CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2185 DE 20 DE MARÇO DE 2024

clipping

Ano 10 | nº 2185 |20 de março de 2024

 

NOTÍCIAS

Preços estáveis da arroba bovina em São Paulo

Mercado do boi gordo com preços estáveis na comparação diária, porém, pressionado. O cenário atual é de um pecuarista controlando as ofertas na esperança de uma melhora nas cotações e do outro lado a indústria adquirindo boiadas de maneira cautelosa

A arroba do boi gordo está sendo negociada por R$230,00, a da vaca gorda em R$205,00 e a da novilha em R$220,00, preços brutos e a prazo. O “boi China” está cotado em R$235,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@. A expectativa é que o escoamento de carne bovina seja prejudicado com a entrada da segunda metade do mês, o que colabora para que os frigoríficos continuem exercendo pressão de baixa no mercado. No Espírito Santo, o mercado permaneceu estável para todas as categorias de bovinos frente ao levantamento de ontem (18/3). Com isso, o boi está cotado em R$210,00/@, a vaca gorda em R$195,00/@ e a novilha gorda em R$200,00/@, preços brutos e a prazo. Na região de Paragominas no Pará, os preços permaneceram estáveis na comparação dia a dia. As escalas de abate das indústrias estão programadas para sete dias. O boi comum está sendo negociado em R$225,00/@, a vaca gorda em R$190,00/@ e a novilha gorda em R$195,00/@, preços brutos e a prazo. O “boi China” está cotado em R$225,00/@, preço bruto e a prazo, sem ágio. Na exportação de carne bovina, até a terceira semana de março foram exportadas 84,7 mil toneladas de carne bovina in natura – média diária de 7,7 mil toneladas – crescimento de 42,3% frente à média diária registrada em março de 2023. A cotação média está em US$4,5 mil/t, retração de 6,4% considerando o mesmo período. Caso os embarques sigam no mesmo ritmo, o volume deve fechar o mês de março em aproximadamente 161,6 mil toneladas.

Scot Consultoria

Arroba do boi gordo: indústrias testam preços mais baixos

A perda de qualidade do pasto durante o segundo trimestre será um fator importante para a formação dos preços da arroba, diz analista da Safras & Mercado

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar uma tentativa de compras por parte de frigoríficos com preços abaixo das referências médias em um ambiente pautado ainda por grande oferta de fêmeas. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate são bastante convenientes, com uma média de dez dias úteis. “Ou seja, as indústrias têm boas condições para testar patamares mais baixos de preço, mesmo em um ambiente em que o pecuarista ainda consegue cadenciar o ritmo dos negócios. A perda de qualidade do pasto durante o segundo trimestre será um fator importante para a formação dos preços da arroba. Para o pecuarista, fazer uso das ferramentas de proteção será essencial”, diz Iglesias. Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 228. Já em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 215 para a arroba do boi gordo. Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 221. Já em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 219. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 207. Já o mercado atacadista voltou a apresentar preços acomodados para a carne bovina. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir um mercado mais fraco no decorrer desta semana, com a descapitalização da população. “É importante mencionar que a carne de frango permanece mais competitiva se comparada às proteínas concorrentes, especialmente para as famílias que possuem renda entre um e dois exercícios mínimos”, afirma Iglesias. O quarto traseiro permanece precificado a R$ 18,10 por quilo. A ponta de agulha permanece precificada a R$ 13,65 por quilo. O quarto dianteiro segue precificado a R$ 14,00 por quilo.

Agência Safras

Agrifatto: desova de boiadas gordas tende a surgir nos próximos 3 meses

A consultoria sugere a venda antecipada (na B3, via futuro e/ou opções) de até 50% dos bovinos a serem abatidos no próximo trimestre, visando a redução de exposição ao risco da chegada da safra

No mercado do boi gordo, a preocupação com o próximo trimestre ainda é latente, principalmente visualizando o fato de que a seca vai se aproximando cada vez mais, alertou a Agrifatto. “Com isso, uma pressão por um descarte mais acelerado de bovinos tende a se formar”, disse a consultoria. Segundo os analistas, para os pecuaristas que não comercializaram nada do que será abatido nos próximos três meses, aproveitar a referência de R$ 224/@ no contrato de maio/24 pode ser uma boa forma de evitar o risco dessa possível “safra” volumosa que tente a surgir nos próximos três meses.  “Cabe a ressalva que este mesmo contrato chegou a ser negociado a R$ 221,05/@ no final de fevereiro/24 e a pressão dos frigoríficos sobre os preços do boi gordo no mercado físico continua firme e efetiva, já que desde o início do ano as cotações já recuaram mais de 5,91% em São Paulo”, afirmou a Agrifatto. Sendo assim, propõe a consultoria, a comercialização antecipada via futuro ou opções (compra PUT na B3) de até 50% dos bovinos a serem abatidos nos próximos três meses “é uma estratégia interessante, visando a redução de exposição ao risco da chegada da safra”. De acordo com os analistas, a atenção agora também se volta para a segunda metade de março, período em que o consumo de carne bovina geralmente diminui, o que pode intensificar a pressão de baixa nos preços da arroba.

