Ano 11 | nº 2487 | 13 de junho de 2025
NOTÍCIAS
Boi: Cotação estável nas praças paulistas
Mercado estável. As recentes altas estimularam a oferta. Com isso os preços seguiram firmes e sem alterações para todas as categorias de bovinos. As escalas de abate estão, em média, para nove dias.
Os dados levantados pela Scot Consultoria indicam o boi gordo “comum” cotado a R$ 314/@, a vaca gorda a R$ 285/@, a novilha a R$ 300/@ e o “boi-China” a R$ 317/@ (preços brutos e a prazo). Nas regiões do Triângulo, Belo Horizonte e Norte de Minas Gerais. Na região do Triângulo, a oferta estava reduzida, no entanto, não foi o suficiente para pressionar as cotações. Nesse sentido, sem alteração nos preços de todas as categorias. As escalas de abate atendem, em média, a nove dias. Para a região Norte, também sem alteração nos preços de todos os bovinos. As escalas de abate estão, em média, para sete dias. Na região de Belo Horizonte, a oferta apresentou indícios de melhora essa semana, mas, mesmo assim, a cotação de todas as categorias permaneceu estável. As escalas de abate atendem, em média, a cinco dias. Região de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, com a oferta regular de bovinos e o escoamento de carne aquecido, a cotação do boi gordo subiu R$3,00/@, mas sem alteração no preço do “boi China” e das fêmeas. As escalas de abate estão, em média, para sete dias.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo sobe quase R$ 10 em Minas Gerais
Alta demanda por exportações de carne bovina dá sustentação aos preços. Tendência deve continuar no curto prazo
O mercado físico do boi gordo registrou negócios acima das referências médias na quinta-feira (12). Segundo o analista de Safras & Mercado, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de alta no curto prazo, em linha com o atual posicionamento das escalas de abate, entre cinco e seis dias úteis na média nacional. “Animais jovens ainda são o grande gargalo neste momento. Já as exportações permanecem em alto nível, com o país caminhando a passos largos para um recorde na atual temporada”, disse. Preços médios da arroba: São Paulo: R$ 319,92 — ontem: R$ 317,25. Goiás: R$ 303,39 — na quarta: R$ 301,43. Minas Gerais: R$ 310,29 — anteriormente: R$ 300,88. Mato Grosso do Sul: R$ 318,18 — ontem: R$ 314,32. Mato Grosso: R$ 315,47 — na quarta: R$ 314,59. O mercado atacadista teve preços acomodados para a carne bovina ao longo do dia. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios sugere por menor apelo à alta dos preços na próxima semana, em linha com o arrefecimento do consumo durante a segunda quinzena do mês, período de menor apelo ao consumo. “Destacando que em 2025 há uma preferência da população por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, ovos e embutidos”, disse Iglesias. O quarto traseiro do boi segue no patamar de R$ 24,50 por quilo. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 18,50, por quilo.
Agência Safras
Boi/Cepea: Preços do setor estão firmes
Os preços do boi gordo, dos animais de reposição e da carne estão firmes no mercado pecuário brasileiro neste mês.
Muitos agentes de frigoríficos consultados pelo Cepea reajustaram positivamente no início desta semana os valores pagos por novos lotes para o abate, tendo em vista que as escalas de abate seguem curtas, entre 4 e 10 dias. No segmento de reposição, a liquidez está maior desde a semana passada. No entanto, pesquisadores do Cepea ressaltam que os negócios envolvendo boi magro estão limitados pela baixa oferta. No mercado de atacadista da carne, os preços da carne mostram recuperação, diante das boas vendas. Em relação às exportações, dados da Secex mostram que, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, o montante gerado com as vendas externas soma R$ 5,8 bilhões, alta de 22% frente ao do mesmo período de 2024. Esse resultado reflete os crescimentos de 10% do volume vendido e de 10% dos preços em dólares recebidos.
