CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1265 DE 26 DE JUNHO DE 2020

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Ano 6 | nº 1265| 26 de junho de 2020

 

NOTÍCIAS 

Mercado do boi gordo segue em alta

As compras de gado gordo são feitas em pequenos lotes. Nesse quadro, as escalas de abate pouco aumentaram, o que motivou mais um dia de alta no mercado

Em São Paulo, na última quinta-feira (25/6), a cotação do boi gordo ficou em R$215,00/@, bruto e a prazo, R$214,50/@, livre de Senar, também a prazo, e em R$212,00/@, descontados os impostos (Senar e Funrural). Alta de 0,9% ou R$2,00/@ frente ao fechamento anterior (24/6). Os negócios pelo boi jovem, que atende à demanda chinesa, acontecem em torno de R$215,00/@ até R$220,00/@, bruto e à vista. No curto prazo, a proximidade da virada do mês e o restabelecimento do comércio em algumas regiões, além do bom ritmo das exportações, acentuam um desbalanço entre demanda por carne bovina e oferta de boiadas para abate, com isso, valorizações não estão descartadas

SCOT CONSULTORIA 

Arroba do boi gordo segue firme com oferta restrita no país

Segundo analista, o ambiente de negócios da carne bovina ainda aponta para reajustes no curto prazo, com boas expectativas para a primeira quinzena de julho 

Os preços do boi gordo voltaram a subir em algumas regiões de produção e comercialização nesta quinta-feira, 25. Segundo o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o cenário fundamental permanece construtivo para o pecuarista, com um cenário de oferta de animais terminados restrita neste período de transição entre safra e entressafra. A demanda chinesa permanece muito efetiva e, até o momento, não há novas repercussões em torno da suspensão de frigoríficos pela presença do novo coronavírus no chão de fábricas. Aparentemente a suspensão voluntária que ocorreu em Rondonópolis (MT) trata-se de um caso isolado”, diz Iglesias. Os principais frigoríficos brasileiros assinaram um termo garantindo que não há contaminação entre funcionários no chão de fábrica. “Além disso, as normativas acertadas junto aos ministérios da Agricultura, Economia e Saúde têm sido rigorosamente cumpridas”, afirma. Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista continuaram em R$ 214 por arroba, estáveis. Em Uberaba (MG), passaram de R$ 208 para R$ 209 por arroba. Em Dourados (MS), subiram de R$ 204 para R$ 205. Em Goiânia, o preço continuou em R$ 208. Já em Cuiabá (MT), permaneceu em R$ 187 por arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda aponta para reajustes no curto prazo, com boas expectativas para a primeira quinzena de julho, quando o consumidor médio estará capitalizado. “Ao mesmo tempo, o relaxamento da quarentena em São Paulo – principal centro consumidor de carne bovina do país – aumenta o otimismo. No entanto, é fato conhecido de que os níveis de demanda não voltarão aos patamares pré-crise”, aponta. A ponta de agulha ficou em R$ 11,85 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 12,55 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 13,75 o quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Embrapa traça cenário de longo prazo positivo para pecuária, mas prevê forte concentração na atividade

Tendências para a cadeia de carne bovina do país vão exigir melhor gestão do negócio, digitalização e intensificação produtiva 

Estudo inédito da Embrapa aponta que as tendências para a cadeia de carne bovina do país vão exigir melhor gestão do negócio, digitalização e intensificação produtiva por parte dos pecuaristas para que seja alcançado o potencial de incremento de 23% da produção nos próximos oito anos. As mudanças mais profundas no segmento serão puxadas pelo aumento das exportações, sobretudo para atender à demanda crescente da Ásia, e pela maior exigência de qualidade por parte dos consumidores em geral. Parte desse contexto já foi adiantado pela pandemia e desafia a eficiência dos criadores de gado brasileiros. Apesar de promissora, a projeção de o país se consolidar como líder global nesse mercado pode excluir da atividade quase metade dos 1,3 milhão de pecuaristas hoje em atividade. “Vamos ter menos produtores, que serão mais tecnificados e terão maior volume de produção. Quem for pequeno ou se organiza em cooperativas, em associações, em rede, ou não sobreviverá”, afirma o pesquisador e doutor em Economia Elísio Contini. Para o Coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina da Embrapa Gado de Corte (CiCarne), Guilherme Malafaia, o segmento será comandado por grandes players, que deverão assumir as áreas de quem não acompanhar a modernização, o que pode gerar forte impacto social. “Parcela considerável vai ser excluída da atividade e substituída por fazendas corporativas. Até 2040, cerca de 50% dos produtores devem sair do mercado”, diz. A produção em escala será um pilar importante no novo contexto produtivo, para barganhar preços na compra de insumos ou na venda do produto final. Outra saída, afirma Malafaia, é apostar na agregação de qualidade na carne e de valor, com a certificação de origem. “Já pensou em carne com selo da Amazônia ou do Pantanal? Apenas 6% do rebanho bovino está em algum programa de qualidade e o espaço para a carne nobre é grande. Existe um potencial enorme”, afirma o coordenador do CiCarne.

