Ano 6 | nº 1369| 25 de novembro de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: preço da arroba caiu e a oferta diminuiu
Em São Paulo, as cotações dos animais para abate permaneceram estáveis na última terça-feira (24/11). Nas praças paulistas, as arrobas do boi gordo, da vaca gorda e da novilha gorda ficaram cotadas em R$283,00, R$263,00 e R$271,00, preço bruto e à vista, para descontar os impostos, segundo levantamento da Scot Consultoria
Apesar das ofertas no início desta semana com preços menores, o volume de animais terminados segue como fator limitante dos negócios e, estratégias têm sido tomadas em boa parte das indústrias frigoríficas para atender as escalas de abate. Em boa parte das praças pecuárias o cenário é de “toma lá, dá cá”. As indústrias frigoríficas com preços mais baixos desde a última semana receberam em resposta uma diminuição nas ofertas de boiadas, que segue escassa. As ofertas, porém, são suficientes para atender as escalas de abate que têm sido manejadas de acordo com a oferta e a demanda de reabastecimento no mercado atacadista.
SCOT CONSULTORIA
Queda nos preços da arroba começa a perder força no Brasil
Segundo a Safras & Mercado, esse cenário é impactado pela oferta restrita de animais, que é observada em boa parte do país
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nas principais praças de produção e comercialização do país na terça-feira, 24. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda exercem pressão sobre os pecuaristas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, mas o movimento de queda nos preços perdeu intensidade, consequência da oferta ainda restrita, quadro dominante em grande parte do país. “A estiagem prolongada resultou em um grande desgaste das pastagens, tardando o desenvolvimento dos animais de pasto. A expectativa é que eles estejam aptos ao abate apenas no final do primeiro trimestre de 2020”, assinala Iglesias. Enquanto isso, na Região Sudeste, o preço da arroba do boi se acomodou, com registro de ritmo cadenciado de negócios nesses estados. “Importante destacar que a demanda de carne bovina seguirá aquecida no decorrer de novembro, avaliando o décimo terceiro salário como motivador do consumo. Ao mesmo tempo, as exportações permanecem em bom nível, ainda com a China absorvendo volumes importantes de proteína animal brasileira, consequência da lacuna de oferta formada pela Peste Suína Africana”, diz o analista. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 281 a arroba, estáveis. Em Uberaba, Minas Gerais, o valor foi de R$ 275, também inalterado. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a arroba também estabilizou em R$ 270 a arroba. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 270 a arroba, ante R$ 272 na segunda-feira, 23. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 266 a contra R$ 267 a arroba. No mercado atacadista, os preços seguem acomodados. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por reajustes no curto prazo, uma vez que a demanda doméstica está cada vez mais próxima do seu ápice. “Somado a isso temos o excelente ritmo de embarques, com a China ainda absorvendo volumes expressivos de proteína animal brasileira. Este é um dos principais diferenciais para o setor carnes no ano corrente”, reforça o analista. Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 16,30 o quilo, e a ponta de agulha continuou em R$ 15,70 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Carne bovina: exportações brasileiras em bom ritmo em novembro
Em novembro, até a terceira semana, o Brasil exportou 119,09 mil toneladas de carne bovina in natura
O volume embarcado diariamente segue em ritmo acelerado (8,51 mil toneladas), acima do volume médio diário registrado em outubro (8,13 mil toneladas), cuja média diária embarcada fora a maior já registrada em um mês e, no comparativo a novembro de 2019, é 9,4% maior. O preço médio pago pela tonelada, porém, recuou 9,3% no comparativo anual e, atualmente, a tonelada é negociada por US$4,38 mil dólares. Desde a primeira semana do mês, o preço médio negociado tem reduzido e, associado ao câmbio em queda ao longo de novembro, têm pressionado as margens das indústrias exportadoras de carne bovina.
