CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 824 DE 27 DE AGOSTO DE 2018

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Ano 4 | nº 824 | 27 de agosto de 2018

 NOTÍCIAS

Estabilidade nas cotações na maioria das praças pecuárias

A última sexta-feira (24/8) foi marcada por lentidez no mercado.  Em apenas duas praças a cotação da arroba do boi gordo subiu, nas demais as cotações ficaram estáveis

Os destaques foram os estados do Norte, como Tocantins e Pará, onde a oferta de boiadas não está grande devido ao menor volume de bovinos confinados em relação a estados como Goiás e Mato Grosso, por exemplo. Na região de Marabá-PA, a arroba do boi gordo ficou cotada em R$130,50, a prazo, livre de Funrural. Isso representa alta de 1,16% na comparação semana a semana. Em São Paulo, as escalas de abate atendem em média três dias. No mercado atacadista de carne bovina as referências mudaram. A baixa oferta de boiadas diminuiu os estoques dos frigoríficos e provocou altas nas cotações. O boi casado de animais castrados fechou cotado em R$9,38/kg, alta de 3,6% frente ao fechamento de quinta-feira (23/8).

SCOT CONSULTORIA

Preços caíram no atacado de carne bovina

Nos últimos dias, mesmo trabalhando com estoques mais ajustados, os efeitos da sazonalidade do consumo de carne na segunda parte do mês afetaram negativamente os preços no mercado atacadista de carne sem osso. Na média de todos os cortes pesquisados a queda foi de 1,5%

As desvalorizações recaíram mais sobre os cortes de traseiro que sobre os cortes de dianteiro. Primeiro porque a “carne de segunda” possui menor valor agregado e menor elasticidade renda, ou seja, é menos afetada pelo período de menor volume de dinheiro em circulação. Além disso, repercutindo as primeiras pesquisas de intenção de voto e as incertezas quanto à economia do Brasil, tivemos valorizações do dólar, que fechou dia 22/8 cotado em R$4,05. Esse cenário aumentou a firmeza para as exportações de carne bovina in natura. Até a terceira semana de agosto, de acordo com dados do MDIC, o Brasil exportou diariamente 27,0% mais carne bovina em relação ao mesmo período de 2017. Essa segunda via de escoamento também auxiliou a amenizar as quedas nos preços dos cortes de dianteiro (produtos mais demandados pelos países importadores). Mas apesar do cenário atual ser de pressão para baixo nas cotações da carne no atacado, a expectativa para semana que vem é de reação nos preços, já que o mercado varejista aumenta a demanda pelos cortes, a fim de se abastecer para a entrada do mês.

SCOT CONSULTORIA

O olho do dono, que engorda o boi, agora é digital

Uma conhecida máxima de administração de empresas chegou aos currais brasileiros: o que é medido, é gerenciado. E isso está ocorrendo graças à ajuda de “gadgets” com alta tecnologia embutida que passaram a ser colocados nos rebanhos em fazendas de gado do país. A coleira, por exemplo, passou a esconder chips e funções bem mais complexas como o monitoramento da ruminação, que pode indicar debilidades no animal e antecipar o tratamento de uma doença antes que ela se instale