Portal DBO

Embrapa valida diretrizes técnicas para produção de Carne Baixo Carbono (CBC)

Os parâmetros avaliados na pesquisa estão sendo contemplados nos requisitos obrigatórios propostos no Protocolo CBC juntamente com os de legislação trabalhista e ambiental. O protocolo Carne Baixo Carbono (CBC) complementa o de Carne Carbono Neutro (CCN), abrangendo sistemas produtivos sem a presença de árvores

O potencial sustentável é mantido pelo manejo adequado das pastagens, considerado a segunda tecnologia agrícola mais importante para a mitigação das mudanças climáticas globais. Para validar as orientações técnicas do protocolo CBC, a Embrapa realizou experimentos durante dois ciclos de produção (2019 a 2021) em um ambiente de produção comercial no Oeste baiano. Essa validação serve como modelo de certificação da marca-conceito CBC nas fazendas de pecuária de corte que desejarem adotar esse modelo. O Protocolo estará disponível para os produtores ainda em 2024 na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Depois de lançar a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN), que valoriza sistemas pecuários com a presença do componente florestal e neutralização da emissão de gases de efeito estufa (GEE), a Embrapa validou as diretrizes de mais um protocolo que vai ajudar o pecuarista a produzir com foco em sustentabilidade: o Carne Baixo Carbono (CBC). Os resultados da avaliação de parâmetros técnicos do protocolo CBC durante dois ciclos produtivos no Cerrado baiano contemplam sistemas pecuários sem a presença de árvores na pastagem, mas com potencial de mitigação das emissões de GEE a partir da adoção de boas práticas agropecuárias, envolvendo os componentes solo, pasto e animal. Oito foram os parâmetros técnicos avaliados durante os dois anos de validação do protocolo CBC: densidade do solo, estoque de carbono e qualidade do solo, disponibilidade da forragem e cobertura do solo, ganho de peso médio diário dos animais, ganho de peso por área dos animais e emissões entéricas. Esses parâmetros estão sendo contemplados nos requisitos obrigatórios propostos no Protocolo CBC juntamente com requisitos de legislação trabalhista e ambiental. Segundo a pesquisadora que coordenou o trabalho de validação das diretrizes para produção de CBC, Márcia Silveira, à época na Embrapa Pecuária Sul (RS) e atualmente na Embrapa Milho e Sorgo (MG), os resultados mostram que a implantação do protocolo garante produtividade e qualidade da carne, de forma a aumentar a lucratividade do produtor, sem abrir mão da manutenção ou aumento do estoque de carbono do solo e da mitigação da emissão de GEE, além do efeito poupa-terra, ou seja, com menor pressão sobre a vegetação nativa. “É mais um passo na busca pela eficiência produtiva que leva em conta a qualidade do produto e do seu ambiente de produção”, destaca Silveira. Estas marcas, como a CBC e a CCN, vêm sendo desenvolvidas no âmbito da Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono, que visa valorizar produtos pecuários produzidos em sistemas mais eficientes e com menor impacto ambiental. As diretrizes técnicas para a produção de Carne Baixo Carbono foram lançadas em 2020, e estão alinhadas ao Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+). Estes parâmetros necessitavam de validação em um ambiente de produção comercial antes da disponibilização do protocolo para adesão voluntária por parte dos pecuaristas. “Nesse sentido, o trabalho de validação desenvolvido pela Embrapa servirá como modelo para certificação da marca-conceito CBC nas fazendas de pecuária de corte que desejarem produzir carne dentro deste escopo”, ressalta Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte e líder da Plataforma Pecuária de Baixo Carbono.

