Ano 10 | nº 2165 |21 de fevereiro de 2024
NOTÍCIAS
Caiu a cotação da arroba do “boi China” em São Paulo
Na terça-feira, o mercado abriu ofertando menos R$5,00/@ nas negociações com o boi para a China
Segundo levantamento da terça-feira (20/2) da Scot Consultoria, a cotação do “boi-China” em São Paulo abriu o mercado valendo R$ 5/@ a menos – agora negociado por R$ 240/@. “O volume de negócios não está grande e nota-se a crescente oferta de fêmeas para o abate, principalmente de novilhas”, afirmaram os analistas da Scot. O boi gordo “comum” (sem prêmio-exportação) segue R$ 235/@, enquanto a vaca e novilhas gordas são negociadas por R$ 210/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot. O volume de negócios não está grande e nota-se a crescente oferta de fêmeas para o abate, principalmente de novilhas. Exportação de carne bovina in natura tem desempenho expressivo em fevereiro. Até a terceira semana de fevereiro, a exportação somou 104,9 mil toneladas, média diária de 10,49 mil t/dia, aumento de 49,4% em relação à média diária reportada em fevereiro/23. O preço pago pela tonelada da carne bovina exportada está em US$4,53 mil, retração de 6,5% em relação à média de fevereiro/23. O faturamento diário em fevereiro, até o momento, foi de US$47,6 milhões/dia, crescimento de 39,6% na comparação anual, em função do maior volume exportado. No mercado atacadista de carne com osso, as cotações das carcaças casadas de bovinos castrados e de bovinos inteiros caíram 1,9% e 2,4%, respectivamente, na comparação semanal. O comportamento de preços é comum para o período – Quaresma e segunda quinzena do mês – por conta do consumo retraído. Quanto às outras proteínas, a carcaça especial suína* e o frango médio**, apresentaram queda de 3,0% e -1,4% na semana, respectivamente. Visto que a carne suína teve maior variação negativa, ela estava mais competitiva frente às outras proteínas. *Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha. **Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%.
Scot Consultoria
Preço do boi gordo deve continuar caindo
Recuos refletem ainda o movimento mais fraco pós feriado de Carnaval e a diminuição das compras e negociações dos frigoríficos
Exportações de carne bovina in natura encerraram a segunda semana desse mês com a melhor marca desde setembro de 2022. O preço da arroba do boi gordo para fevereiro acompanhou o movimento do mercado físico e registrou quedas no comparativo diário, com desvalorização de 0,23%, sedo cotada a R$ 237,50 na segunda-feira (19/2). Os dados são da consultoria Agrifatto, que prevê a continuidade dos recuos, que refletem ainda o movimento mais fraco pós feriado de Carnaval e a diminuição das compras e negociações dos frigoríficos.
