CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2386 DE 16 DE JANEIRO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2386 |16 de janeiro de 2025

NOTÍCIAS

Cotações do boi gordo estáveis em São Paulo

Após alta nos preços do boi gordo ontem, o mercado trabalhou estável na quarta-feira. Os compradores relataram baixa no volume de vendas de carne, o que os desincentivou a apresentarem ofertas mais firmes

Com isso, a cotação de todas as categorias não mudou. As escalas de abate atendem, em média, a seis dias. Regiões do Triângulo e de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No Triângulo Mineiro, há pouca oferta de fêmeas e, com isso, a arroba da vaca subiu R$3,00. Para as demais categorias, os preços ficaram estáveis. As escalas de abate estão, em média, para seis dias. Na região de Belo Horizonte, a mesma conjuntura foi observada. Os vendedores encontram-se menos ativos e a oferta de boiadas diminuta e, com isso, a arroba do boi e vaca gordos subiu R$5,00. As escalas de abate atendem, em média, cinco dias. Na região de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, a oferta de boiadas seguiu reduzida. Por outro lado, compradores relataram vendas de carnes fracas. Dessa forma, formou-se um cenário de estabilidade nos preços. As escalas de abate estão, em média, para cinco dias úteis.

Scot Consultoria

Boi gordo segue em alta amparado por demanda de exportação

Frigoríficos ainda encontram dificuldade na composição de suas escalas de abate, posicionadas entre três e seis dias úteis na média nacional. O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar alta em seus preços no decorrer da quarta-feira (15)

Segundo o consultor de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda encontram grande dificuldade na composição de suas escalas de abate, que permanecem posicionadas entre três e seis dias úteis na média nacional. “A demanda permanece aquecida, em especial a relacionada à exportação. O Brasil segue como melhor alternativa global para o fornecimento de carne bovina, com grandes predicados na comparação aos concorrentes”, destacou. Preços médios da arroba do boi (a prazo). São Paulo: R$ 332,75 (R$ 332,33 ontem). Minas Gerais: R$ 319,71, estável. Goiás: R$ 321,43 (R$ 319,82 anteriormente). Mato Grosso do Sul: R$ 324,89 (R$ 324,20 ontem). Mato Grosso: R$ 316,22 (R$ 316,82). O mercado atacadista apresentou preços mais altos nesta quarta-feira. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por reajustes no curto prazo. “Importante mencionar que as exportações permanecem em ótimo nível, enxugando o mercado doméstico. Esta dinâmica será essencial para justificar reajustes dos preços da carne bovina no mercado interno. De maneira lógica, há limitações, como o baixo poder de compra da população, que tende a dificultar altas muito contundentes”. comenta. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 26,75, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 18,50. Quarto dianteiro apresentou alta de R$ 0,50 e atingiu o patamar de R$ 18,50, por quilo.

Agência Safras

Brasil une esforços para se defender em investigação da China sobre compras de carne bovina

Investigação pode afetar as exportações brasileiras e criar restrições ao mercado chinês. Em 2024, os chineses compraram 1,33 milhão de toneladas de carne bovina do Brasil

