumento de R$ 2,00 por arroba em relação ao dia anterior. A alta foi atribuída ao recorde nas exportações de carne bovina in natura em setembro e ao bom desempenho mantido em outubro. A demanda pelo animal mais jovem seguiu aquecida. A expectativa no curto prazo é de preços firmes, com atenção para a demanda interna. A redução do poder de compra do consumidor na segunda quinzena do mês pode pressionar o mercado. Já para o gado destinado à exportação, a projeção é de estabilidade, com tendência de alta. Em Minas Gerais, o mercado apresentou equilíbrio. A oferta de animais, embora menor do que no início de outubro, atendeu à demanda, e o escoamento da carne teve leve avanço. As escalas de abate permaneceram em dez dias em todas as regiões do estado.
Scot Consultoria
Semana positiva para o pecuarista.
Demanda aquecida e frigoríficos menores ativos nas compras elevam patamares
O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com alguns negócios realizados acima da referência média. O analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias ressaltou que os frigoríficos de menor porte ainda operam com escalas de abate encurtadas, o que resulta em um comportamento mais agressivo na compra de gado. “Os frigoríficos de maior porte ainda apontam para uma situação mais confortável, avaliando a incidência de animais de parceria, oferecendo maior previsibilidade as escalas. A demanda segue aquecida, em especial quando se trata das exportações, com o volume de embarques bastante representativo neste momento”, disse. Média da arroba do boi: São Paulo: R$ 312,58 — ontem: R$ 312,17. Goiás: R$ 300,71 — R$ 299,82. Minas Gerais: R$ 303,24 — R$ 301,76. Mato Grosso do Sul: R$ 323,98 — R$ 323,64. Mato Grosso: R$ 298,65 — R$ 298,26. O mercado atacadista apresentou preços firmes no decorrer da sexta-feira. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma elevação dos preços no curto prazo, considerando a demanda doméstica que se aproxima do seu ápice. “A incidência do décimo terceiro salário, a criação de postos temporários de emprego, além das confraternizações de final de ano são elementos relevantes a se considerar”, assinalou. Quarto traseiro: ainda precificado a R$ 25 por quilo; ponta de agulha: cotada a R$ 17 por quilo; Quarto dianteiro: segue a R$ 18,20.
Safras News
Alta na cotação do boi gordo e da vaca em Pelotas-RS
Diferindo da sazonalidade para outubro, os preços dos bovinos se mantiveram sustentados em todas as categorias na região.
Os preços do boi gordo subiram na região de Pelotas (RS). Movimento que foge do padrão observado em outubro e setembro em anos anteriores, quando, em geral, a oferta de bovinos terminados aumenta na região, especialmente os oriundos das pastagens de inverno e os preços tendem a sofrer pressão de baixa. Neste ano, porém, crises climáticas e financeiras na agricultura alteraram essa dinâmica. Muitos sojicultores, que normalmente implantam pastagens nas áreas em pousio, reduziram a implantação dessas pastagens, o que diminuiu a disponibilidade de áreas para engorda. Além disso, pecuaristas que também cultivam lavouras têm sentido os efeitos de preços baixos em culturas-chave, como o arroz, da alta dos insumos e de restrições de capital, o que elevou a necessidade de liquidação de parte dos rebanhos em períodos anteriores. Esse ajuste levou a um aumento da participação de fêmeas (novilhas e vacas) nos abates no Rio Grande do Sul em relação a outros estados. Esse movimento também tem sido incentivado por indústrias frigoríficas com demanda mais aquecida e ágios interessantes sendo pagos por bovinos jovens e bem-acabados, em especial devido a um cenário de exportação de carne bovina aquecida, aonde no estado as exportações passaram de 22,5 mil toneladas no acumulado de janeiro a setembro de 2024 para 39,5 mil toneladas no mesmo período de 2025, um aumento de 75,2% no volume exportado. Embora as fêmeas apresentem menor rendimento de carcaça do que os machos, as margens têm sido mais atrativas. Como consequência, a disponibilidade de fêmeas nos rebanhos caiu mais cedo, reduzindo a oferta futura de bovinos terminados e antecipando a alta de preços do momento do ciclo pecuário. Assim, a conjuntura no estado em 2025 alterou o comportamento típico para o período. Na última semana, a arroba do boi gordo subiu 1,0%, ou R$3,00, negociada em R$309,00. Para a vaca, não houve variação na cotação no período e para a novilha a arroba subiu 0,5%, ou R$ 1,50. A vaca está apregoada em R$282,00/@ e a novilha em R$290,50/@. Todos os preços são a prazo e descontados o Senar e o Funrural. O diferencial de base do boi gordo é R$6,50/@ maior para o Rio Grande do Sul quando em comparação a São Paulo (2,1% maior), com a arroba nas praças paulistas cotada em R$302,50, considerando o preço a prazo e livre dos impostos. No curto prazo, a tendência é de estabilidade a alta nos preços.
