CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 529 DE 06 DE JUNHO DE 2017

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Ano 3 | nº 52906 de junho de 2017

ABRAFRIGO NA MÍDIA

Abrafrigo pede volta de exportações de medula espinhal bovina para a Ásia

Os embarques estão vetados desde 29 de março deste ano

São Paulo, 05 – A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) encaminhou ao Ministério da Agricultura solicitação para que o governo reabra as exportações de medula espinhal de bovinos para países asiáticos. Os embarques estão vetados desde 29 de março deste ano, data da publicação do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), que, nos artigos 124 e 278, veda os embarques, informou a Abrafrigo, em nota. A Abrafrigo comenta que o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), abrigado na Agricultura, tomou unilateralmente a decisão de vetar as exportações brasileiras, sem levar em conta que a única restrição imposta pelos países importadores é justamente não haver restrição ao embarque na origem – no caso, o Brasil. “Além disso, o Departamento de Saúde Animal (DAS), do próprio ministério, não se manifesta contrário à possibilidade de a medula espinhal continuar a ser exportada”, diz a associação. “É incompreensível que o nosso próprio país imponha óbices a nós mesmos, a exemplo do que já vem ocorrendo no caso dos despojos procedentes de frigoríficos estaduais com equivalência Sisbi, cujo processo se encontra há muito em análise”, criticou, também, a Abrafrigo.

Estadão Conteúdo/ISTO É/ DINHEIRO RURAL

Abrafrigo cobra liberação das vendas externas de medula espinhal bovina

O produto largamente consumido na Ásia

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) informou em nota na segunda-feira (5) que encaminhou ao Dipoa/SDA/Mapa, na semana passada, solicitação para que o ministério libere as exportações da medula espinhal de bovinos, produto largamente consumido na Ásia, e proibidas pela combinação dos artigos 124 e 278 do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), de 29 de março de 2017. Segundo a Abrafrigo, o Dipoa tomou medidas excepcionais, unilateralmente, sem observar que: “as importações de medula espinhal por parte dos países que a consomem devem levar em conta as decisões de suas próprias autoridades sanitárias, que não fazem quaisquer exigências, além de não possuírem restrições a estas importações”. Além disso, continua a associação, o Departamento de Saúde Animal (DAS), do próprio Mapa, “ratifica este entendimento e não se manifesta contrário a esta possibilidade de a medula espinhal continuar sendo exportada”. “É incompreensível que o nosso próprio país imponha óbices a nós mesmos, a exemplo do que já vem ocorrendo no caso dos despojos procedentes de frigoríficos estaduais com equivalência Sisbi, cujo processo se encontra há muito em análise nesse Departamento”, afirmou a Abrafrigo em seu pedido. “Esta determinação abrupta e repentina causou e vem causando prejuízos consideráveis para os nossos frigoríficos, tendo em vista a impossibilidade de não mais continuarem exportando este produto que é largamente consumido nos países do continente asiático, pela existência de estoques elevados no dia em que a proibição foi anunciada”, continuou a entidade na nota à imprensa. A Abrafrigo argumentou também que “o novo Riispoa, em seu artigo 538, estabeleceu o prazo de um ano para que os estabelecimentos registrados no Mapa possam se adequar às novas exigências”.

CARNETEC/AGÊNCIA SAFRAS/PÁGINA RURAL

ABRAFRIGO pede liberação na exportação da medula espinhal de bovinos

Novo RIISPOA, em seu artigo 538, estabeleceu o prazo de um ano para se adequar às novas exigências

Na última semana a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) encaminhou DIPOA/SDA/MAPA na semana passada, solicitação para que o Ministério da Agricultura libere as exportações da medula espinhal de bovinos, produto largamente consumido na Ásia, e proibidas pela combinação dos artigos 124 e 278 do novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, de 29 de março de 2017. De acordo com a Associação “ É incompreensível que o nosso próprio país imponha óbices a nós mesmos, a exemplo do que já vem ocorrendo no caso dos despojos procedentes de frigoríficos estaduais com equivalência SISBI, cujo processo se encontra há muito em análise nesse Departamento”, afirma a ABRAFRIGO em seu pedido. “Esta determinação abrupta e repentina causou e vem causando prejuízos consideráveis para os nossos frigoríficos, tendo em vista a impossibilidade de não mais continuar exportando este produto que é largamente consumido nos países do continente asiático pela existência de estoques elevados no dia em que a proibição foi anunciada”. A Associação ainda ressalta que o “o novo RIISPOA, em seu artigo 538, estabeleceu o prazo de um ano para que os estabelecimentos registrados no MAPA possam se adequar às novas exigências”.