Embrapa Pecuária Sul

Mato Grosso registra aumento na capacidade frigorífica

 A utilização da capacidade frigorífica total (considerando a capacidade de registro) em Mato Grosso foi de 75,09% em fevereiro, acréscimo de 47,76 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea)

Segundo o Imea, esse foi o maior índice para o mês de fevereiro e o segundo maior na série histórica mensal. “Esses altos patamares no indicador foram ocasionados pelo aumento nos abates. Para se ter ideia, a média histórica mensal de abates é de 389,74 mil cabeças, e nos últimos meses a quantidade de abates tem superado as 500,00 mil cabeças por mês”. Ainda, o valor médio de abates diários (de segunda a sexta-feira) em fevereiro foi de 28,55 mil cabeças/dia, aumento de 36,39%, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com o Imea, se mantido o padrão de altos envios de fêmeas para o abate em março, é esperado que a utilização frigorífica se mantenha acima da média histórica.

Beef Point

ECONOMIA

Dólar fecha em alta de 0,12%, a R$5,0314 na venda

O dólar fechou em alta tímida frente ao real na terça-feira, depois de ter subido acentuadamente no início do pregão, acompanhando melhora gradual no sentimento global antes da reunião de política monetária do Federal Reserve

A divisa norte-americana à vista subiu 0,12%, a 5,0314 reais na venda, segundo pregão seguido que encerra acima da marca psicologicamente importante de 5 reais. Antes disso, a última vez em que o dólar havia fechado acima desse patamar fora no final de outubro de 2023.

Reuters

Ibovespa sobe com Vale em sessão com liquidez baixa

Minério de ferro avança mais 5% na China e impulsiona ações da mineradora e de siderúrgicas

Enquanto investidores aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, retirando liquidez e parte do apetite por risco dos mercados globais na sessão, o Ibovespa subiu novamente ajudado pelas ações da Vale, após o minério de ferro avançar mais 5% na China. No fim do dia, o índice subiu 0,45%, aos 127.529 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,68 bilhões no Ibovespa e R$ 20,64 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,56%, aos 5.178 pontos, Dow Jones fechou em alta de 0,83%, aos 39.110 pontos e Nasdaq teve ganhos de 0,39%, aos 16.166 pontos. A expectativa pelas decisões de juros do Banco Central e do Federal Reserve (Fed) manteve os mercados em estado de atenção ontem. Nick Robinson, diretor de investimentos para ações de emergentes da Abrdn, nota que a resiliência econômica e a incerteza quanto ao início do ciclo de cortes das taxas de juros nos EUA, bem como o entusiasmo com avanços tecnológicos nas empresas dos mercados desenvolvidos, podem ajudar a explicar a falta de fluxo para emergentes, Brasil inclusive, no início do ano. “Mas, como investidores de longo prazo com foco em empresas de qualidade, continuamos encontrando boas empresas para investir no Brasil, com perspectivas e valuations atraentes. Esta abordagem ajudou-nos a manter uma modesta posição de sobreponderação ao longo dos anos e continuará a ser o nosso principal impulsionador para modelarmos nossa exposição. Naturalmente, os desenvolvimentos macroeconômicos e políticos no país são componentes-chave da nossa avaliação das perspectivas para as empresas, bem como dos riscos para a nossa exposição no país, pelo que o funcionamento das instituições, a estabilidade e a previsibilidade das políticas também são fatores importantes”, diz. Para ele, o Brasil tem muito a ganhar com a melhoria da estabilidade e da previsibilidade, o que inclui uma gestão prudente das finanças públicas e a redução do ruído político e da interferência indevida. Vale ON subiu 0,82%, acompanhando a alta de mais de 5% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. A expectativa por maior demanda da China após o país asiático divulgar dados econômicos positivos deu sustentação à commodity. “Estou marginalmente mais animado com o setor, mais especificamente Vale, principalmente por uma questão de preço depois das perdas recentes”, diz um gestor.

Valor Econômico

Mercado passa a ver crescimento mais alto em 2024, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central elevaram suas projeções para a inflação e o crescimento econômico neste ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu em 0,02 ponto percentual, para 3,79%. Para 2025 a projeção foi elevada em 0,01 ponto, a 3,52%, enquanto para os dois anos seguintes seguiu em 3,50%. O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou a 1,80%, de 1,78% na semana anterior, enquanto para 2025 seguiu em 2,0%. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que o mercado manteve a expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros quando o Comitê de Política Monetária anunciar sua decisão na quarta-feira, com a Selic encerrando 2024 a 9,0% e 2025 a 8,50%, cenário que também não sofreu alterações.

