CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2564 DE 01 DE OUTUBRO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2564 | 01 de outubro de 2025

 

NOTÍCIAS

Boi gordo cai R$3/@ no mercado paulista

Exportações de carne crescem 23% na média diária

De acordo com uma análise divulgada na terça-feira (30) no informativo “Tem Boi na Linha”, da Scot Consultoria, o mercado do boi gordo em São Paulo registrou queda nas cotações. “Com as escalas tranquilas e o fraco escoamento de carne, alguns frigoríficos colocados fora dos negócios”, indicou o levantamento. Entre os que mantiveram as compras, a boa oferta permitiu negociações abaixo das referências do dia anterior, com exceção da vaca, cuja cotação se manteve estável. O preço do boi gordo caiu R$ 3,00/@, enquanto a novilha registrou recuo de R$ 5,00/@. Já a arroba do chamado “boi China” caiu R$ 1,00. As escalas de abate atendiam, em média, 11 dias. Em Minas Gerais, mesmo com alguns produtores proprietários boiadas à espera de melhores negócios, as escalas confortáveis mantiveram as cotações lucrativas. No comércio exterior, o Brasil alcançou recorde de exportações de carne bovina in natura. Até a quarta semana de setembro, o volume embarcado chegou a 294,7 mil toneladas, o maior já registrado. A média diária foi de 14,7 mil toneladas, crescimento de 23% em relação ao mesmo período de 2024. A cotação média da tonelada ficou em US$ 5,6 mil, alta de 24,4% na comparação anual.

Scot Consultoria

O mercado atacadista abre a semana apresentando acomodação em seus preços

O mercado físico do boi gordo se deparou com preços em predominante acomodação no início da semana.

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por algumas tentativas de compra em patamares mais baixos. “Vale destacar que as escalas de abate ainda apresentam relativo conforto. As grandes indústrias país a fora ainda contam com boa incidência de animais de parceria”. Segundo ele, o desempenho das exportações de carne bovina são o ponto de sustentação dos preços, com crescimento importante do volume embarcado e com incremento ainda mais relevante da receita. Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 302,97 — ontem: R$ 303,17. Goiás: R$ 287,14 — R$ 286,61. Minas Gerais: R$ 285,88 — R$ 285,29. Mato Grosso do Sul: R$ 318,75 — R$ 319,59. Mato Grosso: R$ 294,14 — R$ 293,05. O mercado atacadista abre a semana apresentando acomodação em seus preços, com alguma expectativa em torno da demanda durante a primeira quinzena do mês, com a entrada dos salários na economia motivando a reposição entre atacado e varejo. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,00 por quilo; o dianteiro segue cotado a R$ 17,00 por quilo; e a ponta de agulha ainda é precificada a R$ 16,50. As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,654 bilhão em setembro (20 dias úteis), com média diária de US$ 82,713 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 294.706 mil toneladas, com média diária de 14.735 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.613,20. Em relação a setembro de 2024, houve alta de 52,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 23,6% na quantidade média diária exportada e avanço de 24,4% no preço médio.
Safras News

Arroba paulista valoriza e amplia diferença de preço com Mato Grosso em setembro

Preço da arroba do boi gordo em Mato Grosso registrou uma leve queda de 0,31% 

O preço da arroba do boi gordo em Mato Grosso registrou uma leve queda de 0,31%, com a média de R$ 295,98. De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), essa disparidade elevou o diferencial de base (MT-SP) para -5,13%, uma redução de 0,66 ponto percentual em comparação com agosto. A principal causa para essa diferença é o aumento da oferta de bovinos terminados. Esse movimento tem pressionado os preços do boi gordo, principalmente em Mato Grosso, enquanto a demanda em São Paulo se mantém mais aquecida, garantindo a valorização local. A expectativa do mercado é que esse cenário possa mudar no final do ano, com a tendência de recuperação dos preços do boi gordo, o que poderia encurtar a diferença de base entre os dois estados. O futuro desse diferencial dependerá da dinâmica entre oferta e demanda nas próximas semanas, período crucial para a pecuária brasileira. Na semana anterior, o preço do boi magro de 12@ no estado do Mato Grosso recuou 2,89% entre as semanas, sendo cotado em média a R$ 342,60/@, devido à menor procura pela categoria. O Instituto mato-grossense ainda destacou que as indústrias seguem com suas escalas de abate confortáveis, em média a 13,50 dias úteis, alta de 0,19% no comparativo semanal. O Imea reportou também que devido ao alongamento das escalas pelos frigoríficos, o preço da arroba do boi gordo a prazo caiu 1,09% na semana passada, sendo cotado em média a R$ 295,00/@.