O governo federal e a iniciativa privada estão unindo esforços para estruturar a defesa do país na investigação que a China abriu no fim do ano passado para apurar a razão do aumento das exportações de carne bovina a seu mercado. As investigações cobrem as vendas de diferentes países, e não apenas as do Brasil, e incluem embarques no intervalo entre 2019 e 2024. No limite, a investigação pode afetar as exportações brasileiras, que têm a China como o principal destino. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que, até o momento, a abertura da investigação não afetou a rotina dos frigoríficos, as exportações nem o planejamento de médio e longo prazo das unidades que vendem ao exterior. “Nada muda”, garantiu. O dirigente disse estar confiante de que o Brasil conseguirá demonstrar que não interferiu na dinâmica do mercado interno chinês. Perosa explicou que a investigação apura o aumento repentino das importações e eventuais danos dessas compras à indústria local — e que o Brasil não foi responsável por nenhum desses movimentos. “Não houve aumento repentino de importação, que tem tido crescimento contínuo ao longo dos últimos dez anos. E as exportações [brasileiras] não geraram danos à indústria nacional da China, que segue crescendo 4% ao ano”, disse ele ao Valor. A Abiec deve ser a única entidade setorial do Brasil a acompanhar oficialmente a investigação —a associação cadastrou-se nesta terça-feira (14/1) no processo, que pode durar oito meses. Em breve, a China deverá encaminhar questionários sobre as operações de exportação. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) ainda vai decidir se peticionará no Ministério do Comércio chinês para ser parte interessada do processo. A entidade garantiu, no entanto, que vai prestar suporte técnico à ação governamental coordenada de esclarecimento na investigação. Perosa afirmou ainda que o posicionamento das empresas de carnes está alinhado ao do governo. Ele contou que já houve ao menos duas reuniões da indústria com representantes dos ministérios da Agricultura, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, disse que o governo fez uma petição na semana passada para ser parte interessada no processo e que já enviou argumentos iniciais. O Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento apresentou os argumentos ao Ministério do Comércio da China. “São alguns elementos iniciais, ainda não é a defesa final, mas são argumentos para ter em consideração no processo”, relatou. Parte da estratégia brasileira é mostrar que os produtos que o país exporta complementam a indústria chinesa. A maior parte da carne do Brasil segue para processamento na indústria da China. Com a argumentação, o Brasil pretende mostrar que a carne nacional não tira mercado dos chineses. “Até mesmo os cortes exportados são diferentes”, disse Rua. O Brasil vai encaminhar a defesa oficial em meados de fevereiro, após receber os questionários da China. Os brasileiros também solicitaram uma audiência com as autoridades chinesas para poderem defender as argumentações, algo comum nesse tipo de processo. Fontes avaliam que o Brasil conseguirá passar ileso por esse episódio e que a investigação é uma ação para atender a uma demanda principalmente da indústria chinesa. O segmento tem crescido no país, mas, com o desaquecimento da economia, os preços estão em queda.

Valor Econômico

Reposição e dólar vão elevar custo de produção da carne

Oferta restrita fez preço do bezerro subir 27,5% em 2024; alimentação em engorda intensiva deve pesar menos no custo total. Restrição de animais para a reposição impacta os custos de produção

O custo de produção da carne bovina deve aumentar em 2025 no Brasil, reflexo de um cenário de dólar alto em relação ao real e da diminuição da disponibilidade de animais jovens destinados à reposição de rebanho. De acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa, o preço médio do bezerro negociado em Mato Grosso do Sul encerrou o ano com alta acumulada de 27,45%, a R$ 2.643,23. O animal jovem é o principal custo de quem atua no último elo da cadeia pecuária bovina, a engorda, o que deve diminuir as margens desses produtores neste ano. “Essa restrição de animais para a reposição, desde a recria até a engorda, impacta fortemente os custos de produção como um todo”, afirma Paulo Dias, diretor da Ponta Agro, empresa de gestão da informação. Além da reposição, ele também destaca o aumento da cotação do dólar como um fator de pressão para os custos do setor. “A subida do dólar estimula as exportações brasileiras de grãos e, consequentemente, reduz a disponibilidade no mercado interno”, acrescenta Dias. Em dezembro passado, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), calculado pela Ponta Agro, subiu 1,46% em relação ao mês anterior na região Centro-Oeste e 7,08% no Sudeste. Na comparação anual, contudo, o indicador caiu 14,41% no Sudeste e 8,34% no Centro-Oeste, resultado de uma safra recorde de grãos em 2024, que barateou a matéria-prima do alimento nos confinamentos. “Essa oferta maior puxou os preços no mercado interno para baixo, beneficiando a cadeia de alimentação animal ao longo do ano de 2024”, afirmou a Ponta Agro, em nota. A partir dos números que levantou no último mês de 2024, a empresa estima um custo total de R$ 224,09 por arroba bovina produzida no Centro-Oeste e de R$ 211,28 por arroba na região Sudeste. Esses valores, de acordo com os cálculos da Ponta Agro, permitiriam aos pecuaristas obterem um lucro superior a R$ 810 por cabeça na região Sudeste e de mais de R$ 560 por animal no Centro-Oeste. “Nesta temporada, 2025, a nutrição animal não deve ser um vilão para os custos de produção. Essa alta deve vir majoritariamente do aumento dos preços de reposição”, observa Fernando Iglesias, analista de proteína animal da consultoria Safras & Mercado. Com a demanda internacional firme e exportações recorde no ano passado, Iglesias ressalta que o preço da carne para o consumidor também deve subir neste ano, já que haverá menos oferta de animais prontos para abate e, ao mesmo tempo, mais demanda pela carne bovina brasileira. “Os últimos dois anos foram marcados por um descarte muito intenso de fêmeas, e isso trará consequências para o mercado agora. Teremos uma oferta menor de animais de reposição, e isso vai produzir um aumento no custo de produção”, disse Fernando Iglesias. Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação de fêmeas no total de bovinos abatidos no Brasil no primeiro e segundo trimestres de 2024 foi respectivamente de 32,1% e de 30,79% — índices superiores aos 25,1% e 25,63% registrados no terceiro e quarto trimestre de 2022, ano em que a arroba ultrapassou os R$ 350 durante o ciclo de alta do setor. Isso ocorre porque o percentual é um indicador do quão rentável está a cria de bezerros para o pecuarista. Quando o mercado está em baixa, o produtor tende a abater mais vacas, visando reduzir a produção. Se isso acontece, há aumento da oferta de animais prontos para abate, com queda de preços. “Foi o que aconteceu em 2023 e 2024. A oferta dessas fêmeas pressionou a arroba do boi gordo e barateou a carne. Por isso tivemos um consumo melhor. Mas neste ano a lógica muda. O preço do bezerro está em alta e a oferta de fêmeas será menor”, afirma o analista da Safras & Mercado