Cepea
ECONOMIA
Dólar fecha estável no Brasil com foco no fiscal e no exterior
O dólar encerrou a quinta-feira praticamente estável no Brasil, influenciado por dois fatores divergentes: a queda firme da moeda norte-americana no exterior, após dados confirmarem o arrefecimento da inflação nos EUA, e o mal-estar em relação ao cenário fiscal brasileiro, na esteira das medidas adotadas na véspera pelo governo.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,08%, aos R$5,5437. No ano a divisa acumula queda de 10,28%. Às 17h36 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — estava estável, aos R$5,5580. No início do dia a moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o real, tentando acompanhar o viés vindo do exterior, em meio a sinais de que a inflação nos EUA está, de fato, cedendo. “Se fosse só pelo exterior, teríamos dólar para baixo hoje. Mas aqui os agentes não gostaram das medidas que vão substituir o aumento do IOF”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Não houve cortes de despesas, e mesmo os aumentos de impostos serão difíceis de passar no Congresso”, acrescentou. Além da crítica às medidas em si, o mercado demonstrou ceticismo sobre a tramitação no Congresso. No fim da manhã o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse em publicação em uma rede social que “o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”. O dólar ganhou força após os comentários de Motta e atingiu a cotação máxima de R$5,5604 (+0,38%) às 13h47. Durante a tarde, a divisa retornou para perto da estabilidade ante o real. No exterior, o dólar seguia em baixa ante a maior parte das divisas, com investidores também atentos às negociações comerciais dos EUA e às tensões geopolíticas no Oriente Médio. Às 17h31 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,55%, a 97,913.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com ajuda de Petrobras e MP do governo sob holofote
No setor de proteínas, BRF ON caiu 3,14% em sessão de ajustes, após ganhos desde o começo do mês. Até a véspera, BRF subia 5,2% em junho. No setor, MARFRIG ON recuou 1,17% e MINERVA ON subiu 0,2%. A JBS adiou a data de estreia de suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) da quinta para a sexta-feira, após não conseguir concluir certos procedimentos operacionais antes do prazo inicialmente previsto.
O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, com Petrobras novamente entre os principais suportes, em pregão também marcado pela repercussão de medida provisória com ajustes tributários e novo decreto envolvendo alíquotas do IOF. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,49%, a 137.799,74 pontos. Na mínima do dia, marcou 136.175,43 pontos. Na máxima, 137.931,05 pontos. O volume financeiro somou R$18,6 bilhões. O governo publicou na noite de quarta-feira decreto calibrando para baixo parte dos aumentos do IOF e, em contrapartida, uma MP que ajusta a tributação a instituições financeiras e altera o IR de aplicações financeiras, entre outros pontos. A previsão do governo com a MP é um ganho de arrecadação de R$10,5 bilhões neste ano e R$20,9 bilhões em 2026. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), porém, reiterou que o texto não terá tramitação fácil. “O clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, afirmou. Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, apesar da alta, o clima no mercado ainda é de bastante cautela. Ele afirmou que os investidores continuaram digerindo o pacote de medidas anunciado pelo governo, incluindo nova tributação sobre investimentos e criptoativos, além do aumento de impostos para instituições financeiras. “Isso trouxe volatilidade”, observou o analista, acrescentando ainda que a reação do Congresso, com sinais contrários ao aumento de impostos e à mudança no IOF, adiciona mais incerteza sobre a viabilidade do plano fiscal. “No geral, o mercado está meio travado, à espera de mais clareza do lado fiscal e político”, acrescentou. No exterior, Wall Street fechou no azul, mas com variações modestas. O S&P 500 subiu 0,38%, com uma forte previsão de receita anual da Oracle contrabalançando preocupações com tensões no Oriente Médio e uma queda nas ações da Boeing.
Reuters
Vendas no varejo do Brasil caem menos que o esperado em abril após 3 meses de altas
As vendas no varejo brasileiro recuaram menos do que o esperado em abril, mas ainda interromperam uma série de três meses seguidos de ganhos em meio a um esperado processo de desaceleração econômica no país diante de condições monetárias restritivas.