IMEA

ECONOMIA

Dólar fecha estável em dia de Ptax e temor de paralisação nos EUA

Em um dia de oscilações estreitas, o dólar fechou a terça-feira praticamente estável no Brasil, influenciado por um lado pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês e por outro pelo recuo da moeda norte-americana no exterior, em meio ao temor de paralisação parcial do governo dos EUA.

O dólar à vista encerrou a sessão em leve alta de 0,06%, aos R$5,3228. No ano, a divisa acumula queda de 13,86%. Às 17h03 na B3 o dólar para novembro — que nesta terça-feira passou a ser o mais líquido no Brasil — subia 0,06%, aos R$5,3650. Na primeira metade do dia o dólar sofreu a influência da disputa pela Ptax — taxa calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). “O dólar andou de lado durante a disputa da Ptax. Os vendidos conseguiram conquistar algum espaço na primeira e na segunda janela de coleta, mas depois os comprados deram uma forçada nas cotações na terceira e na quarta”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. As janelas de coleta do BC são próximas de 10h, 11h, 12h e 13h. Definida a Ptax (R$5,3186) no início da tarde, o dólar à vista ficou livre para oscilar conforme o noticiário, mas ainda assim as cotações se mantiveram travadas, próximas da estabilidade. “Estão todos em compasso de espera pela negociação sobre o Orçamento dos Estados Unidos”, disse Rugik. Desde o início do dia investidores acompanhavam os desdobramentos das negociações entre republicanos e democratas, nos Estados Unidos, em torno de uma proposta orçamentária para evitar o “shutdown” (paralisação) do governo a partir de quarta-feira. A falta de acordo conduzia a busca pela segurança dos Treasuries, pesando sobre os rendimentos dos títulos, e a queda do dólar ante a maior parte das demais divisas globais. Ainda assim, no Brasil o dólar se manteve perto da estabilidade ante o real. À tarde, em uma indicação de que o acordo sobre o Orçamento não parece próximo, o presidente dos EUA, Donald Trump, advertiu os democratas que permitir a paralisação do governo federal à meia-noite daria a sua administração a oportunidade de tomar medidas “irreversíveis”, incluindo o encerramento de programas importantes para eles.

Reuters

Ibovespa fecha quase estável no último dia de mês positivo, marcado por recordes

O Ibovespa assegurou nova máxima intradia no último pregão de setembro, antes de fechar a terça-feira quase estável, reflexo de realização de lucros e com as ações da Petrobras entre as maiores pressões em meio à queda do petróleo no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,07%, a 146.237,02 pontos, após marcar 147.578,39 pontos no melhor momento — novo topo intradia — e 145.774,24 pontos na mínima do pregão. O volume financeiro somou R$23,02 bilhões. Em setembro, o Ibovespa acumulou uma valorização de 3,4%, em performance apoiada pelo fluxo de capital externo, com entrada de líquida de R$4,79 bilhões no mês até o dia 26. Tal movimento tem sido endossado pela perspectiva de novos cortes de juros dos Estados Unidos ainda neste ano, bem como expectativas de que o Banco Central do Brasil também começará a promover um afrouxamento monetária no começo de 2026. “Tivemos um cenário de otimismo global, puxado pela expectativa de cortes de juros nos EUA ainda este ano”, afirmou o especialista em investimentos Leonardo Santana, sócio da casa de análise Top Gain. Ele acrescentou que o mercado já precifica mais dois cortes pelo Federal Reserve, o que pode mudar o fluxo internacional de capitais, acrescentando que há trilhões de dólares parados em renda fixa americana. “Parte desse dinheiro começa a migrar em busca de mais retorno em mercados emergentes. Nesse contexto, o Brasil se torna particularmente atraente, pois temos uma das maiores taxas de juros reais do mundo e uma bolsa que ainda apresenta potencial de valorização”, disse.

