Ano 7 | nº 1477| 30 de abril de 2021
NOTÍCIAS
Boi gordo: mercado não vê reação e preços devem seguir em queda
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos na quinta-feira, 29
Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, o mercado apresenta maior volume de ofertas e, assim, o ambiente de negócios sugere pela continuidade do movimento de queda no curto prazo. “As pastagens no Centro-Oeste seguem em processo de degradação, reduzindo a capacidade de retenção por parte do pecuarista. A safra de boi gordo está cada vez mais próxima do seu ápice, ou seja, os frigoríficos não devem encontrar tamanha dificuldade na composição de suas escalas de abate ao longo do mês de maio”, diz Iglesias. A preocupação em relação à oferta aumenta no início da entressafra. Conforme Iglesias, com uma possível redução do confinamento de primeiro giro, o mercado vai novamente se deparar com um quadro de restrição de boiadas disponíveis para comercialização. Por conta disso, o ágio entre animais destinados ao mercado doméstico e animais padrão China segue em média a R$ 10 por arroba, podendo alcançar até R$ 15 por arroba, conforme a região produtora. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 312, ante R$ 314 na quarta-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 295, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 300 ante R$ 302. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 308, contra R$ 309. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 305 a arroba, inalterados. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Mas a predileção do consumidor médio seguirá sobre cortes que causem um menor impacto em sua renda média, algo bastante natural em função das dificuldades macroeconômicas de 2021. Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,65 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,95 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi gordo: final de safra
Em São Paulo, apesar da pressão de baixa devido ao relativo aumento de oferta de boiadas para abate, os preços ficaram estáveis na última quinta-feira (29/4), na comparação feita dia a dia
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi, vaca e novilha gordos foram negociados em R$312,00/@, R$290,00/@ e R$303,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. A cotação para o boi China ficou ao redor de R$315,00/@, preço bruto e à vista. Já em Mato Grosso do Sul, os preços caíram. A queda foi de R$6,00/@ para a vaca gorda e de R$4,00/@ para a novilha gorda na comparação diária, cotadas em R$285,00/@ e R$290,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. O preço do boi gordo ficou estável na região, em R300,00/@, nas mesmas condições.
SCOT CONSULTORIA
Boi/Cepea: Valorização do milho desfavorece poder de compra de pecuarista
O atual poder de compra de pecuaristas paulistas frente ao milho é o pior desde junho de 2016
Segundo pesquisadores do Cepea, nem mesmo as altas nas cotações do boi gordo ao longo de abril vêm ajudando a melhorar a relação de troca de arroba por um dos principais insumos de alimentação. Isso porque as valorizações do milho têm sido ainda mais fortes. Pesquisadores ressaltam que esse cenário é observado justamente em um período em que pecuaristas intensificam o uso de grãos na alimentação animal, tendo em vista a entrada do período mais seco do ano. Considerando-se os Indicadores CEPEA/B3 do boi gordo (estado de São Paulo) e ESALQ/BM&FBovespa do milho (Campinas – SP), enquanto no início de 2021 a venda de um quilo do boi gordo possibilitava a compra de 14,82 quilos de milho, neste mês de abril, o pecuarista consegue adquirir apenas 13,09 quilos do insumo. Em abril do ano passado, a venda de um quilo de boi rendia 15,08 quilos de milho, ou seja, a relação de troca atual está 13,2% pior. Em junho de 2016, a venda de um quilo de boi possibilitava a compra de apenas 12,75 quilos de milho.
Cepea
Custo da recria e engorda disparou em MT
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) divulgou o custo de produção da pecuária de corte eferentes ao primeiro trimestre do ano
Dos três sistemas de produção, a cria foi a que apresentou o menor incremento no seu custo operacional, 5,27%, seguido do sistema de ciclo completo 9,11% e, com o maior destaque nos custos o sistema de recria-engorda 35,89%. Parte do cenário da recria-engorda foi justificada pela suplementação, que nesse mesmo comparativo trimestral, aumentou 138,69%. A aquisição de animais também apresentou um incremento de 14,74%, pautado na crescente valorização do preço do bezerro. No ciclo completo, o custo com aquisição de animais aumentou 32,66%, impulsionando o custo operacional. Apesar da arroba ter aumentado, o custo deu um salto significativo neste trimestre o que pode comprometer as margens dos pecuaristas neste ano.
