Frigorífico Rio Frio: uma destacada empresa colombiana com metas de exportação

Andre Sulluchuco

O Decreto nº 1.500, de 2007, causou uma das transformações mais impactantes na indústria cárnea da Colômbia, algo que obrigou as plantas de abate animal, processamento, desossa e exportação, juntamente às fazendas e criações de gado, a atualizar cada uma de suas operações. O Instituto Nacional de Vigilância de Medicamentos e Alimentos (INVIMA), órgão responsável por essa medida, exigiu modificações no transporte de animais vivos; manuseio de matéria-prima; corte e embalagem de cortes frescos; refrigeração e congelamento, entre outros setores.

Em meio a esse cenário intrigante é que nasceu a ideia do Frigorífico Río Frío, cuja construção começou em 2008, tendo como foco, entre outros objetivos, o cumprimento de cada uma das normas do Decreto 1.500.

A empresa de processamento cárneo, com uma área total de 50 mil metros quadrados, está localizada no município de Floridablanca, a apenas alguns quilômetros ao sul da capital santanderiana de Bucaramanga. A empresa conta com plataformas de recebimento de animais, o que permite tanto o descarregamento gradual de gado bovino e bubalino quanto o cumprimento de normas de bem-estar animal.

“Damos bastante prioridade a tudo que se refere a genética, saúde e manejo animal”, ressalta o diretor-geral do Frigorífico Río Frío, Dr. Jorge Quintero Pimentel. “É parte integrante de nossas operações diárias.”

Além disso, as instalações incluem uma moderna planta de produção de 3.385 metros quadrados; nesse local, realiza-se tudo o que está relacionado a insensibilização e abate animal, bem como lavagem e corte de carcaças bovinas.

Também há uma sala de espostejamento de carne de mil metros quadrados, na qual os operários trabalham diariamente para atender a normas de biossegurança e obter satisfação por parte dos clientes.

Atualmente, Grupo Éxito, Supermercados Olimpica, Grupo Nutresa, Búfalo Senta’o, PetroCasinos e Carnes Manzanares são alguns dos clientes que essa empresa frigorífica atende em território nacional.

“A gente vem ganhando um importante reconhecimento e posicionamento em âmbito comercial e institucional”, afirma o Dr. Quintero.

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Certificações

O Frigorífico Río Frío tem como objetivo a obtenção de certificações para colocar seus produtos em diferentes mercados internacionais. A empresa conta, hoje em dia, com certificação para realizar processos de exportação a Angola, Chile, Cuba, Curaçao, Hong Kong, Irã, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Peru, Rússia, Venezuela e Vietnã.

O Dr. Quintero manifesta sua esperança de que serão abertas, no decorrer dos próximos anos, outras certificações. “Estamos trabalhando para cumprir com as exigências de muitos países, sendo que alguns têm protocolos bastante exigentes”, diz.

Essa iniciativa constitui parte do Plano Estratégico Exportador desenvolvido pelo Ministério de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia (MINCIT, na sigla em espanhol) em 1999. O plano, de acordo com o site desse órgão, busca o fortalecimento da produção colombiana e melhoria das condições de acesso de produtos aos mercados internacionais.

Portanto, de acordo com o ministério, a finalidade é tornar as exportações o motor de crescimento da economia, gerando mais desenvolvimento para o país e melhorando a qualidade de vida dos colombianos.

“O Frigorífico Río Frío está em um nível sanitário mais elevado conquistado pela Colômbia atualmente”, conta o Dr. Quintero e, na toada desta situação favorável, “em 2019, queremos estar presentes em pelo menos dez países”.

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Abate bovino

O Frigorífico Río Frío abate uma média mensal de 10 mil cabeças de bovinos, principalmente da raça brahman ou zebu, de segunda a sábado. Essa atividade é realizada em apenas um turno, das 13h30 às 20h30, em sua planta de processamento.

Proveniente de fazendas localizadas ao longo de todo o departamento de Santander, o gado é abatido com uma média 430 kg por animal.

