CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2106 DE 16 DE NOVEMBRO DE 2023

clipping

Ano 9 | nº 2106 |16 de novembro de 2023

 

 NOTÍCIAS

Mercado estável em São Paulo

Com as indústrias frigoríficas fora de compras, as cotações estão estáveis na comparação feita dia a dia, cenário que persiste há 33 dias

Com isso, o boi gordo “comum” (destinado ao mercado interno) é negociado por R$ 235/@, enquanto a vaca e novilhas gordas valem R$ 215 e R$ 225/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), acrescentou a Scot. Por sua vez, o “boi-China” está cotado em R$ 240/@ (base SP), no prazo, valor bruto – um ágio de R$ 5/@ sobre o animal macho “comum”. O boi destinado ao mercado interno está sendo negociado em R$235,00/@, a vaca em R$215,00/@ e a novilha em R$225,00/@, preços brutos e a prazo. O “boi China” está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@. Na região Sul do Tocantins, as cotações do boi comum e do boi destinado a exportação caíram R$5,00/@ na comparação diária. Às demais categorias de bovinos destinados ao abate, estabilidade. O boi destinado ao mercado interno está sendo negociado em R$215,00/@, a vaca e a novilha gordas, ambas, em R$205,00/@, preços brutos e a prazo. O “boi China” está sendo negociado em R$215,00/@, preço bruto e a prazo. Não há ágio. Na região de Belo Horizonte em Minas Gerais, com escalas de abate para sete dias, em média, as cotações do boi e da novilha estão estáveis na comparação diária. Para a cotação do “boi China”, acréscimo de R$5,00/@ e para a vaca gorda, alta de R$2,00/@. O boi comum está sendo negociado em R$217,00/@, a vaca e a novilha gordas, ambas, em R$205,00/@, preços brutos e a prazo. O “boi China” está sendo negociado em R$230,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$13,00/@. Na exportação de carne bovina in natura, até a segunda semana de novembro, foram movimentadas 73,2 mil toneladas de carne bovina in natura, e a média diária embarcada foi de 10,4 mil toneladas, aumento de 40,5% frente à média diária em novembro/22. Na mesma comparação, o preço pago por tonelada ficou em US$4,6 mil, queda de 12,0%.

Scot Consultoria

Mercado físico do boi gordo segue com preços firmes

Escalas de abate ficam mais curtas para atender consumo aquecido no país. A intensificação do tempo seco acabou pressionando as cotações do boi gordo nas praças do Pará e do Tocantins, informou a consultoria a S&P Global. No restante das regiões monitoradas pela consultoria, os preços da arroba permaneceram estáveis

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate começam a apertar em alguns estados, sugerindo pela continuidade desse movimento no curto prazo. Iglesias ressalta que o feriado da Proclamação da República tende a quebrar o ritmo das negociações e dificultar a composição das escalas de abate. A demanda por carne bovina está em seu ápice, motivada por três fatores: entrada do 13º salário e demais bonificações, as confraternizações de fim de ano, criação de postos temporários de emprego. Com isso, as indústrias têm a necessidade de manter as escalas relativamente confortáveis para atender todo esse consumo, afirma o analista. Preço da arroba de boi gordo pelo Brasil: São Paulo: R$ 238. Goiânia (GO): R$ 237. Uberaba (MG): R$ 230. Dourados (MS): R$ 231. Cuiabá (MT): R$ 207. O mercado atacadista apresentou preços firmes às vésperas do feriado. A expectativa ainda é de alta dos preços no curto prazo, em linha com o auge do consumo no mercado interno. É importante mencionar que o perfil de consumo para essa época do ano sinaliza para a preferência por cortes de maior valor agregado, considerando a capitalização da população. O quarto traseiro permaneceu com preço de R$ 19 o quilo. O quarto dianteiro seguiu no patamar de R$ 12,80 o quilo. A ponta de agulha ainda é precificada a R$ 13 o quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Brasil conquista mercado de gelatina e colágeno bovinos em Singapura