Valor Econômico

Preço do boi gordo volta a ficar estável em São Paulo

Mercado voltou a operar com baixa oferta e poucas negociações. A menor oferta de fêmeas é apontada como um indicador da virada de ciclo pecuário este ano

O preço do boi gordo manteve-se estável nas principais praças pecuárias de São Paulo nesta quarta-feira (15/1), cotado a R$ 325 a arroba a prazo em Barretos e Araçatuba, segundo levantamento da Scot Consultoria. Após apresentar alta na véspera, o mercado voltou a operar com baixa oferta e poucas negociações. De acordo com a Scot, “os compradores relataram baixa no volume de vendas de carne, o que os desincentivou a apresentarem ofertas mais firmes”. Com escalas de abate para um média de seis dias, os preços do boi gordo também ficaram estáveis na região do Triângulo Mineiro, cotados a R$ 315 a arroba a prazo. O cenário na praça mineira é o mesmo, com destaque para a reduzida oferta fêmeas, o que levou a uma alta de R$ 3 no preço da vaca, cotada a R$ 293 a arroba a prazo. A menor oferta de fêmeas é apontada como um indicador da virada de ciclo pecuário este ano, o que se verifica na alta dos preços de animais de reposição. Com a perspectiva de preços mais altos e pastos recuperados com o retorno das chuvas, muitos produtores também têm segurado a oferta à espera de valorizações. “Com a reposição com preços maiores, o pecuarista vai preferir segurar fêmeas para gerar novos animais. E com uma menor participação de fêmeas no abate, o abate cai, produz menos carne e o preço sobe. É essa lógica”, explica Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado.

Globo Rural

ECONOMIA

Dólar tem novo dia de queda e se reaproxima de R$6,00

O dólar voltou a cair na quarta-feira no Brasil e se reaproximou dos 6,00 reais, em sintonia com a queda da moeda norte-americana e dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após dados de inflação nos Estados Unidos sugerirem que o Federal Reserve pode cortar mais os juros em 2025