AGROLINK

NOTÍCIAS

Frigoríficos alcançam margem histórica

Em um ano, preços de cortes sem osso subiram 4,5%, enquanto o do boi gordo caiu 14,5% em SP

O começo do mês chegou e mesmo assim as vendas de carne bovina não vão bem. Os varejistas parecem não ter saído às compras para recompor seus estoques e aguardar os salários. De acordo com análise da Scot Consultoria, isso demonstra que a “euforia” criada depois das delações já acabou. Há sete dias tínhamos um mercado trabalhando em alta forte, muito em função da possibilidade de varejistas buscarem outros fornecedores de carne para substituir a indústria envolvida nos acontecimentos políticos. Não há como dizer que isso não irá acontecer, mas esta última valorização certamente foi resultado da grande atração do mercado à especulação, à expectativa e à antecipação de movimentos. Mas, com o tempo, os fundamentos voltam a ditar o ritmo dos preços, como ocorreu esta semana. Atualmente, as indústrias podem, quando julgarem necessário, reduzir os preços, sem que isso prejudique muito seus resultados. As margens da desossa estão nas máximas históricas e variaram entre 35% e 38% nos últimos dias. Em um ano os preços dos cortes sem osso subiram, em média, 4,5% enquanto a matéria-prima, o boi gordo, caiu 14,5% em São Paulo. Diante destes números não há como negar que o ano é extremamente favorável às indústrias.

Scot Consultoria

Mercado do boi gordo com poucos negócios

Baixa movimentação e poucas negociações na abertura do mercado do boi gordo na última segunda-feira (5/6). Muitas empresas ainda não definiram as estratégias de preço para a semana e aguardavam fora das compras

Apesar de ainda existir pressão de baixa no mercado, ela já é menos agressiva do que a observada na última quinzena de maio. Nas praças onde a pressão é maior, há dificuldade na aquisição de animais, porém sem apetite das indústrias para intensificar as compras, esta dificuldade ainda não gera alterações nas referências. No mercado atacadista de carne com osso, apesar do início de mês, não houve mudanças nos preços. O boi casado de animais castrados está cotado em R$9,07/kg desde o dia 16/5. Diante disso, as margens das indústrias seguem historicamente altas.

SCOT CONSULTORIA

Preço do sebo bovino caiu 2,6% em maio no Brasil Central

Apesar da maior competitividade do óleo de soja, a oferta e demanda de sebo bovino reguladas mantêm o mercado com preços andando de lado

No Brasil Central a gordura animal está cotada, em média, em R$1,90/kg, sem imposto. No acumulado de maio deste ano, houve queda de 2,6%. Já no Rio Grande do Sul, o sebo está cotado, em média, em R$2,05/kg, sem imposto. Para o curto e médio prazos a expectativa é de que o óleo de soja mais competitivo exerça pressão de baixa no mercado de sebo.

SCOT CONSULTORIA

Expectativa de que JBS começaria semana ofertando preços à vista pela arroba não se confirma e pecuaristas evitam novas vendas

Os negócios com o boi gordo ocorrem de forma lenta nesta segunda-feira (05/06). Segundo análise da Scot Consultoria, a pressão de baixa observada nos últimos dias perdeu força, mas a movimentação ainda é pequena