Reuters

GOVERNO

Ministério da Agricultura defende rastreabilidade individual de bovinos ainda este ano

Projeto tem como objetivo o controle sanitário do rebanho e prevê adesão obrigatória de criador; CNA quer prazo de oito anos para transição e implementação de projeto de rastreabilidade em bovinos

O Ministério da Agricultura pretende avançar no projeto de implementação de um sistema nacional de rastreabilidade individual bovina para fins de controle sanitário do rebanho ainda neste ano. Com a previsão de retirada total da vacinação contra febre aftosa em todo o país em 2026, a expectativa da Pasta é alcançar de 30% a 50% dos animais rastreados até lá. Em discussão há décadas, a necessidade de rastreabilidade é consenso entre pecuaristas, indústria e governo, mas ainda há divergências sobre a obrigatoriedade ou não de adesão ao sistema, os prazos, os custos e a preservação de informações no processo, como das Guias de Trânsito Animal (GTA). O tema escalou nas prioridades em Brasília após demandas oficiais de grandes importadores, como China e Rússia, para que o país adote medidas para qualificar a rastreabilidade animal. A intenção, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, é se antecipar a possíveis imposições no âmbito sanitário, como ocorreu na área socioambiental com a lei antidesmatamento da União Europeia, e evitar choques nas exportações de carne. A proposta prevê a adesão obrigatória dos pecuaristas, mas o item ainda está em aberto. “O ideal é termos, pelo menos, de 30% a 50% do rebanho em algum estágio de implementação de rastreabilidade até 2026, quando devemos ser reconhecidos como livres de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal”, disse Goulart ao Valor. O Brasil tinha mais de 234,4 milhões de cabeças de gado bovino em 2022, de acordo com o IBGE. O projeto do ministério prevê a rastreabilidade individual a partir da primeira movimentação do bovino até o abate nos frigoríficos, sem a necessidade de registro de todos os animais no nascimento. Uma proposta já apresentada ao setor divide o país em blocos de Estados para iniciar a identificação. O Brasil já tem um sistema de rastreabilidade individual, o Sisbov. O sistema foi criado para atender exigências da União Europeia em 2002, a partir da chamada lista Traces. O bloco passou a exigir o rastreio após a ocorrência de casos do mal da vaca louca na Europa. Por razões sanitárias, a identificação dos animais, com a aplicação de um brinco, é feita 90 dias antes do abate, sem abranger o ciclo completo de vida. Mais de 1,2 mil fazendas estão aptas a exportar para a UE, com adesão voluntária. Em 2023, foram 4,8 milhões de animais rastreados para a Europa, todos fora das regiões Norte e Nordeste e do bioma amazônico. As exportações de gado vivo para qualquer destino contam com a identificação individual. Santa Catarina já tem um sistema próprio de monitoramento do ciclo completo do rebanho. “A rastreabilidade está se impondo, é um processo irreversível nas nossas cadeias e que pode gerar ganhos nos médio e longo prazos”, afirmou Goulart. O novo sistema deve realizar uma identificação individual básica, com leitura das movimentações de entrada e saída de animais de fazendas e frigoríficos, sem regras específicas de mercados, como o europeu. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende adesão voluntária e prazo de oito anos para transição e implementação gradual da rastreabilidade. A entidade diz que a obrigatoriedade pode minar a possibilidade de pagamento de prêmios pela indústria aos pecuaristas, restando apenas ônus de gastos com brincos de identificação — em torno de R$ 8 por cabeça — e adaptações nas fazendas aos produtores. “É necessário tempo para se discutir e prazo adequado para implementação para que não se coloque os produtores na ilegalidade”, disse o coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco. Ele ressalta a preocupação com os pequenos criadores, sugere alternativas para a identificação dos bois, como o uso de biometria facial bovina, e defende a necessidade de incentivos para a adesão dos produtores, com subvenção na compra de materiais ou isenção na emissão de GTAs. O foco da SDA é a saúde animal, sem vínculo com o atendimento aos critérios socioambientais, alvo de proposta de outra área do ministério. O objetivo aqui é cumprir requisitos sanitários de países importadores e facilitar o acesso a mercados mais exigentes ainda fechados à carne brasileira, como Japão e Coreia do Sul. “Nas discussões técnicas, o item de rastreabilidade tem alto valor de garantia dos nossos controles sanitários. Quanto mais qualificarmos a nossa rastreabilidade, melhor é a credibilidade do serviço sanitário, o que se reverte em acesso mais rápido a alguns mercados e manutenção de parceiros”, afirmou Carlos Goulart.