AGROLINK
ECONOMIA
Dólar fecha em queda de 0,49%, a R$5,3347
O dólar voltou a cair e fechou numa mínima em mais de três meses ante o real na quinta-feira, com a moeda acelerando as perdas na reta final conforme os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano foram às mínimas, o que reduziu o apelo pela divisa dos Estados Unidos
O mercado de câmbio doméstico segue influenciado por operações de fim de mês relacionadas à Ptax e por expectativa de ingressos de recursos. O dólar à vista caiu 0,49%, a 5,3347 reais na venda, menor patamar desde 26 de janeiro (5,3231 reais).
REUTERS
Realização de lucros sobre bancos e Petrobras faz Ibovespa cair
Após ter chegado a abril no azul, experimentando máximas desde fevereiro, o Ibovespa perdeu força, descolando do movimento discretamente positivo de Wall Street, até fechar em baixa de 0,82%, aos 120.065,75 pontos. O giro financeiro da sessão somou 31,6 bilhões de reais
O Ibovespa vai para a última sessão de abril com alta acumulada de 2,94% no mês. Os receios dos investidores seguem nos planos político e fiscal. No primeiro, a convocação da CPI da Covid para o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os ex-titulares da pasta Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, aumentou o temor de consequências políticas para a agenda de reformas. No âmbito fiscal voltaram a pairar receios sobre possíveis movimentos do governo para ampliar gastos, após o Tesouro Nacional anunciar que o governo central teve superávit primário de 2,1 bilhões de reais em março, melhor que a projeção de analistas, de déficit de 3,1 bilhões. No plano externo, após um dia positivo em Wall Street sob resultados animadores do Facebook, o mercado se concentra agora nos resultados de Amazon, Twitter e Mastercad.
REUTERS
Governo central tem superávit primário de R$ 2,1 bi em março, melhor que expectativas
O governo central, composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um superávit primário de 2,101 bilhões de reais em março, divulgou o Tesouro na quinta-feira
O dado veio melhor que a projeção de analistas de um déficit de 3,1 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters. No acumulado do ano, o governo central acumula superávit de 24,443 bilhões de reais. No acumulado em 12 meses, o rombo até março foi de déficit de 759,5 bilhões de reais, equivalente a 9,5% do PIB. Em março de 2020, quando a economia do país começava a ser impactada pelo coronavírus e medidas de fechamento, o governo central registrou déficit primário de 21,131 bilhões de reais. À época, no entanto, o Tesouro afirmou que o dado do mês não refletia, em larga medida, impactos fiscais da Covid-19.
REUTERS
Confiança da indústria do Brasil tem em abril mínima em 8 meses em meio à incertezas, diz FGV
A confiança da indústria no Brasil recuou pelo quarto mês seguido em abril e chegou ao nível mais baixo em oito meses em meio a uma série de incertezas em torno da situação atual, segundo os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados na quinta-feira
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,7 ponto no mês e foi a 103,5 pontos, nível mais baixo desde agosto de 2020 (98,7 pontos). “O ritmo lento do processo de vacinação, a desvalorização do real e a escassez de insumos enfrentada por alguns setores criam um ambiente de incerteza que favorece a piora da situação corrente e a manutenção de expectativas cautelosas”, explicou a economista da FGV Ibre Claudia Perdigão. O Índice de Situação Atual (ISA) teve queda de 1,4 ponto em abril e foi a 110 pontos, nível mais fraco desde setembro de 2020 (107,3 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE), indicador das perspectivas para os próximos meses, perdeu 0,2 ponto, a 96,9, menor patamar desde julho de 2020 (90,5 pontos).
REUTERS
IGP-M passa a subir 1,51% em abril, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou alta de 1,51% em abril, depois de subir 2,94% no mês anterior, com a inflação tanto ao produtor quanto ao consumidor acompanhando uma desaceleração nos valores dos combustíveis
O dado informado na quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 1,37%, e levou o índice a acumular em 12 meses alta de 32,02%. Em abril, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, desacelerou a alta a 1,84%, de 3,56% no mês anterior. Entre os componentes do IPA, o grupo Bens Finais registrou avanço de 1,1% em abril, depois de ter avançado 2,5% no mês anterior, desaceleração que foi atribuída aos combustíveis para o consumo, cuja taxa de variação passou de 18,64% para -1,08%. Os Bens Intermediários também arrefeceram no período, apresentando alta de 3,16%, depois de saltarem 6,33% em março. O subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção foram apontados como os principais responsáveis para esse movimento. O consumidor também viu a alta dos preços diminuir, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% sobre o índice geral, registrando alta de 0,44% em abril, contra 0,98% em março. A maior contribuição para a leitura partiu do grupo Transportes, que desacelerou sua alta a 1,03% em abril, ante salto de 3,97% no mês anterior, refletindo a menor taxa de variação dos preços da gasolina –de 11,33% em março para 3,03% em abril.