Reuters

Desemprego no Brasil fica estável em 5,6% no tri até agosto e repete menor nível da série histórica

A taxa de desemprego no Brasil ficou estável no trimestre até agosto frente aos três meses encerrados em julho e interrompeu série de quatro quedas seguidas nesse tipo de comparação, mas permaneceu no nível mais baixo da série histórica do IBGE com o menor contingente de pessoas desocupadas, mostrando que o mercado de trabalho segue aquecido e resiliente.

Nos três meses até agosto, a taxa de desemprego permaneceu em 5,6%, repetindo a taxa de julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O resultado mostra queda na comparação com os três meses imediatamente anteriores, até maio, quando foi de 6,2%. No mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego havia sido de 6,6%. A taxa, que segue no patamar mais baixo desde 2012, início da série histórica, ainda ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. O mercado de trabalho vem mostrando força e resiliência neste ano mesmo diante de uma desaceleração gradual da atividade econômica, o que mantém o Banco Central em alerta. Neste mês, o BC decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15%, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta. Se por um lado o mercado de trabalho forte com renda elevada ajuda a sustentar a economia, especialmente através do consumo das famílias, por outro dificulta o controle da inflação, com atenção especial à de serviços. Nos três meses até agosto, o número de desempregados caiu 9,0% ante o trimestre até maio e atingiu 6,084 milhões de pessoas, o menor contingente da série, o que representa ainda queda de 14,6% sobre o mesmo período de 2024. Já o total de ocupados aumentou 0,5% na comparação trimestral, com 102,418 milhões de empregados, uma alta de 1,8% em relação ao ano anterior. Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado registraram aumento de 0,4% nos três meses até agosto sobre o trimestre imediatamente anterior, atingindo um recorde de 39,118 milhões de pessoas. Os que não tinham carteira subiram 0,5%. “O mercado de trabalho aquecido proporciona uma alteração do perfil das contratações, pois com menor disponibilidade relativa de mão de obra, as contratações somente acontecem com mais benefícios para os trabalhadores, como a carteira assinada por exemplo”, explicou o analista da pesquisa, William Kratochwill. Segundo ele, a queda na desocupação passa pelo setor de educação pública. “A educação pré-escolar e fundamental faz contratações ao longo do primeiro semestre. São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, explicou ele. Esse grupo faz parte dos trabalhadores sem carteira do setor público, que cresceu 5,5% em relação ao trimestre até maio e aumentou 0,8% frente ao trimestre até agosto de 2024. No período, a renda média real chegou a R$3.488, de R$3.457 no trimestre até maio, uma alta de 0,9%.

Reuters

Dívida pública bruta do Brasil fica estável em 77,5% do PIB em agosto, mostra BC

A dívida bruta do Brasil ficou estável em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que o esperado, de acordo com dados divulgados na terça-feira pelo Banco Central.

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou agosto em 77,5%, mesmo nível do mês anterior e abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 78,0%. Já a dívida líquida do setor público foi a 64,2%, de 63,6% em julho e expectativa de 64,1%. Em agosto, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$17,255 bilhões, menor do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de R$21,0 bilhões. O desempenho mostra que o governo central teve déficit de R$15,934 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram rombo primário de R$1,314 bilhão e as estatais tiveram saldo negativo de R$6 milhões, mostraram os dados do Banco Central.

Reuters

Dívida pública federal sobe 2,59% em agosto e Tesouro eleva projeção para estoque em 2025

A dívida pública federal subiu 2,59% em agosto ante julho, para R$8,145 trilhões, informou na terça-feira o Tesouro Nacional, que também elevou seu parâmetro para o estoque total da dívida no encerramento de 2025 citando um ambiente de maior demanda por títulos públicos federais.