Muitos frigoríficos seguem fora das compras esperando melhor definição do mercado. As escalas de abate atendem em média quatro a cinco dias. “Embora haja maior facilidade para compra, as indústrias evitam alongar as escalas, visto que a situação de consumo não é interessante”, explica o analista, Alex Santos Lopes, da Scot Consultoria. Em relação à semana passada os preços se mantém estáveis. Em São Paulo as ofertas de compra variam entre R$132,00/@ a R$133,00/@ (descontado o Funrural). Já em Goiás, a cotação está entre R$117,00/@ a R$119,00/@, enquanto no Mato Grosso, o preço oscila entre R$119,00/@ a R$120,00/@. A expectativa de que a JBS poderia iniciar a semana pagando à vista, não se confirmou. Mas, suas escalas de abate seguem curtas e a empresa tem muita dificuldade em adquirir animais. Segundo Lopes, há confirmação de férias coletivas na unidade de Ponta Porã (MS) em função da redução nos abates, e não estão descartadas novas paralisações no país. “Teremos um cenário mais concreto em relação à semana, a partir de amanhã (6/06)”, diz o analista.

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

Greenpeace deixa pacto firmado com frigoríficos

O grupo ambientalista irá anunciar oficialmente nesta semana a sua saída do Compromisso Público da Pecuária na Amazônia

O recém ­revelado esquema de corrupção envolvendo a JBS levou o Greenpeace a anunciar um “divórcio” por tempo indeterminado com o frigorífico brasileiro. O grupo ambientalista irá anunciar oficialmente nesta semana a sua saída do Compromisso Público da Pecuária na Amazônia, assumido oito anos atrás com redes varejistas, Ministério Público Federal e os frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva. “Tendo em vista os escândalos de corrupção envolvendo o setor da pecuária e os recentes ataques aos direitos humanos e à proteção das florestas em curso no Congresso Nacional, o Greenpeace está descontinuando o seu envolvimento na implementação do compromisso”, disse a ONG ao Valor. Segundo Adriana Charoux, da campanha Amazônia, o atual ambiente político foi a “gota d’água” que levou à perda de credibilidade do setor como um todo. “Não é possível, com esse nível de instabilidade, sentar [com as empresas] como se nada tivesse acontecendo. Não há ambiente político para que a implementação do compromisso possa, de fato, ocorrer”, disse. Em 2009, JBS, Marfrig e Minerva ­ que representam hoje cerca de 70% de todo gado bovino abatido no bioma Amazônia ­, assumiram compromisso público de não negociarem carne e couro com fazendas envolvidas em desmatamento, uso de trabalho escravo ou invasão de terras indígenas e áreas protegidas. As empresas firmaram também um termo de referência, no qual se comprometeram, com base nos mesmos critérios, a auditar e publicar a cada ano o resultado do esforço contra o desmatamento. A ONG afirmou que, embora continue a acreditar que acordos de mercado possam ser uma ferramenta eficiente de controle para cadeias produtivas críticas na Amazônia, a efetividade do compromisso ficou comprometida. “Contudo, encorajamos fortemente que frigoríficos, supermercados e outras empresas atuantes no setor mantenham e aperfeiçoem os sistemas de monitoramento do desmatamento e demais crimes associados ­ trabalho escravo, invasão de terras indígenas e violência no campo ­ em permanente processo de fortalecimento dos seus critérios, incluindo, por exemplo, o controle imediato sobre os fornecedores indiretos”. O Greenpeace afirmou que continuará a denunciar e a expor os responsáveis pelo aumento do desmatamento relacionado com a pecuária na Amazônia e espera que, num futuro próximo, sejam restabelecidas as condições para retomar as dinâmicas de acompanhamento do compromisso.

VALOR ECONÔMICO

Diferença de preços do boi entre SP e MT atinge menor valor desde julho de 2015

O diferencial de base SP-MT, indicador que demonstra a diferença de preço da arroba entre estes dois estados, registrou aumento pela quinta vez consecutiva, alcançando a marca de -10,85%, sendo este o menor valor desde jul/15

Ainda neste âmbito, em relação a maio/16, o aumento no indicador é de 3,80 p.p. Enquanto em Mato Grosso a arroba do boi gordo conseguiu se recuperar levemente no comparativo mensal, encerrando o mês de mai/17 a R$ 121,45 (já descontado o Funrural), em São Paulo, desde nov/16, não há evolução nos preços, fechando o mês de mai/17 com média de R$ 136,23. Vale lembrar que o motivo propulsor para a redução no diferencial de base SP-MT, neste ano, vem sendo a maior desvalorização no preço da arroba em São Paulo., Questões relativas à oferta e demanda interna nestes estados, questões tributárias e estratégias dos agentes de mercado são algumas das justificativas para esta maior queda em SP.