Em abril, as vendas varejistas tiveram queda de 0,4% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,8%. O resultado informado na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) marcou ainda a queda mais intensa nas vendas desde junho do ano passado (-0,9%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 4,8% nas vendas, contra expectativa de alta de 3,4%. “Está havendo uma desaceleração, após três meses de crescimento. Existe o efeito base, pois o patamar anterior foi recorde. É muito mais difícil subir”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, lembrando que em março o varejo atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000. “A nossa interpretação é de uma perda na margem, mas não uma mudança de trajetória.” A expectativa de analistas é de que o setor varejista apresente acomodação no restante do ano, em um cenário de condições financeiras restritas, aperto monetário prolongado e inflação elevada, com destaque para a de alimentos. O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,75% ao ano. Por outro lado, sustentam o consumo das famílias o mercado de trabalho resiliente e o aumento da massa salarial. “Os dados sugerem desaceleração tanto pelo motivo renda quanto pelo crédito, com o varejo sensível à renda recuando 0,4% e o sensível à crédito recuando 1,4% no mês”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter. “Para os próximos meses, o desempenho do setor dependerá da manutenção do mercado de trabalho em patamar robusto, que tem dado sustentação à demanda. Por outro lado, as condições financeiras mais apertadas devem continuar a restringir o crédito.” Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE sobre o varejo, tiveram retração nas vendas Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,3%). “O fator inflacionário afeta o setor de super e hipermercados, que é o grupo mais importante e orientador dos movimentos do varejo. A inflação ainda alta e a renda das famílias crescendo menos limitam o orçamento”, disse Santos. Resultados positivos foram registrados por Livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%). No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas recuou 1,9% frente a março.
Reuters
Safra recorde de grãos deve chegar a 336,1 milhões de toneladas
Se esse volume for confirmado, representará um crescimento de 13% em relação à temporada anterior. Com a colheita já encerrada, a produção de soja foi estimada em 169,6 milhões de toneladas, um recorde na série histórica da Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou novamente sua estimativa para a produção nacional de grãos e fibras em 2024/25, para o recorde de 336,1 milhões de toneladas, segundo projeções divulgadas na quinta-feira (12/6). “Mesmo com problemas climáticos, o Brasil terá a maior safra histórica de grãos, com destaques para soja e milho, que já terminaram as colheitas”, disse Edegar Pretto, presidente da Conab, reforçando que as estimativas iniciais estão se confirmando. O previsto deverá representar um crescimento de 13% em relação à temporada anterior, o que equivale a um acréscimo de 38,6 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, o bom desempenho refletiu melhores produtividades das lavouras, que devem alcançar a média de 4.108 quilos por hectare, e pela expansão da área plantada, estimada em 81,8 milhões de hectares, 2,3% acima da safra passada. Dentre os produtos cultivados, o milho, principal cultura da segunda safra, destacou-se no novo levantamento, cuja produção foi projetada em 128,3 milhões de toneladas. Apenas na segunda safra do cereal, a expectativa é de colheita de 101 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% frente ao mesmo período de 2023/24. A colheita do milho já começou em Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão. De acordo com a Conab, as boas condições climáticas ao longo do ciclo e o manejo eficiente adotado pelos produtores explicam o otimismo com a cultura. Com a colheita já encerrada, a produção de soja foi estimada em 169,6 milhões de toneladas, um recorde na série histórica da Conab. O volume estimado é 21,9 milhões de toneladas superior ao registrado na safra anterior. O crescimento é atribuído às condições climáticas favoráveis em grande parte das regiões produtoras. A estimativa da Conab para a produção de algodão é de 3,9 milhões de toneladas, 5,7% acima da safra passada. O avanço é impulsionado pelo aumento de 7,1% na área cultivada, apesar das chuvas irregulares, que até o momento resultam em produtividades inferiores às do ciclo anterior. A colheita já teve início, com 1,4% da área colhida até agora. A produção de arroz deve atingir 12,15 milhões de toneladas, alta de 14,9% em relação ao ciclo anterior. A elevação reflete tanto o crescimento da área plantada quanto o clima mais favorável, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do país, onde a colheita está praticamente finalizada. Já o feijão, cultivado em três ciclos ao longo do ano, deve somar 3,17 milhões de toneladas, suficiente para abastecer o mercado interno. A primeira safra chegou a 1,1 milhão de toneladas. A segunda safra está em estágios de enchimento de grãos e maturação, com colheita em andamento em Estados como Paraná (98%) e Minas Gerais (74%). A terceira safra está em fase de plantio. Entre as culturas de inverno, o trigo já foi semeado em 42% da área estimada. No Paraná, o plantio avança bem, atingindo 72% da área, índice alinhado à média dos últimos cinco anos. Já no Rio Grande do Sul, onde está a principal área de produção, o avanço é mais lento, com 8% da área semeada, devido às chuvas frequentes e à baixa janela de tempo seco no fim de maio.
