CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 795 DE 17 DE JULHO DE 2018

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Ano 4 | nº 795 | 17 de julho de 2018

NOTÍCIAS

Escoamento lento limita altas no mercado do boi gordo

Se dependesse da oferta de boiadas, o cenário seria de alta em todas as praças. Entretanto, a demanda está aquém do esperado. Este é o limitador das valorizações

Na última segunda-feira (16/7), com muitos frigoríficos aguardando uma melhor posição do mercado, especialmente de como começarão as vendas de carne nesta semana, o cenário foi de estabilidade na maioria das praças pecuárias. No mercado atacadista de carne bovina sem osso, já são quatro semanas seguidas de desvalorização. Em trinta dias, a queda acumulada foi de 2,8%, puxada principalmente pelos cortes do traseiro, que tiveram retração média de 3%. Enquanto isso, a arroba do boi gordo, em São Paulo, apresentou alta de 2% no período, o que levou ao estreitamento da margem de comercialização dos frigoríficos que fazem a desossa. Atualmente esta margem gira em torno de 23,6%, são cinco pontos percentuais a menos em um mês.

SCOT CONSULTORIA

Atacado: carne bovina sem osso não sobe no começo do mês

A carne sem osso não acompanhou a retomada dos preços do boi casado, iniciada no começo de julho. O mercado atacadista de cortes desossados segue pressionado, está em queda há quatro semanas

Quando a oferta de matéria-prima diminui, as negociações spot de carcaça tendem a ganhar força. Além disso, tem o efeito do pagamento de salários, que normalmente melhora o giro de estoque dos varejistas, que são menores, mais enxutos, nos estabelecimentos que compram carne com osso. Tudo isso somado contribuiu para a alta de 3,3% do boi casado neste mês. Já a queda de 2,0% para a carne desossada demonstra que açougues e supermercados estão ofertando o que havia estocado (este produto permite mais estocagem) e o fluxo de recompra não é suficiente para puxar os preços de venda na indústria. No acumulado dos últimos sete dias a carne sem osso caiu 1,3%, em média. O resultado disso para os frigoríficos, que já começaram a pagar mais pela matéria-prima, escassa nesta época, especialmente este ano com a redução do primeiro giro de confinamento, é uma diminuição importante em suas margens, que chegaram a 30% em junho e hoje estão em 23%.

SCOT CONSULTORIA

MT fecha parcerias com governo chinês

O governo de Mato Grosso recebeu, na segunda-feira (16.07), uma comitiva com 56 integrantes do governo da China para a assinatura de três protocolos de intenções estabelecendo ações voltadas aos setores de Pecuária e Agricultura

A primeira parceria será assinada com o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), e diz respeito ao apoio para habilitação de novas plantas frigoríficas no Estado, bem como pesquisas para a melhoria da carne. Já a segunda, está focada no investimento em novas tecnologias para agricultura/pecuária, segurança alimentar e mercados. E, a terceira está voltada fortalecimento das relações entre o governo de Shaanxi e Mato Grosso, por meio de parcerias e intercâmbio de pessoas e conhecimento em diversos setores. O mercado consumidor chinês, apenas na província de Shaanxi, tem uma população de aproximadamente 37,5 milhões de habitantes, enquanto todo Centro-Oeste brasileiro não ultrapassa os 15 milhões. O objetivo dos estrangeiros é executar projetos conjuntos para o fomento do comércio bilateral, principalmente com os produtos, como soja, sorgo e carnes bovinas.

CenárioMT

ECONOMIA

Dólar sobe ante o real com foco em cena política

O dólar fechou esta segunda-feira em alta frente ao real, com os investidores ainda em modo cautela diante da cena política eleitoral no Brasil

O dólar avançou 0,37 por cento, a 3,8650 reais na venda, depois de ter fechado a semana passada com leve queda. O dólar futuro era negociado com alta de cerca de 0,32 por cento no final da tarde. “Internamente, a situação política permanece altamente incerta, e medidas recentes discutidas pelo Congresso podem prejudicar uma perspectiva fiscal já frágil”, trouxe o banco J.P.Morgan em relatório, pelo qual também elevou sua perspectiva para o dólar neste final de ano, a 3,80 reais, ante 3,60 reais. “Esperamos que as crescentes tensões comerciais entre os EUA e a China mantenham a pressão sobre as condições financeiras dos países emergentes em geral”, acrescentou. O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares. Com isso, rolou o equivalente a 7 bilhões de dólares do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio neste pregão.

