Ano 11 | nº 2561 | 26 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Boi gordo tem cotações estáveis em São Paulo
Cotação do boi gordo sobe em Roraima
De acordo com a análise divulgada na quinta-feira (25) pelo informativo “Tem Boi na Linha”, da Scot Consultoria, o mercado do boi gordo apresentou estabilidade nas cotações em São Paulo. “A cotação permaneceu estável para todas as categorias na comparação diária”, apontou o boletim. A oferta de bovinos para abate foi considerada boa, o que manteve compradores com escalas de abate confortáveis e parte deles fora das compras. Segundo a Scot Consultoria, as escalas de abate atenderam, em média, a dez dias. “Todos os preços foram brutos e com prazo”, destacou a publicação. No Mato Grosso, o informativo relatou que houve boa oferta de bovinos, com parte dos frigoríficos já com escalas de abate compostas para o restante de setembro. Na região Norte, “a cotação do boi gordo e da novilha não mudou e a da vaca recuou R$ 1,00/@”. Na região Sudoeste do estado, “a cotação do boi gordo subiu R$ 2,00/@ e a das fêmeas recuou R$ 1,00/@ na comparação diária”. Na região de Cuiabá, “a cotação permaneceu estável para todas as categorias”. Já na região Sudeste, “a cotação do boi gordo se manteve estável, e a da vaca e a da novilha caiu R$ 3,00/@”. “Todos os preços foram brutos e com prazo”, reforçou a publicação. Em Roraima, “a oferta de bovinos para abate esteve mais enxuta no estado, cenário que contribuiu para a sustentação nos preços da arroba”. Dessa forma, “na comparação diária, a cotação de todas as categorias subiu R$ 2,00/@”. “Todos os preços foram brutos e com prazo”, informou o boletim.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo tem nova queda e patamar dos R$ 300 vai ficando para trás
Escalas de abate entre oito e nove dias úteis na média nacional ajuda a explicar baixa nas cotações
O mercado físico do boi gordo ainda registrou tentativas de compra em patamares mais baixos nesta quarta-feira (24). De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a maior pressão foi sentida em Rondônia e Tocantins. “Os frigoríficos, em especial os de maior porte, ainda desfrutam de maior conforto em suas escalas de abate (entre oito e nove dias úteis na média nacional). A incidência de animais de parceria (contratos a termo), além da utilização dos confinamentos próprios ajuda a entender esse movimento”, ressaltou. Segundo ele, as exportações de carne ainda são o principal ponto de suporte, com embarques bastante representativos em 2025. Média da arroba do boi: São Paulo: R$ 303,75 — ontem: R$ 304,42. Goiás: R$ 286,61 — R$ 287,14. Minas Gerais: R$ 285,59 — R$ 287,65. Mato Grosso do Sul: R$ 320,14 — R$ 321,16. Mato Grosso: R$ 293,24 — R$ 294,32. O mercado atacadista ainda se depara com manutenção dos preços. A expectativa é de uma semana ainda lenta em reposição entre atacado e varejo. Segundo Iglesias, para a primeira quinzena de setembro, é aguardada melhora, considerando a entrada dos salários na economia. “Vale destacar que a carne de frango ainda dispõe de maior competitividade frente às proteínas concorrentes, em especial se comparado com a carne bovina.” O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,35; o dianteiro segue a R$ 17,50 por quilo; e a ponta de agulha permanece cotada a R$ 16,40.
Safras News
Boi/Cepea: Mercado avança setembro com baixa liquidez e pequenas quedas de preços
Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ se mantém relativamente estável
Os volumes negociados no mercado pecuário estão reduzidos, aponta levantamento do Cepea. Segundo pesquisadores, a necessidade de compra dos frigoríficos no spot, nas últimas semanas, tem ficado abaixo das ofertas, ocasionando alongamento das escalas e pequenas quedas dos preços em quase todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas. No estado de São Paulo, o Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ se mantém relativamente estável desde quarta-feira passada, abaixo dos R$ 305.
Cepea
Enquanto americanos pagam 7,3% mais pela carne, Brasil encontra novos mercados
As tarifas impostas a produtos do agronegócio foram ruins para os exportadores brasileiros, mas os Estados Unidos continuam importando boa parte do volume que compravam, e pagando bem mais caro.
