CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 424 DE 02 DE JANEIRO DE 2017

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Ano 3 | nº 424 02 de Janeiro de 2017

NOTÍCIAS

Taques eleva alíquota do boi em pé para 12% em Mato Grosso; medida prejudica produtores

O Governo de Mato Grosso elevou de 7% para 12% a alíquota do boi em pé. O aumento, segundo o setor produtivo, não deverá tamanho reflexo para o Estado, uma vez que em torno de 4% das 5,5 milhões de cabeças abatidas ao ano são enviadas para a indústria frigorífica de outros Estados

A mudança na alíquota do ICMS do boi em pé consta no Decreto nº 777/2016 publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). Ao todo 14 decretos foram emitidos pelo Poder Executivo mato-grossense nesta quinta-feira, 29 de dezembro, trazendo alterações no regulamento do ICMS aprovado pelo Decreto 2.212/2014. As medidas envolvem os setores do agronegócio, atacadista, comércio, entre outros. Mato Grosso possui um rebanho de aproximadamente 29,5 milhões de cabeças de gado. Ao ano são abatidas entre 5 e 5,5 milhões de cabeças, das quais aproximadamente 200 mil deixam o Estado para serem abatidas em frigoríficos de outras unidades federativas. Conforme a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a grande maioria do boi em pé que sai de Mato Grosso com destino a outros Estados é em busca de competitividade de preço pago pela indústria frigorífica. Em algumas regiões do Estado, como a Leste, por exemplo, existe apenas um grupo frigorífico instalado, ou seja, não há outras empresas que gerem competividade. “O aumento da alíquota do boi em pé em Mato Grosso de 7% para 12% já vinha sendo discutido com o setor produtivo. Pelo setor esse aumento traz pouco reflexo para o Estado, pois o volume de animais que saem é pequeno, e prejudica os pecuaristas em regiões onde não há competitividade frigorífica”, comentou ao Agro Olhar o Presidente da Acrimat, José João Bernardes. Ainda de acordo com Bernardes, o incremento na alíquota do ICMS do boi em pé era um pedido antigo da indústria frigorífica para o Governo de Mato Grosso, visando a redução da saída de animais para abater em outros Estados. Bernardes pontuou ainda para a reportagem que o governador Pedro Taques garantiu para o setor produtivo da pecuária que “situações particulares serão discutidas”. “Isso já vinha sendo discutido antes mesmo do Governo falar em reforma tributária. Não fomos pegos de surpresa. É um assunto que já era discutido e seguiremos debatendo”.

Olhar Direto

Oferta limitada e demanda firme colaboram com alta do preço do sebo em 2016

O mercado do sebo fechou 2016 com preços firmes. A oferta restrita da gordura animal e a alta demanda pelo produto colaboraram com este cenário

Atualmente, no Brasil Central, o sebo está cotado em R$2,60/kg. Na comparação com o mesmo período do ano anterior houve alta de 18,2%. A valorização do óleo de soja no mercado brasileiro também é outro fator que colabora com a valorização do sebo, uma vez que o sebo é utilizado como alternativa do óleo de soja na produção do biodiesel. Para 2017, a perspectiva é de que a oferta de sebo bovino aumente, o que pode colaborar com preços mais frouxos para o produto. Contudo, a demanda deve continuar forme e limitar as desvalorizações.