https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/06/26/embrapa-traca-cenario-de-longo-prazo-positivo-para-pecuaria-mas-preve-forte-concentracao-na-atividade.ghtml

VALOR ECONÔMICO 

Preços dos animais de reposição subiram em junho

A menor oferta de animais para reposição e a demanda aquecida, com o cenário positivo no mercado do boi gordo, têm impulsionado ainda mais os preços no mercado de reposição

No balanço semanal, considerando a média de todos os estados monitorados pela Scot Consultoria, entre machos e fêmeas anelorados, a valorização foi de foi de 3,7% em relação à semana anterior. Na comparação anual a valorização acumulada é de 44,7%. Para o curto prazo, a oferta de animais no mercado continuará ditando o rumo das cotações

SCOT CONSULTORIA 

ECONOMIA 

Dólar tem dia de forte volatilidade, mas fecha quase estável

O dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta quinta-feira, mas não sem antes experimentar intensa volatilidade, em sintonia com o vaivém de preços em outras praças, reflexo de persistentes dúvidas de investidores sobre a pandemia e seus efeitos econômicos

O dólar interbancário teve variação positiva de 0,06%, a 5,3278 reais na venda. O aumento de casos de coronavírus em alguns Estados norte-americanos, o anúncio por outros Estados dos EUA de restrições a viajantes dessas regiões e ruídos do lado comercial entre EUA e Europa mantiveram investidores na defensiva, com incertezas sobre se a recuperação econômica pós-pandemia será de fato rápida como se espera. No Brasil, perspectivas sombrias para a economia e as contas públicas também pesam, diminuindo a atratividade do real. Estrategistas do Bank of America disseram em nota que muitos investidores com os quais conversaram estão vendidos em juros de curto e médio prazos, com “menos convicção de assumirem posição comprada em real na margem” e que há uma “clara” preferência por peso mexicano ante real devido aos riscos políticos no Brasil e das crescentes incertezas fiscais. O México cortou os juros para 5% nesta quinta-feira, com incertezas sobre o espaço para mais reduções. Já no Brasil a taxa Selic está em 2,25% ao ano, e mais cedo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que ainda há espaço para atuação via política monetária. Sobre o câmbio, Campos Neto reconheceu que a volatilidade no Brasil está um pouco maior, mas afirmou que isso não significa que está piorando consistentemente. A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses —uma medida do grau de incerteza sobre a taxa de câmbio— estava em 20,8% ao ano nesta quinta, de longe a mais alta entre as principais divisas emergentes. A volatilidade implícita para o peso mexicano estava em 16,3%.

REUTERS 

Ibovespa segue NY e fecha em alta com recuperação de blue chips

A MARFRIG ON e MINERVA ON cederam 1,55% e 1,52%, respectivamente, em sessão de forte volatilidade no câmbio, com o dólar terminando quase estável em relação ao real. JBS ON perdeu 0,55%. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) decidiu que uma fábrica operada pela JBS deve fechar, revogando uma decisão de primeira instância que lhe permitiu abrir após um surto do coronavírus