Já o Brasil está encontrando novos caminhos para seus produtos, como mostram os números das exportações brasileiras dos 15 primeiros dias úteis de setembro, um mês após a entrada em vigor da tarifa de 50%. Enquanto o Brasil continua elevando suas exportações para outros mercados, como ocorre com a carne bovina, os americanos sentem o efeito da inflação no bolso. Dentro dos Estados Unidos, a situação não é tão tranquila. Quando falou da inflação na ONU, Trump destacou a queda do preço da gasolina, mas omitiu que a carne bovina teve aumento de 7,3% em agosto, em relação ao mesmo mês de 2024, segundo números do U.S. Bureau of Labor Statistics. Alguns cortes específicos, como a carne para bife, subiram 3,1% no mês, acumulando 17% em 12 meses. A imposição de tarifas de Trump recaiu sobre uma lista grande de produtos brasileiros, que têm o mercado americano como um dos mais importantes para o país. Café, carne bovina, fruta, pescado, mel e sebo estão entre eles. Em alguns casos, há uma dependência mútua grande entre os dois mercados, que chega a 90%. Os números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) desta semana indicam que as vendas externas totais de carne bovina, mesmo com a imposição de tarifas dos Estados Unidos, até então o segundo principal mercado para a proteína brasileira, caminham para um recorde. A média diária de vendas dos 15 dias úteis de setembro soma 13,98 mil toneladas de carne fresca, resfriada ou congelada, acima das 12,79 mil de agosto, quando entraram em vigência as tarifas mais pesadas sobre as exportações brasileiras. Nesse ritmo, as exportações de carne “in natura” vão superar as 300 mil toneladas neste mês. Além da carne bovina, os Estados Unidos se tornaram importantes também para o mercado de sebo do Brasil. Pelo menos 98% do produto nacional exportado tem como destino o mercado americano. Os dados da Secex indicam que o volume comercializado entre os dois mercados teve aumento, mesmo com a entrada em vigência da tarifa de 50%. Em agosto, o Brasil exportou 64 mil toneladas para os Estados Unidos, volume superior ao de julho, que foi de 56 mil.
Folha de SP
ECONOMIA
Dólar sobe e se distancia dos R$5,30 após dados fortes da economia dos EUA
A divulgação de dados acima do esperado sobre o mercado de trabalho e a economia dos Estados Unidos pela manhã deu força ao dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde a moeda norte-americana fechou a quinta-feira com alta firme — a segunda consecutiva.
O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,70%, aos R$5,3650. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 13,17%. Às 17h03 na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil – subia 1,04%, aos R$3695. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 14.000, para 218.000 na semana encerrada em 20 de setembro, em dado com ajuste sazonal. Já o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anualizada revisada para cima de 3,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio. O percentual representa uma elevação ante a estimativa anterior, de 3,3%. Os números mais fortes que o esperado impulsionou os rendimentos dos Treasuries e o dólar ante outras divisas, com investidores dosando a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve nos próximos meses. Os dados dos EUA acabaram ofuscando as divulgações de mais cedo no Brasil. Antes da abertura da sessão, o Banco Central havia informado, por meio do Relatório de Política Monetária, que reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,1% para 2,0%. Além disso, estimou em 1,5% a expansão da economia em 2026. “A ligeira redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”, disse o BC no documento. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,48% em setembro, abaixo da estimativa de 0,51% dos economistas em pesquisa da Reuters. Em entrevista coletiva em Brasília, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, demonstrou cautela ao abordar a política monetária. Segundo ele, a instituição segue “dependente de dados” para definir a trajetória da Selic, atualmente em 15% ao ano. Galípolo também reforçou a ideia de que o BC atua no mercado apenas para corrigir disfuncionalidades e que o câmbio é flutuante no Brasil.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com realização de lucros
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, refletindo movimentos de realização de lucros após renovar recordes nos últimos pregões, com Assaí entre as maiores baixas em meio a preocupações envolvendo obrigações tributárias do GPA.