Outra é a detecção de oscilações na temperatura corporal, que indicam o momento certo para a reprodução – com vacas, um cio perdido é sempre receita perdida. Há em execução atualmente no Brasil dezenas de aplicações diferentes de softwares e hardwares envelopados em coleiras, brincos e balanças inteligentes que geram informações capazes de elevar a produtividade e diminuir o custo de criação de bovinos. O “boitech” ainda pasta, rumina, se estressa e adoece. A diferença, agora, é que tudo isso já pode ser previsto com dias de antecedência e precisão nunca vista, diz Gustavo Junqueira, diretor da Inseed Investimentos. A gestora mineira já alocou R$ 7 milhões na Intergado, na Cowmed e na Imeve, três startups brasileiras de pecuária de precisão das 13 “agtechs” que receberam aportes. Em fase final de elaboração, o 2º Censo de startups agropecuárias realizado pela Esalq/USP e pelo Agtech Garage, de Piracicaba, aponta uma expansão importante no ecossistema de inovação no campo. Entre 2016 e 2018, o Brasil ganhou 110 empresas voltadas ao setor. Eram 76, passaram a 186. Dessas, 30% trabalham com soluções para pecuária de corte e 20% para a leiteira (algumas atuam nas duas frentes). “Existe margem grande para implantar muitas melhorias no sistema produtivo bovino”, diz José Tomé, Sócio-Fundador do AgTechGarage, e isso tem atraído a atenção de fundos e da indústria. Com nomes muitas vezes autoexplicativos – 4milk, Arrobatech, Inprenha, BovControl, Pastar -, essas startups têm como potencial de crescimento a demanda por proteína animal em mercados como a China e um rebanho de 180 milhões de cabeças com uma gestão, em geral, ainda deficiente. Isso é uma realidade particularmente nas bacias leiteiras do Sul e do Sudeste, onde a coleta de dados dos animais é frequentemente feita no papel, diz Ana Júlia Moreira, da 4milk.

https://www.valor.com.br/imprimir/noticia/5772633/agro/5772633/o-olho-do-dono-que-engorda-o-boi-agora-e-digital

VALOR ECONÔMICO

Grandes frigoríficos ainda estão distantes das startups

Os principais frigoríficos brasileiros ainda estão a mil léguas de distância do ecossistema de inovação na pecuária que se forma no país. Seja por características inerentes ao produtor – ainda avesso a disrupturas tecnológicas – ou pelo momento complicado que a indústria de carnes enfrenta no Brasil, as startups contaram até agora com o dinheiro e o interesse apenas de gestoras de fundos de investimentos e de outros segmentos da indústria

Francisco Jardim, especialista em agtechs da SP Ventures, diz que o ponto de inflexão no segmento foi a entrada da Bosch (referência na indústria de peças automotivas) em uma plataforma de pecuária de precisão. De forma inédita, a subsidiária brasileira apresentou ao mercado em julho de 2017 um sistema de pesagem e transmissão de dados que permite conhecer a performance do animal confinado ou no pasto sem necessidade de levá-lo ao curral. O marco da Bosch é visto como um produto ainda caro para pecuaristas de pequeno e médio portes. “Mas o interesse da empresa alemã mostrou que havia um mercado a ser explorado”, diz Jardim. O movimento fez os olhos de outros players, até então voltados a empresas de tecnologia agrícola, se virarem para os bovinos e seus desafios. Além da incursão da Bosch, os EUA também têm influenciado o movimento brasileiro. Gigantes como Cargill e Tyson Foods passaram a apostar em startups de pecuária. Ambas investiram, por exemplo, na Memphis Meats, que produz carne em laboratório a partir da reprodução de células de animais. “O pecuarista brasileiro investe alto em patrimônio, mas carece de eficiência. Pela importância da pecuária de corte, se a gente conseguisse melhorar em 30% essa eficiência, impactaríamos o PIB”, diz Xisto Alves, Sócio-Fundador da JetBov, empresa catarinense de digitalização e gestão da pecuária. Segundo ele, uma melhor gestão se torna urgente à medida que novas gerações assumem o negócio. É o que pensa também Marcos Fernando Marçal dos Santos – o “Molininha”. Filho mais velho de Marcos Molina, CEO da Marfrig, ele lançou a Webgados em 2016. Então com 20 anos, achava ultrapassado comprar e vender animais (a família também tem fazendas de gado) via corretores. “Não faz sentido eu ter que ir até a fazenda para olhar animais à venda”, diz Marcos filho, que começa a trabalhar às oito da manhã na Marfrig, segue para a Webgados no fim da tarde e encerra o dia na Faap, onde faz o último ano do curso de Administração de Empresas. A Webgados é um marketplace de comercialização de bovinos a fazendas. Já são 100 mil cadastrados.