Redação Reuters

Ibovespa fecha quase estável com exterior; vencimento de opções eleva giro

O Ibovespa fechou praticamente estável nesta segunda-feira, em meio à queda dos preços do petróleo e relativa fraqueza em Wall Street, tendo o noticiário corporativo também no radar, com destaque para dados de produção da Vale e pedidos da Embraer

O principal índice de ações da B3 registrou variação positiva de 0,08 por cento, a 76.652,58 pontos. O volume financeiro somou 12,197 bilhões de reais, reforçado pelas operações relacionadas ao vencimento de contratos de opções sobre ações, que somou 4 bilhões de reais. Profissionais da área de renda variável têm citado que a bolsa está com menor liquidez e que a ausência de novidades relevantes no cenário político-eleitoral tem deixado o pregão mais dependente de movimentos no mercado internacional. No Brasil, a safra de balanços do segundo trimestre de empresas listadas no Ibovespa tem início nesta semana, com os números da WEG na quarta-feira, antes da abertura do pregão. “A bolsa segue sem movimentos relevantes dado o cenário eleitoral ainda completamente em aberto. O noticiário do fim de semana trouxe pouca evolução concreta nas articulações dos candidatos”, disse o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima. Ele destacou que, neste momento, o investidor encontra poucos motivos para continuar apostando na recuperação recente, principalmente considerando “a safra de resultados das empresas do segundo trimestre, que deve ser pouco animadora”.

Redação Reuters

Incertezas políticas e greve reduzem projeção de crescimento do Brasil em 2018 a 1,8%, diz FMI

As incertezas políticas e os prolongados efeitos da greve dos caminhoneiros levaram o Fundo Monetário Internacional Internacional (FMI) a reduzir com força a projeção de crescimento do Brasil em 2018, deixando a perspectiva para o país bem aquém da expectativa esperada para os mercados emergentes

O FMI cortou em 0,5 ponto percentual sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2018, a 1,8 por cento, de acordo com a atualização de seu relatório “Perspectiva Econômica Mundial” publicada na segunda-feira. Para 2019, o FMI manteve a projeção feita em abril, de expansão de 2,5 por cento. “Embora preços mais altos de commodities continuem a dar suporte a exportadores de commodities na região, o cenário fraco comparado com a abril reflete mais perspectivas difíceis para economias importantes”, apontou o FMI, citando especificamente para o Brasil a greve e a incerteza política. A revisão para baixo promovida pelo FMI acompanha reduções feitas pelo próprio governo, Banco Central e economistas em geral, mas ainda é melhor do que o cenário visto dentro do país. O Ministério da Fazenda chegou a falar em crescimento de 3 por cento neste ano, mas agora calcula expansão de 1,6 por cento, mesmo cenário do BC. Pesquisa Focus com especialistas aponta expectativa de expansão do PIB em 2018 de 1,5 por cento, projeção que vem sendo reduzida constantemente ainda em meio às incertezas que rondam o país poucos meses antes da eleição presidencial de outubro. O impacto da paralisação dos caminhoneiros no final de maio ficou claro no resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do PIB, que em maio registrou a pior leitura mensal na série histórica iniciada em 2003 ao recuar 3,34 por cento.

Redação Reuters

EMPRESAS

Itaú BBA, Bradesco BBI e Morgan Stanley irão assessorar BRF em vendas

A BRF contratou o Itaú BBA e Bradesco BBI para assessorá-la na venda dos ativos localizados na Argentina e o Morgan Stanley, para os ativos localizados na Europa e na Tailândia

As informações foram divulgadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A venda de ativos faz parte do plano de reestruturação operacional e financeira, anunciada no dia 29 de junho. O plano de Pedro Parente, novo CEO e presidente do conselho da companhia, pretende obter R$ 5 bilhões ainda neste ano para a BRF contornar a crise financeira que enfrenta. Para obter esse montante, a empresa venderá as operações que tem na Argentina, Tailândia e Europa. Ativos não operacionais (florestas, galpões comerciais e participações minoritárias) também devem ajudar a companhia a alcançar a cifra, assim como a antecipação de recebíveis. Pelos cálculos dos analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, do BTG Pactual, a venda das operações nessas localidades pode render US$ 1,069 bilhão — o equivalente a R$ 4 bilhões. Quase metade (US$ 472,6 milhões) deve vir da operação argentina. Para fazer os cálculos, os analistas somaram o montante que foi pago pela empresa quando comprou os ativos.