Globo Rural
EMPRESAS
Minerva vê riscos concorrenciais em fusão entre Marfrig e BRF e questiona operação no Cade
Companhia cita a entrada de sua acionista Salic no capital da Marfrig, caso a fusão seja aprovada. Na semana passada, a área técnica do Cade sugeriu a aprovação sem restrições da operação de fusão entre Marfrig e BRF
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acatou na quinta-feira 12/6) uma solicitação da Minerva para ser “terceira interessada” no processo que analisa a fusão entre os frigoríficos Marfrig e BRF. Na prática, a Minerva recorreu à autarquia por ver riscos concorrenciais na operação. A Minerva também cita a entrada de sua acionista Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic) no capital da Marfrig, caso a fusão com a BRF seja aprovada. A manifestação da Minerva foi protocolada no Cade nesta quarta-feira (11/6) e aceita nesta quinta-feira pelo presidente da autarquia, Alexandre Cordeiro Macedo. A partir de então, o processo será analisado de maneira mais aprofundada. Macedo afirmou na decisão que a “peticionante (Minerva) demonstrou, de forma satisfatória, ser agente econômico diretamente afetado pela operação (fusão), tendo sido reconhecida inclusive pelas próprias notificantes (Marfrig e BRF) como concorrente relevante nos mercados afetados”. Na visão do Cade, a Minerva apresentou argumentos que sustentam seu legítimo interesse jurídico e econômico na operação, à medida que atua como concorrente direta da Marfrig no mercado de carne bovina in natura, bem como fornecedora de carne para BRF. “A Minerva ainda destaca riscos concorrenciais decorrentes da operação, especialmente a possibilidade de efeitos unilaterais e coordenados resultantes da presença simultânea da Salic no capital da própria Minerva e da Marfrig, o que poderá comprometer a rivalidade no setor e permitir alinhamento estratégico indevido entre concorrentes”, afirmou o presidente do Cade. Há, de acordo com o documento, a necessidade de se analisar o mercado de processados de carne em geral com maior acurácia, bem como da necessidade de se compreender os efeitos da ampliação do poder de compra no mercado de processados de carne para o segmento foodservice e do poder de portfólio. “Fica, ainda, concedido o prazo de 15 dias, contados da publicação deste despacho, para eventual interposição de recurso administrativo ao Tribunal do Cade”, acrescentou Macedo no documento. Na semana passada, a área técnica do Cade sugeriu a aprovação sem restrições da operação de fusão entre Marfrig e BRF. A contar do dia 3 de junho, iniciou-se um prazo de 15 dias para eventuais contestações ao órgão antitruste, e, caso não houvesse questionamento, a união entre as empresas seria considerada aprovada de maneira definitiva. O posicionamento da Minerva foi feito dentro deste prazo legal e não representa o fim do processo de análise da fusão.
Valor Econômico
GOVERNO
Lei do autocontrole: Decreto regulamenta aplicação de multas por infrações na fiscalização agropecuária
Segundo o governo, medida vai retirar a “arbitrariedade” existente sobre o setor produtivo. A norma trata, principalmente, do processo administrativo de fiscalização e da aplicação de multas a empresas privadas
O governo federal publicou na quinta-feira (12/6) o decreto 12.502/2025, que regulamenta trechos da lei do autocontrole na defesa agropecuária (14.515/2022). A norma trata, principalmente, do processo administrativo de fiscalização e da aplicação de multas a empresas privadas, como os frigoríficos, por eventuais infrações nas regras. Na semana passada, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que esse decreto vai retirar a “arbitrariedade” existente na aplicação de multas sobre o setor produtivo, mas sem “precarizar” o processo.