VALOR ECONÔMICO

Sistema eletrônico que dinamiza exportação supera 100 mil registros

Mais de 100 mil operações de exportação de produtos de origem animal foram registradas no Sistema de Informações Gerenciais de Trânsito Internacional de Produtos e Insumos Agropecuários (SIGVIG), desde sua implantação no último dia 12 de abril, informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na semana passada

Até o fim de agosto deverão ser incluídos os embarques de vegetais (que no caso da soja atinge US$ 30 bilhões/ano). Em dezembro, todas as exportações da agropecuária precisarão ser lançadas neste sistema. Os produtos de origem animal envolvem aproximadamente 350 mil operações/ano e os demais 250 mil, somando 600 mil operações anuais do agronegócio. O SIGVIG faz parte do Portal Único de Comércio (PU) do governo federal. A inclusão no SIGVIG é uma exigência para que o produto seja exportado. O Mapa foi o primeiro órgão federal a aderir ao portal, por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro/SDA). O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) e a Receita Federal coordenam a implantação do portal único junto a outros 20 órgãos de governo. Segundo o coordenador-geral do Vigiagro, Fernando Mendes, nos últimos cinco meses foram lançados no SIGVIG todos os embarques de cortes de aves, bovinos e suínos, de 410 empresas, em operações consideradas de baixo risco, que foram liberadas em poucos minutos. Em 2017, essas vendas somaram US$ 14,9 bilhões. “O sistema traz maior segurança com a redução da burocracia”, explicou Mendes em nota. Pelo SIGVIG, o tempo de conclusão de uma operação de exportação nos portos e aeroportos brasileiros é de cinco minutos. Antes podia durar até três dias, pela necessidade de conferência da documentação e da carga. Agora, a cada cinco minutos, o SIGVIG atualiza as informações.

CARNETEC

Preços da reposição têm subido há dois meses

O mercado de reposição entra na oitava semana seguida de altas. No fechamento dos últimos sete dias a alta foi menos intensa (0,11%, considerando a média de todas as categorias e praças), mas desde o início do movimento de subida, o acumulado é de 1,3%

O que chama atenção é que desde o início de julho, as categorias mais jovens de machos e fêmeas nelore foram as maiores responsáveis pelos aumentos nos preços. Esse fato foi em decorrência das projeções poucos atrativas do confinamento, já que a sustentação dos preços dos alimentos concentrados diminuiu a procura por animais de giro rápido. Além disso, para os próximos meses, as incertezas quanto ao cenário político econômico do Brasil fazem com que investidores mirem em negócios de longo prazo. Outro fenômeno que traz alerta para o mercado é a atual crise econômica pela qual passa a Turquia, país responsável pelo destino de 80% das exportações de gado em pé este ano. A grande desvalorização da moeda turca frente ao dólar diminuiu o poder de compra dos turcos ocasionando menor demanda por animais vivos e inclusive quebra de contratos. E esse fenômeno foi um “balde de água fria” no mercado de reposição em estados como Pará e Rio Grande do Sul, já que uma parcela importante dos negócios para reposição eram embarcados. Mas, na conjuntura geral, a tendência é que a oferta de boi gordo continue limitada, o que deve dar firmeza ao mercado e manter a demanda de recriadores e invernistas aquecida.

SCOT CONSULTORIA

RS também quer antecipar retirada da vacinação contra aftosa

Objetivo é não se isolar caso Paraná saia do Bloco V; Farsul tem preocupações

Com um rebanho bovino de cerca de 13,59 milhões de cabeças, o Rio Grande do Sul avalia antecipar a retirada da vacinação contra a febre aftosa para 2019. O Estado faz parte do Bloco V, agendado para vacinar os animais pela última vez em 2021. A principal justificativa para se adiantar ao cronograma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é o de não se isolar na região, já que o Paraná, também integrante do grupo, pretende realizar a última etapa de vacinação em maio de 2019 e Santa Catarina já possui o status sanitário de livre de aftosa sem vacinação desde 2007. “Queremos andar ao passo do Paraná. Nossa logística de avicultura e suinocultura ficará bastante complicada se não estivermos na mesma condição”, diz Antônio Carlos de Quadros Ferreira Neto, Diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura do Estado (Seapi-RS). Segundo ele, há certa interdependência das indústrias paranaenses e catarinenses de aves e suínos com os animais produzidos no Estado, por isso a não antecipação poderia trazer repercussões econômicas negativas. “Já estamos longe dos mercados consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro, imagina ilhados na ponta?”