Após a chegada, os bovinos são transportados diretamente aos currais, nos quais ficam aos cuidados e supervisão de veterinários e especialistas do Instituto Colombiano Agropecuário (ICA, na sigla em espanhol) e INVIMA, os quais garantem seu bem-estar antes da etapa subsequente de abate.

Os operários da empresa fazem uso de um dardo cativo que penetra o crânio do animal, provocando um estado imediato de insensibilização. Os funcionários, então, fazem a sangria total do animal com uma incisão na jugular, do pescoço até o peito, garantindo que o abate seja tanto veloz quanto seguro.

As carcaças bovinas, depois, adentram à área de pesagem, onde os operários confirmam que o peso está variando de 400 kg a 600 kg, sendo as informações registradas em seu banco de dados.

Depois, com a utilização de uma serra, os operários cortam a carcaça em duas e aplicam ácido lático com o intuito de inibir qualquer contaminação. As carcaças são colocadas nas câmaras de refrigeração por 36 horas, a temperaturas de 2,5°C a 3,2°C, até que comece o processo de maturação.

O diretor-geral afirma que são implementadas “cada uma das medidas necessárias para elaborar um produto seguro e inócuo”.

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Projeto Pines

Desde 2017, o Frigorífico Río Frío começou a fazer parte, também, das três plantas de processamento de gado bovino constituintes do Projeto PINES (da sigla em espanhol Projetos de Interesse Nacional Estratégicos) para a carne bovina, sob orientação do governo nacional.

O INVIMA informou, por meio de nota, que o MINCIT trabalha de perto com as plantas de processamento de carne bovina em relação ao fortalecimento do sistema de inspeção e verificação em plantas, assim como a classificação de perigos biológicos e químicos.

“O Pines trabalha em conjunto para conquistar a admissibilidade com o anseio de que chegue aos mercados mais exigentes”, declara o Dr. Quintero. “Uma de nossas metas é exportar carne bovina aos Estados Unidos dentro de quatro anos.”

Sob essa mesma iniciativa, inclui-se o Comitê Cárneo Bovino do Oriente (CCBO), atualmente liderado pelo Frigorífico Río Frío.

As entidades do setor público e privado se uniram nesse comitê para implementar diferentes responsabilidades dentro da cadeia produtiva da indústria cárnea. Algumas delas incluem: aprofundamento do conhecimento técnico e científico; desenvolvimento de aperfeiçoamento genético no setor primário; criação de avanços em financiamento; e fortalecimento da promoção da proteína vermelha.

“Nos comprometemos com essa causa porque queremos liderar a indústria cárnea”, afirma. “Enxergamos desde a parte de trás até a ponta de toda a cadeia produtiva.”

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ProCarnes

O Frigorífico Río Frío também se esforça para aumentar o consumo de carne bovina em toda a região metropolitana de Bucaramanga por meio de um programa chamado PROCARNES (Produtores de Carne de Santander). Essa medida nasceu em 2017 com o empenho e alianças estratégicas junto a empresas privadas da indústria cárnea da referida região, como é o caso do Frigorífico Vijagual, Fedegasan (Federação de Criadores de Gado de Santander), Transcarnes e ASOTGAN.

O Dr. Quintero conta que cada empresa faz o aporte de seus próprios recursos financeiros para o desenvolvimento de campanhas em meios digitais, rádio e impressos para, desta forma, cumprir com o objetivo. “O dinheiro investido vai diretamente a uma agência de publicidade que projeta e lança toda a estratégia e as atividades”, afirma.

Essa iniciativa, que comporta um investimento anual de 1 milhão de pesos colombianos (R$ 1,27 milhão) em Santander, também oferece, por intermédio de redes sociais e via meios eletrônicos, conselhos úteis sobre o preparo, cozimento e marinação da carne, bem como boas práticas de higiene na cozinha.

“Por meio de cada uma de nossas iniciativas, queremos demonstrar nosso elevado desempenho na indústria cárnea”, finaliza o Dr. Quintero. “Queremos trabalhar em prol do consumidor com a melhor qualidade, oferta e preço.”

Fonte: Carnetec

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