O Ministério da Agricultura afirmou, em nota, que o decreto publicado na quinta-feira institui um “rito único” para o procedimento de apuração e julgamento de infrações. O modelo será aplicável a todas as áreas da fiscalização agropecuária, como sanidade vegetal, sanidade animal, controle de insumos e fiscalização de produtos. Segundo a Pasta, a medida busca dar mais “clareza, agilidade e segurança jurídica” às ações de fiscalização do Ministério da Agricultura, e atende a uma demanda histórica do setor agropecuário por mais simplicidade, previsibilidade e justiça regulatória. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), mais de quatro mil processos aguardam julgamento atualmente, o que impede a aplicação das penalidades. Em comunicado, o Ministério da Agricultura ressaltou que o decreto autoriza a celebração do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), para permitir a conversão de penalidades mais severas — como a suspensão ou cassação de registros — em multas, mediante acordo entre o infrator e a Administração Pública. “Essa ferramenta será utilizada em casos em que o autuado que o autuado demonstre boa-fé e disposição para corrigir a irregularidade, sem comprometer o rigor da legislação sanitária e regulatória”, disse a Pasta. O novo modelo oferece incentivos para regularização voluntária, como parcelamento e desconto de multas, e garante o direito à ampla defesa e ao contraditório, com prazos definidos para apresentação de recursos, acrescentou o ministério. A medida também não vai gerar novos custos ao governo e será executada com os recursos já disponíveis no orçamento da Pasta. “A nova regulamentação representa um avanço significativo para o setor agropecuário. Ao unificar regras e procedimentos, fortalecemos a atuação fiscal do Ministério da Agricultura, atendemos a uma demanda histórica do setor e reafirmamos o compromisso do governo com um agro moderno, competitivo e em conformidade com as exigências sanitárias do Brasil e do mercado internacional”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A padronização e a digitalização dos procedimentos devem proporcionar ganhos de eficiência, melhor aproveitamento da estrutura administrativa existente maior celeridade na tramitação dos processos, completou a nota. O infrator poderá requerer a celebração do TAC e a conversão da penalidade em multa substitutiva, sem eximir a empresa de pagar a multa sancionatória, consequência da infração original. O termo terá eficácia de título executivo extrajudicial. O decreto traz ainda os cálculos para se chegar ao valor da eventual multa via TAC que vai substituir a suspensão ou cassação do registro, cadastro ou credenciamento das empresas infratoras. O texto diz que a Comissão Especial de Recursos da Defesa Agropecuária — a terceira instância julgadora dos autos de infração, com participação de membros do Ministério da Justiça — poderá reconsiderar o valor da penalidade se o infrator demonstrar que o valor atribuído inviabilizará a sua atividade econômica. A redução máxima será de um sexto do montante estipulado inicialmente. Além do pagamento da multa substitutiva, o TAC deverá abordar as “obrigações de fazer e de não fazer, a sujeição a controles específicos relativos à prática irregular e as penalidades aplicáveis em caso de descumprimento”. “É o mais importante dos decretos de regulamentação da lei do autocontrole, que vai nos permitir trabalhar administrativamente até a terceira instância e tirar a arbitrariedade das multas aos empresários”, disse Fávaro em discurso em Paris, na sexta-feira (6/6). O decreto diz que os autos de infração na fiscalização agropecuária deverão descrever os fatos de “forma clara, precisa, sem rasuras ou emendas”, de modo a estabelecer a conexão entre os fatos e a norma infringida. A partir disso, haverá prazo de defesa de 20 dias. Agora, o processo administrativo poderá tramitar por três instâncias de decisão. A primeira é a unidade do ministério responsável pelo tema. Se houver recurso da defesa, será analisado pela diretoria do Departamento da Secretaria de Defesa Agropecuária competente. Em último caso, se houver novos questionamentos, o assunto será tratado pela Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária. Haverá prazos específicos para apresentação das contestações das decisões entre as instâncias. A Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária será coordenada pelo Ministério da Agricultura e terá a participação de membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública e das confederações nacionais da Indústria (CNI) e da Agricultura (CNA). Não haverá remuneração para participação no colegiado. A atuação deverá ser “imparcial e independente”. Os valores das multas, já previstos na lei, variam de R$ 100 a R$ 150 mil, de acordo com a natureza da infração (leve, moderada, grave e gravíssima) e o porte da empresa (pessoa física, microempreendedor, microempresa e empresas de pequeno, médio e grande portes). O decreto acrescenta que esses valores serão atualizados e publicados anualmente pelo Ministério da Agricultura, com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Quando for considerado definitivo, o valor da multa deverá ser pago em 30 dias. No caso de reincidência específica, a pena máxima aplicável à infração será aumentada em 10% para cada nova reincidência. A reincidência genérica (prática de conduta irregular diversa daquela anteriormente penalizada em processo administrativo de fiscalização agropecuária com decisão definitiva) será considerada como circunstância agravante na aplicação das penalidades de multas sancionatórias.