SCOT CONSULTORIA

Mapa fecha 26 unidades técnicas para melhorar gestão e economizar recursos

Haverá realocação de auditores para áreas com maior necessidade de fiscalização

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União portaria, nesta sexta-feira (30), extinguindo 26 das 84 Unidades Técnicas Regionais (Utras). A decisão foi baseada em estudos técnicos que levaram em consideração o valor bruto de produção agropecuária, o número de estabelecimentos registrados e fiscalizados e demandas de atividades em cada unidade. O fechamento das 26 unidades representa economia de cerca de R$ 1,1 milhão por ano, gastos atualmente apenas com a manutenção do patrimônio e do material de expediente. Os cerca de 100 servidores serão realocados em outras unidades do Ministério da Agricultura nos estados, onde há maior necessidade da mão de obra, formada principalmente por auditores. O estudo inicial, concluído no primeiro semestre deste ano, recomendava o fechamento de 54 unidades. Nesta primeira etapa, no entanto, serão fechadas 26 unidades. As demais poderão ser extintas no segundo semestre de 2017, após nova atualização e detalhamento dos dados já levantados. A atualização do estudo foi feita por meio de sistema de avaliação das demandas de trabalho nas áreas de inspeção e de fiscalização, em conjunto pelas Secretarias Executiva, de Defesa Agropecuária e de Política Agrícola do ministério.  O Secretário-Executivo do Mapa, Eumar Novacki, explicou que será possível melhorar a gestão com o aproveitamento mais eficiente da força de trabalho. Novacki assegurou que não haverá prejuízos nem descontinuidade na prestação de serviços por parte do ministério. De acordo com a portaria, as Utras serão extintas a partir do dia 1º de janeiro de 2017, com prazo de 30 dias para o remanejamento dos servidores e o encerramento das atividades. Serão fechadas as seguintes unidades: Passos, Muriaé, Governador Valadares, Almenara e Paracatu, em Minas Gerais; Barra Mansa, Nova Friburgo e Itaperuna, Bom Jesus e Macaé, no Rio de Janeiro; Blumenau, Joinville e Lajes, em Santa Catarina; Ouro Petro D’Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, em Rondônia; Campina Grande e Patos, na Paraíba; Colatina e Venda Nova do Imigrante, no Espirito Santo; Caruaru, em Pernambuco; Picos, no Piauí; Teixeira de Freitas, na Bahia, Jacarezinho, no Paraná, e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul.

MAPA

Agro 2016: Brasil abre mercado a mais 22 produtos em 17 países

Os destaques foram as conclusões de acordos para exportar carne bovina in natura aos EUA, carned e aves termicamente processada para a Coreia do Sul, carne de aves e suína para o Vietnã e carne bovina termicamente processada para o Japão

As negociações comerciais feitas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com 17 países, em 2016, resultaram na abertura de mercado para 22 produtos brasileiros.  Os destaques foram as conclusões de acordos para exportar carne bovina in natura aos Estados Unidos, carne de aves termicamente processada para a Coreia do Sul, carne de aves e suína para o Vietnã e carne bovina termicamente processada para o Japão, de acordo com balanço das atividades do ano da Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa. No total, o comércio desses 22 produtos com 17 países representa US$ 8,3 bilhões anuais e, com os acordos, o Brasil se habilitou a disputar uma fatia desse montante. As negociações fazem parte dos esforços do Mapa para elevar de 6,9% para 10%, em cinco anos, a participação do Brasil no comércio agrícola mundial, um mercado de US$ 1,08 trilhão por ano. De janeiro a novembro de 2016, as exportações agrícolas brasileiras somaram US$ 66,7 bilhões. Desse valor, 71,9% corresponderam a exportações dos produtos dos complexos soja e sucroalcooleiro e carnes. Ao longo do ano, o Mapa participou de 571 negociações sanitárias e fitossanitárias, envolvendo 134 países. O Mapa também realizou 56 missões técnicas, voltadas à exportação do agronegócio para 16 países, segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. “Também foram realizadas missões com objetivo de prospectar oportunidades, realizar negócios e atrair investimento para o país, num total de 22, de alto nível a países da Europa, do Oriente Médio e do Sudeste Asiático”, destacou o Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Ribeiro e Silva. O Secretário ressaltou o fortalecimento da parceria entre o Mapa e o Ministério das Relações Exteriores, o que permitiu a ampliar de oito para até 25 o número de adidos agrícolas. De acordo com Ribeiro e Silva, o reforço do apoio técnico é importante para as negociações de interesse do agronegócio. As negociações com diversos países e blocos econômicos foram intensificadas para reduzir tarifas e ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado mundial. Entre elas, o secretário destacou a retomada de entendimentos com a União Europeia, o México, a Índia, o Canadá, a EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça). “Em todas essas negociações, o ministério desempenhou papel importante na defesa dos interesses do agronegócio brasileiro junto ao setor privado nacional e demais órgãos do governo brasileiro e do Mercosul”, diz o Secretário. Na Organização Mundial do Comércio (OMC), assinalou Ribeiro e Silva, foram abertos contenciosos com a Indonésia, para carne de frango e bovina, e com a Tailândia, referente a subsídios para o açúcar. O Mapa intensificou também ações internacionais em temas como propriedade intelectual, barreiras técnicas ao comércio, sustentabilidade, mudanças climáticas e biotecnologia. Na área de propriedade intelectual, houve o reconhecimento mútuo de tequila e de cachaça como indicações geográficas no México e no Brasil, respectivamente, e aprovação do Regulamento de Uso da Indicação Geográfica “Cachaça”, no âmbito da Camex, possibilitando maior valorização do produto nacional no mercado externo. “Já o tema sustentabilidade, principalmente ambiental, passou a ser pauta constante na agenda ministerial, culminando com a participação do ministro Blairo Maggi nos dois principais fóruns mundiais sobre clima e biodiversidade, a Conferências das Partes sobre Mudanças do Clima (COP 22) e a Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP 13)”, lembrou o Secretário. Nessas ocasiões, Mapa pode mostrar as políticas e as práticas que garantem sustentabilidade na produção agropecuária do país. Além disso, a delegação do Ministério da Agricultura atuou para minimizar eventuais propostas que pudessem retirar a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros.