VALOR ECONÔMICO

FRANGOS & SUÍNOS

Suinocultura do Brasil pode se beneficiar com guerra comercial

O governo de Pequim anunciou que adotará tarifas na importação da proteína norte-americana

A tensão comercial entre a China e os Estados Unidos deve pressionar o mercado global de carne suína no segundo semestre, avalia o banco holandês Rabobank, em relatório do setor referente ao terceiro trimestre, divulgado na sexta, dia 3. Os chineses anunciaram que adotarão tarifas na importação da proteína suína norte-americana e de outras commodities. O banco ainda acredita que o Brasil pode sair beneficiado, ante os conflitos externos. “As novas medidas tarifárias sobre os produtos agrícolas colocarão uma grande pressão em vários mercados – principalmente EUA, China e México – embora a natureza da pressão dependa de cada posição comercial”, avalia o analista sênior de proteína animal, Chenjun Pan, em relatório. Além disso, o aumento da produção de carne suína em todo o mundo, durante o primeiro semestre, deverá continuar pesando sobre os preços da proteína nos seis últimos meses do ano. Quanto ao Brasil, o Rabobank acredita que a indústria suína deverá melhorar o desempenho no segundo semestre de 2018, depois de passar por um primeiro semestre “difícil e desafiador”. Segundo o banco, as tensões comerciais em outras partes do mundo provavelmente beneficiarão o Brasil, oferecendo oportunidades para aumentar as exportações para mercados existentes e obter acesso a novos players.

Estadão Conteúdo

Exportação de carne suína do Brasil cai 18,9% no 1º semestre, a 278,3 mil t, diz ABPA

As exportações de carne suína do Brasil no primeiro semestre de 2018 totalizaram 278,3 mil toneladas, uma queda de 18,9 por cento ante as 343,3 mil toneladas de igual período do ano passado, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta segunda-feira

Em receita, as vendas do setor acumularam 567,2 milhões de dólares no primeiro semestre, ante 814,7 milhões de dólares entre janeiro e junho de 2017. “Os bloqueios nas estradas ocorridos nos 10 últimos dias de maio ampliaram os impactos registrados pelo setor com o embargo imposto pela Rússia desde dezembro de 2017, o que fica explícito quando comparamos os desempenhos de maio e junho”, disse o Presidente da ABPA, Francisco Turra. “Com as notícias disseminadas no mercado sobre a importação de trigo russo pelo Brasil e os esclarecimentos técnicos já realizados entre as partes, temos, agora, expectativas mais otimistas quanto à retomada dos embarques de carne suína brasileira para a Rússia”, acrescentou Turra. De acordo com a ABPA, Hong Kong foi o principal destino dos envios de carne suína brasileira, chegando a 79,3 mil toneladas no primeiro semestre, além da China que importou 69,8 mil toneladas no período, uma alta de 170 por cento ante o volume do primeiro semestre do ano passado. Ainda segundo a entidade, as exportações brasileiras de carne suína em junho caíram 45,4 por cento na comparação anual, para 35 mil toneladas embarcadas.

