CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1231 DE 08 DE MAIO DE 2020

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Ano 6 | nº 1231| 08 de maio de 2020

NOTÍCIAS

Boi gordo: vendas abaixo do normal pressionam preços, diz Safras

De acordo com a consultoria, as medidas de isolamento social estão limitando a demanda mesmo perto do Dia das Mães, quando o consumo costuma aumentar

O mercado físico do boi gordo teve preços estáveis na quinta-feira, 7. Segundo o analista da consultoria Safras Fernando Henrique Iglesias, a primeira quinzena de maio vem sendo marcada por vendas muito abaixo do normal no atacado. “O prolongamento do distanciamento social, com o fechamento de restaurantes, bares, redes hoteleiras e outros estabelecimentos, continua afetando a demanda mesmo com a proximidade do Dia das Mães, um dos pontos altos de consumo de carne bovina de todos os anos”, diz. Segundo ele, a retração econômica reduz o consumo de cortes nobres, direcionando a demanda para cortes mais acessíveis, a exemplo dos cortes do dianteiro e da carne de frango propriamente dita. “Ao mesmo tempo, a oferta tende a começar a crescer com o desgaste das pastagens provocado pelo clima mais frio e seco, fator que reduz a capacidade de retenção por parte dos pecuaristas”, salienta. Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 194 a arroba, estáveis. Em Uberaba (MG), subiram de R$ 183 por arroba para R$ 184 a arroba. Em Dourados (MS), ficaram em R$ 176 a arroba, inalterados. Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 180 a arroba, estável. Já em Cuiabá (MT), ficou em R$ 172 a arroba, ante R$ 171 a arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Com vendas enfraquecidas, o que segue dando oferecendo alívio para os frigoríficos são as exportações para a China. O corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,30 o quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Demanda por carnes no mercado doméstico sobe no início de maio

As vendas de carne bovina no atacado paulista registram aumento no início de maio, refletindo a maior procura no período que antecede o Dia das Mães, segundo a consultoria Agrifatto

O consumo de carnes no país é tradicionalmente maior nesse período, mas o recebimento de salários também colaborou para aquecer a demanda. “No atacado paulista de carne bovina, a melhora do desempenho das vendas nesta semana tem enxugado os estoques, onde há certa dificuldade em realizar a reposição pela baixa oferta de produtos. Entretanto, os preços continuam estáveis com tendência de altas pontuais no curtíssimo prazo”, disse a Agrifatto em análise divulgada na quinta-feira (07). O preço da carne bovina e do boi já vinham sustentando patamares firmes em abril, apesar dos efeitos da pandemia do coronavírus no consumo, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O período de final de safra na pecuária, com a baixa oferta de bois prontos para abates, colaborou para manter o preço do boi gordo em março quase 20% acima de abril do ano passado e praticamente estável em relação a março deste ano. No caso da carne bovina, o Cepea verificou estabilidade na demanda do mercado doméstico, especialmente por cortes mais baratos, enquanto as exportações seguem aquecidas. No início de maio, também houve aumento na procura de redes atacadistas e varejistas por carne suína para reposição de estoques, elevando preços. O preço da carcaça suína especial no atacado da Grande São Paulo subiu 3,65% no mês até quarta-feira (06), para R$ 5,97 por quilo, após cair 24,31% em abril, segundo dados do Cepea.

CARNETEC

Importação de carnes pela China tem alta de 82% nos quatro primeiros meses do ano

As importações de carnes pela China nos quatro primeiros meses de 2020 avançaram 82% na comparação anual, para 3,03 milhões de toneladas, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas do país nesta quinta-feira

A China tem buscado de proteínas —entre elas a carne suína— no mercado externo, diante da perda de grande parte de sua criação de porcos devido à peste suína africana. Ainda segundo os dados divulgados pelas alfândegas, as importações de carnes pela China somaram em abril 862 mil toneladas. O órgão de governo não especificou os dados entre importações de carnes bovina, suína e de frango.