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,7%, a 95.983,09 pontos. O volume financeiro totalizou 23,3 bilhões de reais. Apreensões com o risco de nova onda de infecções pelo coronavírus, diante da alta no número de casos em Estados norte-americanos e em países como Alemanha e China, e novos ruídos no comércio global pressionaram as ações no começo do pregão. O Ibovespa chegou a recuar a 94.151,83 pontos no pior momento, com números sobre os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos também minando a confiança dos agentes financeiros. Na parte da tarde, contudo, as blue chips brasileiras mostraram reação na esteira de Nova York, com Petrobras ajudada ainda pela melhora dos preços do petróleo. Na máxima, o Ibovespa alcançou 96.259,70 pontos. Wall Street fechou com o S&P 500 em alta de 1%, com ações de bancos disparando antes da divulgação de resultados dos testes anuais de estresse. Agentes financeiros não veem alívio na volatilidade nos negócios, em meio aos riscos ainda presentes relacionados ao Covid-19, além do noticiário sobre as relações comerciais dos EUA com União Europeia e China. No Brasil, o cenário de retração econômica, embora traga preocupações com os efeitos nos resultados das empresas, quando combinado com preços sob controle reforça as perspectivas de taxas de juros muito reduzidas, e assim o fluxo para a bolsa. O Banco Central voltou piorar sua projeção para o PIB em 2020 e agora espera retração de 6,4%, enquanto o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, mostrou uma variação positiva de apenas 0,02% em junho.

REUTERS 

BC vê queda de 6,4% do PIB em 2020 e reforça compromisso com meta de inflação

O Banco Central piorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 a uma retração de 6,4%, ante crescimento zero calculado em março, refletindo o impacto profundo da crise com o coronavírus na atividade, conforme Relatório Trimestral de Inflação publicado na quinta-feira

A expectativa de queda ficou maior que a da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, que ainda prevê um recuo de 4,7% para a atividade neste ano. Já economistas ouvidos pelo BC na mais recente pesquisa Focus estimaram um tombo de 6,50% para o PIB, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a ver uma retração de 9,1% para a economia brasileira. “Achamos a projeção do FMI bastante pessimista, comparamos a projeção e aparentemente a projeção do FMI tem um elemento inercial muito maior”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista virtual. “Nosso viés em cima do número de -6,4% é viés de melhora”, acrescentou ele. Também presente na coletiva, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, afirmou que a nova estimativa reflete o quadro básico da autarquia, mas que há assimetria na distribuição dos cenários para números melhores. Kanczuk frisou que, na atual crise, itens de consumo e de serviços têm sofrido de maneira excepcional. Em serviços, ele exemplificou que hotéis e restaurantes têm sido frontalmente impactados. Em consumo, o diretor citou bens duráveis sendo afetados de forma “brutal”. Do lado da oferta, a revisão mais acentuada foi feita pelo BC na expectativa para a indústria, que passou a -8,5% em 2020, contra -0,5% antes, com piora em todas as atividades do setor. Para o setor de serviços, o BC agora vê recuo de 5,3% no ano, contra estabilidade projetada anteriormente. Já para a agropecuária, o crescimento esperado neste ano foi cortado a 1,2%, sobre 2,9% antes.

REUTERS 

EMPRESAS 

TRT restabelece interdição de unidade da JBS em Passo Fundo

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) decidiu que uma fábrica operada pelo frigorífico JBS deve fechar, revogando uma decisão de primeira instância que lhe permitiu abrir após um surto do coronavírus, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira.

A processadora de carne de frangos da JBS em Passo Fundo havia sido autorizada a reabrir em 21 de maio, após ser fechada em 24 de abril, após um surto. A JBS não quis comentar os processos em andamento.

REUTERS

FRANGOS & SUÍNOS 

Preço da carne de frango sobe 6,5% em junho, diz Cepea

Redução no volume de produção e aquecimento da demanda doméstica explicam alta dos preços, segundo pesquisadora 

O preço da carne de frango congelada teve aumentou 6,5% em junho em relação a maio, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A pesquisadora Juliana Ferraz afirma que a alta foi motivada pelo aumento da demanda doméstica, impulsionada no começo de mês pelo recebimento de salário e auxílio emergencial. A redução no volume produzido também pesou. Apesar do desempenho ter melhorado neste mês, consequência da retomada parcial de algumas atividades, o movimento ainda está abaixo do esperado pelo setor. Por isso, houve redução de produção e alojamento com intuito de controlar a sobreoferta no mercado nacional. Em relação ao mercado externo, a pesquisadora explica que no mês anterior houve um volume alto de proteína agrícola escoado pelo Brasil, quase 400 mil toneladas. Por esse motivo, alguns países como China e Japão devem ter estocado as proteínas, o que explica o ritmo menor de exportações durante junho. Sobre os próximos meses, Ferraz afirma “vai ser comum a gente ver quedas pontuais, mas a expectativa é que os preços fiquem estáveis”.