Singapura anunciou a abertura de seu mercado para gelatina e colágeno bovinos provenientes do Brasil. As negociações para a aprovação do Certificado Sanitário Internacional (CSI), exigido para o comércio desse tipo de produto para consumo humano, duraram cerca de um mês

Em 2022, o país asiático importou o equivalente US$ 62 milhões dos dois produtos, sendo aproximadamente US$ 6 milhões em gelatina bovina, principalmente da China, e cerca de US$ 56 milhões em colágeno, oriundo dos Estados Unidos. O colágeno bovino é um insumo com diversas propriedades tecnológicas e nutricionais. É muito utilizado na indústria alimentícia, para a produção de embutidos, e como matéria-prima para a fabricação de remédios e cosméticos. Esse novo anúncio soma-se à recente abertura do mercado de Singapura para crustáceos e moluscos bivalves congelados e para carnes bovina e suína processadas do Brasil, o que deverá contribuir para o aumento do fluxo comercial com aquele país. Tais resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

MAPA

Queda da arroba do boi gordo reduz intenção de confinamento em Mato Grosso

Dos 115 pecuaristas ouvidos pelo Imea no último mês, 75,6% afirmaram que irão confinar este ano ante 78,85% em julho

A desvalorização da arroba do boi gordo no terceiro trimestre deste ano contribuiu para reduzir as intenções de confinamento de gado em Mato Grosso, segundo aponta levantamento realizado em outubro pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). Dos 115 pecuaristas ouvidos pelo instituto no último mês, 75,6% afirmaram que irão confinar este ano ante 78,85% em julho. Com isso, a previsão é de que o volume total de gado confinado alcance 555,18 mil cabeças bovinas, queda de 10,22% ante o levantamento anterior e de 21,17% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. “Apesar do custo médio da diária confinada, de R$ 14,48/cab/dia, estar R$ 1,57/cab/dia menor que no mesmo período de 2022. O que levou a este movimento, de menor volume de animais confinados, foi, principalmente, as quedas nos preços do boi gordo, que estreitaram a margem da atividade em relação aos anos anteriores”, aponta o levantamento. O preço do boi gordo foi apontado como principal preocupação de 51,8% dos pecuaristas entrevistados pelo Imea em outubro, seguido da baixa lucratividade (15,4%) e da economia e da política, mencionadas cada uma por 9,62% dos produtores ouvidos. Entre o segundo o terceiro trimestre, a cotação da arroba no Estado passou de R$ 226,39 para R$ 194,92, segundo o Imea.

GLOBO RURAL

Preço da carne bovina subiu em outubro

As cotações da proteína estavam em queda, praticamente, há 20 meses. Consumo de carne bovina se mantém sensível a aumentos de preço