REUTERS

Crise na produção de carne nos EUA pode abrir espaço para exportações do Brasil

Principais concorrentes mundiais enfrentam situações dramáticas na área de alimentos

A crise na produção de carne em meio à pandemia nos Estados Unidos deve fazer com que empresas americanas se voltem ao mercado interno, abrindo mais espaço para as exportações do setor no Brasil. Diante do fechamento de dezenas de frigoríficos nos EUA desde o início da crise, especialistas afirmam que a carne brasileira pode ser uma opção segura quando os principais concorrentes mundiais enfrentam situações dramáticas na área de alimentos. De acordo com relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), 115 instalações de processamento de carne e aves relataram casos de Covid-19 espalhados por 19 dos 50 estados americanos até o fim de abril. Entre os 130 mil trabalhadores desses locais, houve 4.913 diagnósticos confirmados e ao menos 20 mortes. As maiores companhias de carne do mundo estão entre as que fecharam plantas nos EUA e reduziram a produção vertiginosamente por causa da doença entre os funcionários. Entre elas, estão Tyson Foods, Smithfield Foods e JBS USA. Os EUA são líderes mundiais da produção de carne bovina, enquanto o Brasil é o maior exportador com vendas que atingiram o recorde de US$ 7,5 bilhões no ano passado. Em termos gerais, a China é a maior produtora, com cerca de 125 milhões de toneladas por ano. O país asiático consome mais carne suína do que toda a produção de carne americana e ainda importa grande quantidade de carne bovina e frango, terreno no qual o Brasil poderia ampliar sua já forte atuação. Na origem da pandemia, os chineses são os únicos entre as grandes economias globais que devem experimentar um crescimento neste ano, de 1,2%, após terem alcançado cerca de 6% em 2019. A recuperação deve ser de 9,2% em 2020, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), enquanto a retomada nos EUA será mais lenta, na casa de 4,7%. Professor de agronegócio global do Insper, Marcos Jank diz que o Brasil não está imune a problemas nos frigoríficos, mas hoje é capaz de suprir a queda de produção mundial e se beneficiar da alta do câmbio nas exportações, além da reabertura da economia chinesa. Além dos americanos, Jank cita Austrália, Argentina e a própria China como países que tiveram problemas na produção de carne no passado, culminando com a Covid-19 invadindo os frigoríficos em 2020.

FOLHA DE SP 

Frigorífico de MS fecha após surto de coronavírus

O frigorífico de carne bovina Brasil Global que abriu as portas em 2015 em Guia Lopes da Laguna, a 227 km de Campo Grande (MS), decidiu fechar por 15 dias para conter o novo coronavírus 

Cinco funcionários da empresa foram infectados depois que dois deles, do setor de embarque, tiveram contato com caminhoneiro de Campo Grande. É o que explica o responsável pelo setor jurídico da empresa, Eduardo Cassiano de Lima Mânica. A empresa tem 311 funcionários e afirma que o isolamento é para proteger a saúde e evitar “contágio em massa” na empresa. Ele diz que todos vão receber normalmente pelos dias em que estiverem em casa isolados. “Um motorista terceirizado teve contato com um dos nossos funcionários, ele veio fazer coleta do produto e teve contato com os nossos no embarque. Esse senhor foi contaminado no dia 24 e no dia 29 ligou nos avisando. Isolamos esses funcionários, um fez pela rede particular e deu negativo e o outro pela rede municipal. Confirmou o primeiro e o segundo demorou alguns dias, mas hoje ficamos sabendo que 5 estão confirmados”, explica. Eduardo afirma que o caminhoneiro, homem “de 40 ou 50”, ficou internado no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, mas já está em casa. Segundo o representante da empresa, os funcionários também estão com quadro positivo de saúde, com indício de melhora. “Decidimos parar para resguardar a saúde dos funcionários”. “Hoje a Secretaria de Saúde de Guia Lopes está fazendo uma triagem, pegando o telefone das pessoas. Damos cestas básicas e vão receber normalmente”. Eduardo afirma que a empresa vai sofrer redução de R$ 20 milhões de capital de giro pelos 15 dias de portas fechadas, o que também deve atingir as fazendas de onde compra os bois em Guia Lopes e também em Bela Vista, Aquidauana, Nioaque e Bonito. A empresa adquire, em média, 400 cabeças de gado por dia.