Scot Consultoria
Setor e governo acreditam em redução de tarifas dos EUA sobre carne após encontro entre Lula e Trump
Presidente americano disse que iria tomar medidas para baixar preços internos da proteína. Cortes brasileiros de carne abastecem demanda americana por carne moída
As declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã da sexta-feira (17/10) de que vai adotar medidas para reduzir o preço da carne bovina no mercado doméstico americano levantou expectativas no Brasil de revisão nas tarifas adicionais impostas à proteína brasileira. Porém, o setor espera que uma mudança efetiva só se concretize num encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, e beneficie também o café e os pescados. Integrantes do governo em Brasília e do setor pecuário mantêm postura de cautela para não atrapalhar as negociações em curso para redução ou retirada total das tarifas sobre a carne bovina brasileira. Os EUA eram o segundo principal destino do produto brasileiro, mas perderam espaço após a taxação de 50% sobre os embarques dos frigoríficos brasileiros. “Estamos trabalhando na questão da carne bovina, e acho que já temos um acordo sobre isso”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “O preço da carne está mais alto do que desejaríamos, mas vai cair rapidamente. Fizemos algo”, completou, sem dar mais detalhes. Mesmo sem decisão anunciada a respeito das tarifas, importadores de carne dizem, nos bastidores, que existem “grandes expectativas” de que as sinalizações de Trump possam favorecer o Brasil com eventual retirada ou redução das tarifas. Há possibilidade também de o governo americano implementar algum plano interno de ajuda a pecuaristas e frigoríficos locais. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse ao Valor que a fala do presidente americano demonstra sua disposição em alterar a tarifa. A fala de Trump se dá num momento em que os preços da carne nos EUA subiram entre 7% e 18% e alcançaram para níveis recorde. A alta se deu depois que os pecuaristas americanos reduziram seus rebanhos devido a uma estiagem prolongada no oeste dos EUA. As pastagens secaram e os custos com alimentação subiram. Apesar de ser um assunto complexo e rodeado de interesses, a avaliação no Brasil é que não há solução para a queda de oferta interna de carne nos EUA nos curto e médio prazos. Ou seja, eles precisarão importar – e o Brasil é o principal exportador. “Esperamos, de fato, que a carne brasileira seja considerada nos planos do governo dos EUA para baixar os preços para os consumidores americanos. Afinal, dois anos para recuperação do rebanho dos EUA é um prazo muito longo”, disse uma fonte. “Pode haver medidas de apoio interno, mas qualquer iniciativa de apoio à produção só terá efeito nos médio e longo prazos. Para efeito imediato no bolso do consumidor, somente aliviando nas importações”, completou. Uma fonte da diplomacia brasileira que mantém relações diretas com os EUA disse, sob reserva, que pode haver caminhos menos óbvios do que a retirada das tarifas. “Pode ser que não coloquem a carne na lista de exceções, porque há muita pressão de produtores americanos contra a carne brasileira, que é mais competitiva. O caminho seriam as quotas”, apontou. De toda a carne bovina consumida nos EUA, 62% são carne moída no formato de almôndegas, hambúrgueres e carne moída, nicho das classes C e D, e que tem o Brasil como principal fornecedor.
Valor Econômico
Preços da arroba do boi gordo sobem no mercado físico
Demanda mais firme em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul impulsiona cotações, enquanto em São Paulo e Goiás o mercado segue acomodado. Ao longo desta semana os preços da arroba do boi gordo registraram altas no mercado físico.