SCOT CONSULTORIA
Bezerro sobe mais do que o boi gordo e aperta situação do pecuarista
Em novembro de 2019, o produtor precisava de 7,72 arrobas do boi gordo para comprar um bezerro; neste mês, relação subiu para 8,87 arrobas
A arroba do boi gordo em São Paulo subiu de R$ 198,11 em novembro de 2019 para R$ 281,70 neste mês, valores sem impostos e a prazo, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. Quem vê de fora da porteira a alta de 42,19% pode até pensar que o pecuarista está em uma situação mais confortável do que no ano passado. Mas essa não é a realidade. A Coordenadora da divisão de bovinos para reposição da Scot, Thayna Drugowick Andrade, afirma que o poder de compra do pecuarista ante o bezerro, que representa em média 60% do custo do produtor, piorou. Em novembro de 2019, eram necessárias 7,72 arrobas de boi gordo para comprar um bezerro. Este mês, o índice subiu 14,9%, para 8,87 arrobas. Acontece que o preço do bezerro em São Paulo, no mesmo comparativo, saltou de R$ 1.530 para R$ 2.500, valorização de 63,4%. De acordo com a Coordenadora, a cada quatro anos mais ou menos, a pecuária passa por uma mudança significativa: os valores do boi gordo levam o pecuarista a abater mais vacas para fazer caixa, o que acaba gerando, posteriormente, uma baixa na oferta de bezerros. Esse movimento começou em 2018, segundo Thayna, e se estendeu durante 2019. Neste ano, as coisas começaram a mudar. Com o bezerro muito valorizado, o produtor resolveu segurar as fêmeas na propriedade. Esse movimento pode ser comprovado observando-se o número de abate de fêmeas no primeiro semestre do ano. O abate de vacas caiu 18,2% em relação ao primeiro semestre de 2019 e o de novilhas, retraiu-se 12,3%. A tendência é que isso se mantenha ao longo de 2021 e 2022, segundo a Coordenadora da Scot. Entretanto, esse é apenas o primeiro passo para uma mudança no cenário. A disponibilidade de bezerros só deve crescer significativamente em meados de 2023, quando o ciclo natural da pecuária deve se inverter.
CANAL RURAL
ECONOMIA
Ibovespa sobe 2,24% com otimismo sobre vacinas
O Ibovespa fechou em alta de mais de 2% na terça-feira, encostando nos 110 mil pontos, beneficiado pelo apetite a risco global, na esteira de dados promissores sobre a eficácia de vacinas contra o coronavírus e otimismo com a transição de poder nos EUA
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,24%, a 109.786,30 pontos, máxima de fechamento desde 21 de fevereiro, antes do agravamento da pandemia no Brasil e decretação de quarentenas no país para frear a doença. O volume financeiro alcançou 36,9 bilhões de reais. Além do progresso em relação às vacinas contra o Covid-19 noticiado nos últimos dias, o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, citou ainda como componente positivo para a alta nos mercados o começo da transição do governo norte-americano, afastando qualquer ruído sobre as eleições. Também agradou, segundo ele, a possibilidade de que a ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen comandará o Tesouro na gestão de Joe Biden, dado o seu histórico mais favorável para políticas monetárias expansionistas, “que abre espaço para um programa de estímulo ainda maior”. Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Dow Jones fecharam em máximas históricas. Entre as commodities, o petróleo Brent avançou 3,9%, para 47,86 dólares o barril, maiores níveis desde março.
REUTERS
Euforia global empurra dólar a maior queda em uma semana
O rali de ativos de risco no mundo foi amplamente sentido no mercado de câmbio brasileiro na terça-feira, com o dólar fechando em firme queda ante o real
O dólar à vista caiu 1,09%, a 5,3759 reais na venda. A queda na sessão foi a maior desde o dia 17 deste mês. Na B3, o dólar futuro cedia 1,23%, a 5,3740 reais, às 17h16. As operações domésticas mostraram sintonia com o ambiente externo pró-risco, embalado por perspectivas de uma transição de governo mais suave nos Estados Unidos, que por tabela poderia facilitar o processo de distribuição de potencial vacina contra o coronavírus. A composição do governo de Joe Biden à frente dos EUA também tem gerado ventos favoráveis ao mercado, com investidores citando a possível nomeação da ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen para o comando do Tesouro dos EUA. O entendimento é que a dupla Yellen/Powell –Jerome Powell, atual chair do Fed– poderia promover uma coordenação sem precedentes entre as políticas monetária e fiscal a fim de garantir a recuperação econômica dos EUA da crise da Covid-19. “Do ponto de vista de mercado, a chegada da vacina deixa os investidores mais tranquilos, porque foi a isso que o mercado reagiu mal ao longo do ano, e o noticiário sobre o governo dos EUA traz uma tranquilidade adicional”, disse Helena Veronese, economista-chefe na Azimut Brasil Wealth Management. Um otimismo com o Brasil e o câmbio na esteira do clima favorável para emergentes, porém, esbarra nos problemas fiscais internos. Analistas do Bank of America passaram duas semanas conversando com investidores estrangeiros sobre o país. Mesmo reconhecendo a volta dos fluxos, eles parecem preferir ficar à margem por ora, à espera de notícias fiscais concretas. “Alguns investidores estão relativamente construtivos no cenário fiscal (capacidade de manter o teto de gastos) e no crescimento para o próximo ano, mas a convicção permanece baixa”, disse o BofA em nota. Nesse contexto, a moeda brasileira ainda é preterida em relação aos juros. Segundo o BofA, os relatos são de que o real pode até parecer atraente, mas ainda sujeito a volatilidade “muito alta” e sem tendência clara.