O dólar à vista fechou em queda de 0,36%, aos 6,0251 reais — a menor cotação de encerramento desde 12 de dezembro do ano passado, quando terminou a sessão a 6,0128 reais. Em janeiro a moeda acumula baixa de 2,49%. Às 17h05 na B3 o dólar para fevereiro — atualmente o mais líquido — cedia 0,67%, aos 6,0415 reais. No início do dia o dólar chegou a oscilar no território positivo no Brasil, enquanto investidores aguardavam pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, às 10h30. Quando os dados saíram, o dólar despencou em todo o mundo. O CPI subiu 0,4% em dezembro, depois de avançar 0,3% em novembro. Nos 12 meses até dezembro, a inflação foi de 2,9%, depois de ter registrado 2,7% em novembro. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice teve alta de 0,2% em dezembro, após um ganho de 0,3% no mês anterior. O chamado núcleo do CPI havia aumentado 0,3% por quatro meses consecutivos. Nos 12 meses até dezembro, o núcleo aumentou 3,2%, depois de ter subido 3,3% em novembro. Os números foram bem-recebidos pelo mercado, que viu chances maiores de o Fed cortar juros mais vezes em 2025. Isso pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, sobre as cotações do dólar. À tarde o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 4,610 bilhões de dólares em janeiro até o dia 10, com saídas líquidas de 3,362 bilhões de dólares pela via financeira e saldo negativo de 1,247 bilhão de dólares pela via comercial.

Reuters

Ibovespa fecha em alta de quase 3% com ânimo em Wall Street

O Ibovespa fechou em alta de quase 3% na quarta-feira, orbitando os 123 mil pontos na máxima, embalado pelo viés positivo em Wall Street e pela queda nos rendimentos dos Treasuries após dados de inflação nos Estados Unidos

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,81%, a 122.650,2 pontos, tendo marcado 122.987,84 pontos na máxima e 119.302,94 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro alcançou 70,26 bilhões de reais, em pregão marcado ainda pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA aumentou 0,4% em dezembro, após alta de 0,3% em novembro, com a taxa em 12 meses ficando em 2,9%, enquanto economistas previram avanços de 0,3% e 2,9%, respectivamente. O núcleo do indicador, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, porém, subiu 0,2%, após acréscimo de 0,3% por quatro meses consecutivos, o que fez com que mostrasse alta de 3,2% em 12 meses até de dezembro, de 3,3% em novembro. De acordo com o analista João Victor Vieitez, da gestora de patrimônio Aware Investments, o CPI levou alívio ao mercado, especialmente pela desaceleração do núcleo da inflação. “A percepção de que a inflação nos Estados Unidos está arrefecendo, ainda que de forma tímida, reacende as expectativas de cortes na taxa de juros por lá, gerando um otimismo pontual”, afirmou. Em Nova York, o S&P 500 avançou 1,83%, com resultados de bancos como JPMorgan, Citi e Goldman Sachs também ocupando as atenções. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,6531% no final do dia, de 4,788% na véspera. O cenário externo ainda contou com o anúncio de um acordo para acabar com a guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, após 15 meses de derramamento de sangue que matou dezenas de milhares de palestinos e inflamou o Oriente Médio.

Reuters

Governo fechou 2024 próximo ao centro da meta fiscal, diz Ceron

As contas do governo central em 2024 ficaram dentro da banda de tolerância da meta fiscal, próximas do centro do alvo, disse na quarta-feira o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

A meta de resultado primário para 2024 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a cerca de 29 bilhões de reais. Os dados fiscais do acumulado do ano de 2024 serão apresentados oficialmente pelo Tesouro apenas no final deste mês. De acordo com o secretário, o dado do ano teve ajuda do chamado empoçamento — verbas que foram disponibilizadas, mas acabaram não desembolsadas por ministérios. Essa sobra ficou próxima a 20 bilhões de reais no ano, patamar que já era esperado, segundo ele. Para 2025, o secretário disse o governo buscará mirar o centro da meta de déficit zero, não o limite de tolerância da regra, de 0,25 ponto do PIB. Perguntado sobre uma eventual adoção de novas medidas de contenção de gastos, Ceron afirmou que o monitoramento da gestão fiscal pelo Tesouro é constante e que o órgão aponta, sugere e apoia a adoção de iniciativas de ajuste quando entende que há necessidade. Segundo ele, esse trabalho é constante. “O objetivo é continuar no processo de recuperação fiscal, que está acontecendo”, disse. Na entrevista, o secretário ainda afirmou que o projeto de renegociação das dívidas dos Estados, sancionado nesta semana, deve gerar um alívio anual de 20 bilhões de reais aos governos regionais, em cenários “mais extremos”. Ele explicou que esse é um custo financeiro, que não impacta o resultado primário do governo federal.