Valor Econômico

Mapa chega a 100 novas aberturas de mercado em 49 países desde o ano passado

Alcance é o dobro do registrado nos primeiros 15 meses da gestão anterior

O agro brasileiro alcançou um novo marco histórico ao atingir a abertura de 100 novos mercados para produtos da agropecuária nacional desde janeiro de 2023, início do terceiro mandato do Presidente Lula. Ao todo, são 49 países para os quais o Brasil poderá exportar produtos da agricultura e pecuária. Os dois novos mercados que permitiram o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) chegar a essa marca foram abertos nesta terça-feira (19) no Egito para a exportação de carnes, produtos cárneos e miúdos de caprinos e ovinos. Para o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, as aberturas, fruto da relevância e retomada do Brasil no âmbito mundial, reforçam o reconhecimento dos players internacionais no sistema de controle sanitário do país e reflete de forma positiva na economia brasileira. “Retomamos as parcerias comerciais no exterior e aumentamos as perspectivas para o agro brasileiro. É a chance de o produtor acessar oportunidades até então inéditas. Isso gera demanda, o produtor precisa aumentar seu negócio e o resultado é mais emprego e renda em todo o país”, explicou. “O cenário é de novas oportunidades e vamos trabalhar para crescer ainda mais”, completou Fávaro. Em 15 meses, o número alcançado é o dobro do registrado no mesmo período da gestão anterior, quando 50 mercados foram abertos em 24 países. Dos 100 novos mercados, 36 são na Ásia (Arábia Saudita, Armênia, Butão, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Israel, Japão, Malásia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Singapura, Tailândia, Uzbequistão e Vietnã); 35 nas Américas (Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai); 17 na África (África do Sul, Angola, Argélia, Botsuana, Egito, Marrocos, Quênia e Zâmbia); 7 na Oceania (Austrália, Nova Caledônia, Nova Zelândia, Polinésia Francesa e Vanuatu) e 5 na Europa (Belarus, Reino Unido, Rússia e Turquia). Com uma pauta diversificada em exportações destacam-se o comércio de algodão brasileiro com o Egito; carnes bovinas e suínas com o México e Singapura; suco de açaí com Índia; frango com Israel e Argélia; mamão com o Chile; arroz com o Quênia; pescados com Austrália, Egito e África do Sul; ovos com a Rússia; e café verde com a Zâmbia. “Essa expansão não apenas fortalece a presença do agro do Brasil no cenário mundial, mas também promove desenvolvimento sustentável, geração de renda e emprego, beneficiando diretamente os agricultores ao oferecer novas oportunidades de mercado para seus produtos”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa.

MAPA

Egito abre mercado para carnes de caprinos e ovinos do Brasil

Desde o início de 2023, foram abertos 100 novos mercados para o agronegócio brasileiro. Brasil poderá exportar carnes, produtos cárneos e miúdos de caprinos e ovinos para o Egito

O Egito anunciou hoje a abertura do seu mercado para dois tipos de produtos do agronegócio brasileiro. A partir de agora, o Brasil poderá exportar carnes, produtos cárneos e miúdos de caprinos e ovinos. Com isso, chegou a 100 a marca de aberturas de novos mercados para agronegócio, em 49 países diferentes, desde o início de 2023. Em 15 meses, o número alcançado é o dobro do registrado no mesmo período da gestão anterior, quando 50 mercados foram abertos em 24 países, informou o Ministério da Agricultura. Dos 100 novos mercados, 36 são na Ásia, 35 nas Américas, 17 na África, 7 na Oceania e 5 na Europa.

Globo Rural

EMPRESAS

Com habilitação para o Reino Unido, BRF investirá para aumentar produção de frango em MT

Empresa também vai investir em uma linha de carne de frango processada na planta. Unidade da BRF em Lucas do Rio Verde (MT) abate 300 mil aves por dia