MAPA 

Apesar de preços nominais altos, custo elevado de produção reduziu margem da pecuária de corte

O ano de 2016 exigiu boa gestão dos pecuaristas. Apesar de preços nominalmente altos, outros fatores como custos de produção elevados, queda no consumo interno e dificuldade nas exportações, refletiram diretamente na margem dos produtores

“Os preços da arroba, que estavam em escalada desde 2013, tiveram o primeiro ano de queda de valor real”, lembra o consultor e Diretor-fundador da Scot Consultoria, Alcides Torres. A crise econômica afetou o desempenho do mercado interno. A margem de comercialização dos varejistas recuou significativamente pela dificuldade no repasse se preços. O ano começou com preços da arroba historicamente altos e indicando valorizações ainda maiores no final de 2016. Mas, no decorrer do caminho diversos fatores impediram que essas previsões se confirmassem, encerrando o ciclo com a arroba valendo R$ 150 na média de São Paulo. Além da demanda enfraquecida, que limitou a venda das boiadas e arrefeceu os preços, os pecuaristas também enfrentaram elevadíssimos custos de produção. O milho foi o principal vilão dos confinadores, que se viram obrigados a recuar na produção. O dólar volátil também inibiu o desempenho das vendas externas brasileiras. Apesar da abertura de importantes mercados como Estados Unidos e China, as exportações derraparam em alguns meses, frustrando as expectativas de escoamento da produção. Conforme destaca Torres, “a cada ano que passa fica evidente a necessidade de profissionalização do pecuarista. As margens vão estreitando com o recuo da arroba, e só conseguimos manter a rentabilidade com uma evolução continua do índice de produtividade”, afirma. Mas, e no próximo ano, o que esperar da arroba? Para Alcides “estamos caminhando para 2017 com mercado arrochado e exigindo ainda mais eficiência”. A expectativa da Consultoria é de que o preço da arroba se mantenha nominalmente elevado no próximo ciclo, mas considerando a inflação será mais um ano de perda de valor real no boi gordo. Por outro lado, o enfraquecimento nas cotações também dos animais de reposição deverá melhorar a relação de troca do pecuarista. Para Torres, será um ano de transição de oferta. Em sua visão a virada de ciclo ocorrerá efetivamente em 2018. “Os dados, até o momento, mostram que ainda existe retenção de matrizes. Somada a seca em algumas regiões produtoras, não apostaria alto no aumento significativo de oferta em 2017”, diz Torres. Torres também é otimista com relação a demanda por carne bovina em 2017 no mercado interno e, especialmente externo. A abertura e consolidação de importantes mercados como EUA, China e Egito, devem continuar colaborando para o bom desempenho dos embarques no ano que vem. “Esses novos mercados dão potencial para que o Brasil expandir suas exportações e, vale ressaltar que pagam mais pela carne”, lembra Torres. Com relação ao câmbio, a expectativa da Scot Consultoria é de que o câmbio oscile entre R$ 3,20 a R$ 3,50 no ano que vem.