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Ipea reduz estimativas para os avanços do PIB da agropecuária do país em 2020 e 2021
Instituto passa a projetar altas de 1,5% neste ano e de 1,2% em 2021
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário em 2020 para 1,5%. No mês passado, a estimativa era de alta de 1,9%. A queda foi justificada, principalmente, pela produção menor de carne bovina e por problemas em segmentos como aquicultura e florestas. Os três componentes que influenciam a previsão do Ipea sofreram alguma deterioração. O valor adicionado das lavouras foi o único que se manteve em alta, mas teve o avanço reduzido de 3,9% para 3,8% por causa da safra de trigo, que deve ser menor que a estimada anteriormente. As safras de soja, milho, café e cana sustentam o desempenho positivo dessa categoria. O valor adicionado da pecuária também foi revisto para baixo. A queda estimada passou a ser de 2%, ante projeção de baixa de 1,5% anunciada em outubro. Isso por causa do recuo mais forte da produção de carne bovina no terceiro trimestre (5,5%), em que pese as demais proteínas apresentem perspectivas de altas para 2020 — carne suína (8%), aves (0,2%) e ovos (2,8%). “Em função do elevado volume de exportações para a China em 2019 e 2020, houve uma forte alta do abate de animais mais jovens — novilhos e, principalmente, novilhas. Para recompor o rebanho, o pecuarista reduziu o abate de matrizes e futuras matrizes. Esse movimento, aliado a uma menor demanda interna por carne de cortes mais nobres por conta da pandemia do novo coronavírus, tem contribuído para a menor produção de carne bovina em 2020”, diz a Carta de Conjuntura divulgada ontem. O componente “outros” apresentou revisão ainda mais forte. Antes calculada em 6,4%, a queda passou a ser prevista em 9,4%. Segundo o Ipea, o resultado se deve ao fraco desempenho da produção de pesca e aquicultura no ano. Para 2021, a estimativa do Ipea para o avanço do PIB da agropecuária caiu de 2,1% para 1,2%. Apesar das projeções de safras recorde de soja e milho, as quedas nas culturas de arroz, algodão, café e — principalmente — laranja devem limitar a elevação do valor adicionado das lavouras, agora prevista em 0,4%. Por outro lado, a pecuária pode apresentar forte recuperação, com incremento de 4,4% puxado por todos os principais segmentos (bovinos, suínos, frangos, leite e ovos). Na nova projeção para 2021 já foram consideradas as mais recentes estimativas de produção agrícola do IBGE, da Conab e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
VALOR ECONÔMICO
Cenário de preços favorece agricultor, mas aperta setor de carnes do Brasil, diz Itaú BBA
Os preços de soja e milho deverão seguir em patamares elevados no próximo ano, com um aperto na oferta impulsionando as margens de agricultores, mas desafiando produtores de carnes do Brasil, notadamente do setor de frango, e aqueles que fazem confinamento bovino, disseram analistas do Itaú BBA na terça-feira.