Campo Grande News 

ECONOMIA 

Dólar em breve baterá R$6, dizem analistas após moeda cravar novo recorde

O dólar voltou a disparar na quinta-feira, cravando novos recordes perto de 5,90 reais e com a moeda brasileira mais uma vez liderando as quedas globais, diante de um intenso desconforto no mercado local de câmbio ditado pela combinação entre juros cada vez mais baixos, economia em colapso e persistentes incertezas do lado político

Para analistas, é questão de tempo a cotação cruzar a linha de mais uma marca psicológica, desta vez de 6 reais. O dólar à vista BRBY fechou em forte alta de 2,39%, a 5,8399 reais na venda. Com isso, deixou confortavelmente para trás o recorde anterior, da véspera, de 5,7035 reais. A moeda subiu mais de 13 centavos entre uma sessão e outra. Na máxima do pregão, foi a 5,8780 reais na venda, novo pico intradiário. Na B3, o dólar futuro DOLc1 tinha um salto de 2,22%, a 5,8560 reais na venda às 17h21, após alcançar 5,8845 reais. A cotação abriu com ganho de 1,4% e acelerou os ganhos no decorrer da sessão em vez de reduzi-los. Isso indica uma pressão estrutural sobre a moeda, que deve levá-la à casa dos 6 reais no curto prazo, segundo analistas. “O real vai continuar se depreciando em função de crises políticas que vamos testemunhar mais à frente e em tempos de crise de saúde e econômica”, disse Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora. Antes dos mais recentes ruídos políticos, o câmbio já vinha se depreciando, sob pressão da queda constante dos diferenciais de juros entre o Brasil e o mundo. Na Bolsa de Chicago, contratos futuros de real negociados chegaram a despencar 4,5% na noite de quarta-feira, apontando dólar acima de 5,96 reais, depois de o Banco Central surpreender ao promover um corte mais intenso —de 0,75 ponto percentual— na Selic. O desestímulo ao ingresso de recursos é endossado pelas perspectivas cada vez mais sombrias para a economia. “Estamos caminhando para uma contração de 7% a 8% do PIB (em 2020)”, disse Evandro Buccini, Diretor de renda fixa e multimercado da Rio Bravo, para quem a extrema incerteza do cenário desanima qualquer posição em real. Para ele, o dólar vai “em breve” alcançar os 6 reais, num contexto em que o Banco Central escolheu fazer intervenções apenas pontuais no câmbio. “Não dá para vender muito mais reservas do que já vendeu. Estamos chegando perto do nível prudencial, que seria 1,5 vez o nível ótimo de reservas”, afirmou. Apesar de o dólar ter se aproximado de 5,90 reais nesta sessão, o Banco Central vendeu nesta quinta, em termos líquidos, 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial tradicional, valor até abaixo do ofertado em alguns dias no mês de abril. Dados do BC divulgados na véspera mostraram que, com as atuações no mercado cambial neste ano, a posição cambial líquida da autoridade monetária caiu em abril ao menor patamar em mais de dois anos.

REUTERS 

Ibovespa recua 1,2% e bancos pesam

O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, após uma sessão volátil, com as preocupações sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira e o ambiente político ainda cheio de ruídos minando a influência positiva do cenário externo e do corte acima do esperado da taxa Selic na véspera

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,2%, a 78.118,57 pontos, após oscilar da mínima de 78.061,44 pontos à máxima de 80.061,19 pontos, com balanços corporativos também no radar dos agentes financeiros. O volume financeiro alcançou 29,4 bilhões de reais. Na semana, o desempenho está negativo em 2,97%. O corte de 0,75 ponto percentual também reforça o ambiente de juros mais baixos no país, que tende a favorecer a migração de recursos para ativos como ações, em busca de mais rendimento. Para o analista Ilan Arbertman, da Ativa Investimentos, não há discurso que tire o risco e a efervescência política do radar dos investidores, que segue penalizando ativos domésticos. “Tudo isso em um momento frágil da economia do país. Não dá para ignorar ‘termos’ como 10 milhões de empregos perdidos, colapso da economia. Tudo isso tem reforçado o entendimento no mercado de que a retomada da economia pode ser mais demorada do que se previa”, acrescentou. Nesta quinta-feira, Roberto Setubal, copresidente do Conselho de administração do Itaú Unibanco, estimou que pode levar dois anos para que a economia tenha recuperação completa da crise do coronavírus. E acrescentou ser impossível salvar todas as empresas. A MARFRIG ON subiu 7,33% e MINERVA ON fechou em alta de 7,30, também beneficiadas por perspectivas de exportações recordes de carne bovina pelo país em 2020. JBS ON valorizou-se 5,68%. No caso de Marfrig, o Credit Suisse iniciou a cobertura com ‘outperform’.