Globo Rural
Brasil vai bem nas exportações de carne bovina, mas ‘sonha’ com Japão e Coreia do Sul como destinos
Especialistas apontam que estes países asiáticos, por serem bastante exigentes, seriam mais do que compradores em volume, mas ‘cartões de visita’ pela aprovação da qualidade da proteína brasileira
As exportações de carne bovina brasileira, somando in natura e processada, fecharam o ano de 2023 com volume 8,15% maior que em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO). Neste início de 2024, o montante exportado em toneladas em janeiro também cresceu em relação ao mesmo mês de 2023, na ordem de 28%. Entretanto, a receita pelas vendas internacionais da proteína brasileira vem registrando queda desde o ano passado, resultado de uma redução nos preços pagos pelos principais países importadores, principalmente a China. Segundo dados da plataforma ComexVis do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a China representou em 2023 60% do faturamento brasileiro com as vendas de carne bovina, seguido do Chile, com 5,1% e Estados Unidos, com 4,9%. De acordo com Paulo Mustefaga, Presidente Executivo da ABRAFRIGO, nos últimos anos o Brasil se consagrou como um dos grandes exportadores de carne bovina, acessando importantes mercados como Estados Unidos, Canadá, México e Rússia. “O que ainda falta seria alguns mercados asiáticos importantes, como Coreia do Sul, que já existe uma negociação, e o Japão, que hoje é o terceiro mercado mais importante do mundo, atrás de China e Estados Unidos”, afirma. O mercado da Coreia do Sul, um dos mais exigentes, só aceita importações de carne bovina e suína de locais que sejam livres de febre aftosa sem vacinação. Entre os dias 9 e 14 de novembro de 2023, uma delegação sul coreana visitou propriedades e plantas frigoríficas nos três Estados da região Sul do Brasil, conforme agenda organizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). “No último dia de trabalho, eles conheceram o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, localizado no Rio Grande do Sul. Os dois estados vizinhos conquistaram recentemente a certificação como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) aos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso, mas ainda falta o reconhecimento da condição pelas autoridades sul-coreanas”, informou a Cidasc-SC. Mustefaga detalha que a ABRAFRIGO participa das tratativas, mas que quem lidera as negociações é o MAPA, “e pelo que temos conhecimento, está avançando o acordo”. “O próprio ministro (Carlos Fávaro) já deu declarações recentemente à imprensa sobre isso, e o setor espera que isso se concretize. E vai representar uma quebra de paradigma também, porque é um mercado importante do ponto de vista econômico, paga bem, é muito exigente. Seria mais uma chancela para a qualidade da carne bovina do Brasil”, disse. Para além da Coreia do Sul, o Japão também é elencado por Mustefaga como um dos top 3 mercados mais importantes no mundo para a carne bovina, e extremamente exigente. Assim como a Coreia do Sul, o Japão apenas importa carne bovina de regiões livres de febre aftosa sem vacinação. No final do ano passado, delegações chinesas anunciaram visitas ao Brasil para vistorias em plantas frigoríficas de carne bovina em prospecção à novas habilitações. Segundo Paulo Mustefaga, no ano passado, foram 15 plantas que receberam auditoria de autoridades chinesas, e os resultados oficiais ainda não saíram. Neste ano, agora em janeiro, houve uma auditoria online, por vídeo, com 28 frigoríficos, perfazendo 43 indústrias no total que aguardam para serem habilitadas. Fora isso, outros 33 frigoríficos cujos questionários foram mandados para a China foram rejeitados pois havia alguma não-conformidade nos documentos, segundo o presidente executivo da ABRAFRIGO. “Qualquer número (de frigoríficos) que seja aprovado, isso para o Brasil é bom, porque são mais empresas exportando, mais benefícios. Mas vale lembrar que a China não paga mais tão bem pela carne como era há dois ou três anos”, disse. Mustefaga pontua que, em 2021, quando houve o boom de exportações de carne bovina para a China, o gigante asiático chegava a pagar cerca de US$ 7 mil dólares por tonelada da proteína, que caiu para US$ 6.385 em 2022 e US$ 4.761 em 2023. “A China passa por uma severa questão econômica, mas o volume embarcado acaba suplantando a questão do valor. Vale lembrar também que em 2021/22, com a alta nas exportações, a arroba do boi aqui era alta e o custo de produção também, mas agora o custo da matéria prima também baixou”, explica. Ao passo que o Brasil conquistou os mercados mais importantes no mundo para a venda de carne bovina, como China, Estados Unidos, México e Canadá, o país foi perdendo espaço na União Europeia, onde no início dos anos 2000 havia grande fatia das vendas. Conforme explica Paulo Mustefaga, no início dos anos 2000 as exportações da proteína bovina brasileira para a União Europeia representavam quase 40%. Hoje o Brasil exporta o equivalente a 3,5% em volume e 5% em valor, por ser uma região que importa produtos com valor agregado maior. “É preciso ponderar que conquistamos o mercado chinês, que é 50% do que exportamos em volume. No caso da União Europeia, os problemas que vêm se acumulando são sobre questões restritivas que o próprio bloco coloca, como questões sanitárias de rebanho, o que não é justificável tecnicamente, porque o Brasil não tem problemas com nenhum outro mercado comprador”, afirma. Para o Presidente Executivo da ABRAFRIGO, são barreiras muito ligadas ao protecionismo econômico, uma vez que o Brasil possui preços bastante competitivos. “Praticamente todo o país é livre de aftosa com vacinação e estamos avançando em estados livre da doença sem vacinação. E agora tem a questão das barreiras ambientais que a União Europeia aprovou sobre a rastreabilidade, questão de desmatamento. É preciso considerar que o Brasil tem leis ambientais rígidas”. Mustefaga detalha que é difícil estimar o quanto uma retomada aos antigos patamares de exportações de carne bovina para a União Europeia representaria. “Mas é claro que se estivéssemos exportando para a União Europeia nos mesmos volumes do passado, nas condições normais de mercado, representaria uma oportunidade comercial excelente para o setor. No caso da União Europeia, são carnes de maior valor agregado, com maior preço”, apontou.