Imea

Rodrigues defende mudança na fiscalização agropecuária após Carne Fraca e JBS

A proposta do ex-ministro da Agricultura é criar uma agência de defesa sanitária federal que estabeleça regras para a fiscalização

O Coordenador do Centro de Estudo de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, defendeu, após os desdobramentos da Operação Carne Fraca e o episódio das delações envolvendo a JBS, uma mudança no sistema de fiscalização agropecuária no Brasil. A proposta de Rodrigues é criar uma agência de defesa sanitária federal que estabeleça regras para a fiscalização, terceirização do processo de fiscalização e controle da fiscalização terceirizada por meio dessa agência. “Todo esse cenário negativo abre uma oportunidade de discussão profunda. O setor está pensando nisso e vai encontrar um caminho mais moderno para a questão fiscalização nos próximos meses”, disse Rodrigues nesta segunda-feira, (5/6), durante a Palestra Perspectivas do Agronegócio Brasileiro, no Ciclo de Palestras da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.

Rodrigues ressaltou, ainda, o problema de escassez de indústrias na área dos frigoríficos. “A JBS compra mais de 50% dos bois em Mato Grosso. Então a carne despencou de preço no Estado.” O ex-ministro apontou que pecuaristas já têm relatado dúvidas se vão ou não confinar gado este ano, preferindo deixar o boi no pasto mais um ano, “o que é um motivo de perda, mas é uma perda que é jogada para frente”. Ele elogiou a atuação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na diluição do impacto da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, mas ponderou que o efeito da crise da JBS pode demorar um pouco mais para ser dissipado. “O Blairo Maggi foi de uma agilidade extraordinária no episódio da Carne Fraca. Foi muito rápido, muito competente e resolveu o nosso problema de maneira bastante ágil em um momento difícil. Com a JBS é um pouco mais complicado, deve tomar mais tempo, como todos sabemos, por alguns desdobramentos que ainda virão a ocorrer. “Na palestra, Rodrigues destacou a contribuição do agronegócio para a economia brasileira, mas defendeu a necessidade de uma estratégia para o desenvolvimento do setor com articulação entre políticas públicas e privadas. Do lado das políticas públicas, ele defendeu a necessidade de fortalecimento tanto de instrumentos de garantia de renda para o produtor rural, com mudanças nos sistemas de crédito e seguro rural e preços de garantia, como em termos de políticas comerciais, com a realização de novos acordos bilaterais e negociação para abertura de mercados para produtos de maior valor agregado. “O mundo em desenvolvimento, nosso grande comprador, quer energia e proteína. Temos atendido essa demanda crescente mesmo sem uma estratégia adequada para isso.” Rodrigues destacou também o papel das reformas previdenciária, trabalhista e tributária para o avanço do setor. “É preciso reconhecer que o Brasil tem feito um esforço nos últimos meses na direção de reformas em temas essenciais que tinham sido relegados no passado recente. Essas reformas dão um cenário mais esperançoso, ou davam, até que aconteceu o episódio JBS e jogou uma série de nuvens plúmbeas no horizonte, que não sei se vão se transformar em chuva irrigadora ou chuva de pedra.” Ele ressaltou, entretanto, a importância de uma “safra agrícola absolutamente espetacular” para o bom resultado do agronegócio. “O aumento da safra de grãos do ano passado para este foi de 50 milhões de toneladas. Mais da metade dos países do mundo não consegue ter uma safra do tamanho do aumento da nossa safra”, enalteceu.

ESTADÃO CONTEÚDO

EMPRESAS

Escala de abates da JBS tem forte queda

A delação premiada dos irmãos Batista teve como uma das consequências a forte redução do ritmo de negócios entre a JBS e os fornecedores de boi gordo.