Em agosto, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$7,845 trilhões, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu R$300,23 bilhões. Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de agosto, 20,95% correspondiam a títulos prefixados, 26,10% a títulos vinculados a índices de preços, 49,29% a papeis atrelados à Selic e 3,67% a papeis cambiais. No mês passado, o crescimento da dívida deveu-se, conforme o Tesouro, à emissão líquida no valor de R$136,64 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$69,33 bilhões. O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública — uma espécie de “colchão” para o pagamento dos compromissos — subiu 14,78% em termos nominais em agosto, para R$1,134 trilhão, o que garante o pagamento dos próximos 7,78 meses de vencimentos. Na comparação com agosto de 2024, a reserva de liquidez aumentou 23,73%. O Tesouro também promoveu um ajuste em seu Plano Anual de Financiamento (PAF) do ano. A meta para o estoque da dívida pública federal (DPF) no final deste ano foi para a faixa de R$8,500 trilhões a R$8,800 trilhões no PAF 2025, ante intervalo de R$8,100 trilhões a R$8,500 trilhões previsto anteriormente. “Diante de queda nas taxas futuras nas partes intermediária e longa da curva de juros e de um ambiente de menor volatilidade em relação ao último trimestre de 2024, o Tesouro Nacional identificou uma janela de oportunidade para aumentar o volume de emissões a partir do início do ano”, afirmou o Tesouro em nota, ao justificar o fato de o estoque da dívida ter crescido acima do previsto inicialmente. “A estratégia foi executada de forma compatível com a demanda de mercado, sem exercer pressões significativas sobre os preços.” Durante entrevista coletiva em Brasília, o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Leal, afirmou que, ainda que o parâmetro máximo para o estoque no ano seja de R$8,800 trilhões, isso não significa que o Tesouro esteja buscando este número ou que o limite vá, de fato, ser alcançado. “Estabelecemos parâmetros confortáveis para a dívida”, comentou Leal, acrescentando que em semanas recentes o Tesouro adotou um ritmo “mais moderado” de emissões, na comparação com o início do ano. Durante a coletiva, Leal reconheceu que períodos eleitorais podem “carregar um pouco mais de volatilidade no ano que em outros períodos”, mas ressaltou que o Tesouro nunca encontrou dificuldades no financiamento da dívida. Segundo ele, como a janela de oportunidade em 2025 estava positiva, o Tesouro atuou para que possa entrar no próximo ano em situação mais confortável.

“Não há uma expectativa específica de que este ano eleitoral será mais volátil ou não”, afirmou Leal, acrescentando que o Tesouro também não está mirando um nível específico para o colchão de liquidez, hoje suficiente para cobrir os vencimentos dos próximos 7,78 meses. “A gente evita chegar ao nível prudencial, que é de 3 meses”, ressaltou.

Apesar de ter alterado o parâmetro para o estoque da DPF em 2025, o Tesouro manteve o prazo médio da dívida pública em 2025 no intervalo de 3,8 a 4,2 anos. O órgão também manteve no PAF as metas atuais de participação dos diferentes títulos na dívida: 19% a 23% para prefixados; 24% a 28% para papeis indexados a índices de preços; 48% a 52% para títulos vinculados à Selic e 3% a 7% para títulos cambiais. Na entrevista coletiva, Leal reforçou ainda que o Tesouro será proativo nas emissões externas. Segundo ele, há espaço para nova emissão externa ainda em 2025, mas isso dependerá das condições do mercado e não será uma obrigação. Uma emissão de título sustentável no exterior, conforme Leal, está sendo considerada, podendo ser feita neste ou no próximo ano.

Reuters 

Ipea reduz projeção do IPCA em 2025 de 5,2% para 4,8%

A valorização do real frente ao dólar – de cerca de 5% no último trimestre – foi apontada por pesquisadoras do órgão como a principal influência para a redução de 0,4 ponto percentual na projeção