CANAL RURAL/CEPEA

INTERNACIONAL 

Coronavírus matou 93 trabalhadores de frigoríficos nos EUA, diz sindicato

O maior sindicato do setor de carnes dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que 93 trabalhadores de frigoríficos e da indústria de processamento de alimentos do país morreram em decorrência da Covid-19, acrescentando que os riscos do novo coronavírus continuam para o setor

O United Food and Commercial Workers International Union, que também representa trabalhadores de mercados e drogarias, disse em teleconferência com repórteres que mais de 196 de seus membros morreram por causa da doença, enquanto mais de 2.300 membros foram expostos ou afetados pelo vírus no último mês. Os números refletem o forte impacto causado pela doença sobre trabalhadores essenciais nos EUA. Estados como Califórnia e Texas têm registrado grandes saltos nas infecções pelo coronavírus. Muitos funcionários de frigoríficos não estão trabalhando no momento, pois foram colocados em quarentena ou temem contrair o vírus caso retomem seus trabalhos nas unidades de processamento de carnes, que abrigam milhares de funcionários. Cerca de 20 fábricas operadas por empresas como Tyson Foods, JBS USA e Smithfield Foods fecharam em abril, após milhares de trabalhadores testarem positivo para a Covid-19. Os fechamentos temporários causaram uma disparada nos preços das carnes e até mesmo escassez de alguns produtos nos mercados. O presidente norte-americano, Donald Trump, publicou um decreto em 28 de abril para permitir que os frigoríficos permanecessem abertos. Empresas do setor disseram ter gasto dezenas de milhões de dólares em medidas para proteger trabalhadores, incluindo o fornecimento de máscaras, a instalação de divisórias físicas nas linhas de produção e a ampliação dos serviços de limpeza.

REUTERS 

NH Foods mira venda direta online de carne bovina para China

“É necessário se aproximar desse novo consumidor que está comprando mais via comércio eletrônico”, disse Daniel de Mattos, Diretor-Presidente da unidade Breeders & Packers Uruguay, da NH Foods, em entrevista de seu escritório em Montevidéu 

Produtores de carne bovina enfrentam o desafio de se adaptarem a um mundo pós-pandemia, onde consumidores compram mais online e exigem maior responsabilidade de processadoras e pecuaristas. Consumidores americanos agora dão mais importância ao que De Mattos descreveu como aspectos “éticos” da produção de carne bovina, incluindo o bem-estar animal, rastreabilidade e condições sanitárias, onde o Uruguai é líder na região. Assim como outros países produtores de carne bovina na América do Sul, o Uruguai sentiu o impacto da queda da demanda chinesa devido à Covid-19. O surto da Covid-19 deste mês em Pequim colocou mais pressão sobre preços já em queda, disse De Mattos, segundo o qual clientes chineses estão oferecendo US$ 1 mil a tonelada a menos pela carne bovina uruguaia do que há dois meses. Junho deve ser um mês negativo para o comércio de carne bovina com a China. Dados da Inac mostram baixa acumulada de 69% dos embarques por enquanto. “Nas últimas quatro ou cinco semanas, foi impossível vender carne uruguaia a preços aceitáveis na China, enquanto Brasil e Argentina inundaram esse mercado”, disse De Mattos. Frigoríficos uruguaios são desafiados por rivais do Brasil e da Argentina, que se beneficiam de custos operacionais e de gado mais baratos e ganham participação em mercados importantes como a China. O Uruguai precisa abrir mercados do Sudeste Asiático, como Malásia e Vietnã, e negociar tarifas mais baixas com o Japão e a Coreia do Sul para diversificar os negócios de exportação, disse o executivo. Os EUA são um dos poucos grandes compradores de carne bovina uruguaia que têm aumentado as compras desde maio, pois unidades de abate no país enfrentam surtos de Covid-19 entre trabalhadores. Produtos premium como “alimentado com capim” e carne bovina com certificação “Never Ever” aumentaram sua participação nas exportações para os EUA durante a pandemia, no que De Mattos vê como mudança duradoura. As vendas para a União Europeia, o mercado número 3 do Uruguai em volume, só devem subir a partir do quarto trimestre, devido ao alto volume de estoques de carne congelada naquele mercado, disse De Mattos. “A UE dá sinais de recuperação”, disse.  “Estamos perto dos preços pré-Covid, mas não dos volumes que estávamos exportando” antes da pandemia.

Bloomberg

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