Desde 17 de maio, quando o acordo com a Procuradoria­ Geral da República (PGR) foi divulgado, os frigoríficos da empresa reduziram em 65% a escala de abates, informação que sinaliza a programação de sua produção futura. Na prática, isso significa que a JBS passou a ter menos controle sobre o que vai abater ao longo da semana, o que prejudica sua produção de carne bovina. Ontem, a companhia anunciou que deu férias coletivas de 30 dias para os funcionários de sua unidade em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. No mercado, a notícia foi recebida como consequência da estratégia de redução da escala. Procurada pelo Valor, a JBS informou, porém, que a paralisação, temporária, já estava programada e não tem relação com a delação. Mas, por outro lado, reduzir as escalas confere maior flexibilidade financeira num momento em que a companhia tem que preservar caixa. Segundo acompanhamento feito pela consultoria Agrifatto, a JBS atualmente está assegurando a compra de boi para o abate nos próximos dois ou três dias. Até a divulgação da delação premiada, as escalas de abate das unidades da companhia eram de cerca de cinco dias, em linha com o mercado. O fato é que, enquanto os produtores estão receosos e evitam fazer negócios, a companhia busca adiar o prazo de pagamento, melhorando o seu fluxo de caixa. Daí porque, ao mesmo tempo em que a delação era anunciada, a companhia informou a seus fornecedores que passaria a adotar um prazo de pagamento de 30 dias pelo boi, e não mais faria negócios à vista. Conforme Lygia Pimentel, diretora da Agrifatto, a decisão frustrou os pecuaristas, mas terá impacto substancial para o capital de giro. Ao forçar o prazo de 30 dias, a empresa “jogou para frente” o pagamento de R$ 1 bilhão, estimou a analista, citando os desembolsos mensais que a JBS tem com gado bovino. Para a concorrência, a postura da JBS é positiva. Com o maior frigorífico do país em compasso de espera, os rivais ganharam força nas negociações com os pecuaristas e hoje conseguem garantir a aquisição dos bois que vão abater nos próximos sete dias. “O mercado não consegue absorver o volume da JBS. A escala dos frigoríficos pequenos atolou”, disse o analista César Castro Alves, da consultoria MB Agro. Segundo ele, até a crise deflagrada pela divulgação da delação premiada, a JBS, também por seu gigantismo, conseguia preços melhores na compra de boi. De acordo com um executivo do segmento, a JBS está pagando entre 2% e 3% a mais que os concorrentes pelos animais. Nesse cenário, os preços do boi já registraram forte redução. De acordo com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o preço do boi gordo no Estado de São Paulo ­ referência para as cotações no país ­ caiu 4,6% em maio. Foi a maior queda no mês em quase 20 anos. No médio prazo, a expectativa é que a situação se normalize. Conforme Alves, da MB Agro, a sazonalidade joga a favor da JBS. Ainda que as recentes chuvas tenham melhorado as condições das pastagens, o período seco está chegando. Com ele, a maior necessidade dos pecuaristas em vender boi. “Eles estão esperando a poeira abaixar. Estão jogando com essa variável, porque o volume de gado é grande”, avaliou. Assim, não faria sentido pagar mais caro agora por um volume de gado que ainda estará disponível nos próximos meses, acrescentou Alves, reforçando a ideia de que os concorrentes não “absorverão” toda a oferta que deverá sobrar. Para se ter ideia da relevância da JBS para o mercado pecuário, basta dizer que, se a empresa reduzisse os abates em 65% permanentemente ­ mesmo patamar da redução de sua escala de abate ­, cada frigorífico com fiscalização em âmbito federal teria uma disponibilidade 7,5% maior de bovinos ao longo de 2017.

VALOR ECONÔMICO

Assinado acordo de leniência entre J&F e MPF

Foi assinado ontem o acordo de leniência entre o Ministério Público Federal (MPF) e a J&F, holding dos irmãos Batista que controla empresas como JBS, Eldorado, Vigor, Alpargatas, Banco Original e Flora, entre outras empresas.