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a estimativa da inflação oficial brasileira em 2025 de 5,2% para 4,8%. A valorização do real frente ao dólar – de cerca de 5% no último trimestre – foi apontada por pesquisadoras do órgão como a principal influência para a redução de 0,4 ponto percentual na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas a safra recorde de grãos também teve impacto. Ambos os fatores contribuíram para o recuo das estimativas de alta dos preços de alimentos, bens industriais e combustíveis. A taxa estimada em 4,8% para o IPCA como um todo acompanha as projeções mais recentes dos economistas do mercado pelo relatório Focus do Banco Central (BC) da segunda-feira (29), de 4,81%. A expectativa do Ipea para a alta de preços administrados este ano acelerou de 4,4% para 4,7%, para refletir os reajustes das tarifas de transporte público. Por outro lado, houve recuo das previsões para a inflação dos alimentos no domicílio – de 6,7% para 4,4% – e dos bens industriais – de 3,6% para 3,1%. Responsáveis pelas estimativas, Maria Andréia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira acreditam em altas menos intensas dos preços de carnes, aves, ovos e café, que refletiriam “cenário mais benigno para a inflação de alimentos”. “O processo de desinflação na economia brasileira avança, mas ainda de maneira bem gradual e com custo elevado em termos de política monetária”, afirmam as autoras do estudo “Análise e Projeções de Inflação”. Elas alertam, no entanto, que o cenário inflacionário ainda exige cautela, especialmente diante de pressões persistentes: “O principal ponto de atenção atual não está mais nos preços voláteis das commodities, que explicaram grande parte da inflação no período pós-pandemia, mas no comportamento dos serviços”. A estimativa para a inflação de serviços em 2025 foi mantida em 6,2%, diante de um cenário em que o mercado de trabalho segue aquecido apesar da desaceleração da atividade econômica. Os preços de serviços, lembram as autoras, é pressionado pela massa de rendimentos de toda a economia, pelo lado de demanda, e pelo custo da mão de obra, pelo lado da oferta. Na terça-feira (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, repetindo o menor nível da série histórica, iniciada em 2012. No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo médio de vida das famílias com renda de um a cinco salários-mínimos, a estimativa para a alta em 2025 recuou de 4,9% para 4,5%. Segundo o estudo, a queda é explicada por um aumento menos intenso na inflação de alimentos – cuja projeção caiu de 6,4% para 4,2% – e de bens industriais – de 3,2% para 2,9%. Apesar da revisão para baixo do IPCA, as pesquisadoras destacaram o grau de incerteza das projeções: “Nas condições internas, a sustentabilidade do controle inflacionário depende de política monetária vigilante e de ancoragem fiscal. Externamente, tensões geopolíticas e comerciais podem reverter o comportamento benigno de commodities e câmbio”, afirmam Lameiras e Oliveira na nota.

Valor Econômico

EMPRESAS

Minerva quer reduzir endividamento usando dinheiro que compraria plantas da Marfrig no Uruguai

Empresa alcançou 100% de sinergias nas unidades adquiridas. Minerva espera ter crescimento orgânico de 10% em 2026

O montante de, aproximadamente, R$ 750 milhões que seria utilizado pela Minerva para a compra de três unidades da Marfrig – atual MBRF – no Uruguai terá outro destino após o negócio ter sido barrado pela Comisión de Promócion y Defensa de la Competencia (Coprtodec) , autoridade antitruste uruguaia. “Vamos usar o recurso para fazer redução de dívida, ajudar no processo de desalavancagem da companhia”, disse Edison Ticle, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Minerva, na terça-feira (30/9) durante o Minerva Day. A expectativa do executivo é fechar o ano de 2025 com a relação entre dívida líquida e Ebitda (alavancagem) abaixo de 2,8 vezes. Com o processo de redução de endividamento, e o retorno da geração de caixa positivo, a Minerva pretende voltar a pagar dividendos em 2026. A compra das unidades uruguaias de San José, Salto e Colônia fazia parte de uma transação em que a Minerva comprou 13 plantas da Marfrig localizadas no Brasil, Argentina e Chile. As plantas já adquiridas estão sob o controle da Minerva desde outubro de 2024, quando esta etapa da transação foi concluída. Depois de ter barrado algumas vezes o negócio no Uruguai, a Coprodec deu mais uma negativa na semana passada. O CEO da Minerva, Fernando Queiroz, disse que é possível recorrer sobre a decisão, mas a companhia ainda está avaliando se tomará alguma medida. As 13 unidades da Minerva que foram adquiridas da Marfrig – atual MBRF – no Brasil, Argentina e Chile alcançaram 100% das sinergias esperadas no final de setembro, um trimestre mais cedo do que o esperado, afirmou Ticle. As novas plantas passaram a ser operadas pela compradora em outubro do ano passado. “Isso vai nos permitir rodar o quarto trimestre com utilização de capacidade acima de 75%”, ressaltou o executivo durante o Minerva Day. Ticle calcula que as unidades estão entregando entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) por trimestre. Isso significa que o Ebitda anual das novas unidades pode se aproximar de R$ 1,5 bilhão por ano, mesmo sem as três plantas localizadas no Uruguai que estavam previstas no contrato de compra, mas tiveram o negócio barrado pela autoridade antitruste do país Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Coprodec). “Os números das performances das plantas adquiridas são sensivelmente superiores ao que anunciamos na aquisição. Provavelmente, no ano que vem a gente vai revisitar estes números”, disse. Diante deste desempenho operacional e com um cenário internacional de demanda firme pela carne produzida na América do Sul, sem dar um novo guidance, Ticle acredita que o Ebitda de 2025 pode ficar ao redor de R$ 4,75 bilhões a 5,2 bilhões para a companhia como um todo. A receita líquida do ano tende a alcançar um montante entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões. “A gente deve ficar muito perto do topo do range”, afirmou. A geração de fluxo de caixa livre caminha para terminar 2025 positiva entre R$ 500 milhões e R$ 1,5 bilhão e, nesta conjuntura, a alavancagem – relação entre dívida líquida e Ebitda – está estimada entre 2,5 vezes e 2,8 vezes. “A gente fecha o ano certamente com uma alavancagem abaixo de 2,8 vezes”, enfatizou Ticle. Segundo ele, um fator que contribuiu para este processo foi o aumento de capital realizado pela companhia, que pode chegar a R$ 3 bilhões até 2028. A otimização de processos com o uso de inteligência artificial nas operações da Minerva tem potencial para gerar uma captura de valor da ordem de R$ 288 milhões por ano. Atualmente, a companhia estima que tem conseguido R$ 40 milhões em ganhos, mas é possível avançar, disse o vice-presidente de tecnologia, Roberto Stern. As otimizações estão, por exemplo, nas áreas de logística, arbitragem na compra de gado, orçamento e precificação. Enquanto dá sequência a um processo de redução de endividamento, que limita novas aquisições, a Minerva pretende crescer 10% organicamente em 2026. “O crescimento vai ser orgânico, que vem das eficiências das operações”, disse Ticle. O executivo destacou que a empresa também pretende obter cerca de R$ 2 bilhões com a alienação de imóveis considerados não essenciais para a Minerva. Um dos ativos que estão em análise para possível alienação é uma planta de biodiesel localizada em Palmeiras de Goiás (GO). Estes recursos da alienação de imóveis devem ajudar na meta de diminuição de endividamento da companhia. O CEO da empresa, Fernando Queiroz, acrescentou que onde há espaço para a Minerva expandir no médio e longo prazo é na categoria de produtos de valor agregado, lembrando que a companhia é a que mais tem atuação em áreas de gado no bioma dos pampas, onde há raças europeias. As perspectivas para curto e longo prazo vêm em um cenário de demanda firme por carne no mercado internacional e a percepção de que houve uma mudança no patamar de preços do produto.