Globo Rural
Governo reduz linhas equalizadas do Plano Safra 24/25 para bancar renegociação de dívidas rurais
Foram reduzidos R$ 1,5 bilhão do saldo existente até então para operações com subvenção. Foram reduzidos os limites de instituições financeiras que não estavam aplicando os recursos conforme programado
A menos de três semanas para o encerramento do Plano Safra 2024/25, a Secretaria do Tesouro Nacional remanejou valores de limites equalizáveis desse ciclo entre diversas instituições financeiras. Foram reduzidos cerca de R$ 1,5 bilhão do saldo existente até então para operações com subvenção federal. Agora, o valor total dos financiamentos equalizados caiu de R$ 133,8 bilhões no início da safra para R$ 132 bilhões. Esse “espaço” será utilizado para viabilizar as medidas de renegociação de dívidas rurais e novas linhas de capital de giro para cooperativas gaúchas, anunciadas em maio. Despacho publicado na quinta-feira (12/6) reduz os limites de nove instituições financeiras que atuam no financiamento da agricultura empresarial e outras nove que operam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e que não estavam aplicando os recursos conforme programado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi o que mais perdeu, com quase R$ 556 milhões em limites. No caso da agricultura empresarial, as instituições com reduções de limites foram: Banco DLL (-R$ 95,4 milhões), Banco Safra (-R$ 184 milhões), Banpará (-R$ 10 milhões), Banrisul (-R$ 160 milhões), Bradesco (-R$ 104,3 milhões), BRB (-R$ 86,8 milhões), CrediSis (-R$ 10 milhões), Desenbahia (-R$ 5,1 milhões) e Itaú (-R$ 30 milhões). Na agricultura familiar, foram: Banpará (-R$ 13,3 milhões), Banrisul (-R$ 145 milhões), Basa (-R$ 21,3 milhões), BNDES (-R$ 555,9 milhões), BRB (-R$ 2,9 milhões), Credicoamo (-R$ 1 milhão), Cresol (-R$ 89 milhões), Sicoob (-R$ 34,7 milhões) e Sicredi (-R$ 9,9 milhões). O Sicredi também teve um acréscimo de R$ 7,8 milhões divididos em linhas de custeio e investimentos do Pronaf. Banco Safra, Banpará e Itaú tiveram saldos zerados nas linhas para médios e grandes produtores. No caso do Pronaf, o BRB teve todos os limites suprimidos. Os valores reduzidos das linhas para novos financiamentos serão utilizados para bancar a autorização dada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de maio para possibilitar a renegociação do crédito de custeio contratado por médios e grandes produtores até o limite de 8% do saldo das parcelas dessas operações nas carteiras das instituições financeiras, contratadas com equalização. A medida já era autorizada para o Pronaf. O colegiado também autorizou o aumento desse percentual para 17% no caso do Banrisul, que tem atuação concentrada no Rio Grande do Sul, Estado que teve perdas na safra por conta do clima. Para o caso dos investimentos, o CMN autorizou o banco a renegociar de 20% a 23% da carteira. Antes, o índice máximo permitido também era de 8%. O gasto orçamentário imediato estimado pelo governo dessas medidas é de aproximadamente R$ 42 milhões no exercício de 2025, além de R$ 30 milhões adicionais previstos para 2026. “Para o ano de 2025, os recursos serão originários da dotação destinada à equalização rural no corrente orçamento. Para os demais exercícios, os recursos serão consignados na respectiva lei orçamentária”, diz a justificativa do voto aprovado em 29 de maio pelo CMN. A redução dos limites também abre espaço para a operacionalização das linhas de capital de giro criadas para cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul que enfrentam dificuldades financeiras em função de impactos do clima na produção de cooperados. “Os valores referentes às despesas com essa medida serão deduzidos dos atuais limites de equalização das operações de crédito de investimento da agricultura familiar e empresarial no Plano Safra 2024/2025. Nos anos seguintes, tais despesas constarão do respectivo orçamento anual”, diz a justificativa do voto do CMN, sem falar em valores.