REUTERS 

Preços mundiais de alimentos despencam em abril

Índice da FAO aponta queda expressiva nas cotações dos alimentos no mês passado sobre março, entre eles as carnes

Os preços mundiais de alimentos caíram pelo terceiro mês consecutivo em abril, atingidos pelo impacto econômico e logístico da pandemia da Covid-19, informou a agência de alimentos da Organização das Nações Unidas na quinta-feira, 7 de maio. O índice de preço dos alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que mede as variações mensais de uma cesta de carne, laticínios, cereais, oleaginosas e açúcar, teve média de 165,5 pontos no mês passado, representando uma queda de 3,4%. O índice da carne caiu 2,7%, com uma recuperação parcial da demanda de importação da China, que não conseguiu equilibrar uma queda nas importações em outros lugares. A FAO também informou que os principais países produtores sofreram gargalos logísticos, enquanto as quarentenas impostas em muitos países causaram uma queda acentuada nas vendas. O índice de preços do açúcar atingiu a menor baixa em 13 anos, caindo 14,6% em relação a março, com a crise do novo coronavírus atingindo a demanda e oscilando o preço do petróleo, o que também reduziu a necessidade de cana de açúcar para produzir etanol, informou a FAO. O índice de preços de óleo vegetal caiu 5,2%, atingido pela queda nos valores de óleo de palma, soja e colza, enquanto o índice de laticínios caiu 3,6%, com os preços da manteiga e do leite em pó registrando quedas de dois dígitos. “A pandemia está afetando os lados da demanda e da oferta de carne, já que o fechamento de restaurantes e a redução da renda das famílias levam a um menor consumo; e a escassez de mão de obra no lado do processamento está afetando os sistemas de produção na hora certa”, disse o economista sênior da FAO Upali Galketi Aratchilage.

AGÊNCIA BRASIL 

EMPRESAS 

Marfrig pode ter o melhor ano da história em 2020, diz Credit Suisse

Neste ano, as ações da companhia acumulam alta de quase 35% na bolsa

Os analistas do Credit Suisse iniciaram a cobertura da Marfrig com recomendação “outperform” — acima da média do mercado, o equivalente a recomendar a compra das ações. Em relatório assinado pelos analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira, o preço-alvo em doze meses para os papéis da Marfrig é R$ 16,00, o que embute um potencial de valorização de quase 20% sobre as atuais cotações. Às 12h15 da quinta-feira, as ações da Marfrig registravam alta de 5,54% na B3, negociadas a R$ 13,39. O Ibovespa recuava 0,68%. Segunda maior indústria de carne bovina do mundo, a Marfrig está bem posicionada para se beneficiar do bom momento do negócio de carne bovina, nos Estados Unidos e no Brasil, de acordo com os analistas do Credit Suisse. Em 2020, a companhia pode ter o melhor ano da história, segundo eles. Nos EUA, o fechamento temporário de diversos frigoríficos por causa do espalhamento de covid-19 entre funcionários impulsionou as margens da indústria de carne bovina para os maiores níveis da história — até agora, os abatedouros de bovinos da Marfrig no mercado americano foram pouco afetados. No caso da operação na América do Sul, a Marfrig conta com o bom momento das vendas para a China. Na região, nenhuma empresa tem mais unidades habilitadas a exportar ao país asiático do que o grupo brasileiro. A exposição ao dólar — cerca de 90% do faturamento — também é um dos trunfos da Marfrig, destacaram os analistas do Credit Suisse. A desvalorização do real é positiva para a receita da companhia no exterior. A expectativa dos analistas é que a companhia tenha uma receita de mais de R$ 60 bilhões em 2020. Os analistas ressaltaram, ainda, que as ações da Marfrig são negociadas com desconto expressivo em relação aos concorrentes, mesmo com a forte valorização dos papéis nos últimos meses. Neste ano, as ações acumulam alta de quase 35%. Considerando a projeção do Credit Suisse para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Marfrig em 2020, de R$ 6,2 bilhões, as ações da Marfrig embutem um múltiplo (relação entre valor de firma e Ebitda) de 3,8 vezes, desconto de 22% sobre os pares, segundo os analistas.