Ambipar, que não está no Ibovespa, também chamou a atenção, caindo 60,5% no pior momento, após obter proteção contra credores da Justiça do Rio de Janeiro, via medida cautelar, citando risco de rombo de mais de R$10 bilhões. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,78%, a 145.347,23 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 146.519,13 pontos na máxima e 145.186,77 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava R$17,45 bilhões antes dos ajustes finais. Na véspera, o Ibovespa teve uma sessão de oscilações modestas, mas assegurou novo topo de fechamento a 146.491,75 pontos, acumulando no ano uma valorização de quase 22%, em boa parte apoiado pelo fluxo de capital externo.
Reuters
BC reduz projeção de alta do PIB de 2025 de 2,1% para 2,0%, vê crescimento de 1,5% em 2026
O Banco Central piorou sua projeção de crescimento econômico em 2025 a 2,0%, ante patamar de 2,1% estimado em junho, conforme Relatório de Política Monetária divulgado na quinta-feira, estimando ainda um crescimento de 1,5% em 2026.
O Ministério da Fazenda previu neste mês uma expansão de 2,3% para o PIB de 2025, com alta de 2,4% no ano que vem. Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,16% em 2025 e 1,80% em 2026. Em relação à condução dos juros básicos, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que seguirá vigilante, avaliando se a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano por período bastante prolongado é suficiente levar a inflação à meta.
Reuters
BC piora projeção de déficit em transações correntes em 2025 para US$70 bi, ante rombo de US$58 bi
O Banco Central piorou na quinta-feira sua estimativa para o resultado das transações correntes neste ano, passando a ver um saldo negativo de US$70 bilhões, ante rombo de US$58 bilhões projetado em junho.
Em seu Relatório de Política Monetária, o BC manteve em US$70 bilhões a perspectiva para os Investimentos Diretos no País (IDP) em 2025, mesmo valor previsto antes. Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$54 bilhões neste ano, ante estimativa de US$60 bilhões feita em junho. A despesa líquida com viagens, por sua vez, foi estimada em US$14 bilhões, mesma projeção feita em junho. Para 2026, a autarquia prevê um déficit de US$58 bilhões nas transações correntes, com US$70 bilhões em IDP e superávit de US$61 bilhões na balança comercial. A despesa líquida com viagens no próximo ano foi estimada em US$13 bilhões.
Reuters
Inflação: preços dos alimentos caem, mas IPCA-15 sobe 0,48% em setembro
Tomate, cebola, arroz e café lideraram as quedas; frutas ficaram mais caras. Alimentas e bebidas caíram 0,35% em setembro, segundo o IPCA-15
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial no país – subiu 0,48% em setembro, após recuo de 0,14% em agosto, informou na quinta-feira (25/9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro de 2024, o IPCA-15 tinha subido 0,13%. A taxa é a maior para um mês de setembro desde 2021, quando foi de 1,14%. Com o dado de setembro, o IPCA-15 acumula elevação de 5,32% em 12 meses. Até agosto, o resultado em 12 meses era de 4,95%. Já o resultado acumulado do IPCA-15 em 2025, até setembro, foi de 3,76%. Os preços de alimentação e bebidas recuaram 0,35% em setembro, pelo IPCA-15. Esta foi a quarta queda seguida nos preços dessa classe de despesa. Os recuos anteriores foram de 0,02% em junho; 0,06% em julho; e 0,53% em agosto. No grupo Alimentação e Bebidas (-0,35%), a alimentação no domicílio registrou variação de -0,63%, após recuar 1,02% no mês anterior. Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-17,49%), da cebola (-8,65%), do arroz (-2,91%) e do café moído (-1,81%). No lado das altas, destacam-se as frutas, que subiram, em média, 1,03%. A alimentação fora do domicílio (0,36%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,71%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 1,44% em agosto para 0,70% em setembro) e da refeição (de 0,40% para 0,20%). O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários-mínimos. O indicador abrange nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além das cidades de Brasília e Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.
Globo Rural
EMPRESAS
Uruguai nega compra de frigoríficos da Marfrig pela Minerva mais uma vez
Minerva havia sugerido revender unidade de Colonia para grupo indiano
A Minerva Foods recebeu mais uma negativa da Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Coprodec), autoridade antitruste uruguaia, que barrou a compra de três unidades da Marfrig pela empresa no país. Desta vez, a companhia da família Vilela de Queiroz não manifestou intenção de continuar na busca pelo aval do Uruguai. A aquisição das unidades de San José, Salto e Colônia fazia parte da transação em que a Minerva comprou 13 plantas da Marfrig localizadas no Brasil, Argentina e Chile. As unidades já adquiridas estão sob o controle da Minerva desde outubro de 2024, quando esta etapa da transação foi concluída.