De acordo com a Safras & Mercado, o movimento mais incisivo foi observado em termos de demanda em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, muito embora em São Paulo e Goiás a acomodação de preços ainda predomine, com um ou outro negócio acima da referência média. Já a Scot Consultoria sinalizou que o mercado do boi gordo se manteve firme na terceira semana de outubro, sem variações nas cotações do boi comum e da vaca. Ainda segundo o levantamento da Scot Consultoria, a cotação da novilha apresentou valorização de R$3,00/@. Esse cenário é fundamentado por uma oferta de bovinos que, embora ainda suficiente para atender à demanda, diminuiu em relação ao final de setembro e início de outubro. “Soma-se a isso uma melhora no escoamento de carne, que, mesmo abaixo do esperado, segue consistente e tem contribuído para manter o equilíbrio do mercado”, informou em seu boletim diário. Dessa forma, os preços permaneceram estáveis na comparação diária. A cotação do “boi China” subiu R$2,00/@ em relação a ontem. Com recorde nas exportações de carne bovina in natura em setembro e continuidade do bom desempenho em outubro, a demanda pelo bovino mais jovem está aquecida. “O boi gordo está cotado em R$307,00/@, a vaca em R$282,00/@ e a novilha em R$298,00/@. As escalas de abate estão, em média, para oito dias. O “boi China” está cotado em R$312,00/@. Ágio de R$5,00/@. Todos os preços são brutos e com prazo”, disse a Scot Consultoria. Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 16 de outubro, conforme destacou a Safras & Mercado. Em São Paulo (capital), a arroba do boi gordo foi negociada a R$ 310,00, representando alta de 1,64% em relação aos R$ 305,00 da semana passada. Em Goiás (Goiânia), o preço subiu 1,69%, passando de R$ 295,00 para R$ 300,00 a arroba. Situação semelhante foi observada em Minas Gerais (Uberaba), onde a arroba avançou de R$ 290,00 para R$ 300,00, um ganho de 3,45% no comparativo semanal. No Mato Grosso do Sul (Dourados), o preço da arroba atingiu R$ 325,00, com alta de 1,56% frente aos R$ 320,00 praticados anteriormente. Já no Mato Grosso (Cuiabá), a cotação subiu 1,69%, também passando de R$ 295,00 para R$ 300,00 a arroba. A única praça que manteve estabilidade foi Rondônia (Vilhena), com a arroba negociada a R$ 280,00, sem variação em relação à semana anterior. Na Bolsa Brasileira (B3), os vencimentos futuros finalizaram a sexta-feira (17) em campo misto. O contrato outubro/25 registrou leve ganho de 0,05% e está precificado em R$ 312,80/@, já o vencimento novembro/25 teve ganho de 0,14% e está precificado em R$ 325,80/@. A oferta mais restrita continua sustentando a valorização da arroba, elevando o índice DATAGRO B3 ao maior patamar do mês, em R$ 309,37/@, com alta diária de R$ 0,38/@ (+0,12%) e ganho acumulado de R$ 5,15/@ (+1,69%) em outubro. O primeiro vencimento dos contratos futuros da B3 encerrou cotado a R$ 312,75/@, avanço de R$ 0,60/@ (+0,19%), acumulando R$ 7,15/@ de valorização no mês. Já o contrato de novembro soma alta de R$ 8,40/@ em outubro, após o ajuste da véspera em R$ 325,30/@, representando incremento diário de R$ 1,70/@.
Notícias Agrícolas
ECONOMIA
Dólar tem 3ª sessão consecutiva de baixa e se reaproxima dos R$5,40
Em um dia de agenda esvaziada de indicadores, o dólar emplacou na sexta-feira a terceira baixa consecutiva ante o real, se reaproximando dos R$5,40, enquanto no exterior a moeda norte-americana sustentou sinais mistos ante outras divisas de países emergentes.