Globo Rural
MEIO AMBIENTE
Mesmo frigoríficos com compromisso ambiental estão expostos a desmatamento no Cerrado
Um terço do desmatamento no bioma que dá lugar a pasto pode estar ligado a empresas signatárias do Protocolo do Cerrado
Em 2024, um movimento impulsionado por organizações não-governamentais e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) começou a reunir frigoríficos e atacadistas que compram carne para se comprometerem com o Protocolo do Cerrado, pelo qual as empresas se comprometiam a cumprir determinados critérios ambientais para a compra “responsável” de gado no bioma – ou seja, sem impacto na vegetação nativa. Um ano depois, os frigoríficos signatários ainda estão significativamente expostos ao desmatamento que ocorre no bioma para dar espaço a pastagens. Um relatório desenvolvido pela organização Do Pasto ao Prato mostra que os frigoríficos signatários do Protocolo do Cerrado estão expostos a 33,6% do desmatamento associado à expansão de pastagens no bioma. “Apesar dessas empresas estarem assumindo um compromisso de monitoramento dos seus fornecedores na região, mesmo assim continuam expostas”, afirmou Dari Santos, coordenadora de impacto da ONG Do Pasto ao Prato. Ela ressaltou que o monitoramento realizado ainda se restringe aos fornecedores diretos – ou seja, aos pecuaristas que entregam o boi gordo para os frigoríficos, e não abrange as fazendas especializadas em cria e recria do animal e que não trabalham com a engorda final. O protocolo foi desenvolvido pelas organizações Proforest, Imaflora e e WWF, com apoio financeiro do GEF. A segunda fase conta com financiamento das empresas Mars, McDonalds e da ONG Imaflora, e tem financiamento da National Wildlife Federation (NWF). A terceira fase tem apoio da Mars, McDonalds e da AL-INVEST Verde. Ao todo, 225 frigoríficos estão localizados dentro do bioma Cerrado. Desses, apenas 35 unidades pertencem a empresas signatárias do protocolo, o equivalente a 38,8% da capacidade total de abate dentro do bioma. No varejo, apenas duas dentre mais de 1,25 mil empresas supermercadistas no Brasil assumiram o compromisso com o Cerrado. A ONG Do Pasto ao Prato estima que as vendas dessas empresas estejam vinculadas a um desmatamento superior a 83,8 mil hectares. Ao todo, o desmatamento no Cerrado entre 2015 e 2024 respondeu a mais de 0,4% do território do bioma, e foi ainda o dobro do observado no bioma Amazônia no mesmo período, segundo a ONG. “Na Amazônia temos muito mais controle, punição e muito mais mecanismos de auditoria, enquanto o protocolo do Cerrado ainda é um protocolo voluntário. Mas o que temos visto são os líderes do setor aderindo, o que é muito importante”, completa Santos.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Suinocultura Independente: Cotações sobem novamente impulsionadas pelo aumento da demanda
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo apresentou desvalorização de 3,10% na semana e está precificado em R$ 8,97/kg vivo, sendo que na semana passada estava ao redor de R$ 8,70/kg.
No mercado mineiro, o valor do animal apresentou valorização de 2,35% nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 8,70/kg vivo, sendo que na semana anterior estava cotado em R$ 8,50/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou leve ganho de 0,25%, passando de R$ 8,15/kg na semana passada para ser precificado em R$ 8,18/kg vivo. No estado do Mato Grosso, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) informou que os preços para o suíno vivo estão firmes e precificados em R$ 7,70/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS/ Acrismat
Suínos/Cepea: Exportações são recordes para maio
Apesar de caírem em relação ao mês anterior, as exportações brasileiras de carne suína em maio foram recorde para o período, levando-se em consideração a série histórica da Secex iniciada em 1997.
