CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1425 DE 16 DE FEVEREIRO DE 2021

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Ano 7 | nº 1425| 16 de fevereiro de 2021

 

NOTÍCIAS

Oferta restrita para abate controla preços da arroba

Preço continua firme e acima de R$ 300 em São Paulo

Na segunda semana de fevereiro, o mercado físico do boi gordo deu sinais de que a trajetória de valorização da arroba está perdendo fôlego – registrou-se até casos de quedas nos preços da arroba em algumas regiões pecuárias, mas nada tão intenso, relatam as consultorias de mercado. Os negócios seguem prejudicados pela baixa oferta de animais prontos para abate e, ao mesmo tempo, pela posição de cautela de boa parte das indústrias compradoras, que relatam dificuldade em repassar os altos custos da matéria-prima (boiada gorda) ao longo da cadeia produtiva. Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, na sexta-feira (12/2), o boi gordo ficou estável na comparação com o dia anterior, cotado a R$ 302, preço bruto e a prazo. Os preços da vaca e da novilha gordas, porém, recuaram R$ 3/@ na comparação diária, negociadas, respectivamente, em R$ 282/@ e R$292/@, acrescenta a consultoria. Segundo a IHS Markit, a maioria das indústrias frigoríficas continuou a regular os seus processos de compra de gado diante do aperto de suas margens operacionais, mas não conseguem exercer pressão baixista sobre o mercado, uma vez que a oferta se animais prontos para abater segue escassa. O consumo da carne bovina, embora tenha esboçado modesta recuperação na primeira quinzena do mês, não possibilitou uma melhora mais consistente que estimulasse repasse pleno dos custos de produção ao consumidor final, acrescenta. Outro ponto de alerta entre os frigoríficos, continua a IHS, seria o desempenho mais fraco dos embarques da proteína bovina ao exterior. Embora a receita das vendas ao mercado externo ainda garanta uma margem satisfatória às unidades de abate habilitadas, os volumes até aqui ainda são mais baixos, sobretudo se comparado ao ano passado, informa a consultoria. A IHS Markit observa que há indústrias que relatam diminuição da participação em alguns mercados consumidores, como no Chile, por não conseguir competir com carnes da Argentina, Uruguai e Paraguai, vendidas a preços mais baixos.

PORTAL DBO

ECONOMIA

Dólar tem queda global em meio à demanda por risco e em dia sem mercados nos EUA

Investidores avaliam dados econômicos recentes

O dólar operou com perdas em relação a moedas fortes e emergentes na segunda-feira de busca por risco nos mercados europeus, com os negócios nos Estados Unidos fechados em função do feriado do Dia dos Presidentes. Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DXY, que compara o dólar a uma cesta de moedas fortes como euro, libra e iene, recuava 0,15%, para 90,345. O euro subia 0,10%, para US$ 1,2130; a libra avançava 0,35%, superando US$ 1,39 pela primeira vez em quase três anos (a US$ 1,3905) e o dólar subia 0,41%, para 105,341 ienes. Na Europa, os principais índices acionários tiveram alta, com apetite ao risco guiado pela tensão no Oriente Médio, que puxa os preços do petróleo, e notícias do andamento da vacinação. O governo do Reino Unido anunciou durante o fim de semana que atingiu a meta de vacinação de 15 milhões de pessoas na primeira fase do processo, o que fortalece a libra e o FTSE-100, da bolsa de Londres, que encerrou com alta de 2,52%, marcando 6,756.11 pontos. Dados econômicos da zona do euro, por sua vez, deram sinais divergentes aos ativos, com as exportações em dezembro de 2020 voltando ao patamar do fim de um ano antes, enquanto a produção industrial recuou 1,6% em dezembro. As moedas atreladas a commodities se fortaleceram na segunda, como o rand sul africano, que atingiu uma nova máxima em um ano. Os mercados no Brasil também estão fechados, por ocasião do feriado de Carnaval.