REUTERS
Campo tem maior geração de empregos no primeiro trimestre desde 2007
Só em março, houve abertura de 3.535 postos; saldo do mês não era positivo desde 2011
O setor agropecuário encerrou o primeiro trimestre de 2021 com saldo positivo de 60.575 novos empregos gerados, o melhor resultado para o período desde 2007, de acordo com análise técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Naquele ano, foram criadas 62.245 vagas de janeiro a março. “Este ano está se consolidando como um dos melhores para o emprego na agropecuária”, diz a entidade em comunicado técnico feito a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. De acordo com a CNA, apenas o Nordeste, que registrou o fechamento de 7.530 vagas, não teve geração de empregos no acumulado dos três primeiros meses de 2021. As regiões Sudeste (44.477 postos), Centro-Oeste 1(1.688), Sul (10.194) e Norte (1.766) tiveram saldo positivo. O Estado de São Paulo liderou a geração de empregos mais uma vez, com 36.146 vagas, o que representou 60% do saldo total do setor agropecuário. Apesar do resultado negativo da região Nordeste, a Bahia encerrou o trimestre com geração de 3.085 postos. As três atividades que mais contribuíram para o bom resultado foram o cultivo de soja, com abertura de 12.656 vagas, a produção de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva, com 10.722, e a criação de bovinos, com 9.782. Juntas, elas representam 54,7% do total de empregos gerados no setor de janeiro a março deste ano.
VALOR ECONÔMICO
Emprego no setor público atinge recorde de 8,785 milhões de servidores estatutários e militares
Resultado do trimestre encerrado em janeiro é 10,3% maior que no mesmo período do ano anterior, segundo o IBGE
O avanço do emprego no setor público tem ajudado a impedir uma piora ainda maior do mercado de trabalho no país. O total de pessoas trabalhando como militar ou funcionário público estatutário alcançou um recorde de 8,785 milhões no trimestre encerrado em janeiro. O resultado representa um salto de 10,3% no número de ocupados nessa categoria de trabalho, 822 mil pessoas a mais que no mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, mostra que as taxas de crescimento no emprego público militar ou estatutário – que exclui os contratados com outros tipos de vínculo, como os que atuam com carteira assinada ou sem carteira – ganharam velocidade a partir do agravamento da crise sanitária no Brasil. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a expansão no total de ocupados no setor público como militar ou estatutário saiu de um avanço de 1,5% no trimestre encerrado em março de 2020 para uma alta de 3,7% em abril daquele ano, acelerando o ritmo de crescimento para 8,5% em maio, patamar em que vem oscilando desde então, até o pico de 10,3% em janeiro deste ano. As contratações podem ter relação com o combate à pandemia, acredita Rodolpho Tobler, economista responsável pelos indicadores do mercado de trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O ESTADO DE SÃO PAULO
EMPRESAS
Bem-estar animal: Minerva Foods lança cartilha para pecuaristas
O documento, que faz parte do Programa Laço de Confiança, está disponível nas redes sociais e no site da empresa
A Minerva Foods lançou sua cartilha de bem-estar animal, com orientações sobre melhores práticas de manejo do gado, considerando os cinco domínios sobre o tema. O material faz parte do programa Laço de Confiança. O manual foi apresentado oficialmente por Fabiano Tito Rosa, Diretor de Compra de Gado da Minerva Foods, em evento online, que contou com a presença e palestra de Adriano Gomes Páscoa, consultor da BEA Consultoria e Treinamento.
Baseado no modelo dos “5 domínios do Bem-Estar Animal”, que considera os domínios físico-funcionais que influenciam no domínio mental dos bovinos, a cartilha apresenta informações que possibilitam a adoção das boas ações de produção dentro dos conceitos de bem-estar animal e mostra, de maneira didática e instrutiva, as melhores práticas em temas como manejo racional, PH da carne, capacitação de mão de Obra, instalações e comportamento bovino, além de destacar os principais benefícios para produtores que promovem o bem-estar animal em suas propriedades e fora delas. “O bem-estar de bovinos está relacionado a uma boa nutrição e saúde, um manejo racional eficiente, instalações adequadas e a liberdade dos animais para expressarem seus comportamentos naturais. Ele influencia diretamente na produtividade e na lucratividade de toda a cadeia pecuária, promove a melhoria de vida dos animais e manejadores e, ao final, gera um produto de melhor qualidade”, destaca Tâmara Borges, Coordenadora de Bem-Estar Animal da Minerva Foods. A cartilha está disponível nas redes sociais da Minerva Foods e no site, para download (clique AQUI).