O CEO da BRF, Miguel Gularte, anunciou na terça-feira (19/3) que a empresa vai investir na ampliação da linha de produção de frangos na unidade de Lucas do Rio Verde (MT), a maior da companhia no país. A intenção é elevar 50% o volume abatido, de 300 mil aves para 450 mil aves por dia. A BRF também vai investir em uma linha de carne de frango processada na planta, com maior valor agregado, disse Gularte. A empresa não divulgou os valores que serão aplicados nem o prazo para conclusão das adaptações na planta. Em visita à unidade na terça-feira, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que a planta da BRF de Lucas do Rio Verde foi habilitada para exportar carnes de aves e suínos para o Reino Unido, uma autorização inédita desde o fechamento do mercado europeu após a operação Carne Fraca, em 2017. O frigorífico em Lucas do Rio Verde produz 5 mil suínos por dia. “Com a saída do Reino Unido da União Europeia, decidimos fragmentar as ações e nos dedicamos ao Reino Unido. Foi uma operação de sucesso neste um ano. A BRF cumpriu todas as pendências dos protocolos (…) Essa planta está habilitada para fornecer frangos e suínos para o Reino Unido”, disse Fávaro em discurso no estande da prefeitura de Lucas na Show Safra BR-163, realizada nesta semana no município. O Ministro estava acompanhado de Gularte e Marcos Molina, CEO da Marfrig e presidente do Conselho de Administração da BRF. “Botamos de volta o pé na Europa. Vendemos para o Reino Unido hoje, daqui uns dias vamos vender para toda a União Europeia produtos fabricados e produzidos em Lucas”, completou o ministro, que mora na cidade. A unidade no município mato-grossense também é habilitada para exportação de carnes suína e de aves para a China. As exportações estavam suspensas, mas o embargo foi retirado no ano passado. Miguel Gularte, CEO da companhia, disse que conseguiu a habilitação de 66 plantas em 2023 para exportação para diversos mercados. “Já que ele [Fávaro] abriu o mercado, ele criou um problema, ele fez a fábrica [ficar] pequena. Vamos ter que aumentar a fábrica, não vai dar para fazer o que nós fazíamos. Com o mercado novo, vai ter que ter mais fábrica. O Marcos [Molina] botou a mão no bolso e resolvemos anunciar, vamos aumentar a linha de frangos da BRF em 150 mil frangos por dia, 50% de aumento”, disse Gularte. “Isso significa que quando a gente aumenta a linha de frango, aumenta toda cadeia. Cada real que a gente investe numa linha multiplica por três no resto da cadeia. Também, o Marcos é um visionário, sempre gosta de agregar valor. Não adianta só fazer o frango in natura, vamos fazer também investimento na linha de processados”, completou. Cerca de 60% da produção da BRF no país é destinada à exportação. O Brasil é responsável por quase 40% do frango consumido em todo o mundo, ressaltou o Ministro Carlos Fávaro.

Globo Rural

FRANGOS & SUÍNOS

Poucas alterações nos preços do mercado de suínos

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 128,00, assim como a carcaça especial, com valor de R$ 10,00/kg

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (18), houve queda somente no Paraná, na ordem de 0,32%, chegando a R$ 6,28/kg. Houve aumento de 0,16% no Rio Grande do Sul, alcançando R$ 6,15/kg, e de 0,15% em São Paulo, com valor de R$ 6,72/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,77/kg), e Santa Catarina (R$ 6,12/kg).

Cepea/Esalq

Maior núcleo genético de suínos da América Latina inicia operação em abril no Paraná

Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí (PR), pretende comercializar 10 mil suínos em 2024

Maior núcleo genético de suínos da América Latina e um dos maiores do mundo, a Granja Gênesis, da Agroceres PIC, localizada em Paranavaí, Noroeste do Paraná, vai lançar em abril seus primeiros animais no mercado. Serão mais de mil suínos reprodutores de elite que, inicialmente, serão comercializados para o mercado interno e países da América do Sul. A expectativa da empresa é comercializar, no mínimo, 10 mil suínos só em 2024. A entrada desses animais no mercado está sendo considerada um marco para a suinocultura paranaense e brasileira, uma vez que a Granja Gênesis é a primeira unidade para produção de reprodutores elite no Brasil, o que eleva o nível da criação paranaense. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do país. Em 2023, o Estado abateu 12 milhões de cabeças, representando 21,2% do mercado nacional. “A Granja Gênesis posiciona-se como uma estrutura de excelência para atender o mercado internacional e transforma o Paraná em um polo mundial de exportação de material genético”, destaca o gerente de produção da Agroceres PIC, Nevton Hector Brun. Inaugurada há um ano, com investimento de R$ 332 milhões, a granja é formada por 22 galpões, distribuídos por 70 mil metros quadrados, cuja capacidade é de alojar 3,6 mil fêmeas de altíssimo valor genético. A granja tem capacidade de produzir 15 mil reprodutores de elite por ano, entre bisavôs, bisavós, avôs e avós. A referência familiar traz o histórico da linhagem de cruzamento dos animais selecionados para o melhoramento genético. Para efeito de exemplo e parametrização, uma bisavó influencia a produção de 6 mil suínos e um bisavô a produção de 400 mil suínos. O objetivo da Agroceres PIC é que a Granja Gênesis atenda o mercado sul-americano. Além da Argentina, país onde mantém operação e é líder de mercado, a empresa mantém exportações regulares para o Paraguai e Uruguai. Ela também está habilitada para exportar reprodutores e matrizes para o Chile, Bolívia e Colômbia e mantém tratativas para abertura de mercado no Equador e Peru. “Países como Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e a China também são potenciais compradores do material genético produzido pela empresa”, aponta Brun. Para formar o rebanho da Granja Gênesis, a Agroceres PIC importou mais de 4 mil animais de elite em cinco importações. Essa foi a maior importação da história do segmento brasileiro de genética de suínos. O Paraná foi o Estado que mais investiu em 2023 na importação de suínos de alto valor genético, que ajudam no aprimoramento do rebanho. Foram empregados cerca de US$ 4,1 milhões. O montante representou 74% dos US$ 5,5 milhões investidos nesse setor no país. A logística para trazer esses animais e formar o rebanho da granja em Paranavaí foi uma verdadeira “operação de guerra”, como a própria empresa define. Os reprodutores vieram diretamente de uma granja elite de Ohio, nos Estados Unidos. Um Boeing 747 foi fretado exclusivamente para o transporte dos animais. O projeto da Granja Gênesis soma-se a outro investimento de mais de R$ 40 milhões, a instalação do Inovare Núcleo Genético, da Topigs Norsvin, em Lages (SC). A unidade deve receber os suínos no meio do ano e iniciar a produção de reprodutores em 2025. As duas empresas de genética suína miram a abertura da China e a ampliação dos negócios com países do Sudeste Asiático, da América Latina e com a Rússia – como destacou Brun -, para consolidar o Brasil como fonte alternativa e confiável num mercado dominado por Estados Unidos e Canadá.