Depois de 20 meses de deflação praticamente ininterrupta, as carnes bovinas embicaram para cima em outubro. O valor pago ao produtor, que havia recuado cerca de 22%, deu um salto de 10% mês passado. No varejo, a picanha acumulava queda de 7% até setembro, porém mudou de sinal e subiu 1,5% em outubro. “Nos próximos meses, devemos continuar a ver aumentos tanto no atacado quando no varejo”, avalia o economista Matheus Peçanha, pesquisador do Ibre/FGV. Ele destaca que, durante o período de deflação, apenas quatro meses tiveram “ligeiros repiques” (julho e dezembro de 2022; abril e julho de 2023). “Fora esses meses, houve queda em sequência no valor da carne. Porém, agora em outubro, a tendência foi revertida. E foi uma reversão de tendência mesmo, não se trata mais um repique como os anteriores, porque agora subiu quase 10% no atacado”, diz o economista. O pesquisador do Ibre/FGV destaca os principais fatores que influenciaram o movimento, a começar pelo chamado ciclo da pecuária, que levou vários produtores a abater matrizes em 2022, ampliando a disponibilidade de carne, o que favoreceu a queda dos preços. “Com número menor de matrizes, menos bezerros nascem, o que acaba levando a uma reversão de tendência lá na frente. E agora chegamos justamente a esse segundo estágio”, diz ele. Além da menor oferta e da sazonalidade, a cotação da soja também tem impacto relevante nas carnes, especialmente a partir de 2024, avalia Peçanha, por ser um item de maior peso entre os insumos da pecuária. Após fase de queda, o grão voltou a subir, com impacto na alimentação bovina. O pesquisador do Ibre/FGV destaca ainda as “duas velocidades” dos preços praticados pelo atacado e o varejo. “Quando o atacado sobe os custos, o varejo acompanha com muito mais rapidez do que ao repassar uma queda, que costuma ser bem mais lenta. Então houve a reversão logo em outubro, e o consumidor já sentiu essa diferença também já em outubro”, diz Peçanha. “A cotação da carne vinha caindo desde o início, porém começou cair no varejo somente neste ano, ou seja, demorou quase um ano para essa consistente sair do atacado e chegar no varejo. Por outro lado, subiu neste mês (no atacado), e consumidor já está sentindo”, avalia o economista. A disposição dos brasileiros para consumir carnes bovinas acompanhou o movimento dos preços, em sentido contrário. Se durante a pandemia, com a carne bovina em alta, os consumidores substituíram o consumo por carnes mais baratas, em especial suína e de frango, neste ano a tendência mudou. “Olhando para as nacionais, percebemos um aumento do consumo aparente de carne bovina. Houve uma substituição da carne vermelha principalmente pelo frango. Agora, apesar de o consumo de frango praticamente não ter se mexido, o de carne bovinas aumentou. Provavelmente as pessoas estão consumindo a mesma quantidade de carne de aves, porém, com o preço menor, passaram a consumir mais carne vermelha, mas não temos os dados de consumo efetivo disponíveis”, afirma o economista.

GLOBO RURAL

Economia

Dólar cai pela 3ª sessão seguida com dados de inflação dos EUA

A divulgação de dados favoráveis de inflação nos Estados Unidos definiu na terça-feira a queda firme do dólar no Brasil, para abaixo dos 4,90 reais, em meio à expectativa de que o Federal Reserve não elevará mais sua taxa de juros no curto prazo

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8631 reais na venda, em baixa de 0,91%, no terceiro recuo consecutivo. Este é o menor valor de fechamento desde 18 de setembro, quando a divisa marcou 4,8564. Em novembro, a moeda acumula baixa de 3,52%. Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,96%, a 4,8690 reais. O Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável no mês passado e acumulou alta de 3,2% nos 12 meses até outubro, após elevações de 0,4% em setembro e de 3,7% nos 12 meses até setembro. O impacto dos números no mercado brasileiro de câmbio foi perceptível: às 10h30, o dólar à vista era cotado a 4,8963 reais (-0,24%); às 10h31, a divisa já havia despencado para 4,8522 reais (-1,14%). Por trás do movimento está a leitura de que o Fed tende a não promover novos aumentos de juros no curto prazo, o que pressiona o dólar e favorece divisas de maior risco. “O CPI confirmou que o Fed encerrou seu ciclo de aperto monetário”, avaliou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. A proximidade de dezembro era outro fator para que o dólar não aprofundasse a queda ante o real. Tradicionalmente, o último mês do ano é de envios de dólares para fora do país, por fundos e companhias multinacionais, o que costuma dar suporte às cotações.

REUTERS

Ibovespa fecha na máxima desde agosto de 2021 com impulso dos EUA

O Ibovespa fechou em alta de mais de 2% na terça-feira, renovando máximas desde agosto de 2021, após dados de inflação nos Estados Unidos apoiarem apostas de que o banco central norte-americano pode ter encerrado o ciclo de alta de juros

A cena corporativa brasileira também ocupou as atenções, incluindo uma série de balanços trimestrais e divulgações de perspectivas de empresas como CSN, Magazine Luiza, Azul e Localiza. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,31%, a 123.197,33 pontos, maior patamar de fechamento desde 3 de agosto de 2021, segundo dados preliminares. Na máxima, chegou a 123.370,35 pontos. Na mínima, a 120.410,51 pontos. O volume financeiro na véspera do feriado no Brasil somava 32,4 bilhões de reais antes dos ajustes finais, bem acima da média do ano.