Reuters

Déficit primário cai 88,7% em novembro, para R$ 4,515 bilhões

O crescimento da arrecadação e a não repetição de gastos que ocorreram em 2023 fizeram o déficit do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cair em novembro. No mês retrasado, as contas públicas tiveram resultado negativo de R$ 4,515 bilhões

O valor representa queda real (descontada a inflação) de 88,7% em relação a novembro de 2023, quando o déficit primário tinha ficado em R$ 38,071 bilhões. O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 10,4 bilhões em novembro. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 ano e o novo arcabouço fiscal estabelecem meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo, para o Governo Central. No limite inferior da meta, isso equivale a déficit de até R$ 28,75 bilhões. No fim de novembro, uma edição especial do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas projetou déficit primário de R$ 64,426 bilhões para o Governo Central, o equivalente a um resultado negativo de 0,56% do PIB. A conta, no entanto, inclui gastos fora do arcabouço fiscal, como o pagamento de precatórios e os créditos extraordinários para reconstruir o Rio Grande do Sul e combater incêndios florestais. Ao considerar apenas os gastos dentro do arcabouço, a previsão de déficit primário cai para R$ 27,747 bilhões, dentro da margem de tolerância de R$ 28,75 bilhões. O resultado de 2024 está sendo ajudado pelas receitas extraordinárias da taxação dos fundos exclusivos, da reoneração dos combustíveis e do crescimento econômico, que se reflete em pagamento de mais tributos. Na comparação com novembro de 2023, as receitas subiram, mas as despesas caíram se descontada a inflação. No mês retrasado, as receitas líquidas subiram 19,3% em valores nominais. Descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta chega a 13,8%. No mesmo período, as despesas totais caíram 1,7% em valores nominais e 6,3% após descontar a inflação. O déficit primário foi impulsionado pela forte arrecadação federal em novembro, a segunda maior para o mês. Se considerar apenas as receitas administradas (relativas ao pagamento de tributos), houve alta de 14% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2023, já descontada a inflação. Os principais destaques foram o aumento da arrecadação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), decorrente do crescimento econômico. As receitas do tributo, que reflete o comportamento das vendas, subiram R$ 7,5 bilhões acima da inflação em novembro em relação a novembro de 2023. A alta do dólar também contribuiu, fazendo o Imposto de Importação subir R$ 3,1 bilhões acima da inflação na mesma comparação. Também contribuíram para a alta nas receitas o aumento de R$ 2,1 bilhões acima da inflação na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte, por causa da tributação sobre os fundos exclusivos, que entrou em vigor no fim de 2023. A arrecadação também foi impulsionada pela alta de R$ 2,5 bilhões acima da inflação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que reflete o crescimento da atividade industrial. As receitas não administradas pela Receita Federal subiram 39,5% acima da inflação na mesma comparação, puxadas pela transferência de R$ 5,8 bilhões em dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional. O pagamento de R$ 4,1 bilhões em outorgas de usinas hidrelétricas após a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) também contribuiu para o crescimento. Quanto aos gastos, o principal fator de queda foi a ajuda de R$ 11,7 bilhões concedida pela União aos estados e municípios em novembro de 2023, que não se repetiu no mesmo mês do ano passado. Apesar dessa queda, outras despesas aumentaram, como os gastos com a Previdência Social, que subiram 2,3% acima da inflação, devido ao aumento do número de beneficiários e à política de valorização do salário-mínimo. Os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) saltaram 13,9% acima da inflação, pelos mesmos motivos. O pagamento de créditos extraordinários subiu R$ 1,47 bilhão além da inflação por causa da reconstrução do Rio Grande do Sul. Por causa da revisão de cadastros do Bolsa Família, os gastos com despesas obrigatórias com controle de fluxo (que engloba os programas sociais) subiram apenas 1,2% em novembro descontada a inflação na comparação com o mesmo mês de 2023. Os gastos discricionários (não obrigatórios) caíram R$ 4,8 bilhões descontada a inflação. Desse total, reflexo dos bloqueios no Orçamento em vigor desde julho. As maiores quedas, em valores corrigidos pela inflação, foram observadas nas despesas com saúde (-R$ 1,9 bilhão) e educação (-R$ 1,2 bilhão). Os gastos com o funcionalismo federal cresceram R$ 2,5 bilhões (+0,8%), descontada a inflação de janeiro a novembro em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi compensada pela quitação de precatórios no início de 2023, o que diminuiu em 12,1%, descontada a inflação, o pagamento de sentenças judiciais. Quanto aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o total de janeiro a novembro somou R$ 65,649 bilhões. O valor representa alta de 7,9% acima do IPCA em relação ao mesmo período de 2023. Nos últimos meses, essa despesa tem alternado momentos de crescimento e de queda descontada a inflação. O Tesouro atribui a volatilidade ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