Essa situação de alta nos grãos –usados como matéria-prima para a ração– que deverá continuar em 2021, leva a uma preocupação para a indústria de proteínas animais. Do lado das commodities agrícolas, a China continua realizando firmes compras de soja, reduzindo o excedente exportável dos Estados Unidos, enquanto o Brasil (maior produtor e exportador global do grão) lida com um clima irregular que já atrasou o plantio. A bolsa de Chicago atingiu recentemente os maiores valores em mais de quatro anos, próximos de 12 dólares por bushel, impulsionado por temores quanto à oferta da safra sul-americana. No mercado de milho, a história é semelhante à da soja. Ele disse que não há muito “espaço para que os preços caiam até a entrada da segunda safra do Brasil”, quase na metade do ano que vem, quando chega a maior colheita brasileira do cereal. No caso da indústria de frango, a alta do produto foi insuficiente para fazer frente ao custo com a ração, o que fez com que o resultado das granjas ficasse negativo em meio a preços recordes da soja e do milho. O consultor de Agronegócios do Itaú BBA, César de Castro Alves, disse ainda que a avicultura sofreu o impacto da queda do petróleo, que afetou a demanda por carnes do Oriente Médio, grande importador de aves do Brasil. “Então a exportação não foi capaz de segurar o setor, e no mercado doméstico os preços ficaram defasados em relação ao dianteiro bovino e a carne suína”, comentou. “Ou o setor aumenta os volumes de exportação no próximo ano, ou o ideal seria reduzir um pouco a produção para fazer frente aos custos elevados”, disse ele. Para os segmentos de carne bovina, a situação é um pouco melhor, mas há riscos relacionados aos altos custos dos bezerros enquanto pecuaristas retêm fêmeas diante de preços recordes da arroba bovina. “A gente enxerga uma possível continuidade desse quadro no próximo ano, isso faz com que produtores segurem as fêmeas, e no final do dia isso significa menos ofertas para frigoríficos”, afirmou. Para o ano que vem e para o próximo, acrescentou, o desafio do pecuarista vai ser fazer com que “bezerro caro” não encontre um boi gordo desvalorizado, o que pode comprimir margens do produtor. O especialista citou ainda que, para a indústria, a situação atual é diferente da vista no ano passado, quando havia mais espaço para repasses de preço da carne no mercado interno. Para o setor de carne suína, os embarques recordes em 2021, que devem atingir 1 milhão de toneladas, deixam o setor no positivo. De acordo com Alves, a forte demanda da China, que busca recompor a oferta afetada pela peste suína africana, “construiu um ambiente de elevação de preços que gerou margens espetaculares”. Segundo ele, o setor de suínos deve aumentar a produção em 5%, enquanto as exportações estão crescendo 40% no ano.
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Arrecadação federal SOBE 9,56% em outubro com recolhimento de tributos diferidos na crise
O Fisco atribuiu o desempenho principalmente ao recolhimento de tributos cujo pagamento havia sido postergado, com aval do governo, como medida de alívio na crise da pandemia do coronavírus, mas também destacou o impacto da melhora de alguns indicadores macroeconômicos
No mês passado, as receitas totais tiveram alta real de 9,56% sobre um ano antes, para 153,938 bilhões de reais. De acordo com a Receita, o pagamento de tributos que haviam sido diferidos somou 16,252 bilhões de reais no mês, o que responde por boa parte do aumento de 18,736 bilhões de reais verificado na arrecadação total sobre outubro do ano passado. Por outro lado, as compensações tributárias –em que as empresas usam créditos de impostos recolhidos a mais no passado– somaram 23,289 bilhões de reais, aumento real de 87% na comparação anual. Em nota, a Receita chamou atenção para o aumento de 17,97% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o mesmo mês do ano passado, para 31,889 bilhões de reais. Outros tributos também tiveram altas expressivas, com destaque para IR da pessoa física (19,3%), Imposto sobre Produtos Industrializados (14,5%), receitas previdenciárias (15%) e Cofins-PIS-Pasep (20%). Em todos esses casos há o impacto do recolhimento de tributos diferidos neste ano como medida de enfrentamento à crise. Ainda assim, Marcelo Gomide, Coordenador de Previsão e Análise da Receita, destacou que uma parte importante do recolhimento de Cofins/PIS-Pasep, por exemplo, reflete um aumento das vendas das empresas. Os dados do IRPJ também apontam, segundo ele, melhora da atividade. Já o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) caiu 71,2%, na esteira da redução temporária a zero das alíquotas do imposto aplicáveis nas operações de crédito, medida tomada para enfrentamento à crise do coronavírus. Outubro foi o terceiro mês consecutivo de alta na arrecadação, após seis meses de queda. No ano, a arrecadação soma 1,180 trilhão de reais, 9,45% abaixo, em termos reais, do valor levantado de janeiro a outubro de 2019.