REUTERS

Setor de serviços do Brasil recua 0,3% em setembro

O volume do setor de serviços do Brasil caiu 0,3% em setembro em relação a agosto e teve queda de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira.

REUTERS

Cepea: Receita com exportações do agro caminha para novo recorde anual

As exportações brasileiras de produtos agropecuários seguem registrando bom desempenho em 2023, e a receita deste ano pode atingir novo recorde

Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex, mostram que o faturamento em dólar do setor de janeiro a setembro de 2023 cresceu 3,2% frente ao mesmo período do ano passado, somando US$ 126 bilhões. Trata-se de um recorde para o período. Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado segue atrelado ao maior volume embarcado – que aumentou 14,7% –, já que os preços médios em dólar caíram 10%. O milho continua sendo o produto com maior taxa de crescimento nos envios externos – a alta é de 40% no volume embarcado. A soja em grão, por sua vez, se mantém como líder na quantidade exportada. De acordo com pesquisadores do Cepea, além dos produtos do complexo da soja e do milho, o ano tem sido favorável ao setor sucroalcooleiro e às carnes de frango e suína. Pesquisadores do Cepea indicam que as economias chinesa e norte-americana têm apresentado boas taxas de crescimento neste ano, o que tem dado suporte à demanda internacional. Do lado da oferta, o Brasil apresentou produção recorde, o que sustentou os bons volumes embarcados. No entanto, diante do crescimento da produção também em outros países relevantes no cenário internacional, os preços caíram ao longo dos nove meses de 2023. China, Estados Unidos e União Europeia continuam sendo os principais parceiros comerciais do país, com outros importantes mercados que, em grupo, apresentam boa participação, como é o caso dos países da Liga Árabe e os asiáticos – exceto a China. Se o setor mantiver o mesmo desempenho do último trimestre de 2022, a receita pode superar o valor de US$ 160 bilhões, o que seria um novo recorde. Para que essa meta seja atingida, é importante que o Real não se valorize muito frente ao dólar norte-americano ao longo dos próximos meses.