Portal DBO

ECONOMIA

Dólar segue exterior e cai com correção, mas fecha em R$4,10 com cena eleitoral

O dólar finalmente rompeu uma sequência de sete altas consecutivas e terminou a sexta-feira em queda, mas ainda no patamar de 4,10 reais, num movimento de correção favorecido pelo humor favorável no mercado externo, mas que somente não foi maior pela cautela na seara eleitoral local

O dólar recuou 0,45 por cento, a 4,1044 reais na venda, acumulando na semana valorização de 4,85 por cento, maior ganho semanal desde novembro de 2016. O dólar futuro recuava cerca de 0,25 por cento no final da tarde. “Powell não trouxe nenhuma surpresa… frisou o gradualismo”, afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado. Ele referia-se ao discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, pelo qual afirmou que aumentos constantes da taxa de juros pelo banco central norte-americano são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica dos Estados Unidos e manter o crescimento do mercado de trabalho o mais forte possível e a inflação sob controle. O Fed já subiu os juros duas vezes neste ano e o mercado acredita que outras duas altas virão ainda, dentro do cenário de movimento gradual ressaltado pela própria autoridade monetária em meio à força que a maior economia vem mostrando e ações do governo para impulsioná-la ainda mais. No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também caía ante divisas de países emergentes, entre elas o peso mexicano. A moeda norte-americana, entretanto, terminou bem longe da mínima do pregão brasileiro, quando superou 1 por cento de desvalorização, a 4,0723 reais.

Redação Reuters

Ibovespa fecha em alta com exterior e ajuste; cautela com eleições permanece

O principal índice acionário da B3 fechou em alta nesta sexta-feira, com uma pausa de investidores nas vendas após quedas recentes, embora o tom de cautela siga no radar em meio às incertezas com o cenário eleitoral local

O Ibovespa subiu 0,83 por cento, a 76.262,23 pontos, acumulando ganho modesto de 0,31 por cento na semana. O giro financeiro do pregão foi de 7,61 bilhões de reais. A alta foi amparada principalmente nos ganhos de bancos privados e de empresas de commodities como Vale e Petrobras, papéis de alta liquidez e de peso relevante no índice. Para profissionais de renda variável, o movimento não indica reversão de tendência, uma vez que a volatilidade com o cenário eleitoral deve continuar ditando o rumo dos negócios. “À medida que a eleição for se aproximando e o cenário ficar um pouco mais claro vamos conseguir entender um pouco melhor e será mais fácil identificar uma tendência. No curto prazo a situação é de volatilidade e incerteza”, disse o sócio analista da Eleven Financial Raphael Figueredo. Nos Estados Unidos, Wall Street subiu após o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, defender o ritmo atual de altas de juros nos Estados Unidos. Com isso, o S&P 500 fechou em alta de 0,62 por cento.

Redação Reuters

EMPRESAS

Tyson: acordo de compra da Keystone inclui taxa de rescisão de US$ 50 milhões

O contrato de aquisição da Keystone Foods pela Tyson prevê uma taxa de rescisão de US$ 50 milhões, a ser paga à Marfrig, se a operação não for concluída por circunstâncias específicas relacionadas ao fracasso em obter autorização de órgãos de defesa da concorrência nos EUA, segundo documento enviado pela Tyson à Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos

A obrigação da Tyson de fechar a transação não está sujeita a nenhuma condição ligada à disponibilidade de financiamento, segundo o documento. A venda da Keystone pela Marfrig à Tyson foi confirmada na segunda-feira (20). O valor do negócio é de US$ 2,4 bilhões. A venda não envolveu a planta de hambúrgueres da Keystone em North Baltimore, Ohio, uma das maiores dos Estados Unidos, com capacidade anual de 91 mil toneladas de produto processado.