O dólar à vista fechou com baixa de 0,68%, aos R$5,4065. Na semana, a divisa acumulou queda de 1,77% e, no ano, recuo de 12,50%. Às 17h05 na B3 o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,88%, aos R$5,4240. A moeda norte-americana oscilou entre altas e baixas ante o real durante a manhã, sem que o noticiário fornecesse gatilhos fortes para que firmasse uma tendência. No início do dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que sua proposta de tarifa de 100% sobre os produtos da China não seria sustentável, mas culpou o país asiático pelo mais recente impasse nas negociações comerciais. Trump também confirmou que se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, em duas semanas, na Coreia do Sul. Ainda que os comentários de Trump sugerissem algum alívio para os mercados globais, um novo fator de pressão atuou sobre os preços nesta sexta-feira: sinais de risco crescente entre alguns bancos regionais norte-americanos, como o Zions e o Western Alliance. Em relação ao real, o dólar se firmou em baixa a partir do início da tarde, se reaproximando dos R$5,40 – marca superada na sexta-feira passada, quando Trump retomou as ameaças tarifárias contra a China. No exterior, às 17h11, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,18%, a 98,431.
Reuters
Ibovespa avança em pregão com vencimento de opções
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, confirmando um desempenho semanal positivo, em um repique após um começo mais negativo em outubro
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,84%, a 143.398,63 pontos, após marcar 143.424,48 na máxima e 141.247,97 na mínima do dia. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 1,93%, mas no mês ainda perde 1,94%. O volume financeiro na sexta-feira somou R$26,5 bilhões, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista. De acordo com o superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli Siqueira, a sexta-feira não trouxe novidades relevantes, com pregão refletindo algumas operações relacionadas ao exercício de opções. Siqueira observou que mesmo com os ajustes no começo do mês números melhores sobre a inflação que têm alimentado expectativas de algum alívio na taxa Selic continuam apoiando um cenário favorável para as ações. “A renda variável começa lentamente a ser vista”, acrescentou, ponderando que a liquidez permanece baixa. Até o final de setembro, o Ibovespa acumulava em 2025 uma valorização de quase 22%.
Reuters
IGP-10 sobe 0,08% em outubro e desacelera mais que o esperado, aponta FGV
A alta do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou mais do que o esperado em outubro ao registrar avanço de 0,08%, depois de subir 0,21% no mês anterior, informou na sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com isso, o IGP-10 passa a acumular em 12 meses alta de 1,60%. A expectativa em pesquisa da Reuters para a leitura mensal era de 0,18%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 0,04% em outubro, depois de subir 0,27% no mês anterior. “Os preços ao produtor, principalmente os agropecuários, registraram quedas expressivas em arroz (em casca), soja (em grão) e bovinos”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE. Os preços do arroz recuaram 7,63%, enquanto os da soja caíram 1,22% e os dos bovinos tiveram queda de 1,40%. No IPA, o avanço dos produtos de origem agropecuária desacelerou a 0,24% em outubro, de 3,07% em setembro. Já os produtos de origem industrial tiveram queda de 0,14%, após recuarem 0,67% no mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, registrou alta de 0,48% no mês, abandonando a queda de 0,13% vista em setembro. “Destacam-se as altas em passagens aéreas, seguro facultativo e condomínio residencial entre os serviços, e as tarifas de energia elétrica residencial entre os preços administrados”, disse Dias. Entre as oito classes de despesa que compõem o IPC, sete apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Habitação (0,07% para 1,41%), Educação, Leitura e Recreação (-0,70% para 1,27%), Transportes (-0,03% para 0,33%), Alimentação (-0,37% para -0,12%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,02% para 0,06%), Despesas Diversas (-0,14% para -0,12%) e Comunicação (0,05% para 0,06%). Apenas o grupo Vestuário (0,21% para 0,19%) mostrou alta mais fraca. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez subiu 0,21% em outubro, depois de uma alta de 0,42% em setembro.