REUTERS

Exportações do agronegócio em outubro foram de US$ 13,38 bilhões, queda de 2,3%

Soja em grãos, milho e açúcar são os produtos que merecem destaque no mês

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 13,38 bilhões em outubro de 2023, uma cifra 2,3% inferior na comparação à exportada no mesmo período de 2022. O valor correspondeu a 45,4% das exportações totais do Brasil. Dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa) indicam que o resultado das vendas externas de outubro foi fortemente influenciado pelo recuo do índice de preços dos produtos exportados. Por outro lado, a safra recorde de grãos de 2022/2023 possibilitou um aumento de volume exportado pelo Brasil. Soja em grãos, milho e açúcar são os produtos que merecem destaque no mês. As exportações de soja em grãos atingiram volume recorde para os meses de outubro, com 5,53 milhões de toneladas. Esta quantidade embarcada é quase 45,7% superior ao exportado no mesmo mês de outubro do ano passado. A participação da China nas aquisições da soja em grãos exportada pelo Brasil subiu para quase 88% do volume exportado no mesmo período do ano passado. As vendas externas de soja em grãos alcançaram US$ 2,89 bilhões em outubro de 2023, com alta de 24%. O volume embarcado de milho foi recorde para os meses de outubro, chegando a 8,44 milhões de toneladas nesse outubro de 2023 ou uma quantidade 24,5% superior na comparação com os 6,78 milhões de toneladas exportados no mesmo mês do ano anterior. As vendas externas de milho foram de US$ 1,89 bilhão, praticamente idêntico ao de outubro de 2022. Nesse mês de outubro de 2023, a China foi o principal país importador do milho brasileiro, com participação de 40,9% na quantidade exportada pelo Brasil (3,46 milhões de toneladas) ou US$ 765,77 milhões. O terceiro produto com desempenho favorável neste mês foi o açúcar. Os preços internacionais do açúcar continuaram elevados em setembro, devido ao déficit hídrico registrado nas lavouras asiáticas e preocupações com uma possível quebra de safra. As exportações de açúcar brasileiro subiram de US$ 1,30 bilhão (outubro/2022) para US$ 1,50 bilhão (outubro/2023), alta de quase 15,4%. O incremento dos preços médios de exportação em 26,9% é o principal fator responsável pelo aumento do valor embarcado. Os maiores importadores do produto são Índia (US$ 197,73 milhões); Argélia (US$ 124,56 milhões; +22,4%); Indonésia (US$ 104,19 milhões; +3,8%); China (US$ 96,97 milhões; -51,3%); Canadá (US$ 91,77 milhões; +236,8%); e Malásia (US$ 80,72 milhões; +0,2%). Entre janeiro e outubro de 2023, as vendas externas do agronegócio brasileiro alcançaram a soma recorde US$ 139,58 bilhões, o que representa um crescimento de 3% na comparação com o mesmo período de 2022 (US$ 135,55 bilhões). Os setores que mais contribuíram para o desempenho positivo das exportações no período foram o complexo soja (+US$ 4,37 bilhões), complexo sucroalcooleiro (+US$ 3,02 bilhões) e cereais, farinhas e preparações (+US$ 1,82 bilhão). A Ásia foi a principal região geográfica de destino dos produtos do agronegócio brasileiro no período, com 53,4% de participação, enquanto a China foi o maior mercado comprador individual, com US$ 51,10 bilhões e 36,6% de market share.

CANAL RURAL

EMPRESAS

Sem descartar aumento de participação, Marfrig se diz “confortável” com atual posição na BRF

Segundo acionista controlador da Marfrig, decisão de ampliar a participação na BRF só ocorreu por conta do bom desempenho da empresa de carne bovina

O presidente do conselho de administração e acionista controlador da Marfrig, Marcos Molina, afirmou que a companhia está “confortável” com a sua atual participação na BRF, da qual detém hoje 47% das ações. Sem descartar a possibilidade de comprar novas ações no futuro, Molina avaliou a atual cotação dos papéis da BRF como “atraente”. “O nosso investimento na BRF foi porque a gente tem a convicção de que a empresa está num preço atraente, por isso a nossa aquisição no último trimestre”, destacou o acionista controlador da Marfrig ressaltando que “não há decisão isolada” e relação ao investimento na BRF. Segundo ele, a decisão de ampliar a participação na companhia de aves e suínos só ocorreu por conta do bom desempenho das operações da National Beef, divisão internacional da Marfrig, e mais recentemente pela entrada de capital na empresa após a venda de 16 unidades de abate para a sua concorrente Minerva Foods. Além da ampliação da participação na BRF, de 33% para os atuais 47%, a venda de ativos também permitiu à companhia reduzir o seu endividamento, outra prioridade da administração, segundo Molina. Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, o nível de alavancagem da Minerva passou de 4,05 vezes para 3,91 vezes, podendo chegar a 3,21 vezes quando considerados os R$ 6 bilhões a serem recebidos da Minerva até 2024. A decisão do que será feito com tais recursos, contudo, dependerá da performance financeira da empresa. “O preço [de compra da BRF] é atrativo, reduzir dívida [da Marfrig] também é, mas vai depender no próximo trimestre e da performance da empresa no geral em no primeiro lugar a gente está pondo foco na disciplina financeira. Tanto é que neste ano optamos por aumento de capital na Marfrig aumento de capital na BRF e também não distribuindo dividendos com foco na disciplina financeira”, completou Molina.