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS 

MT: pecuaristas se tecnificam para concorrer com a agricultura

Dono de um rebanho de 29 milhões de cabeças, Mato Grosso perde área de pasto para a agricultura; de 2012 para cá foram 2 milhões de hectares

O ano de 2016 foi um desafio para toda pecuária brasileira. Mas, em Mato Grosso, além da dificuldade com os custos de produção e preço do boi gordo, o produtor enfrenta outra concorrência: o crescimento da agricultura sobre as áreas de pastagem. Em Mato Grosso, aos poucos, áreas de pastagem têm dado cada vez mais lugar à soja, ao milho e ao algodão. Dono de um rebanho de mais de 29 milhões de cabeças, o estado enfrenta dificuldades para manter a pecuária. Segundo levantamento realizado pelo instituto mato-grossense de economia agropecuária (Imea), em 2012 existiam cerca 25 milhões de hectares com pasto. Em 2016, esse número caiu para cerca e 23 milhões de hectares. “Nos últimos anos a agricultura foi muito rentável. E como houve uma diminuição no desmatamento no estado, a agricultura tem avançado em cima das áreas de pastagens. Pastagens onde havia aptidão e algum grau de degradação foram convertidas para agricultura”, diz Paulo Moraes Ozaki, gestor de projetos do Imea. O pecuarista Arnoud Schneider avalia o crescimento a partir do problema cultural. “Agronomicamente dentro da pecuária não se cuida muito bem dos pastos. É preciso adubar, fazer com que ele cresça. Se o pecuarista fizer nascer uma folha de capim a mais do que nascia antes, já está dobrando a produtividade de seu pasto”. Com a falta de oferta de pastagem a alternativa encontrada por muitos pecuaristas tem sido o confinamento e o semi confinamento. “Isso fica muito perceptível a medida que a idade de abate dos animais tem diminuído com a mesma produção de carne. Estas ferramentas de intensificação fazem com que a produtividade consiga aumentar mesmo diminuindo a quantidade de pastagens. É uma tendência para os próximos anos, o aumento da produtividade em áreas menores, mantendo e até aumentando a produtividade”, diz Paulo Ozaki. Embora o crescimento exista, quando olhado de perto, o ano de 2016 não foi muito bom para quem optou pela atividade. A falta do milho fez o custo de produção subir e a crise econômica reduziu o consumo, afetando diretamente a pecuária. O Superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzzi, diz que a crise econômica do País afetou todos os setores da economia. “ O setor pecuário não vive em uma bolha. Nós sofremos influência disso, com relação a salários. O governo não tem condições de investimentos, em todos os estados, as contas não fecham. Vamos dizer que a diminuição da hemorragia dos gastos as artérias e as veias mais calibrosas foram estancadas, mas ainda precisa se ter uma reforma política bem feita para que a gente não gaste mais do que ganhe”, avalia. “Com os insumos e o custo de mão de obra também alto, o produtor tem que gerir seu negócio. Antigamente qualquer pecuária dava lucro, hoje, apenas projetos muito tecnificados conseguem sobreviver”. É o que tem feito Arnoud Schneider para conseguir viver da atividade há mais de 20 anos. Com um rebanho de 4.500 cabeças, o pecuarista está pouco otimista com 2017. “Vejo um cenário mais complicado para o ano que vem. A única saída é partir para um esquema de maior produtividade, de uso mais intenso de tecnologia para fazer frente aos preços e ao aumento dos custos. O segmento de gado de corte é o segmento menos desenvolvido do agronegócio brasileiro. Precisamos mudar isso”. Embora concorde com o cenário pessimista, o Superintendente ACRIMAT não esquece de comemorar as conquistas do setor. “Exportações, entrada da carne in- natura para os estados unidos, inversão do calendário da aftosa, além de conversas amigáveis com o governo foram fatores positivos. O início do Instituto Mato-grossense da Carne vai dar transparência aos processos e selo de qualidade à nossa carne, o que vai nos ajudar a conquistar cada vez mais mercados”.  Para a entidade, o sucesso da pecuária passa pela abertura de novos mercados, já que a qualidade vem sendo trabalhada pelo setor há algum tempo. “Temos mandado animais jovens para o frigorífico, que é fruto do intenso trabalho em melhoramento genético, intensificação das pastagens, integração lavoura pecuária. Temos feito a nossa parte o produtor a parte dele. Temos condições de atingir os mercados mais exigentes, o que precisamos é divulgar isso e investir mais em marketing”, pontua Manzzi.