Ascom Minerva Foods
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos/Cepea: Demanda mantém preços do suíno em alta
Os preços do suíno vivo continuam em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea
O impulso vem do bom ritmo de embarques da proteína e da reação do consumo doméstico. Na parcial de abril (até o dia 27), o suíno vivo registra média de R$ 7,03/kg na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), alta de 5,1% sobre a de março/21. Esse movimento vem mantendo em recuperação o poder de compra do suinocultor paulista frente ao farelo de soja, importante insumo de alimentação, que, por sua vez, registra desvalorização. Já frente ao milho, pesquisadores do Cepea alertam que o cenário segue desfavorável ao suinocultor, tendo em vista que o avanço dos preços do cereal é ainda mais intenso que o observado para o animal vivo.
Cepea
BRF e JBS têm aprovação da África do Sul para ampliar exportação de frango e suínos
A BRF e a JBS, os dois maiores frigoríficos de aves e suínos do Brasil, tiveram novas unidades habilitadas pela África do Sul para exportação de carnes, informaram as companhias à Reuters na quarta-feira
A BRF poderá embarcar carne de frango da planta de Lajeado (RS) e de suínos por Lucas do Rio Verde (MT) e, com isso, passa a ter 20 unidades habilitadas para exportar ao país africano, que é o quarto maior comprador da proteína de aves do Brasil e 14º de suínos, em ascensão. Já a JBS teve as plantas da subsidiária Seara localizadas em São José (SC) e Santo Inácio (PR) aprovadas para o embarque de carne de frango. Agora, a companhia soma 28 habilitações para a África do Sul nas áreas de aves e suínos. O Gerente Executivo de Relações Institucionais Internacionais da BRF, Luiz Tavares, disse em nota que as habilitações vão em linha com os planos da empresa de se fortalecer em mercados estratégicos. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que somente no primeiro trimestre de 2021 o país embarcou 78,4 mil toneladas de carne de frango para a África do Sul, avanço de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as vendas de aves, a receita acumulada entre janeiro e março somou 42,7 milhões de dólares, avanço de 42%. No caso de suínos, o Brasil exportou apenas 1,8 mil toneladas ao país africano no trimestre, mas este volume representou um salto de 150% no comparativo anual. A receita subiu 189%, para 5,1 milhões de dólares, de acordo com a ABPA.
REUTERS
MEIO AMBIENTE
ONG aponta aumento da área de desmate relacionada a boi e soja
Entre abril de 2020 e março de 2021, foram 260 mil hectares na Amazônia e no Cerrado, ante 128 mil no período anterior
O desmatamento ocorrido na Amazônia e no Cerrado, legal e ilegal, que guarda alguma relação com a cadeia de fornecimento de soja e de carne dobrou em 2020, de acordo com um monitoramento da organização Mighty Earth. Entre abril de 2020 e março de 2021, a área desmatada em fazendas com alguma relação com essas cadeias alcançou 260 mil hectares, ante 128 mil no período anterior, iniciado em março de 2019 – quando a ONG iniciou seu sistema de monitoramento mensal das cadeias dos principais frigoríficos e tradings de soja. Em seu sistema, a Mighty Earth identifica, inicialmente, as áreas desmatadas apontadas pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e pelo laboratório Global Land Analysis and Discovery (GLAD), da Universidade de Maryland, nos EUA. A partir dos locais mapeados, a organização seleciona os cinco municípios mais desmatados na Amazônia e no Cerrado e, nestes, elege entre 10 e 15 propriedades com os maiores índices de desmatamento e com relação com empresas das duas cadeias. Para identificar as relações comerciais, a Mighty Earth seleciona propriedades com as quais os frigoríficos e as tradings confirmam ter relação direta ou indireta ou propriedades sem relação confirmada, mas cujo dono tem relação comprovada por meio de outras propriedades – na safra vigente ou em recentes. A organização também considera fazendas arrendadas ou de subsidiárias da indústria. São analisadas as relações comerciais das principais empresas, como JBS, Marfrig, Minerva, ADM, Bunge, Cargill, Cofco, Louis Dreyfus Company (LDC), Amaggi e ALZ (joint venture entre Amaggi, LDC e Zen-Noh Grain). O sistema foi desenvolvido com apoio da Iniciativa Internacional para o Clima e as Florestas da Noruega (NICFI), financiada pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad). Nos últimos meses, as empresas de carnes brasileiras anunciaram planos para acabar com o desmatamento em suas cadeias de fornecimento, centrando o foco no rastreamento dos fornecedores indiretos (que vendem gado para pecuaristas que fazem a engorda final). Dos 388,7 mil hectares de área desmatada em dois anos identificados pela metodologia da Mighty Earth, 52% estiveram relacionados a fazendas de gado e 48% ao cultivo de soja. Mato Grosso, que lidera a produção de soja e a criação de gado no país, foi o Estado que mais concentrou casos de desmatamento em fazendas fornecedoras identificados pelo sistema, com 144,3 mil hectares. Em seguida, ficaram Bahia (62,2 mil hectares) e Maranhão (29,5 mil hectares), entre outros Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Carne bovina: consumo mundial deve bater recorde em 2021
Segundo o USDA, pela primeira vez na história, a demanda pode superar 60 milhões de toneladas de carcaça equivalente
O consumo mundial de carne bovina deve bater recorde em 2021, totalizando mais de 60 milhões de toneladas em equivalente carcaça. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima, em abril, a expectativa para o ano. Em 2021, o consumo mundial deve somar o equivalente a 60,04 milhões de toneladas que, se confirmado, representa um ganho de 1,6% em relação ao consumo observado em 2020 (59,06 milhões de toneladas). A demanda por carne bovina deve crescer quase 1 milhão de toneladas em equivalente carcaça de 2020 a 2021. O aumento do consumo mundial de carne bovina tem se dado, principalmente, pela China. A demanda chinesa deve somar 10,08 milhões de toneladas em equivalente carcaça, alta de 6,3% frente a 2020 (9,48 milhões de toneladas) e atrás apenas dos Estados Unidos, maior consumidor mundial, com perspectiva de 12,52 milhões de toneladas. Entre 2017 e 2021 o crescimento esperado do consumo de carne bovina chinês é de 39,4%, variando de 7,23 milhões de toneladas a 10,08 milhões de toneladas. Por outro lado, a demanda no mercado interno brasileiro segue caindo em 2021, informa a FarmNews. O registro negativo, apesar da leve recuperação frente a 2020, deve seguir abaixo do que foi observado entre os anos de 2017 a 2019. A expectativa é que o consumo de carne bovina no Brasil some 7,73 milhões de toneladas, valor abaixo do recorde observado em 2019, de 7,93 milhões de toneladas. Além do Brasil, o consumo na União Europeia tem caído, ainda que ligeiramente. Isso porque em 2021 é esperado uma demanda total de 7,69 milhões de toneladas, o menor valor ao longo dos últimos 5 anos. Mas com a perspectiva de aumento da demanda por carne bovina no mundo, as exportações devem alcançar nova máxima histórica em 2021, o que reflete na expectativa de forte aumento das vendas pelo Brasil.
FarmNews
China relata novo surto de peste suína africana na Mongólia Interior
O ministério da agricultura da China disse na quinta-feira que havia confirmado um surto de peste suína africana em uma fazenda na região norte da Mongólia Interior, o décimo surto registrado até agora neste ano
O surto foi detectado em uma fazenda perto da cidade de Baotou de 432 porcos, dos quais 343 morreram. Dois outros surtos foram registrados recentemente em Xinjiang, a noroeste da Mongólia Interior. “A epidemia está ocorrendo em alguns pontos e nenhum surto regional ocorreu”, disse o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais em nota em seu site. A maioria dos casos da doença não é relatada, entretanto, e a indústria disse que a peste suína no norte da China teve um impacto significativo na produção de suínos no primeiro trimestre deste ano. A China vai dividir o país em cinco zonas a partir de 1º de maio na tentativa de conter a doença, que costuma ser mortal para os porcos, mas não para as pessoas. Apenas suínos reprodutores e leitões poderão transitar pelas fronteiras regionais, de acordo com as novas regras. Restrições à movimentação de suínos podem causar discrepâncias de preços entre as regiões, disse a Fitch Ratings na quarta-feira. As regiões produtoras no nordeste e centro da China podem enfrentar excesso de oferta, enquanto as grandes regiões consumidoras, como leste e sul da China, podem buscar carne suína adicional externamente, disse o relatório.
REUTERS
ABRAFRIGO
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122