VALOR ECONÔMICO

Menos dependência da China e processados reduzem prejuízo da Marfrig

Empresa teve perda líquida de R$ 112 milhões no período. Venda de produtos processados foi destaque na operação da empresa no mercado doméstico no último trimestre

A queda da dependência do mercado chinês e a aposta em produtos processados ajudaram a reduzir o prejuízo líquido da Marfrig no terceiro trimestre deste ano, avaliaram diretores da empresa em teleconferência com investidores na terça-feira (14/11). A companhia encerrou o terceiro trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 112 milhões, uma perda 85,8% menor que a do trimestre imediatamente anterior. “A participação da China, que era de mais de 50% no terceiro trimestre de 2022, caiu para cerca de 25% do total da receita neste trimestre de 2023, mostrando claramente que continuarão indo para a China os cortes que têm melhor rentabilidade no país”, afirmou o diretor-presidente da Marfrig para América do Sul, Rui Mendonça. No mercado doméstico, as vendas de produtos de marca, destinados para churrasco, e processados, de valor agregado maior, foram destaque na operação da Marfrig no terceiro trimestre. Ao todo, a companhia gerou receita líquida de R$ 24,6 bilhões com vendas para o mercado interno no período, o que representou um aumento de 5,9% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. “Em processados, você faz contratos de longo prazo, e quando há uma queda [do preço] da matéria-prima, como aconteceu, você permanece capturando margens mais altas. Isso obviamente se compensa ao longo do tempo, é um fator menor, mas também foi importante particularmente neste trimestre”, completou o executivo.

VALOR ECONÔMICO

BRF está otimista com vendas no 4º tri; vê melhora no preço de exportação de frango

A empresa de alimentos BRF está otimista com as perspectivas de vendas durante o último trimestre de 2023, com base na força de suas conhecidas marcas Sadia e Perdigão, disse a administração na terça-feira durante teleconferência para comentar os resultados do terceiro trimestre

Miguel Gularte, CEO da empresa, disse aos analistas que as perspectivas para os preços de carne de frango no mercado de exportação também estão melhorando, com aumentos de até 350 dólares por tonelada, dependendo do destino.

REUTERS

Com melhorias na operação, BRF quer voltar a dar lucro em 2024

Companhia vê indicadores da operação nos mesmos níveis de 2019 e cenário promissor à frente

Cerca de um ano atrás, em sua primeira conversa com analistas enquanto CEO da BRF, Miguel Gularte avisou que as melhorias necessárias para tornar o negócio rentável começavam no chão de fábrica e nas granjas fornecedoras. A dona da Sadia e da Perdigão reportou avanços significativos nos indicadores de operação ao longo do terceiro trimestre. O fluxo de caixa ainda ficou negativo, em R$ 21 milhões, mas o resultado já indica que o ponto de equilíbrio entre receita e despesas pode estar perto. No mesmo período de 2022, o saldo negativo foi de R$ 226 milhões. “Estamos entrando no quarto trimestre muito animados, baseados em fundamentos do negócio”, reforçou Gularte, em apresentação de resultados na terça-feira (14/11). “Nos preparamos para que o quarto trimestre seja bastante promissor do nosso ponto de vista”. Segundo o CEO, os preços internacionais começaram a reagir no último trimestre e a tendência é que continuem nesse embalo até o fim de 2023. “É uma recuperação de preços bastante significativa. Em alguns destinos, de US$ 100 por tonelada”, mencionou. Fabio Mariano, vice-presidente de finanças e relação com investidores, disse que a maioria dos indicadores da operação estão nos níveis de 2019 e, no caso de produtos processados vendidos no Brasil, foram atingidas novas marcas históricas. Os ganhos fazem parte do programa de eficiência da companhia, o BRF+, que trouxe R$ 677 milhões no trimestre passado. Com muitas das metas para o ano já atingidas em nove meses, a dona da Sadia espera uma economia de mais de R$ 3 bilhões graças às melhorias implementadas. O vice-presidente destacou o aprimoramento da gestão de estoques, que permitiu reduzir custos e adquirir grãos em momentos mais oportunos em termos de preço. “Na colheita da safrinha, a gente reabasteceu os estoques, e isso também ajuda a explicar porque temos confiança de que no quarto trimestre vamos gerar caixa”, afirmou Mariano. A companhia também conseguiu reduzir seu custo com uma diminuição dos estoques de produto acabado no exterior, que podem ter gerado uma economia da ordem de R$ 350 milhões. “A gente vem conseguindo se transformar em uma companhia que vende para produzir e não produz para vender. Isso nos permite arbitrar melhor”, disse Gularte. De acordo com o CEO, a redução da ociosidade das plantas também tem sido importante para sustentar o crescimento orgânico da BRF. Ele afirmou que as melhorias geraram um incremento na produção que, praticamente, equivale a uma fábrica nova. Agora, o foco é na fase 2 do BRF+, que deve buscar nivelar a eficiência das unidades da companhia com base nos indicadores das melhores plantas. A expectativa é que a companhia volte a dar lucro em breve.