Globo Rural

Estabilidade para o mercado do frango

Segundo pesquisadores do Cepea, os valores da carne de frango, que vinham em alta desde meados de janeiro, passaram a cair na segunda quinzena de fevereiro, pressionados pela demanda enfraquecida

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,46%, valendo R$ 6,50/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou inalterado no Paraná, custando R$ 4,58/kg, assim como em Santa Catarina, valendo R$ 4,42/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (18), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,30/kg e R$ 7,46/kg.

Cepea/Esalq

Início de ano surpreende com preços firmes para o mercado do frango, com margens melhores ao setor

Diminuição de abates no final do ano passado ajudaram a manter os valores equilibrados

O início de ano foi considerado surpreendente pelo viés de firmeza nos preços do mercado do frango, segundo o consultor de agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves. De acordo com ele, a atipicidade vem de uma tradição de que todo começo de ano as vendas são mais difíceis, e os preços tendem a baixar. Mas neste ano, uma oferta menor acabou se regulando com a oferta. Ele explica que a diminuição nos abates no final do ano passado (-2,2% no último trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023), ligada a um alto custo dos insumos para a alimentação dos animais (milho e farelo de soja), contribuiu para o cenário. Segundo Alves, a previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) de que o Brasil deve aumentar em 4% as exportações este ano em relação ao ano passado, superando o próprio recorde, é factível, e deve ser um dos drivers de crescimento do setor no Brasil.

Itaú BBA

INTERNACIONAL

Economia da China tem novo problema: seu mercado de trabalho

Dado mais recente do desemprego é “definitivamente uma preocupação”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe do departamento de economia chinesa na firma de análises Capital Economics, em Cingapura