VALOR ECONÔMICO 

Unidade da JBS em Passo Fundo sofre nova interdição para conter coronavírus

A Prefeitura de Passo Fundo (RS) determinou na quinta-feira a interdição cautelar por 15 dias de uma unidade de aves da JBS localizada no município, devido a ocorrência de casos de coronavírus confirmados entre os funcionários

A planta havia sido fechada no dia 24 de abril e, segundo a prefeitura, a medida deve impedir o retorno das operações que estava previsto para esta semana. Procurada pela Reuters, a JBS disse em nota que tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal. De acordo com a prefeitura, a interdição é fundamentada no entendimento da Vigilância em Saúde do Município de que foram desrespeitadas regras sanitárias e epidemiológicas, o que pode colocar em risco a saúde de toda a população. “A empresa deveria providenciar monitoramento de todos os trabalhadores afastados, o que não teria ocorrido”, afirmou a prefeitura ainda no entendimento da vigilância municipal. A primeira suspensão das operações da planta de Passo Fundo foi definida por inspetores do trabalho vinculados ao Ministério da Economia, após um surto de Covid-19 que atingiu cerca de 20 empregados, conforme comunicado do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul. Nesta semana, a JBS informou em nota que havia recebido a autorização para reabrir a unidade, citando uma decisão do juiz do trabalho da 2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo, Luciano Ricardo Cembranel. Questionada sobre a nova interdição, imposta pela prefeitura, a JBS refutou os argumentos presentes no auto de infração expedido pela Vigilância Sanitária e disse que contraria a decisão judicial de Cembranel, de 4 de maio. De acordo com a empresa, em decisão proferida pela Justiça ficou demonstrado que os mais de 2.500 colaboradores da unidade da JBS em Passo Fundo trabalham sob rígidas medidas de segurança. Dentre as ações adotadas, a JBS destaca o afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica; distanciamento social; medição de temperatura de todos antes do acesso às fábricas e desinfecção diária dos ambientes. Essas e outras medidas de proteção constam de laudo da perícia técnica assinado pela especialista em medicina do trabalho Sabine Braga Chedid, que vistoriou todo complexo fabril da companhia em 23 de abril a pedido da Justiça do Trabalho, um dia antes da interdição da unidade.” A JBS disse ainda que decisões como essa colocam em risco a segurança jurídica e a garantia do abastecimento à população.

REUTERS 

FRANGOS & SUÍNOS 

Com menor demanda, produção brasileira de frango pode cair 5%

Criadores estão reduzindo sua produção ao alojar menos aves nas granjas

Os ajustes feitos pelos criadores de frango para se adequar à menor demanda no mercado interno podem reduzir a produção brasileira de carne de frango em algo entre 3% e 5%. A estimativa, feita pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) — entidade que representa a agroindústria de aves e suínos —, foi revelada ontem pela Secretaria de Agricultura de São Paulo. A Pasta conta com um grupo de técnico para acompanhar os impactos da pandemia sobre o agronegócio e vem divulgando relatórios periódicos. “A ABPA registra que alguns criadores estão reduzindo sua produção ao alojar menos aves e abatendo matrizes entre 55 e 58 semanas, mais cedo do que o habitual, para que produzam menos ovos, o que pode afetar os níveis de produção de carne em 7 a 10 semanas”, apontou a Secretaria. A expectativa é que o impacto dessas medidas ocorra em 60 dias. No mês passado, o Valor informou que as agroindústrias já estavam reduzindo a produção em meio à fraqueza do mercado interno. Em abril, o indicador Cepea/Esalq para o frango congelado no atacado da Grande São Paulo caiu quase 20%, chegando a R$ 3,89 por quilo. Por outro lado, o grupo de acompanhamento da Secretaria da Agricultura destacou a resistência dos preços da carne bovina, mesmo com os problemas no mercado interno. Citando análise da Finpec, empresa de criação de gado em confinamento que participa do grupo técnico de monitoramento, a Secretaria destacou que os preços dos cortes do dianteiro bovino ficaram estáveis no mês passado, assim como a arroba do boi gordo.