GLOBO RURAL

Frangos & Suínos

Embrapa Suínos e Aves: Custos de produção de frangos de corte e de suínos subiram em outubro

A sequência de quedas nos custos de produção de frangos de corte e de suínos foi encerrada em outubro segundo os estudos mensais da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves, disponível em embrapa.br/suinos-e-aves/cias

O ICPFrango subiu 1,03%, encerrando sete meses de baixas consecutivas desde março, fechando em 330,18 pontos. Já a variação do ICPSuíno foi de 2,59%, encerrando o mês de outubro em 336,16 pontos. O índice não subia desde julho. O aumento do ICPFrango em outubro foi provocado basicamente pela variação de 1,83% com a alimentação dos animais, uma vez que este item de custo tem um peso de 67,35% na composição do custo total da produção. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva em outubro foi de R$ 4,27, o que representa R$ 0,05 a mais em comparação a setembro. Ainda assim, o ICPFrango acumula -22,95% no ano e, nos últimos 12 meses, uma variação de -22,29%. Importante destacar que a mudança nos coeficientes técnicos realizada em janeiro de 2023 foi responsável por uma redução de 7,1 pontos percentuais, enquanto que os preços respondem pelo restante da variação acumulada no ano e nos últimos 12 meses (ver Nota Técnica disponível em bit.ly/nota-tecnica-CIAS). No caso do ICPSuíno, a maior influência também foi o aumento com a alimentação dos animais, que teve alta de 3,19% e um peso de 73,51% na composição do custo total. Agora, o ICPSuíno acumula uma variação de -27,22% desde janeiro e, nos últimos 12 meses, de -25,17%. Com isto, o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina em agosto chegou a R$ 5,88, R$ 0,15 por quilo vivo a mais em relação a setembro.

Embrapa Suínos e Aves

Suínos: altas generalizadas no mercado

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF teve alta de 0,80%, custando, em média, R$ 126,00, enquanto a carcaça especial aumentou 1,01%, com valor de R$ 10,00/kg, em média

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (13), houve alta de 2,58% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,76/kg, avanço de 3,08% no Paraná, custando R$ 6,36/kg, valorização de 0,81% no Rio Grande do Sul, alcançando R$ 6,25/kg, aumento de 2,64% em Santa Catarina, com preço de R$ 6,21/kg, e de 0,76% em São Paulo, fechando em R$ 6,63/kg.

Cepea/Esalq

Associação de Criadores de Suínos vê tendência de preços estáveis em janeiro

Estabilidade dos preços ainda em meados de novembro indica maior cautela do varejo e do atacado na formação de estoques para o final de ano