Notícias Agrícolas
Mercado físico do boi gordo com poucas mudanças
Segundo a Safras Consultoria, a dinâmica do mercado físico do boi gordo apresentou poucas mudanças, com acomodação dos preços em grande parte do país
O consultor da Safras, Fernando Henrique Iglesias, diz que os frigoríficos ainda desfrutam de uma frente relativamente confortável em suas escalas de abate. Mesmo assim, esbarram na resistência dos pecuaristas para pressionar ainda mais os preços da arroba país afora. “Lembrando que as pastagens ainda apresentam boas condições, permitindo que o pecuarista adote a retenção como estratégia recorrente, cadenciando o ritmo dos negócios e dificultando movimentos mais agressivos de queda”, indica. Preços do boi gordo em 20 de fevereiro de 2024: São Paulo, Capital: R$ 238,00 a arroba (queda de R$ 1,00). Goiânia, Goiás: R$ 222,00 a arroba (queda de R$ 2,00). Uberaba, Minas Gerais: R$ 242,00 a arroba (inalterado). Dourados, Mato Grosso do Sul: R$ 227,00 a arroba (inalterado). Cuiabá, Mato Grosso: R$ 211,00 a arroba (inalterado). O mercado atacadista volta a se deparar com preços acomodados no decorrer da semana. Iglesias diz que o ambiente de negócios sugere alguma queda das cotações, considerando o menor apelo ao consumo durante a segunda quinzena do mês, tornando a reposição mais lenta entre atacado e varejo. Por sua vez, a carne bovina acaba perdendo competitividade neste momento do mês diante da queda dos preços da carne de frango. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 19,00 por quilo. A ponta de agulha permanece precificada a R$ 13,50. O quarto dianteiro também permanece cotado a R$ 13,50.