Globo Rural

FRANGOS & SUÍNOS

Normalizadas, exportações de carne de frango mostram ter superado o efeito IAAP

Mesmo continuando com seu principal mercado fechado, as exportações de carne de frango in natura dão claras mostras de superação e de retorno à normalidade: nos cinco dias úteis da quarta semana de setembro somaram 113.500 toneladas, desempenho que não era observado desde a 1ª semana de maio passado, ou seja, antes que ocorresse o episódio de IAAP na avicultura comercial 

Com este resultado, a média diária embarcada nos primeiros 20 dias de úteis de setembro se encontra na casa das 22.025 toneladas, volume cerca de 2,5% superior ao alcançado há um ano e quase 24% acima do registrado em agosto passado. É, também, o quarto melhor resultado dos últimos 12 meses. Assim, antes de completado o mês, chegam às 440,5 mil toneladas, volume que supera o que foi exportado, mês a mês, entre maio e agosto, e que, na prática, se iguala às 440,6 mil toneladas de abril, maior volume dos últimos 12 meses. Mantida a mesma média nestes dois últimos dias de setembro, o total exportado no mês irá superar as 480 mil toneladas, aumentando pouco mais de 7% em relação a setembro de 2024. Já o total acumulado em nove meses irá ultrapassar os 3,640 milhões de toneladas, ficando em torno de meio por cento aquém do registrado nos mesmos nove meses do ano passado. Por ora, porém, os 3,605 milhões de toneladas acumulados permanecem negativos em 1,68%. No entanto, até aqui, os ganhos em volume não se estendem ao preço. Pouco superior a US$1.764,00/tonelada, ele se encontra 8% aquém dos US$1.918,74/tonelada alcançados há um ano. Como resultado, a receita decorrente, da ordem de US$777 milhões, permanece quase 6% aquém da obtida em setembro de 2024. Porém, mantidos os atuais parâmetros de volume e preço, pode aproximar-se dos U$855 milhões, resultado apenas 1% menor que o de um ano atrás.

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