Dow Jones

JBS lança canal de originação para compra de gado na TV

Desde o início de agosto, o Conexão JBS tem sido exibido dentro do programa Balcão do Boi, no Canal Rural. Como parte do objetivo da companhia de estreitar o relacionamento comercial com produtores e ajudar o pecuarista a melhorar o seu negócio, a JBS está oferecendo no programa janelas de oportunidade para compra de gado em datas futuras, neste início, sempre nas unidades habilitadas dentro do protocolo 1953, que tem potencial de bonificação de até R$ 13 por cabeça.

“Ao oferecermos as janelas de compra dentro do Conexão JBS, nós democratizamos o acesso de todos os pecuaristas, sejam eles pequenos, médios ou grandes, às oportunidades de bonificações diferenciadas do protocolo 1953”, disse em nota Eduardo Pedroso, Diretor Executivo de Originação da JBS. “Ao saber com antecedência o planejamento de compras da unidade, aquele produtor, mesmo pequeno, que está a menos de 300 km de distância da unidade pode direcionar sua criação que esteja dentro da tipificação do protocolo e tem aumentadas as chances de realizar um negócio com bonificação superior”, complementou. Segundo a JBS, para que se tenha uma ideia dessa evolução, várias janelas de compras futuras dentro dos critérios do protocolo 1953 foram preenchidas após o oferecimento no programa. A unidade de Vilhena (RO) firmou a compra de 300 cabeças para o dia 17 de outubro. Já a unidade de Nova Andradina (MS) fechou a compra antecipada de cem cabeças para abate em 5 de outubro. Na unidade de Pontes e Lacerda (MT) foi firmada a compra de 200 animais para o dia 16 de outubro, enquanto em Lins (SP) 200 cabeças estão sendo adquiridas para abate em 13 de novembro.

CARNETEC

JBS: apesar da delação, bancos seguem confiantes

A maior produtora de carnes do mundo está emergindo de sua maior crise como um destaque no mercado de dívida corporativa, com a companhia se beneficiando da forte demanda por carne bovina nos EUA e da desvalorização do real

Os títulos emitidos pela JBS registram, no acumulado do ano, o maior ganho entre os competidores globais. Os papéis com vencimento em 2024, de uma emissão de US$ 750 milhões, deram retorno de 6,2 por cento até aqui, em comparação a uma perda média de 2 por cento para 450 títulos de companhias alimentícias com pelo menos US$ 500 milhões em emissões, segundo dados compilados pela Bloomberg. O desempenho evidencia a evolução financeira da JBS desde o ano passado, quando Wesley e Joesley Batista, os irmãos bilionários que controlam a companhia, confessaram uma série de ilegalidades em um acordo de delação premiada, o que derrubou as ações e os bonds da companhia. Posteriormente, a empresa vendeu ativos, pagou US$ 2 bilhões em dívidas e prolongou o vencimento de suas obrigações, reduzindo drasticamente os empréstimos de curto prazo. Os títulos do frigorífico se tornaram os mais atraentes para os investidores no setor de proteína do Brasil, de acordo com relatórios divulgados neste mês pela Mizuho Securities USA em Nova York e pela XP Investimentos, em São Paulo. A decisão da JBS de reduzir os níveis de endividamento diminuiu o risco de refinanciamento da companhia e fortaleceu a confiança dos investidores, de acordo com Roger Horn, analista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America. “Remover o risco de liquidez ajuda com a comunidade financeira”, disse Horn. “Sem dúvida, essa foi a decisão certa a tomar.” A gigante da carne também se beneficiou de um lucro recorde na JBS USA Beef – sua maior unidade, com operações na Austrália, no Canadá e nos EUA – em meio ao crescimento das exportações para Japão e da Coreia do Sul. A desvalorização de 19 por cento sofrida pela moeda brasileira neste ano também tem fortalecido os resultados, uma vez que a empresa passa a obter mais reais para cada dólar faturado no exterior.