CANAL RURAL 

Indicador do boi gordo cede 4% em termos reais em 2016

Levantamento do Cepea mostra que ao longo do ano o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo oscilou entre R$ 147,38 e R$ 159,49

A oferta restrita de animais para abate limitou a pressão que o mercado de carne bovina mais fraco em 2016 exerceu sobre os preços da arroba do boi gordo. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que ao longo do ano o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo oscilou entre R$ 147,38 e R$ 159,49. “A média do indicador na parcial deste mês, até o dia 27, supera em 1,7% a de dezembro de 2015, em termos nominais. Quando considerados os efeitos da inflação, no entanto, a média atual está 4,4% abaixo da de dezembro de 2015”, diz o Cepea. Já o indicador do bezerro, que tinha atingido recorde real em abril de 2015, de R$ 1.570,00 por cabeça (valor deflacionado pelo IGP-DI de novembro de 2016), na parcial de dezembro está 6,2% menor que o do mesmo mês de 2015, em temos nominais. Em termos reais, segundo o Cepea, a média atual está 12% inferior à verificada em dezembro de 2015. O Cepea destaca o cenário “incomum” dos preços no atacado ao longo deste ano, considerada a fraca demanda. “Os valores da carcaça casada bovina atingiram patamares nominais elevados em 2016 no atacado da Grande São Paulo, com o produto sendo negociado acima da cotação da arroba em janeiro, setembro e outubro.” No ano, a maior diferença entre os preços da arroba e da carne, de R$ 14,39, foi verificada em julho, quando o boi teve média de R$ 156,59 e a carcaça casada bovina, de R$ 142,05. “O menor poder de compra de consumidores e o recuo das exportações naquele mês pressionaram as cotações da carcaça casada em 2,7% no período. Já para o boi gordo, a baixa oferta de animais para abate sustentou os preços da arroba na casa dos R$ 155 em praticamente todo o mês de julho/16.”Em dezembro, o preço médio da carcaça casada do boi superou em 2,9% o do mesmo mês de 2015, em termos nominais. “Considerando-se os efeitos da inflação, contudo, a média atual está 3,2% inferior na mesma comparação”, diz o Cepea.

ESTADÃO CONTEÚDO 

Cotações do boi e do milho recuam na BM&FBovespa

Vilões dos frigoríficos em 2016, boi gordo e milho deram alento em dezembro, já sinalizando que as condições de oferta de matéria-prima serão melhores no próximo ano.