A falta de reação dos preços do suíno vivo em novembro, quando há sazonalmente uma maior demanda pela proteína diante da formação de estoques do comércio antes das festas de final de ano, indica tendência de estabilidade das cotações em janeiro, aponta análise de mercado divulgada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). A partir dos dados de abate do IBGE e das exportações no acumulado do ano até setembro, o boletim da ABCS aponta uma estabilidade na disponibilidade interna de carne suína ante um aumento de 11,95% para a carne bovina e de 4,7% para a carne de frango. Tal cenário, aponta, reduziu a competitividade da suína, limitando altas no preço pago ao produtor. “Considerando que em dezembro a demanda por carne suína é a maior do ano e que é preciso fazer estoque antes para atender esta demanda, independente da situação de mercado, a tendência quando não há uma grande alta do preço em novembro e dezembro é que em janeiro o preço de mantenha estável”, avalia a ABCS. Para outubro e novembro, os levantamentos de preço do Cepea avaliados pela Associação indicam crescimento da diferença entre os preços da carne suína e bovina, passando de 45,3% em setembro para mais de 60% nos dois meses seguintes – o que sinalizaria um aquecimento do consumo interno. Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a estabilidade dos preços ainda em meados de novembro indica maior cautela dos elos finais da cadeia de comercialização, “que não estariam ‘arriscando’ adquirir mais do que o que efetivamente será vendido”. “Também é um indicativo de que os estoques de fim de ano devem ser menores do que em anos anteriores, determinando que o preço se mantenha em patamar um pouco mais elevado ao longo de todo mês de dezembro e talvez sem recuo significativo em janeiro de 2024”, completa Lopes.

GLOBO RURAL

Mercado do frango estável na terça-feira

De acordo com análise do Cepea, os preços da carne de frango registraram direções opostas nos últimos dias. De acordo com informações do órgão, enquanto alguns cortes se valorizaram, diante da maior liquidez, outros tiveram quedas nas cotações

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,29%, valendo R$ 6,90/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou estável em R$ 4,54/kg, assim como em Santa Catarina, com valor de R$ 4,24/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (13), a ave congelada ficou estável em R$ 7,41/kg, enquanto o frango resfriado teve leve aumento de 0,27%, fechando em R$ 7,41/kg.

Cepea/Esalq

INTERNACIONAL

Ano de 2024 será mais difícil para negócios de bovinos nos EUA, diz CEO da JBS USA

Estratégia da companhia é buscar melhorias operacionais para conseguir que os resultados fiquem ao menos perto da estabilidade. Nível de ociosidade em que a JBS vai trabalhar nas operações de carne bovina nos EUA estará atrelado à oferta de gado de 2024

Depois de um 2023 já afetado pela redução na oferta de gado nos Estados Unidos, o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho, acredita que o ano que vem será ainda mais difícil para o mercado de bovinos no país. Neste contexto, a estratégia da companhia é buscar melhorias operacionais para conseguir que os resultados fiquem ao menos perto da estabilidade. “Nós focamos naquilo que a gente consegue controlar. Capturando as melhorias internas, a gente consegue não ter uma piora no ano que vem”, disse ele durante teleconferência com analistas nesta terça-feira (14/11). Wesley Filho ainda vê espaço para que a empresa consiga avançar dois pontos em margens entre o terceiro trimestre deste ano e ao longo do ano que vem. O nível de ociosidade em que a JBS vai trabalhar nas operações de carne bovina nos Estados Unidos estará atrelado à oferta de gado de 2024, e esta dependerá também do clima. “Hoje o incentivo econômico para o criador de bezerro não é ruim. Se a gente tiver o clima mais favorável ano que vem, o produtor deve reter mais matrizes para produção de bezerro. Pode ser um sinal de um pouco menos de gado no curto prazo, mas é o sinal que a gente precisa para o longo prazo”, explicou. “Se ele (produtor) tiver um clima ruim para produção de bezerro, que não permita uma retenção de matrizes, teria oferta mais alta agora, mas que torna o ciclo mais longo”, acrescentou. Do ponto de vista da demanda interna norte-americana, Wesley Filho avalia que o consumo de carne bovina ainda é forte e se houver oferta menor de bovino no mercado, “essa proteína vai ser substituída pelo que tem no mercado, pelo frango e suínos”, ressaltou. Na noite de 13/11, a JBS divulgou resultados financeiros, com um lucro líquido consolidado de R$ 572,7 milhões no terceiro trimestre, forte queda de 85,7% quando comparada aos R$ 4,01 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado, quando a companhia teve um “boom”. Porém, trata-se de uma recuperação depois do prejuízo de R$ 263,6 milhões registrado entre abril a junho.

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