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IPCA-15 tem maior alta para novembro em 5 anos e vai acima do centro da meta
A prévia da inflação brasileira registrou em novembro o maior nível para o mês em cinco anos e mostrou que os custos dos alimentos continuam pesando nos bolsos dos consumidores na reta final do ano, levando a alta dos preços em 12 meses acima do centro da meta do governo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,81% em novembro, de 0,94% no mês anterior, segundo os dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a alta acumulada foi a 4,22%, de 3,52% antes. Com isso, a inflação ficou acima do centro da meta para este ano, que é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. Em novembro, todos os grupos pesquisados apresentaram alta, mas o maior peso ficou novamente para Alimentação e bebidas. A inflação dos alimentos vem se destacando nesse final de ano, também por conta do câmbio favorável às exportações, o que levanta preocupações de uma alta mais disseminada dos preços. Os preços de alimentação e bebidas apresentaram avanço de 2,16% no mês, sendo que os alimentos para consumo no domicílio subiram 2,69%. Influenciaram nesse resultado itens importantes na mesa das famílias, como as carnes (4,89%), o arroz (8,29%) e a batata-inglesa (33,37%). A alimentação fora do domicílio também pesou sobre o IPCA-15 de novembro ao acelerar a alta a 0,87% em novembro, de 0,54% no mês anterior, principalmente em função do aumento de 1,92% no item lanche. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, já sinalizou que a redução do imposto de importação sobre alimentos como reação à alta nos produtos deve ser uma medida permanente. Outro forte impacto sobre o índice de novembro foi exercido pelo grupo Transportes, embora tenha desacelerado a alta a 1%, de 1,34% em outubro. Essa leitura foi impulsionada pela alta de 1,17% da gasolina, subitem de maior peso do IPCA-15.
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EMPRESAS
Moody’s eleva nota da Minerva por melhora na liquidez e alavancagem
A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service disse na terça-feira (24) que elevou a nota de crédito da Minerva S.A. para “Ba3”, de “B1”, com perspectiva estável, para refletir a melhora no fluxo de caixa, liquidez e foco na desalavancagem da companhia
“A ação também incorpora um cenário favorável para processadores de carne bovina sul-americanos, apoiado na forte demanda e oferta limitada, que continuará a ajudar na geração de caixa livre”, disse a Moody’s em relatório. A redução da dívida da Minerva por meio de aumentos de capital e emissões no mercado doméstico também contribuíram para o aumento da nota de crédito. A Moody’s também considerou o confortável perfil de liquidez da companhia, equipe de gestão experiente, participação de mercado de 18% na América Latina, participação em mercados de exportação e margens operacionais estáveis. “A diversificação geográfica da Minerva na América do Sul, com unidades de produção em cinco países, coloca a companhia em uma boa posição para beneficiar-se do acesso a diferentes mercados globais e mitiga riscos de comércio restrito ou barreiras sanitárias envolvendo governos ou regiões produtivas específicas”, disse a Moody’s. A Minerva é a principal exportadora de carne bovina da Argentina, Paraguai e Colômbia e a segunda maior exportadora de carne bovina do Brasil e do Uruguai. Na segunda-feira (23), a Moody’s elevou a nota de crédito da produtora de carne bovina Marfrig, citando a forte performance operacional da companhia e melhora nas métricas de crédito nos últimos anos.
CARNETEC
INTERNACIONAL
Senado uruguaio votará pela proibição do uso de denominações de carnes em proteínas obtidas em laboratório
Senadores da coalizão multicolorida no Uruguai votaram a favor de uma proposta que proibirá lojas, restaurantes e supermercados uruguaios de vender “carne sintética”, mas sim “milanesas de berinjela”
Especificamente, foi aprovado um artigo, dentro dos mais de 700 orçamentos do Uruguai, que proíbe o uso comercial de nomes como “carne sintética”, mas a restrição ao uso de nomes vinculados à indústria da carne não atinge os produtos de origem vegetal. Especificamente, o artigo afirma que “quando se trata de alimentos contendo células de cultura animal produzida artificialmente em laboratório, não podem ser usados para se referir a eles, anunciar ou comercializar, nomes associados a produtos de origem animal e seus derivados, nem utilizar qualquer rótulo, documento comercial, descrição ou representação pictórica, material publicitário ou forma de propaganda e representação que indique, implique ou sugira tratar-se de alimento de origem animal e seus derivados ”. O artigo será votado em breve e na Câmara dos Deputados do Uruguai, antes de chegar ao Senado, sem que se proíba o uso de denominações de carnes “para anunciar ou comercializar alimentos que em sua proporção são principalmente de origem vegetal”. O substitutivo proposto e aprovado pelos senadores da coalizão não incluía essa proibição e se limitava a estabelecer restrições apenas para a carne sintética.
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