Bloomberg

FRANGOS & SUÍNOS

China confirma quarto surto de febre suína africana

Nova ocorrência matou 340 animais e foi a mais de 1.500 quilômetros de distância dos primeiros casos registrados no país

O Centro de Saúde e Epidemiologia Animal da China confirmou o quarto surto de febre suína africana no país. O surto mais recente atingiu três propriedades em Yueqing, na província de Zhejiang, a mais de 1.500 quilômetros de distância dos primeiros casos registrados no país. O vírus matou 340 animais nas três propriedades, de acordo com o website do Ministério da Agricultura da China. Em outras áreas afetadas, pelo menos 8 mil animais foram sacrificados na tentativa de conter a doença, informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). No longo prazo, a doença pode elevar os preços globais de carne suína caso resulte em escassez na China, o maior produtor e consumidor mundial, disseram analistas. A China impôs em abril tarifas retaliatórias contra o produto norte-americano e as aumentou para 62% em julho. Os EUA são um dos principais fornecedores de carne suína para a China, e as tarifas tornaram o país asiático mais dependente do produto local. A distância entre as propriedades afetadas mais recentemente e a área onde o vírus foi encontrado pela primeira vez indica que ele se propagou mais do que se imaginava, disse a analista Chenjun Pan, do Rabobank. Isso terá um impacto negativo sobre os preços domésticos no curto prazo, afirmou. É uma doença altamente contagiosa, que coloca em risco o plantel chinês de mais de 400 milhões de animais. Criadores chineses devem enviar um maior número de animais para o abate por temores de que a doença chegue às suas fazendas. Isso vai elevar a oferta de carne suína e pressionar as cotações no mercado doméstico. Além disso, se a infecção se espalhar e mais animais forem sacrificados, a demanda por carne suína produzida na China provavelmente vai diminuir, resultando em maior procura por carne importada, disse o analista independente Simon Quilty. 

ESTADÃO CONTEÚDO

INTERNACIONAL

Carne e veículos ainda são obstáculos para acordo UE-Mercosul, diz Aloysio Nunes

Os negociadores de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul querem bater o martelo até setembro, mas diferenças a respeito da carne bovina, do açúcar e da indústria automotiva podem acabar com essas esperanças, disse o Ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

“A UE não tem respondido aos movimentos que o Mercosul tem feito como nós esperamos”, disse. O Mercosul solicitou um período de transição de 15 anos para a importação de veículos europeus e peças automotivas, mais do que os 10 anos propostos originalmente, para amenizar o impacto sobre sua indústria. Em troca, ofereceu aceitar uma quota generosa de importações da Europa durante o período de transição que “praticamente anula” seu efeito, argumentou.  A resistência da UE para dar acesso a algumas exportações de alimentos do Mercosul continua sendo um obstáculo central para a conclusão do acordo, que vem sendo negociado desde 1995. Nunes disse não ver nenhuma chance de alterar a quota oferecida pela comissão da UE para a importação de 99 mil toneladas de carne bovina do Mercosul por ano, menos do que a oferta europeia feita em 2004 – mas o bloco sul-americano insiste que essa quota entre livre de tarifas. “Se eles nos oferecem uma quota, que seja uma quota para valer, e não uma quota fictícia”. Como as negociações comerciais com os Estados Unidos foram interrompidas depois da vitória presidencial de Donald Trump em 2016, a UE fechou acordo comerciais com o Japão e o México, e o Mercosul é o próximo da lista. Em termos de redução de tarifas, pode se tratar do pacto comercial mais lucrativo do bloco até hoje, já que a economia pode ser até três vezes maior do que a de acordos com o Canadá e o Japão somados. Nunes disse que a separação britânica da UE não terá impacto no acordo UE-Mercosul para além de servir como base para uma futura negociação com o Reino Unido.

Redação Reuters

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