Segundo dados da Secex analisados pelo Cepea, foram embarcadas 117,5 mil toneladas da proteína em maio, 8,1% a menos que em abril, mas 13,7% acima da quantidade registrada em maio/24. Desde abril de 2024, o Brasil vem exportando mais de 100 mil toneladas de carne suína por mês, o que é um marco para o setor nacional. No mercado doméstico, pesquisadores do Cepea explicam que, após uma segunda quinzena de maio com preços em queda tanto do suíno vivo posto na indústria como da carne, as cotações reagiram de 3 a 10 de junho na maioria das regiões acompanhadas. O ritmo de negócios esteve firme, em um período de tradicional incremento na demanda, por conta do maior poder de compra da população, ainda conforme o Centro de Pesquisas.
Cepea
Governo proíbe criação de galinhas livres por 180 dias
Decisão foi tomada após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil. Brasil reforça medidas para conter novos casos de gripe aviária
A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em granja comercial em Montenegro, Rio Grande do Sul, no dia 16 de maio levou o Ministério da Agricultura a publicar uma portaria em que proíbe a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior. A decisão vale por 180 dias e se estende a todo o país. A medida soma-se às restrições impostas por autoridades estaduais, como o estado de emergência sanitária válido para o raio de 10 quilômetros do foco da doença em Montenegro. Além disso, o prazo aumentará se o governo entender que ainda existem riscos sanitários relacionados à doença. Caso o Brasil complete 28 dias sem novos casos da doença em granjas comerciais após a contenção do foco, concluída em 21 de maio, o país poderá solicitar à Organização Mundial de Saúde Animal o restabelecimento do seu status de zona livre da doença, suspenso desde a confirmação do foco no Rio Grande do Sul. Ao todo, 20 países suspenderam totalmente as importações de carne de frango do Brasil devido à gripe aviária, enquanto outros 19 países suspenderam as compras apenas do Rio Grande do Sul. Apenas quatro nações anunciaram embargo às compras do produto apenas da cidade de Montenegro. Com isso, as exportações do setor registraram queda de 12,9% em maio, com 393,4 mil toneladas, segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em dólares, as exportações somaram US$ 741,1 milhões no período, queda de 9,5% na mesma comparação. Os primeiros casos de gripe aviária no Brasil ocorreram em 2023, em aves silvestres. Até o momento, o país soma 172 casos confirmados da doença. Desses, 167 foram em animais silvestres — sendo 163 em aves e quatro em leões-marinhos —, além de quatro focos em criações de subsistência e um em granja comercial.
Globo Rural
Estável nos últimos 12 meses, produção inspecionada de carne de frango aumentou 2,5% no 1º trimestre
Segundo o IBGE, no 1º trimestre de 2025 foram abatidas em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal 1,640 milhão de cabeças de frango, 2,32% a mais que no mesmo trimestre do ano passado.
Desses abates resultaram 3,470 milhões de toneladas de carne de frango, volume 2,52% superior ao do 1º trimestre de 2024. A pequena diferença (0,2 ponto percentual) entre cabeças abatidas e carne produzida indica estabilidade no peso médio das aves abatidas. O aumento de pouco mais de 2% no trimestre significa que houve desaceleração nos abates em relação aos nove meses anteriores, porquanto no acumulado em 12 meses os incrementos, tanto no número de cabeças processadas quanto no volume de carne, superaram ligeiramente os 4%. Frente a variações anteriores de mais de 10% (outubro/24) e de quase 16% (abril/24), os incrementos deste ano mal passaram dos 3%. Em fevereiro, a variação anual não chegou a 1%. Segundo o IBGE, houve a estabilidade no peso médio das aves abatidas no período analisado. Nos últimos 12 meses ele ficou em torno dos 2,115 kg, apenas 0,09% a mais (2 gramas) que nos 12 meses anteriores, com variação de no máximo 2% acima e abaixo dessa média.
IBGE
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