Agência Brasil

Serviços caem 0,9% em novembro, diz IBGE

O volume de serviços prestados no país caiu 0,9% em novembro, ante outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados na quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Em outubro, houve alta de 1,4% (após revisão de dado divulgado inicialmente como aumento de 1,1%). A queda na série com ajuste sazonal foi maior que a mediana das estimativas de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de recuo de 0,4%. O intervalo das projeções ia de queda de 1,6% a alta de 0,3%. Na comparação com novembro de 2023, o indicador teve alta de 2,9%. O resultado acumulado em 12 meses até novembro é também de aumento de 2,9%. Em 2024, o volume de serviços prestados no país subiu 3,2% frente a igual período de 2023. A expectativa mediana para o resultado de novembro de 2024 frente a novembro de 2023 era de aumento de 3,3%, com intervalo de projeções de alta entre 2,6% e 5%. Com o desempenho de novembro, os serviços estão em patamar 0,9% abaixo do pico da série histórica da pesquisa, atingida no mês anterior. Além disso, encontram-se 16,9% acima do prépandemia, em fevereiro de 2020. O IBGE informou ainda que a receita nominal subiu 0,1% na passagem entre outubro e novembro. Na comparação com novembro de 2023, a receita de serviços teve alta de 6,6%.

Valor Econômico

Valor da produção do agro deve chegar a R$ 1,4 trilhão neste ano

Aumento do VBP em relação a 2024 será de 11,5%, calcula Ministério da Agricultura. Alta de quase R$ 150 bilhões na receita agropecuária dentro da porteira deve ser puxada pelos desempenhos da agricultura e da pecuária