VALOR ECONÔMICO

IGP-10 acelera alta para 2,97% em fevereiro e acumula 28,17% em 12 meses

Índice vinha de uma taxa de 1,33% em janeiro e agora acumula elevação de 4,35% no ano

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,97% em fevereiro. No mês anterior, o índice havia apresentado taxa de 1,33%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 4,35% no ano e de 28,17% em 12 meses. Em fevereiro de 2020, o índice teve alta de apenas 0,01% e acumulava elevação de 7,39% em 12 meses. “O IPA segue exercendo forte influência sobre o IGP. Pressões, ora concentradas em matérias-primas brutas, agora se espalham entre os bens intermediários. No primeiro estágio de produção, vale destacar o comportamento do preço da soja, que subiu 9,42% ante -10,45% na apuração anterior. No estágio intermediário, chama atenção o comportamento dos preços dos fertilizantes, com alta de 10,74%, depois de registrar queda de 1% em janeiro”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços. Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 3,90% no período de cálculo do IGP-10 em fevereiro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 1,60%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais desaceleraram de 1,24% em janeiro para 0,90% em fevereiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 4,99% para -3,95%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, teve alta de 0,77% em fevereiro. No mês anterior, a taxa havia sido 0,65%. A taxa do grupo Bens Intermediários acelerou de 1,90% em janeiro para 3,90% em fevereiro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,97% para 3,83%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 3,78% em fevereiro, ante 1,17% no mês anterior. O índice do grupo Matérias-Primas Brutas saltou de 1,64% em janeiro para 6,23% em fevereiro. As principais contribuições para este avanço partiram de soja em grão (-10,45% para 9,42%), bovinos (-5,55% para 10,07%) e milho em grão (-4,77% para 9,36%).

VALOR ECONÔMICO 

Participação da China nas exportações do Brasil é recorde e pode crescer mais

No ano passado, um a cada três produtos brasileiros vendidos ao exterior foram para o país asiático, de acordo com dados do Ministério da Economia

Por conta da pandemia do novo coronavírus, a participação da China nas exportações do Brasil em 2020 cresceu 4 pontos percentuais em relação ao ano anterior e chegou ao recorde de 32,3%. Até então, o país asiático vinha avançando, mas com aumentos mais modestos. De 2018 para 2019, por exemplo, essa fatia das vendas brasileiras ao exterior avançou pouco mais de 1 ponto percentual. Em um ano, as vendas aos chineses subiram de US$ 63,4 bilhões para US$ 67,8 bilhões (alta de 7%, em termos nominais), segundo dados do antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), hoje ligado ao Ministério da Economia. E isso se deu enquanto o total das exportações brasileiras caiu de US$ 225,4 bilhões, em 2019, para US$ 209,9 bilhões em 2020, por conta da crise internacional. Dois fenômenos ajudam a explicar o aumento da dependência em relação à China no ano passado, diz o estrategista do Banco Ourinvest e ex-secretário nacional de Comércio Exterior, Welber Barral. “O Brasil exportou mais carnes para a China, já que a peste suína lá fez crescer a demanda pelo produto, e também subiu a quantidade de outros produtos básicos demandados por eles no segundo semestre.” A expectativa do Banco Mundial é que o principal parceiro comercial do Brasil tenha crescido 2% no ano passado, enquanto a média mundial deve ser de uma queda de 4,4%. “A China teve um desempenho muito bom no quarto trimestre de 2020. É um dos poucos países que devem ter crescido no ano, enquanto nos EUA, o número de mortos é assombroso e a pandemia segue descontrolada”, avalia o Coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Armando Castelar. Ele lembra que o apetite chinês pelas commodities de que o Brasil depende para ter vantagem nas suas exportações – como a soja e o minério de ferro – deve crescer também este ano, dado que as projeções do Banco Mundial estimam uma alta de 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e alguns analistas já projetam crescimento de 9%. “A maior parte do crescimento da demanda pelos produtos brasileiros, portanto, se dará pela China e a nossa dependência vai aumentar”, reforça Castelar.