Apesar de confirmar que a holding terá de desembolsar R$ 10,3 bilhões como multa e ressarcimento por causa de crimes e irregularidades identificadas em diversas frentes ­ incluindo as operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono e Carne Fraca ­ e que a holding terá 25 anos para pagar o montante acordado, que será corrigido mensalmente pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), houve mudanças em relação à divisão do bolo, que ao término do período de pagamento deverá superar R$ 20 bilhões. Os termos do acordo firmado determinam que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a União e os fundos Funcef e Petros receberão R$ 1,75 bilhão cada, enquanto a Caixa Econômica Federal e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ficarão, cada um, com R$ 500 milhões. Outros R$ 2,3 bilhões vão financiar projetos sociais indicados pelo MPF. Inicialmente, havia sido acordado entre o MPF e a J&F que BNDES, Funcef e Petros receberiam R$ 2 bilhões cada, que a União ficaria com R$ 1 bilhão. Caixa e FGTS teriam mesmo R$ 500 milhões. Independentemente dessa redivisão, o pacto definitivo continuou sem prever o pagamento de juros, o que por si só livrou a holding de alguns bilhões adicionais. De acordo com o MPF, o acordo “não retira dos órgãos públicos e instituições lesadas mencionadas o direito de exigir que as empresas controladas pelo Grupo J&F (363, conforme lista fornecida pela colaboradora) paguem multas ou façam o ressarcimento de eventuais prejuízos”. Que continua: “O acordo prevê apenas que, caso ocorram pagamentos dessa natureza, em favor de BNDES, União, Funcef, Petros, Caixa e FGTS, o Grupo poderá pedir que sejam abatidos até o limite de 80% do total devido”. Ainda segundo o MPF, entre as providências que terão de ser seguidas como “condição de vigência da leniência” está “a remoção de Joesley Batista de todos os cargos diretivos e de conselho das companhias e a não recondução pelo prazo de cinco anos”. Até a delação, Joesley ocupava o cargo de presidente do conselho da J&F. Wesley Batista, aparentemente, poderá continuar a ocupar a presidência da JBS, a maior das empresas controladas pela holding. A própria J&F informou que, segundo o acordo, permanece com liberdade para negociar e renovar empréstimos com todo o sistema financeiro nacional, inclusive com bancos públicos, e que seguirá um programa de compliance e integridade. Esse programa será monitorado por um comitê cujos membros terão de ser aprovados pelo MPF.

VALOR ECONÔMICO

INTERNACIONAL

Índia: proibição de vender carne pode favorecer o Brasil

A observação é parte da análise sobre pecuária de corte do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, divulgada nesta segunda-feira

A decisão do governo indiano de proibir a comercialização de gado para abate em todo o país chamou atenção dos agentes de mercado pecuário do mundo. Ainda que seja o governo federal que tenha decretado tais regras, existe resistência em alguns estados indianos, que consideram a carne bovina/bubalina uma iguaria, em aceitar essas novas regulamentações. A observação é parte da análise sobre pecuária de corte do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, divulgada na segunda-feira, 5. O boletim do instituto observa ainda que a Índia se qualifica atualmente como o quarto maior produtor e maior exportador de proteína bovina/bubalina do mundo, ainda que a maior parte de sua produção advenha de búfalos; uma interrupção total em sua linha de produção afetaria não só a oferta mundial de carne bovina em todo o mundo, como também a indústria dos subprodutos, como o couro. Os analistas do Imea observam que mesmo com todos os problemas na pecuária brasileira, o pecuarista deve ficar de olho na Índia, pois novidades de lá podem afetar o mercado mundial de carne. De acordo com o jornal Valor Econômico, o governo indiano proibiu a comercialização do que considera “gado improdutivo”, ou seja, animais que não dão leite e não são usados para procriação, e que geralmente são vendidos para abate. A Índia é hoje a maior exportadora de carnes – principalmente de bubalinos – depois do Brasil. Segundo o jornal Financial Times, a proibição deve provocar um efeito devastador na economia indiana baseada na exportação de carne, que hoje gera US$ 5 bilhões por ano. O país tem 190 milhões de cabeças de gado bovino e 108 milhões de búfalos.

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