A economia da China tem um novo problema: o desemprego em alta. A taxa subiu pelo terceiro mês seguido, segundo dados divulgados na segunda-feira (18). O número oficial, agora em 5,3%, voltou ao patamar de julho, depois de os aumentos de dezembro e janeiro terem revertido quase meio ano de quedas no indicador. Segundo economistas, os dados sinalizam que a economia se beneficia de estímulos governamentais modestos, mas será preciso fazer mais para garantir uma recuperação durável. A alta no desemprego é apenas mais um dado da rodada de indicadores divulgados em Pequim. A maioria foi positiva: a produção industrial teve um belo aumento em janeiro e fevereiro, em comparação aos mesmos meses de 2023 e grandes fluxos de investimento chegaram às fábricas. Segundo economistas, os dados sinalizam que a economia se beneficia de estímulos governamentais modestos, mas será preciso fazer mais para garantir uma recuperação durável. “Agora não é hora de complacência”, disse Ting Lu, economista chefe do Nomura, em Hong Kong. O aumento do desemprego vem acompanhado de evidências de queda na média de horas de trabalho na China, algo que economistas costumam interpretar como sinal de que as pessoas estão subempregadas, ou trabalhando bem abaixo de seu potencial. Uma preocupação já há muito tempo tem sido o desemprego entre os jovens, que em junho superou os 21%. Logo depois desse anúncio, a agência de estatísticas da China deixou de publicar dados sobre o desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos, atribuindo a decisão a problemas metodológicos que pretendia resolver. Em janeiro, começou a publicar uma nova versão, que colocou o desemprego dos jovens em pouco menos de 15% em dezembro. Hoje, um porta-voz da agência disse que a nova versão não será publicada junto com o indicador geral de desemprego a cada mês, mas divulgada em seu site de dois a três dias depois. Combinados, esses sinais do mercado de trabalho indicam bolsões de fraqueza na economia chinesa, que sente os benefícios do apoio do governo à indústria, mas continua a ter dificuldades diante do consumo apenas moderado e do longo declínio do mercado imobiliário. A enxurrada de dados da segunda-feira reforçou essas diferenças. Há números mostrando que o crescimento das vendas no varejo desacelerou em janeiro e fevereiro e que o investimento em imóveis diminuiu, enquanto a produção industrial e o investimento em prédios, fábricas e outros ativos fixos aumentaram. O dado mais recente do desemprego é “definitivamente uma preocupação”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe do departamento de economia chinesa na firma de análises Capital Economics, em Cingapura. “Embora os dados publicados no geral tenham sido razoáveis, está claro que o consumo interno continua fraco e que a melhora é em grande medida impulsionada pelas exportações e por investimentos estatais financiados por apoio fiscal.” A economia da China expandiu-se 5,2% em 2023, um resultado modesto para os padrões chineses. Para 2024, os líderes do país, estabeleceram como meta um crescimento de 5%, em uma reunião anual no início de março. Muitos economistas a consideram ambiciosa demais. O desempenho de 2023 foi ajudado por uma comparação favorável com 2022, ano de forte desaceleração em razão dos lockdowns contra a covid-19 em grandes cidades, como Xangai. A economia se beneficiou da reabertura após Pequim acabar com os rígidos controles contra a covid-19, um impulso que não se repetirá em 2024. O setor imobiliário continua sendo o maior obstáculo para o crescimento chinês. O investimento e a construção imobiliária chegaram a representar 25% ou mais da produção econômica anual na China. Agora, entretanto, o início de novas construções está parado, as vendas desabaram e os preços estão em queda. As vendas de novas residências caíram 32,7%, em valor, no período de janeiro a fevereiro em comparação aos mesmos meses de 2023, segundo os dados de hoje, uma queda bem maior do que a de 6% registrada para todo o ano de 2023. Em área útil, caíram 25% em comparação ao primeiro bimestre de 2023, enquanto os inícios de novas construções pelas incorporadoras de imóveis recuaram 29,7%. Por sua vez, o declínio do mercado imobiliário vem prejudicando o consumo, que ficou aquém das expectativas no pós-pandemia, uma vez que as famílias têm optado por poupar mais e gastar menos em meio à queda dos preços e das vendas de imóveis. As vendas no varejo em janeiro e fevereiro subiram 5,5% na comparação anual, um resultado razoável, mas abaixo da alta de 7,4% registrada em dezembro. A agência de estatísticas da China costuma agrupar janeiro e fevereiro para abrandar as distorções das festividades do Ano Novo Lunar chinês, quando muitas empresas fecham as portas e os trabalhadores deixam as grandes cidades para visitar suas famílias. O governo chinês tem resistido à ideia de responder aos desafios da economia com políticas de grandes estímulos como as adotadas no passado, por temer que tais medidas poderiam reacender um frenesi no mercado imobiliário. Em vez disso, optou por direcionar dinheiro para a indústria. O investimento do setor privado subiu apenas 0,4% nos primeiros dois meses de 2024, mas o investimento total saltou 4,2%, impulsionado por dinheiro governamental. O investimento em serviços e indústria de alta tecnologia cresceu 10%, de acordo com os dados. A esperança é que a aposta redobrada na competência industrial da China impulsione o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que a economia se livra da dependência excessiva em relação ao mercado imobiliário. Embora a China venha tendo rápido sucesso em segmentos como os de equipamentos de energia renovável e automóveis, especialmente veículos elétricos, seu foco na competitividade das exportações por meio de empréstimos subsidiados à indústria e preços baixíssimos vem alimentando tensões comerciais com outros países. Louise Loo, economista-chefe da China na firma de análises Oxford Economics, disse que o aumento do desemprego sinaliza que, embora as empresas estejam elevando a capacidade produtiva graças ao auxílio do governo, elas não estão vendo demanda suficiente para justificar a contratação de mais pessoal. Ela estima que o desemprego chinês estaria em torno a 4% se a economia estivesse operando com potencial pleno. “Vejo isso como um sintoma de fraqueza na demanda”, disse Loo.

Dow Jones — Cingapura/Valor Econômico

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