Reuters
Brasil cai no ranking global de saldo comercial com commodities em queda
No primeiro semestre deste ano em relação a 2024, país sai do posto de quinto maior superávit da balança para a nona posição. Em meio à desaceleração do comércio e à valorização do real ante ao dólar, o Brasil caiu do quinto para o nono lugar no ranking global dos superávits comerciais de janeiro a junho de 2025 ante iguais meses de 2024
e janeiro a junho do ano passado, o superávit comercial brasileiro ficou atrás de China, Alemanha, Holanda e Irlanda, que ocuparam, nessa ordem, as quatro primeiras posições. Na primeira metade deste ano esses quatro países mantiveram seus postos, mas passaram à frente do Brasil Taiwan, Suíça, Noruega e Cingapura, nessa ordem. Para especialistas ouvidos pelo Valor, o encolhimento do superávit brasileiro decorreu principalmente da queda das cotações médias de produtos importantes para a exportação brasileira e da resiliência das importações, cujo volume de crescimento surpreendeu durante o primeiro semestre. Para este ano, a estimativa é de que o saldo brasileiro fique em US$ 62,5 bilhões, segundo mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data em outubro de consultorias e instituições financeiras. A mediana do boletim Focus da última semana é de superávit de US$ 62 bilhões. A projeção atual do governo federal é de US$ 60,9 bilhões. Para economistas, trata-se de um saldo robusto, mas eles destacam que a estrutura atual da balança comercial brasileira torna o saldo mais vulnerável a fatores externos. O ranking dos dez maiores superávits globais no primeiro semestre de 2025 mostra que o Brasil e a Alemanha foram os únicos países com queda no resultado comercial. A queda do saldo brasileiro, de 28%, foi maior que a da Alemanha, com 21,4%. Se o grupo for estendido para os 20 maiores superávits, o Brasil ainda continua com a maior queda, seguido dos australianos, com 22,8%, e dos alemães. Na liderança, a China alcançou em 2025 superávit de US$ 574 bilhões, 32,7% maior que o de 2024. O resultado combinou alta de 7% nas exportações e queda de 6% nas importações, sempre de janeiro a junho. Os dados foram retirados pelo Valor do Trademap.
Valor Econômico
GOVERNO
Singapura e Índia abrem mercados para produtos brasileiros
Produtos de origem animal têm valor agregado e potencial de oferta do Brasil para atender demandas desses países. Com a abertura de mercado nos dois países, Brasil amplia exportações para o continente asiático.
O Brasil recebeu a autorização para exportar ovos-produto (processados) para Singapura. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, em uma publicação em uma rede social. O documento com a liberação foi entregue pela ministra da Sustentabilidade de Meio Ambiente e encarregada das Relações Comerciais de Singapura, Grace Fu, na quinta-feira, 16. Fu visitou a sede do Mapa, onde aproveitou para oficializar a autorização. A liberação foi comemorada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que vê potencial de expansão nas vendas de ovo processado devido ao segmento de hotéis, restaurantes e caterings. Segundo a entidade, a Cidade-Estado asiática importou 2,5 mil toneladas do produto no ano passado, porém as compras de ovos foram de aproximadamente 31 mil toneladas. O Brasil também obteve de outros dois produtos de origem animal para à Índia. Os certificados autorizam as exportações de chifres e cascos, além de derivados de ossos bovinos. Uma comitiva brasileira esteve no país asiático em busca de novos acordos com os indianos. Ainda nesta semana, o Brasil também abriu outros nove mercados. Como adiantado pelo Agro Estadão, Uruguai, Santa Lúcia e Irã encaminharam autorizações para a entrada em oito mercados distintos. Em nota, o Mapa também confirmou o mercado de alimentos com origem vegetal para cães aos Estados Unidos.
MAPA
FRANGOS & SUÍNOS
Frango/Cepea: Apesar de gripe aviária, exportação pode bater novo recorde
Pesquisas do Cepea apontam que, caso o atual intenso desempenho das exportações brasileiras de carne de frango se mantenha nas próximas semanas, 2025 pode se encerrar com um novo recorde no volume escoado.
Esse resultado seria verificado mesmo diante do caso de gripe aviária em maio deste ano em uma granja comercial do Rio Grande do Sul. A quantidade de carne de frango exportada em setembro foi a maior em 11 meses, e, nesta parcial de outubro, o ritmo diário de embarques está 9,6% superior ao de setembro/25 e expressivos 16% acima do de outubro/24, conforme dados da Secex. Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é favorecido pela recente retomada das compras da proteína brasileira por parte da União Europeia, fator que contribui para consolidar a recuperação do ritmo exportador nacional a patamares pré-gripe. Ressaltam, ainda, que as vendas à China seguem suspensas, e que um retorno dos embarques ao país asiático poderia impulsionar ainda mais as exportações totais. Segundo pesquisadores, as perspectivas de vendas externas recordes em 2025, no entanto, dependem da ausência de novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou IAAP) em granjas comerciais, assim como de outros tipos de influenza.
Cepea
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