Estadão Conteúdo

EMPRESAS

Minerva fortalece atuação no Oriente Médio e Ásia por meio da parceira Salic

A Minerva Foods aprovou a celebração de contrato disciplinando venda, fornecimento e exportação de produtos produzidos e comercializados pela companhia à Salic (UK), disse a Minerva em comunicado ao mercado

Com o suporte da Salic, o contrato de fornecimento deverá fortalecer a exposição e atuação da Minerva nos mercados do Oriente Médio e Ásia, que compreendem cerca de 65% da população e 40% do PIB global, revelou a companhia. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Oriente Médio e Ásia foram responsáveis por mais de 60% da importação global de carne bovina no ano passado. Considerando os três primeiros trimestres de 2020, cerca de 55% das exportações de carne bovina da Minerva tiveram a região como destino, evidenciando a sua grande relevância e o seu forte potencial de crescimento na importação e consumo de proteína animal, ressaltou a empresa. Nos termos do contrato de fornecimento, a Salic poderá adquirir até 25 mil toneladas/ano de produtos da Minerva, considerando preços de mercado, mediante procedimentos e prazos predeterminados. Adicionalmente, a Minerva informou no mesmo comunicado que celebrou um memorando de entendimentos com Salic tendo por objetivo a possível aquisição de ativos na Austrália e a constituição de joint venture voltada à criação, exploração, processamento e exportação de ovinos e bovinos naquele país (MoU Australia). Os australianos acessam tanto destinos de alto crescimento, como Ásia e Oriente Médio, quanto também mercados com maior capacidade de renda e que permitem alta rentabilidade, como Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia do Sul, entre outros. Com o potencial estabelecimento da joint venture previsto no MoU Australia, em parceria com a Salic, a companhia busca maximizar novas oportunidades de negócios, de forma a atender à crescente demanda global por proteína animal, “sempre respeitando nosso compromisso com a disciplina financeira”. O comunicado é assinado por Edison Ticle de Andrade Melo e Souza Filho, diretor de Finanças e Diretor de Relações com Investidores.

CARNETEC

MEIO AMBIENTE

BNP Paribas suspende crédito para empresas ligadas a desmatamento

Banco francês destaca que não financiará mais empresas que produzem ou compram carne bovina ou soja de terras desmatadas 

O banco francês BNP Paribas, a maior instituição financeira da França, anunciou ontem que se comprometeu a fechar a torneira do crédito para companhias que criem gado ou produzam soja em áreas da região amazônica convertidas em pastos ou lavouras depois de 2008. Na esteira do anúncio, que foi bem recebido pelo mercado financeiro, as ações do BNP fecharam em alta de 2,3% na Bolsa de Paris. Trata-se de mais uma instituição financeira que voltou seus olhos para o que está ocorrendo na Amazônia em um momento em que as políticas ambientais do governo Jair Bolsonaro sofrem severas críticas. Nos dois primeiros anos da atual administração, os alertas de desmatamento cresceram, em média, 82% em relação aos índices dos três anos anteriores. A instituição financeira também afirmou que vai incentivar seus clientes a não comprar ou produzir soja e criar gado na área do Cerrado – vale lembrar que a atividade agrícola é o principal pilar da economia de Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.  Segundo o BNP, os financiamentos só serão liberados para produtores que comprovarem uma estratégia de zero desmatamento da região até 2025. A movimentação do BNP Paribas é uma forma de enviar um forte sinal a companhias negociadoras de commodities no Brasil – hoje, as principais tradings de commodities no País são a Bunge, a Louis Dreyfus e a Cargill. Ainda assim, os grupos ligados à proteção do meio ambiente dizem que é necessária uma ação ainda mais restritiva. O BNP é mais um banco europeu a exigir metas ambientais na hora de liberar recursos. O Credit Suisse e o holandês ING se comprometeram, no mês passado, a deixar de financiar a venda de óleo bruto do Equador por causa da destruição da Amazônia no País. No Brasil, os três maiores bancos privados – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil – se uniram para criar um plano para desenvolvimento sustentável da Amazônia. O documento, divulgado em julho, incluía dez medidas em três frentes de atuação consideradas prioritárias para a região: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável; e garantia dos direitos básicos da população amazônica.