Agência Safras
Para além da carne: exportações de gado em pé
O balanço das exportações de gado vivo, ou ‘gado em pé’ de 2023 pelo Brasil ainda não foi finalizado, mas a perspectiva é de que tenha havido alta considerável em relação ao ano de 2022, segundo Ana Paula Oliveira. Médica veterinária e Zootecnista, mestre em Produção Animal pela FMVZ Unesp e analista de mercado da Scot Consultoria
Ela explica que em 2022, o Brasil representava 3,78% da exportação mundial nesta modalidade, segundo o mais recente resultado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). “Em 2023 esse cenário deve mudar, apesar de não ter números oficiais, este número deve ter sido superado. Havia expectativa de 380 mil cabeças, e analisando o número geral, 2023 foram quase 600 mil cabeças. É um número que esperávamos ver somente na conclusão de 2024”, afirma a analista. Este aumento das exportações de gado em pé pelo Brasil em 2023 deve, inclusive, desbancar alguns dos grandes players neste tipo de embarque, de acordo com Ana Paula. Em 2022, a União Europeia figurava em primeiro lugar, seguido de México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil. “Em 2023 o Brasil deve chegar entre os três primeiros exportadores, deixando os Estados Unidos para trás, com menor rebanho no ano passado, e brigando com o Canadá e o México”, afirmou. Um dos mercados-alvo do Brasil na exportação de gado vivo, segundo a especialista, é o Vietnã, que já está ‘aberto’ desde 2021, mas ainda sem negociações consistentes. A Turquia é um dos principais compradores do Brasil, e tem uma questão cultural dos abates, há uma exigência; em seguida vem o Egito e o Iraque. “O que vemos para o futuro próximo está mais relacionado ao aumento do volume comprado, como vemos acontecendo com o Egito, por exemplo”, explicou. Sobre a rentabilidade, Ana Paula detalha que, se a análise das exportações de gado em pé for feita com foco na contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB), o faturamento é pequeno: são US$ 500 milhões dólares ano, o que foi atingido em 2023. “A gente não consegue ver um número representativo como um todo, mas num pico de baixa de preço, por exemplo, quando exportamos esses bovinos, tem um retorno financeiro ao pecuarista muito mais rápido, o que melhora a condição de quem está vendendo”, explicou. Entre os gargalos para este tipo de exportação para o ano de 2024, a analista elenca, além dos custos de produção para o gado, as questões logísticas. Os principais compradores do Brasil são do Oriente Médio, e hoje com estes conflitos armados, a analista afirma que é preciso fazer uma rota diferente, o que pode ser desafiador este ano. Podemos perder algum espaço para a Austrália pela questão da distância, para não passar pelo Mar Morto. Esse seria o principal desafio para o ano de 2024, a logística, para além dos custos com a alimentação dos animais por causa da quebra de safras de grãos”, finalizou.
Notícias Agrícolas
Mobilização de fiscais agropecuários trava cargas e preocupa frigoríficos
Em Foz do Iguaçu (PR), quase 2 mil caminhões estão enfileirados, enquanto responsáveis aguardam a liberação de cargas dos dois lados da fronteira Brasil e Paraguai
A mobilização dos auditores fiscais federais agropecuários, que começou em 22 de janeiro e ganhou reforço nesta semana, começou a impactar as operações do setor privado. Em Foz do Iguaçu (PR), quase 2 mil caminhões aguardam na fila para liberação de entrada ou saída do país, nos postos avançados nos lados brasileiro e paraguaio. São ao menos 240 processos acumulados na fronteira que dependem de despacho dos servidores federais para que as cargas sigam viagem. Os caminhões estão carregados com cargas de milho, soja, trigo, arroz farinha de trigo, óleo vegetal, frutas, vinhos, frutas cristalizadas, produtos lácteos, carne bovina, suína e de frango, peixes e rações para exportação ou importação. As atividades foram interrompidas na aduana, na terça-feira (20/2). Apenas alguns produtos perecíveis passaram pela fiscalização. A direção da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) tentarão negociar um desfecho. Em 2022, os postos da fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, no Paraguai, registraram situação semelhante por conta de ação dos auditores fiscais da Receita Federal. A mobilização, chamada de “operação padrão”, também causa atrasos na rotina dos frigoríficos de aves, suínos e bovinos pelo país. A emissão de certificados para exportação nas plantas com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) tem demorado mais que o comum, segundo relatos de empresários do setor. Grandes conglomerados da indústria de carnes já informaram o potencial de gravidade da situação ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Uma carga de exportação de ovos férteis no aeroporto de Guarulhos (SP) foi travada recentemente por questões documentais que eram comumente resolvidas antes da mobilização. Fávaro deverá receber o Anffa Sindical nesta quarta-feira (21/2). O