O Valor apurou que desde o início do acordo, firmado em agosto de 2023, já havia expectativa de dificuldade de aprovação do negócio no Uruguai. Por esse motivo, as plantas que estão naquele país ficaram em um contrato separado, segundo com uma fonte a par do assunto.
Diante de negativas anteriores, a Minerva chegou a sugerir como alternativa que a compra das plantas fosse condicionada à revenda da unidade de Colônia para a indiana Allana Group, que atua na produção e exportação de itens como carne halal, para evitar concentração no mercado uruguaio. A ideia, apurou o Valor, partiu de uma autoridade do Uruguai, e mesmo assim a Coprodec negou. Como a negativa partiu da Coprodec, não deve haver grandes mudanças na relação entre a Minerva e a companhia indiana, segundo uma fonte. Também não há expectativa de grandes impactos negativos do ponto de vista financeiro para a Minerva, já que as sinergias vindas das outras 13 unidades adquiridas estão sendo capturadas. Outro ponto considerado positivo é que um valor de cerca R$ 700 milhões relativo às três unidades, que estava depositado, voltará ao caixa da Minerva, disse a fonte.
Procurada, a Minerva não comentou. A MBRF, companhia resultante da fusão entre Marfrig e BRF, também não se manifestou. O último posicionamento da vendedora sobre o tema foi no início do mês, quando a Marfrig informou que o prazo para a conclusão da operação havia encerrado, e que o contrato assinado entre as duas empresas havia perdido a validade. A Minerva afirmou na ocasião que não concordava e esperaria a última decisão da Coprodec.
No mercado, a XP Investimentos afirmou ontem em relatório que mantém perspectivas positivas para o Minerva, apesar do revés no Uruguai, mas alertou sobre o risco de eventual multa contratual e concentração das operações no Brasil. As ações da Minerva terminaram em queda de 1,84% na B3.
Valor Econômico
GOVERNO
Azerbaijão abre mercado para produtos cárneos processados do Brasil
País importou mais de US$ 21 milhões de produtos do agro brasileiro no ano passado
As empresas brasileiras poderão vender produtos cárneos termo processados para o Azerbaijão. As autoridades sanitárias do país asiático autorizaram a entrada desses produtos que podem ser de aves, bovinos, suínos, caprinos e ovinos. Em 2024, o Azerbaijão comprou do Brasil mais de US$ 21 milhões em produtos agropecuários. Os destaques foram carnes, produtos florestais e outros produtos de origem animal. O país fica localizado na região do Cáucaso e tem cerca de 10,2 milhões de habitantes. Ao todo, o Brasil tem 142 novos mercados abertos neste ano.
Agro Estadão
INTERNACIONAL
Argentina mantém isenção de impostos para exportação de carne bovina e de frango até 31 de outubro
Medida beneficia setor em meio à alta da demanda global, mas exigência de depósito rápido de divisas pode limitar impacto.
Segundo anúncio feito na quinta-feira (25), o governo nacional garantiu que as exportações de aves e bovinos continuarão isentas da retenção de impostos na fonte até 31 de outubro. O comunicado foi divulgado por Adorni em sua forma habitual: uma publicação na rede social X.
