Anna Flávia Rochas
O setor de food service no Brasil deve continuar crescendo nos próximos anos, abrindo oportunidades para frigoríficos interessados em fornecer produtos para clientes neste segmento, disse a especialista em food service na AGR Consultores, Rafaela Natal, à CarneTec.
“Há muita oportunidade para os fornecedores de proteínas no setor de food service. O grande desafio para que esses fornecedores tenham sucesso no fornecimento B2B é a adequação ao tipo de embalagem e ao porcionamento, shelf life (prazo de validade) após abertura da embalagem do produto, cadeia logística e maior flexibilidade e personalização nos cortes de carnes”, disse ela.
O faturamento do setor de food service brasileiro deve crescer cerca de 4,7% ao ano até 2022, chegando a R$ 527,5 bilhões, segundo dados da empresa de pesquisas Euromonitor International. A pesquisa considera cafés, bares, restaurantes com serviço completo, redes de fast food, self-services, quiosques e comidas de rua, estabelecimentos que entregam comidas e as preparam para viagem.
O Brasil é considerado um mercado em crescimento para alimentação fora do lar, que atualmente representa cerca de 33% dos gastos com alimentos e bebidas dos consumidores, segundo Rafaela.
“Tendências e tecnologias voltadas à área de food service como delivery (entrega), pedidos para viagem e via aplicativos, personalização de produtos, produtos grab&go (pega e leva) entre outros, prometem contribuir com o crescimento do setor”, disse a especialista.
A expansão dos shopping centers é um dos fatores que têm contribuído para o crescimento do food service no Brasil e para gerar novas oportunidades para fornecedores de carne.
Ao contrário de países com mercados mais desenvolvidos, no Brasil ainda há consumidores entrantes que buscam novidades, o que motiva inclusive a expansão de franquias globais, as quais têm investido na abertura de novas lojas no país.
Apesar de ainda haver espaço para a expansão do segmento de food service, a inovação é crucial para atrair o consumidor. As hamburguerias que se espalharam pelo país há alguns anos, por exemplo, já são consideradas um nicho consolidado. “As lojas de redes e os independentes vão precisar se reinventar para conquistar novos públicos e concorrer no mercado já saturado das grandes capitais”, disse Rafaela.
“Um bom blend de carnes faz toda a diferença na qualidade do produto final e os fornecedores de matéria-prima têm esta oportunidade nas mãos.”
Rafaela Natal, da AGR Consultores, ainda vê muita oportunidade para fornecedores de proteína no setor de food service (AGR Consultores/Divulgação)
Fonte: Carnetec