setor produtivo entende e apoia a reivindicação dos auditores, mas não quer que os impactos se tornem prejuízos. A temperatura aumentou nesta semana. Os auditores intensificaram a operação depois de considerarem “absurda” uma proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Há expectativas de que os reflexos sejam sentidos até o fim desta semana também no Porto de Santos e nas escalas de abates dos frigoríficos. A categoria reivindica melhorias salariais e reestruturação na carreira. A proposta do MGI, apresentada no dia 15 de fevereiro, no entanto, desagradou os servidores. A reclamação é com o tratamento aos auditores agropecuários na comparação com outras carreiras, que receberão aumentos mais expressivos, como os servidores da Receita Federal e da Polícia Federal. Em alguns casos, os salários chegarão a R$ 40 mil em 2026, no fim do governo Lula. Para os auditores fiscais agropecuários, o Executivo sugeriu um teto de R$ 25 mil.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar cai ante real após corte de juros para setor imobiliário chinês
O dólar à vista fechou a terça-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, onde os mercados reagiram positivamente ao corte de juros para o setor imobiliário realizado pela China
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9319 reais na venda, com queda de 0,61%. Em fevereiro, a moeda norte-americana acumula baixa de 0,13%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,55%, a 4,9355 reais. No início do dia, a China anunciou a maior redução já registrada em sua taxa de referência para hipotecas, com as autoridades buscando sustentar o mercado imobiliário e a economia em geral. O corte de 25 pontos-base na taxa primária de empréstimos (LPR) de cinco anos foi o maior desde que ela foi adotada, em 2019, e ficou acima das expectativas dos economistas, que esperavam redução de 5 a 15 pontos-base. A LPR de cinco anos foi reduzida de 4,20% para 3,95%, enquanto a LPR de um ano seguiu em 3,45%. A maioria dos empréstimos novos e pendentes na China tem como base a LPR de um ano, enquanto a taxa de cinco anos influencia o preço das hipotecas. “A medida tem um objetivo claro: dar impulso ao setor imobiliário chinês. Porém, é bom ter claro que essa taxa vale apenas para os novos empréstimos e só se aplicará para o estoque existente de financiamentos em janeiro de 2025”, pontuou Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, em comentário enviado a clientes. “De qualquer forma, não deixa de ser uma boa notícia, e as autoridades já manifestaram que as taxas para empréstimos ainda têm espaço para quedas adicionais”, acrescentou. Assim, mais do que o corte de juros para o setor imobiliário em si, a decisão da China elevou a expectativa de que o gigante asiático possa adotar outras medidas para estimular a economia, o que traria reflexos favoráveis para as divisas de países exportadores de commodities. Neste cenário, o dólar cedia ante as divisas fortes e em relação à maioria das moedas de exportadores de commodities e emergentes, incluindo o real. Após ter marcado uma cotação máxima de 4,9664 reais (+0,09%) às 9h57, o dólar à vista cedeu para uma mínima de 4,9250 reais (-0,75%) às 14h58. “Essa história de a China cortar os juros em 25 pontos-base fez preço, porque é um valor que o mercado não esperava. O mercado esperava um corte muito menor”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Muita gente desmontou posição defensiva (no dólar), e ele foi para perto de 4,92 reais”, acrescentou. No restante da tarde, houve certa recuperação da moeda norte-americana ante algumas divisas no exterior, mas ainda assim o viés principal era de queda. Internamente, as atenções se voltavam para as discussões, dentro do governo, em torno da proposta para reoneração da folha de pagamentos dos setores hoje beneficiados.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com Carrefour Brasil em destaque; Vale e Petrobras recuam
O Ibovespa fechou em alta na terça-feira, tendo as ações de bancos entre os principais suportes, enquanto os papéis do Carrefour Brasil dispararam mais de 11% com analistas enxergando um cenário mais promissor para o varejista após prejuízo no último trimestre do ano passado.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,68 %, a 129.916,11 pontos, encerrando na máxima do dia, mas com a queda de Vale e Petrobras evitando um fechamento acima dos 130 mil pontos. O volume financeiro somou 28,3 bilhões de reais. A bolsa paulista encontrou apoio na queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, onde o Treasury de 10 anos marcava 4,2733% no final da tarde, de 4,295% na véspera, endossando o alívio na curva de juros local. As bolsas norte-americanas, por sua vez, tiveram uma sessão negativa, com o Nasdaq caindo 0,92%, pressionado pelas ações da Nvida antes da divulgação do resultado da fabricante de chips na quarta-feira, após o fechamento do mercado. O S&P 500 cedeu 0,60%. Investidores também aguardam na quarta-feira a ata da última decisão de política monetária do Federal Reserve, quando o banco central dos EUA manteve a taxa de juros daquele país entre 5,25% e 5,50% e afirmou que precisava de mais “confiança” em relação à inflação para começar a cortar. Naquela ocasião, no final do mês passado, o chair do Fed, Jerome Powell, esfriou de vez as apostas de um corte ainda no primeiro trimestre do ano ao afirmar que avaliava não ser “provável que o comitê atingirá um nível de confiança no momento da reunião de março”. Dados de fluxo externo da B3 ainda mostram saída líquida da bolsa paulista em fevereiro, de cerca de 6,9 bilhões de reais até o dia 16. No primeiro mês do ano, as vendas de estrangeiros superaram as compras em quase 7,9 bilhões de reais.