Depois de pressionarem fortemente as margens das empresas de carnes, os contratos futuros das duas commodities caíram ao menor nível do ano na BM&FBovespa. De acordo com levantamento do Valor Data, os contratos futuros de segunda posição de entrega (em geral, os mais líquidos) do boi gordo foram negociados, em média, a R$ 148,81 por arroba em dezembro, menor patamar mensal de 2016. Em relação à média de novembro, a cotação do boi gordo teve uma redução de 1,2%. Na comparação com a média de dezembro de 2015, entretanto, o preço médio do boi ainda está 0,4% mais elevado. Ao atingir a menor média mensal em dezembro, o boi gordo destoou do comportamento dos quatro últimos anos. Desde 2012, as cotações de dezembro figuravam dentre as maiores do ano ­ quando não a mais alta, como aconteceu em 2013. De todo modo, a mudança de tendência é outro sinal de inversão do ciclo da pecuária, que tende a ser mais favorável aos frigoríficos após anos de restrição de oferta de gado. No mercado, é consenso que a oferta de bovinos será maior e os abates voltarão a crescer em 2016. Nesse contexto, a expectativa é que o preço do boi gordo, que representa cerca de 80% dos custos de produção dos frigoríficos, seja mais confortável para a indústria. Assim como o boi gordo, o milho também recuou em dezembro, conforme o levantamento do Valor Data. Neste mês, a média dos contratos futuros de segunda posição de entrega ficou em R$ 37,25 a saca, desvalorização de 3,2% ante novembro. Na comparação com o pico histórico de R$ 45,66, atingido em julho, a queda é ainda maior ­ 18,4%. No caso do milho, a disparada no primeiro semestre refletiu, em grande medida, a quebra da safra de inverno, o que obrigou os frigoríficos de aves e suínos a buscarem o cereal no Paraguai e na Argentina e a cortar a produção de frango. Agora, diante da expectativa de recomposição da oferta com a expansão da área plantada na safra 2016/17, os preços estão cedendo.

VALOR ECONÔMICO 

EMPRESAS

Minerva realiza 1º abate oficial de carne angus em Rondônia

A Minerva Foods foi responsável pelo primeiro abate oficial para produção de carne angus certificada no estado de Rondônia, expandindo o Programa Carne Angus na Região Norte do Brasil, informou a Associação Brasileira de Angus (ABA) em seu website

O abate ocorreu na cidade de Rolim de Moura, no fim de novembro, em um total de 240 animais de meio sangue angus pertencentes a um mesmo criador. “São áreas com elevado potencial para o cruzamento. Nesta região em especial, a precocidade de terminação da raça será de grande valia para produção de carcaças de alta qualidade a um custo muito competitivo”, disse o gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros, em nota da associação. Rondônia tem potencial para produção de carne angus de alta qualidade a custos competitivos já que a criação dos bois ocorre em terras mais baratas que a média brasileira, com menores custos de confinamento devido à oferta de grãos e pastos verdes, segundo a ABA. “Em Rondônia temos condição de acabamento, nível de tecnologia em crescente evolução e pasto abundante para garantir ganho de peso ao animal. É um estado para produzir carne de alto nível a custo competitivo, promovendo um bom ganho ao pecuarista”, disse o especialista em nichos da Minerva, Luciano Andrade, na nota divulgada pela associação. A adesão da Minerva ao Programa Carne Angus ocorreu em janeiro de 2016. O Programa Carne Angus conta com um total de 5 mil produtores e 33 indústrias de 10 empresas frigoríficas nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Rondônia. A meta do Programa Carne Angus é realizar 1 milhão de abates por ano até 2020. Em 2015, 400 mil cabeças foram abatidas.

CARNETEC

Controladores da Marfrig elevam participação na empresa; devem continuar como maiores acionistas

A MMS Participações Ltda. elevou a participação no capital da Marfrig para 30,8%, totalizando 160.584.122 ações, informou a empresa de carnes em comunicado no final de dezembro

Com isso, os controladores da Marfrig MMS Participações, Marcos Antonio Molina dos Santos e Marcia Aparecida Pascoal Marçal dos Santos passam a deter juntos 39,02% das ações da empresa e deverão continuar como os principais acionistas da processadora de carnes após a conversão de debêntures em ações prevista para janeiro. “Considerando o cenário e condições atuais, os controladores devem manter-se como maiores acionistas da companhia mesmo após a conversão mandatória em ações da quinta emissão de debêntures, em janeiro de 2017”, informou a Marfrig em comunicado. Em novembro, o fundador, acionista e Presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, disse durante teleconferência com analistas que não tinha intenção de recomprar as debêntures antes do prazo para conversão obrigatória em ações. Na época, a expectativa era que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se tornasse o principal acionista da Marfrig após a conversão. Atualmente, o BNDES tem 19,6% de participação na Marfrig, segundo dados no site da companhia atualizados em 23 de dezembro, após o aumento de participação da MMS.