Após anos de relativa estagnação, o Ministério da Agricultura prevê aumento de 11,5% no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira em 2025. As projeções preliminares da Pasta estimam o índice em R$ 1,418 trilhão, avanço expressivo em relação ao patamar dos últimos anos. A alta de quase R$ 150 bilhões na receita agropecuária dentro da porteira deve ser puxada pelos desempenhos da agricultura e da pecuária, indicou a Pasta em documento publicado nesta semana. O faturamento bruto das lavouras está previsto em R$ 941,8 bilhões, avanço de 11,2% em relação aos R$ 847,1 bilhões de 2024. Já a receita das criações de bovinos, frango e suínos deve evoluir 12,2%, passando de R$ 425,2 bilhões para R$ 477,1 bilhões. O crescimento é explicado, em parte, pela projeção de aumento na safra de grãos. O índice deve variar mais de 7%, conforme os dados de dezembro de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), para 306 milhões de toneladas. Como a metodologia espelha os preços médios dos produtos apurados no ano passado para projetar o valor da produção em 2025, o VBP parcial tem uma previsão de forte incremento, disse o ex-secretário de Política Agrícola e consultor na área, Ivan Wedekin. O cenário também é influenciado pelo câmbio, que está acima da média de 2024. “Tem uma liberdade estatística, pois o índice do VBP é atualizado todo mês, conforme os resultados são acumulados”, explicou. “Teremos, provavelmente, um aumento na quantidade produzida de grãos, que é um dado positivo, e tem o efeito do câmbio, que hoje está acima da média de 2024”, disse. No ano passado, a receita agrícola fechou em queda de 3,2% na comparação com 2023 por conta, principalmente, dos efeitos da seca nas colheitas de soja e milho. O índice saiu de R$ 875,3 bilhões para R$ 847,1 bilhões. O faturamento das lavouras desses dois grãos caiu 15,9% e 17,1%, respectivamente. A retração na agricultura só não foi maior devido aos resultados do cacau, que cresceu 154,4% e da laranja, que teve alta de 29,5%. Outro produto que contribuiu foi o café, cujo VBP atingiu R$ 79,59 bilhões em 2024, 50,8% acima do ano anterior. O valor engloba R$ 57,63 bilhões de receita com café arábica e R$ 21,95 bilhões com cafés robusta e conilon. Para 2025, a recuperação das receitas da soja e do milho deve sustentar o avanço do VBP da agricultura, com previsão de altas de 19,9% na oleaginosa, para R$ 360,7 bilhões, e 12% no cereal, para R$ 140,8 bilhões. Cacau, laranja, mamona, uva e amendoim também terão crescimento, segundo o ministério. Para o café, a expectativa é que o setor atinja R$ 108,12 bilhões em faturamento bruto, alta de 35,9% em relação a 2024. Entre as principais commodities, apenas algodão e trigo devem ter recuos, de 2,9% e 1,5%, respectivamente. Segundo a estimativa, a cana-de-açúcar deverá manter a estabilidade vista desde 2023, com leve alta de 0,3%. Além disso, as perspectivas são de recuperação na produção de feijão, com alta de 3,3% na receita, e de retração de 5% no arroz. Já a pecuária fechou 2024 em alta de 8,4% em relação ao ano anterior, saindo de R$ 392,1 bilhões para R$ 425,2 bilhões. A valorização de bovinos (11,1%), suínos (16,6%) e aves (9,3) sustentou a alta no faturamento na pecuária, apesar de quedas na produção de leite (-0,6%) e ovos (-1,6%). Em 2025, a carne bovina deve ter um novo salto na receita, de 21,5%, superando R$ 200 bilhões pela primeira vez na série histórica. O segmento de carne suína também deve manter o pé no acelerador neste ano e crescer mais 17,8%, para R$ 66,1 bilhões. A criação de aves vai diminuir o ritmo de expansão, prevê a Pasta, mas ainda terá alta de 4,7% na receita, para R$ 110,9 bilhões. O setor leiteiro deve se recuperar e evoluir 2,8%. O cenário é negativo apenas para os ovos, cujo faturamento deve encolher 5,2%, para R$ 24,8 bilhões. Na agricultura, a maior queda percentual em 2025 deve ser a da batata-inglesa, de 49%. No ano passado, por outro lado, o faturamento dos produtores do tubérculo cresceu 39,8%. A produção de tomate (-27%), banana (-15,1%) e mandioca (-3,7%) também terão um ano de retração. Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão lideraram a lista dos principais produtos agrícolas na composição do VBP no ano passado. Na pecuária, o ranking foi puxado por bovinos, frango e leite. Mato Grosso é o principal Estado produtor agropecuário, com faturamento de R$ 185,1 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, seguido de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

Globo Rural

EMPRESAS

BRF é a primeira empresa de alimentos do Brasil a ter metas climáticas aprovadas

Companhia foi validada pela SBTi, organização que mobiliza empresas e instituições financeiras para combater a crise climática