Reuters
EMPRESAS
Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária é instalada para julgamento dos processos da Lei do Autocontrole
Instituída pela Lei 14.515, compete ao colegiado os julgamentos dos processos administrativos em terceira e última instância
Foi instalada na terça-feira (20) a Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária (CERDA) que irá realizar o julgamento do processo administrativo em terceira e última instância referentes as infrações aplicadas pela Lei n° 14.515/2022, que dispõe sobre os programas de autocontrole dos agentes privados regulados pela defesa agropecuária. “A tão sonhada efetivação da Lei do Autocontrole se tornou realidade com a instalação da Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária. A ideia é desburocratizar os processos administrativos dando celeridade nos julgamentos. Agora vamos para a prática, garantido a qualidade dos produtos brasileiros, mas com parceria da iniciativa privada. Hoje é um grande dia da modernização do Ministério da Agricultura com respeito ao autocontrole”, ressaltou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. A comissão será permanente e o colegiado é composto por dez membros, sendo cinco titulares e cinco suplentes, representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na abertura dos trabalhos, o Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou que a instalação da comissão, além de ser um comando legal da Lei nº 14.515/2022, é importante para dar vazão aos processos que estão parados aguardando julgamento. Goulart ainda apontou que a estimativa da SDA é de cerca de oito mil autos de infração ao ano referentes as atividades regulatórias. Após a instalação, o grupo realizou a primeira reunião ordinária para discussões do regimento interno e como será o funcionamento da Comissão diante suas atribuições prevista pela Lei. Ao todo, já constam 229 processos administrativos de fiscalização agropecuária para julgamento do colegiado que somam um montante de aproximadamente R$ 50 milhões em multas. Definidas pela Lei nº 14.515/2022, as infrações serão aplicadas e graduadas de acordo com o risco para a defesa agropecuária. Elas podem ser classificadas de natureza leve, de natureza moderada, de natureza grave, e de natureza gravíssima. Já as sanções podem ser advertência, multa, apreensão de produto, condenação de produto, inutilização (produto, embalagem, rótulo), recolhimento de produto, interdição (atividade, seção, estabelecimento), suspensão (registro, cadastro, credenciamento, comercialização, fabricação, produto, estabelecimento), cancelamento (credenciamento, licença de produto, registro de produto, registro de estabelecimento, e cassação de registro de produto. O julgamento em primeira instância ocorre a partir da emissão do auto de infração, por meio de processo administrativo de fiscalização agropecuária. Neste caso o infrator tem, a partir do recebimento da atuação, 20 dias para apresentar sua defesa. Já o julgamento em segunda instância é realizado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa. Aqui o autuado também terá mais 20 dias para apresentar nova defesa. Caso o processo siga para a terceira e última instância, caberá a Comissão Especial de Recursos de Defesa Agropecuária julgar e emitir parecer da sanção que será aplicada. Na aplicação das penalidades serão consideradas as circunstâncias agravantes e atenuantes. O que é Autocontrole? Se afastando da ideia de autoinspeção e autorregulação, o autocontrole pode ser descrito como um novo modelo em que o sistema de fiscalização da produção no país será compartilhado com o setor privado. Desta forma, a Lei do Autocontrole não deve ser confundida com a retirada dos controles da defesa agropecuária do cenário produtivo, mas que as responsabilidades por controles de produtos animais e vegetais passam a ser divididas entre o governo e os produtores. Integrantes da CERDA: Mapa: Andreia Gerk como primeira titular e Wendel Amaral como segundo titular, e Juliana Ishii como primeiro suplente e Alessandra Trevisan como segundo suplente. MJSP: Marco Palhano como titular e Antoniel Lima como suplente. CNI: Leonardo Borges como titular e Christina Dias como suplente. CNA: Maciel Silva como titular e Marina Zimmermann como suplente.