O ESTADO DE SP

FRANGOS & SUÍNOS 

Custos de produção para a suinocultura subiram 1,10% em janeiro

Em Santa Catarina, de janeiro de 2020 a janeiro de 2021, peso no bolso do suinocultor aumentou 55,26%

A Embrapa Suínos e Aves divulgou o Índice de Custos de Produção de Suínos (ICPSuíno) referente a janeiro, e os dados mostraram aumento para os investimentos na atividade, principalmente com a nutrição dos animais. De acordo com o levantamento, em relação a dezembro, houve alta de 1,10% no ICP/Suíno. O principal quesito que pesa nas contas do suinocultor, a nutrição dos animais, aumentou 1,62% em janeiro no comparativo com dezembro. No acumulado dos últimos 12 meses, houve um avanço de 41,34%. Atualmente, a alimentação dos suínos representa 82,32% do total investido na atividade. Santa Catarina, o Estado que lidera a produção de suínos no Brasil, os custos, de forma geral, subiram 5,07% em janeiro, em relação à dezembro de 2020, atingindo R$ 6,63/kg. No que diz respeito à alimentação dos suínos, o avanço foi de 1,5%, chegando a R$ 5,43/kg. Ao estender a comparação entre janeiro deste ano com janeiro de 2020, o aumento dos custos de produção na suinocultura em Santa Catarina foi de 55,26%. O suinocultor e proprietário de um frigorífico em Santa Catarina, Marcos Antônio Spricigo, apontou que mesmo com certa melhora nos preços pagos ao produtor desde o final de janeiro, a relação de troca com os custos de produção ainda é desfavorável ao suinocultor. “Os preços de milho e farelo de soja subiram muito além da proporção que o preço do suíno. Este ano de 2021 tem como ponto de atenção os custos de produção, e não deve haver sinal de alívio até, pelo menos, a entrada do milho safrinha no mercado”, disse.

Embrapa Suínos e Aves

INTERNACIONAL

Demanda de carne bovina dos EUA: o risco de recuperação

De acordo com relatório do Rabobnk, a expectativa otimista de um mundo pós-pandêmico continua a se intensificar com a distribuição contínua de vacinas Covid-19 

Do ponto de vista da indústria da carne bovina, o controle de vírus aliviará grande parte da pressão atual nos setores de processamento e distribuição. Ao longo dos próximos anos, as inovações aceleradas pela Covid-19 entrarão em vigor, assim como os avanços tecnológicos em toda a cadeia de suprimentos. Simultaneamente, a oferta de gado mais apertada de um rebanho de animais de corte em declínio se tornará realidade. De maneira geral, o cenário de produção da indústria de carne bovina parece pronto para uma melhora pós-pandemia. Mas e quanto à demanda do consumidor por carne bovina? “Após a pandemia, o Rabobank espera que a demanda doméstica de carne bovina dos EUA recue dos máximos históricos realizados ao longo de 2020. O aumento extremo dos preços de varejo no final da primavera pode ser amplamente explicado pela disponibilidade reduzida de carne bovina e outros produtos de carne após documentadas, interrupções da cadeia de suprimentos induzidas pela Covid-19”, de acordo com Dustin Aherin, analista do setor de Proteína Animal do Rabobank. No entanto, a elevação da demanda por carne bovina, que responde tanto pela oferta quanto pelo preço, indica que os preços mais altos da carne bovina resultaram de mais do que apenas mudanças na oferta, principalmente com a recuperação da oferta de carne nos últimos meses. “As circunstâncias exatas que promoveram a incrível força da demanda por carne bovina durante a pandemia também prenunciam vulnerabilidades potenciais durante o período de recuperação pós-pandemia.”

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