VALOR ECONÔMICO 

Justiça limita número de funcionários de frigorífico da Minuano em 50%

Objetivo é aumentar o distanciamento social e minimiza risco de disseminação da covid-19 

Atendendo parcialmente a um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), o juiz Marcelo Carvalho, da 1º Vara Cível de Lajeado, determinou na quinta-feira que a Minuano reduza em 50%, por 15 dias, o número de funcionários no abatedouro de aves do Lajeado (RS), o que deve ter impacto significativo sobre a produção. O objetivo da decisão é aumentar o distanciamento social entre os funcionários do frigorífico e, assim, mitigar o risco de contágio do novo coronavírus. Em Lajeado, a Minuano já reportou dezenas de casos da doença entre funcionários. No âmbito trabalhista, a Minuano firmou no mês passado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) estabelecendo medidas de proteção aos funcionários. O MP-RS ingressou com a ação contra a Minuano na segunda-feira. O pedido do promotor Sérgio Diefenbach era pela interdição total, por 15 dias, da unidade. Conforme os últimos dados governo do Rio Grande do Sul, Lajeado é o terceiro município do Estado com mais casos confirmados de covid-19. São 175 casos e oito óbitos.

VALOR ECONÔMICO 

INTERNACIONAL

Austrália também vê na China um porto seguro para sua carne

Enquanto crescem os embarques australianos para o mercado chinês, vendas para os EUA sofrem forte recuo em abril

A Austrália, um tradicional exportador mundial (e concorrente do Brasil para alguns mercados compradores), registrou uma recuperação sólida nos embarques ao mercado chinês em abril, depois da queda de vendas em março devido a problemas em torno da Covid-19. No total, o país da Oceania exportou 23.788 toneladas de carne bovina à China no mês passado, um pouco abaixo do volume do Japão, e quase 30% acima do volume vendido ao mercado chinês em março, informou o portal australiano Beef Central. Na comparação com abril de 2019, houve acréscimo de 15% dos embarques ao país asiático. Fontes comerciais dizem que o número de abril contém alguma tonelagem residual de remessas feitas anteriormente, quando as exportações australianas destinadas à China foram temporariamente desviadas para outros destinos devido a dificuldades de liberação de portos relacionadas ao coronavírus, relata a Beef Central. No entanto, a demanda por carne bovina da China continua a se recuperar para mais perto do normal, após o dramático colapso de preços observado no final de dezembro do ano passado e também em janeiro de 2020, seguido pelos impactos mais amplos do mercado provocados pelo coronavírus. O fim de algumas restrições de movimentação de pessoas em partes da China está incentivado o consumo de carne bovina fora dos lares, e a demanda de serviços de alimentação por carne bovina começa novamente a crescer, destaca o portal australiano. No ano passado, a China comprou 79.900 toneladas de carne bovina australiana, 10% acima do volume registrado em 2018. O volume total embarcado em abril, segundo dados do Departamento de Agricultura, atingiu 92.476 toneladas, queda de 2% em relação a março e baixa de 6,3% na comparação com abril de 2019. O Japão permaneceu o maior mercado importador da carne bovina australiana em abril. Os importadores japoneses compraram 23.850 toneladas em abril, queda de 10% sobre março, mas 8% acima das vendas obtidas na época do ano passado. No acumulado de janeiro a abril, as exportações ao Japão atingiram 92.600 toneladas, cerca de 5% a mais do que no mesmo período do ano passado. Em abril, os Estados Unidos compraram apenas 15.536 toneladas de carne australiana em abril, informa a Beef Central. Isso representou queda de 9% sobre março e retração de 28% em relação ao volume registrado em abril do ano passado.

Beef Central

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