MAPA
FRANGOS & SUÍNOS
Preços em queda para o mercado de suínos
O viés de queda predominou nesta terça-feira (20) para o mercado de suínos. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços da carne suína vêm subindo com mais força em relação às concorrentes (de frango e bovina) no atacado da Grande São Paulo, perdendo competitividade frente às duas proteínas.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 129,00, enquanto a carcaça especial caiu 1,02%, com valor de R$ 9,70/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (19), houve tímida alta somente em Santa Catarina, na ordem de 0,16%, alcançando R$ 6,16/kg. Houve queda de 1,17% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,78/kg, baixa de 0,47% no Paraná, custando R$ 6,35/kg), retração de 0,16% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 6,15/kg, e de 0,74% em São Paulo, fechando em R$ 6,74/kg.
Cepea/Esalq
Frango: preços estáveis no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável, valendo R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado caiu 1,16%, valendo R$ 6,82/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, valendo R$ 4,52/kg, assim como em Santa Catarina, custando R$ 4,44/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (19), tanto a ave congelada quanto o frango congelado tiveram aumento de 0,2%, valendo, respectivamente, R$ 7,42/kg e R$ 7,54/kg.
Cepea/Esalq
Hong Kong suspende importação de carne e produtos de aves de áreas do Japão, Polônia e EUA por casos de gripe aviária
O Centro de Segurança Alimentar (CFS) do Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental anunciou que, em vista de uma notificação do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão sobre um surto de gripe aviária H5 altamente patogênica na província de Kagoshima no Japão
Além disso houve notificações da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês) sobre surtos de gripe aviária H5N1 altamente patogênica no distrito de Iławski da região de Warmińsko-Mazurskie e no distrito de Brzeski da região de Opolskie na Polônia, e no condado de Gage do estado de Nebraska no Estados Unidos (EUA). O CFS instruiu o comércio a suspender a importação de carne e produtos de aves (incluindo ovos de aves) das áreas acima mencionadas com efeito imediato para proteger a saúde pública em Hong Kong. Um porta-voz do CFS disse que, de acordo com o Departamento de Censo e Estatística, Hong Kong importou cerca de 1 990 toneladas de carne de aves congelada e cerca de 281,33 milhões de ovos de aves do Japão, cerca de 3 110 toneladas de carne de aves congelada da Polónia e cerca de 37 770 toneladas de carne de aves resfriada e congelada e cerca de 83,84 milhões de ovos de aves dos EUA no ano passado. “O CFS contactou as autoridades japonesas, polacas e americanas sobre as questões e irá monitorizar de perto as informações emitidas pela WOAH e pelas autoridades relevantes sobre os surtos de gripe aviária. Serão tomadas medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação”, disse o comunicado. disse o porta-voz.
CFS Hong Kong
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