CARNETEC

Frigorífico Marfrig adia 648 demissões em Alegrete/RS

Marfrig anunciou na sexta-feira que decidiu suspender momentaneamente as demissões de 648 funcionários do frigorífico de Alegrete, acatando liminar da Justiça do Trabalho daquele município

De acordo com a empresa, os salários dos empregados relativos a janeiro de 2017 serão pagos a título de licença remunerada. No entanto, a empresa enfatizou que mantém a posição de fechar a planta industrial. “A decisão de encerramento da unidade de Alegrete permanece inalterada”, diz, em nota. Uma reunião de conciliação deve ocorrer entre representantes da Marfrig e dos trabalhadores a partir de 9 de janeiro, quando termina o recesso da Justiça do Trabalho. Enquanto isso, na próxima semana, devem avançar os encaminhamentos para liberação da unidade para outro interessado. De acordo com o deputado estadual Frederico Antunes, no dia 5 de janeiro, ele e o secretário da Agricultura, Ernani Polo, se reunirão com o representante do Frigorífico do Mercosul, para conhecer o teor do contrato de arrendamento entre o Mercosul e a Marfrig, que se estende até 2031. Após esse encontro, sem data definida, iniciarão os contatos com as empresas que já manifestaram interesse em locar a planta. “É uma planta muito importante porque tem certificações de exportação para outros países, além de ter uma mão de obra treinada e matéria-prima que supre a demanda”, diz Antunes. O Presidente do Sindicato Rural de Alegrete, Pedro Píffero, e o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse, confirmam que pelo menos dois grupos interessados já fizeram sondagens a respeito do fechamento da planta industrial. Apesar de a empresa ter se colocado à disposição para negociar o aluguel da unidade, Rosse diz desconfiar que a Marfrig não facilitará os trâmites necessários para isso. “Se precisar, vamos entrar com ação judicial para que eles liberarem a planta. O que não pode acontecer é esse frigorífico ficar fechado”, avisa.

Correio do Povo

Apesar de liminar, Marfrig mantém decisão de fechar frigorífico no RS

Essa é a segunda vez que a Marfrig anuncia o fechamento do frigorífico

Apesar da liminar que suspendeu a demissão de mais de 600 funcionários do frigorífico em Alegrete (RS), a Marfrig informou em nota, que mantém a decisão de fechar a unidade. O encerramento das atividades da planta foi anunciado há duas semanas. A empresa alega que não há gado suficiente para manter a planta de abate de bovinos em operação. Essa é a segunda vez que a Marfrig anuncia o fechamento do frigorífico. Na primeira ocasião, a empresa voltou atrás depois que uma liminar concedida pelo Justiça barrou as demissões, no início de 2015. Daquela vez, a Marfrig firmou um acordo judicial com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, se comprometendo a manter o frigorífico da empresa em funcionamento por ao menos um ano. Passados quase dois anos, a Marfrig anunciou novamente o fechamento da unidade. Em nota, a Marfrig afirmou que “tomará todas as medidas cabíveis frente a essa nova liminar ora expedida e continuará em contato com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete respeitando todos os requisitos legais referentes ao processo de encerramento”. Segundo a empresa, o fechamento do frigorífico visa viabilizar as outras duas unidades que a Marfrig possui no Rio Grande do Sul. Na nota divulgada informou que “cumpriu integralmente com o acordo judicial firmado em 05/02/2015 e, que devido às condições existentes em 2014 terem se agravado, mantém sua decisão inicial de encerrar as atividades da planta industrial”. No entanto, a Justiça do Trabalho concedeu liminar ontem (dia 28) suspendendo as demissões. A decisão judicial, que prevê multa de R$ 100 milhões em caso de descumprimento, impede a companhia de demitir até que haja uma negociação coletiva com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete.

VALOR ECONÔMICO

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