Redação Reuters

Guerra comercial inundará mercado americano de carne de porco

As guerras comerciais de Donald Trump tornaram a carne suína uma pechincha. A produção dos EUA caminha para ser a maior na história neste ano e a previsão para 2019 é de novo aumento. A onda de crescimento na oferta chega em meio às novas tarifas impostas pela China e pelo México sobre o produto, que ameaçam restringir as exportações do país e deixar os EUA com uma montanha de carne de porco barata

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) prevê que o consumo geral de carne suína nos EUA em 2019 vai aumentar para 53,3 libras-peso (24 quilos) por pessoa. É o maior consumo per capita desde o início dos anos 1980. O aumento da demanda, contudo, não vai ser suficiente para absorver o da produção, de forma que o contrato futuro de porco vivo é negociado nos EUA em seu menor patamar desde 2002 para esta época do ano. Há a previsão de uma “mudança sem precedente” nas exportações mundiais de carne suína no segundo semestre de 2018 e o aumento na oferta vai pressionar o mercado dos EUA para baixo no resto do ano, segundo analistas do Rabobank, entre os quais Chenjun Pan. Os fundos hedge mais do que dobraram suas apostas na queda do preço. Um dos motivos pelos quais o aumento na demanda não ajudou tanto nos preços é o fato de a carne de porco estar concorrendo contra os baixos preços do hambúrguer e da carne de frango. A produção total de carnes dos EUA deverá ser recorde em 2018 e continuar crescendo em 2019, estima o USDA. O contrato à vista de porco vivo pode chegar a um valor médio de US$ 0,42 por libra-peso em 2019, ou 7,7% a menos do que neste ano, de acordo com as projeções do departamento americano. “[Para os futuros de porco vivo], o risco à frente é que tenhamos números enormes de porcos chegando e números enormes de carne bovina e avícola”, disse Don Roose, presidente da firma de administração de investimentos em gado e grãos U.S. Commodities, em Iowa. Com as tarifas da China e do México, “40% das exportações totais americanas de carne suína agora sofrem tarifas retaliatórias, ameaçando o meio de vida de milhares de criadores de porcos nos EUA”, de acordo com comunicado do Conselho Nacional de Produtores de Porcos, órgão setorial dos EUA, divulgado em 6 de julho.

VALOR ECONÔMICO

Especialistas mundiais debatem práticas de bem-estar de suínos e aves na Embrapa em Concórdia

As boas práticas durante o transporte e na insensibilização com gás de suínos e aves é o tema de um seminário técnico que acontece entre 4 e 6 de setembro na Embrapa Suínos e Aves, unidade descentralizada da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Concórdia-SC

Durante os três dias de evento, profissionais das áreas de suinocultura e avicultura vão debater a implementação dessas práticas nas agroindústrias e no Serviço Veterinário Oficial. O evento terá a participação de dois dos principais especialistas mundiais em bem-estar de animais de produção, o indiano Mohan Raj, da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla original em inglês); e o espanhol Antonio Velarde Calvo, do Instituto de Pesquisa e Tecnologia Agroalimentar da Catalunha (IRTA, na sigla original em catalão). Do Brasil, participam a coordenadora-geral de Agregação de Valor do Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e da Produção Sustentável do Mapa, Charli Ludtke; a coordenadora da Comissão de Bem-Estar Animal do Mapa, Lizie Buss; o consultor em bem-estar Victor Lima, da BEA Consultoria; o professor Iran Oliveira, do Nupea/Esalq/USP; e o pesquisador da área de bem-estar de suínos da Embrapa, Osmar Dalla Costa. As inscrições para o evento são gratuitas. O formulário de inscrição está disponível no site embrapa.br/suinos-e-aves/boas-praticas.

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

INTERNACIONAL

FARM preocupada com a possível erradicação da vacina contra a febre aftosa

A Federação das Associações Rurais do Mercosul (FARM) considera “essencial” que, antes de tomar uma decisão de importância crucial como a remoção da vacinação contra a febre aftosa, sejam concluídos todos os estudos técnicos, econômicos, de análise de risco e custo/benefício para determinar se há condições para tomar tal medida

A FARM publicou uma declaração na qual expressa sua preocupação com a possível remoção da vacinação contra a febre aftosa em nível regional. Além disso, reconhece a importância da erradicação da febre aftosa sem vacinação em toda a região, para ajudar a eliminar as barreiras sanitárias e não tarifárias ao comércio de carne e produtos animais. O documento também faz referência ao fato de que o compromisso de todos os países envolvidos é “básico”, a fim de chegar a acordo sobre as medidas e planos sanitários para posicionar e manter o status pecuário e, assim, atender à demanda global cada vez mais crescente e exigente.

El Observador

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