A BRF teve suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), organização que mobiliza empresas e instituições financeiras para combater a crise climática. Dessa forma, a companhia de proteína animal tornou-se a primeira empresa do setor de alimentos no Brasil a ser validada com base na nova metodologia do Guia de Definição de Metas Baseadas na Ciência para Florestas, Terras e Agricultura (FLAG, sigla em inglês) criado em 2022. A nova metodologia está focada em áreas críticas como desmatamento, saúde do solo e o uso sustentável da terra.  Segundo a BRF, a aprovação das novas metas, que estão mais ambiciosas, demonstra o compromisso com da empresa com a descarbonização da cadeia produtiva. A BRF se comprometeu a reduzir em 51% suas emissões diretas até 2032, abrangendo fábricas, centros de distribuição e o consumo de energia em suas operações. Para as emissões indiretas, que respondem por 98% do total, a meta é uma redução de 35,7% no mesmo período. A companhia também assumiu o compromisso com o desmatamento zero em sua cadeia de fornecimento, direta e indireta, ainda em 2025. “A adesão à metodologia FLAG reforça nosso compromisso com a transparência e a melhoria contínua na contabilização de nossas emissões”, diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da BRF. A companhia também pretende a neutralização de suas emissões residuais, alcançando o status de empresa NetZero. Para isso, desenvolveu uma estratégia que se concentra em quatro pilares: o comprometimento com uma cadeia de fornecimento de grãos livre de desmatamento; fomento a uma agropecuária de baixo carbono; transição para uma matriz energética renovável; e aumento da eficiência operacional, buscando otimizar o consumo de recursos energéticos e adotar tecnologias de menor emissão nas operações. Neste percurso, a empresa já colhe alguns resultados concretos. Atualmente, monitora 100% dos fornecedores diretos de grãos dos biomas em que atua, e mais de 90% dos indiretos, com a meta de alcançar 100% ainda este ano. Também firmou parcerias com a AES Brasil para a construção de parques eólicos e com a Power China para a construção de parques solares, avançando no compromisso de ter 100% de energia elétrica renovável até 2030. “Metade desta meta já alcançamos em 2024”, diz Pianez. Para incluir os cerca de 3.300 produtores integrados de aves e suínos na agenda de sustentabilidade (entre diretos e indiretos), a companhia firmou parcerias com instituições financeiras a fim de viabilizar o financiamento da instalação de painéis solares nas granjas. Atualmente, mais de 1.500 produtores já estão produzindo com energia solar. “Além da vantagem ambiental, a migração tem proporcionado a e eles uma redução média de 95% no custo de energia”, diz o executivo. O total de energia gerada nessas propriedades equivale ao consumo de uma cidade de 230 mil habitantes. A política de compra sustentável de grãos da BRF estabelece critérios sociais e ambientais rigorosos. Os fornecedores não podem constar na Lista Suja de Trabalho Escravo (Cadastro de Empregadores) e devem cumprir as legislações vigentes em casos de sobreposição de propriedades com áreas de assentamentos, quilombolas e de povos indígenas. A SBTi foi fundada em 2015 e tem por objetivo garantir que as empresas estabeleçam metas ambiciosas de redução de carbono que sejam consistentes com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais, com uma meta de 1,5°C.

Globo Rural

FRANGOS & SUÍNOS

Preço da carcaça suína especial tem queda de 0,44% em São Paulo

De acordo com a Scot Consultoria, o preço da carcaça suína especial teve queda de 0,44% e está precificado em R$ 11,30/kg. Já o preço médio da arroba do suíno CIF permaneceu estável e está sendo negociado em R$ 151,00/@

Segundo levantamento realizado pelo Cepea na última terça-feira (10), o Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais registrou estabilidade e segue em R$ 7,96/kg. No Paraná, o preço do animal ficou estável está precificado em R$ 7,59/kg. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal seguiu teve queda de 0,25% e está precificado em R$ 7,94/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 7,93/kg e não registrou alta de 0,25%. Em Santa Catarina, o valor do suíno registrou avanço de 0,26% e está cotado em R$ 7,65/kg.

Cepa/Esalq

Frango registrou leve queda de 0,38% no atacado paulista

Na quarta-feira (15), as referências do frango no atacado paulista apresentaram queda de 0,38%, em que estão precificados em R$ 7,77/kg, conforme apontou a Scot Consultoria

Já a cotação da ave terminada nas granjas paulistas segue com estabilidade e cotada em R$ 5,60 por quilo. Com base no levantamento realizado na última terça-feira (14), o preço do frango congelado apresentou estabilidade e está precificado em R$ 8,53 por quilo. Já o valor para o frango resfriado, a cotação seguiu estável e está próximo de R$ 8,45 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou estabilidade e está cotado em R$ 4,67/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgou que o frango vivo seguiu com estabilidade e sendo negociado em R$ 4,56/kg.

Cepa/Esalq

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