“O regime de imposto de retenção zero na fonte para exportação de aves e carne bovina continua sem cota até o próximo dia 31 de outubro. Fim”, declarou. Vale destacar que o decreto inicial, nº 682/2025, previa retenção zero apenas para grãos e derivados. No entanto, no dia seguinte, o decreto nº 685/2025 estendeu o benefício também às carnes. Nas últimas horas, porém, o governo revogou o primeiro decreto, após atingir a meta de US$ 7 bilhões em declarações juramentadas. De acordo com as informações do site Infocampo, o setor frigorífico já havia alertado o governo de que, pelas particularidades desse mercado, seria difícil aproveitar os mesmos benefícios concedidos aos grandes exportadores de grãos. Ainda assim, a pressão do segmento surtiu efeito: as exportações de carne bovina foram isentas das restrições por um mês, permitindo que o setor se beneficie de um cenário internacional de maior demanda e preços mais atrativos. Esse movimento já se reflete nos números. Segundo o Consórcio ABC, que reúne os frigoríficos exportadores, a receita em moeda estrangeira cresceu 47,4% em agosto, frente ao mesmo período de 2024. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, as exportações de carne bovina refrigerada e congelada somaram quase 448,6 mil toneladas, movimentando aproximadamente US$ 2,345 bilhões. “Em relação aos oito primeiros meses de 2024, os volumes exportados caíram 10,4%, mas o valor obtido aumentou 22,3%”, destacou Mario Ravettino, presidente do Consórcio ABC. Já o portal argentino Valor Di Carne reportou que há, no entanto, uma cláusula que praticamente inviabiliza o aproveitamento do benefício pelo setor. A norma exige o depósito de 90% das divisas em até três dias após a emissão da autorização de embarque — um prazo incompatível com os procedimentos usuais da exportação de carne. Na prática, haveria apenas três alternativas para atender a essa exigência: recorrer a linhas de pré-financiamento à exportação, utilizar financiamento próprio ou contar com o adiantamento de valores por parte do importador. Diante dos montantes envolvidos, nenhuma dessas opções é capaz de sustentar uma fatia significativa do comércio externo de carne. Assim, caso o texto da medida não seja ajustado, o benefício tende a ser apenas teórico, com aplicação mínima, destacou o portal Valor Di Carne.
Infocampo/ Valor Di Carne
Boi gordo do Paraguai atinge máxima histórica e supera em US$ 12,6/@ preço do boi brasileiro
Na semana passada, cotação do animal paraguaio renovou a máxima histórica ao atingir preço médio de US$ 69,75/@, um avanço de 44,95% sobre o patamar registrado em setembro de 2024, informa a Agrifatto
O preço mensal do boi gordo no Paraguai renovou a máxima histórica na última semana ao atingir o valor médio de US$ 69,75/@, um avanço semanal de 2,2%, informou a Agrifatto.
Foi a 12ª semana consecutiva de correções positivas, acrescenta a consultoria. Na média de setembro/25, o boi do Paraguai também acumula a maior cotação mensal da história, alcançando 68,33/@, o terceiro mês consecutivo de alta e 6,86% acima do preço médio obtido no mês anterior e 44,95% superior ao patamar registrado em setembro de 2024. O Brasil continua com a arroba de boi gordo mais barata entre os principais atores do mercado internacional de carne bovina, chegando na semana passada a um valor médio de US$ 57,1/@, de acordo com os dados da Agrifatto. Em relação ao boi paulista, o animal terminado paraguaio está US$ 12,65/@ mais caro. Preços do boi gordo (US$/@): Brasil (Referência SP): 57,1. Argentina: 62,5. Paraguai: 69,7. Nova Zelândia: 75,2. Chile: 78,8. Colômbia: 79,4 Austrália: 79,8. Uruguai: 82,1. EUA: 122,7. UE: 127,1
Faxcarne/Cepea/Agrifatto
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos/Cepea: Médias de setembro estão nas máximas do ano
Movimento está associado à reduzida disponibilidade de carne suína no mercado interno
Levantamento do Cepea mostra que, apesar das recentes baixas, os preços médios do suíno vivo avançam setembro nos maiores patamares deste ano, em termos reais (deflacionamento pelo IPCA de agosto/25). Segundo o Centro de Pesquisas, esse movimento está associado à reduzida disponibilidade de carne suína no mercado interno, reforçada pela diminuição do número de abates nos últimos meses e pelo aumento dos embarques, sobretudo no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – os três principais exportadores da proteína brasileira. Além disso, conforme explicam pesquisadores do Cepea, o segundo semestre do ano é tradicionalmente marcado por uma maior demanda, contribuindo para elevar as cotações.
Cepea
Preços firmes para a suinocultura independente
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo permaneceu estável e está cotado em R$ 9,33/kg.
No mercado mineiro, o valor do animal também se manteve estável e está cotado em R$ 8,50/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal também registrou desvalorização de 2,03% na semana, em que os preços passaram de R$ 8,86/kg para R$ 8,68/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS
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